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SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

4. DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE

4.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

As principais unidades do Sistema de Abastecimento de Água da sede e distritos do Município de Valença são descritas a seguir e ilustradas nas Figuras 6 a 11.

Manancial

O abastecimento de água no município é suprido por 9 (nove) captações superficiais, abarcando a sede do município e seus distritos ou bairros isolados. Os corpos d’água superficiais utilizados para abastecimento são: Rio das Flores, Rio Monte Verde, Ribeirão das Coroas, Ribeirão dos Macacos, Córrego Sete Anões, Córrego da Concórdia e 2 mananciais sem denominação localizados no sítio do Edgard e no Sítio do Rodolpho.

Em visita a campo observou-se que, nos mananciais superficiais não existem sinalização de identificação e perímetro de proteção sanitária, existe apenas sinalização de área particular. Quanto à qualidade dos corpos d’água não se observou sinais de eutrofização. Deve-se notar que o prestador do serviço realiza controle e monitoramento de cianobactérias. Há coleta diária de águas próximas ao manancial para inspeção sanitária e averiguação de potenciais fontes poluidoras.

Captação

A captação no Rio das Flores situa-se no bairro Passagem, localizado na sede municipal. Foi apurado que o manancial opera 24 horas por dia por sistema de bombeamento com capacidade nominal de 190 l/s.

Figura 6 – Esquema do sistema de abastecimento de água da sede de Valença

Fonte: Vallenge, 2012

Figura 7 – Esquema do sistema de abastecimento de água no distrito de Pentagna

Fonte: Vallenge, 2012

Figura 8 – Esquema do sistema de abastecimento de água no distrito de Parapeúna

Fonte: Vallenge, 2012

Figura 9 – Esquema do sistema de abastecimento de água no distrito de Conservatória

Fonte: Vallenge, 2012

Figura 10 – Esquema do sistema de abastecimento de água no distrito de Barão de Juparanã

Fonte: Vallenge, 2012

Figura 11 – Esquema do sistema de abastecimento de água no distrito de Santa Isabel do Rio Preto

Fonte: Vallenge, 2012

No Distrito de Pentagna a captação ocorre no Ribeirão das Coroas. Verificou-se que o manancial opera 24 horas por dia por gravidade, com capacidade nominal de 4 l/s em fio d`água.

No Ribeirão dos Macacos a captação situa-se no distrito de Parapeúna. Foi constatado que o manancial opera 24 horas por dia por gravidade, com capacidade nominal de 8 l/s em fio d`água sem barragem de nível.

Verificou-se 3 captações no distrito de Conservatória, no Córrego Sete-Salões, Córrego Sítio do Rodolpho (nome dado a captação por estar num pequeno córrego dentro de uma área particular), e no manancial Sítio do Edgard (nome dado a captação por estar num pequeno córrego dentro de uma área particular). Foi verificado que todas operam 24 horas por dia por gravidade em fio d`água com barragem de nível, porém não foi informado a capacidade nominal captada.

No Distrito de Barão de Juparanã a captação ocorre no Córrego Parque da Concórdia situado na fazenda Embrapa. Foi verificado que o manancial opera 24 horas por dia por sistema de gravidade com uma capacidade nominal de 75 l/s em fio d`água com barragem de nível.

No Distrito de Santa Isabel verificou-se 2 captações superficiais, a captação do Sitio da Leca (nome dado a captação por estar num pequeno córrego dentro de uma área particular) e a captação no Rio Monte Verde, observou-se que ambas operam 24 horas por dia com sistema de bombeamento em fio d`água sem barragem de nível, porém não foi informado a capacidade de captação.

Também foram verificadas 2 (duas) captações subterrâneas denominadas Poço Maria Chiquinha e um Poço sem denominação.

A captação no poço Maria Chiquinha situa-se no distrito de Conservatória. Verificou-se que o poço opera 24 horas por dia com uma capacidade nominal de 2.8 l/s.

A captação no poço sem denominação situa-se no distrito de Santa Isabel. Verificou-se que a captação ocorre 24 horas por dia com uma capacidade nominal de 2.5 l/s.

Segundo informações coletadas em campo as captações encontram-se outorgadas.

Todas passam por manutenção periódica e possuem controle de acesso. Vale ressaltar que não foi possível levantar as coordenadas das captações pela impossibilidade de acesso.

Foi verificado que no distrito de Conservatória a maioria dos condomínios, pousadas e hotéis, contam com sistema próprio de captação e reservação, alguns deles, contam com sistema simples de tratamento.

Vale ressaltar que em todo o município há poços em propriedades particulares, de acorde com o IBGE-2010 o município de Valença somou uma quantia de 3311 poços ou nascentes para abastecimento de água localizado na propriedade.

Estação elevatória

O Município de Valença possui duas Estações Elevatórias de Água Bruta – EEAB (Figura 12), uma na sede e outra no Distrito de Santa Isabel do Rio Preto. A EE localizada na sede municipal é responsável pelo recalque da água captada no Rio das Flores para a ETA Valença, a EEAB localizada no distrito de Santa Isabel do Rio Preto é responsável pelo recalque da água captada no manancial Monte Verde até a ETA de Santa Isabel do Rio Preto.

Figura 12 – Captação da EEAB.

Fonte: Vallenge (26/02/2012)

O sistema conta com três bombas, duas na sede e uma no Distrito de Santa Isabel, devidamente protegidas por válvula de retenção, sem automação local e que opera diariamente por 24 horas. A capacidade nominal na EE da sede é de 190 l/s, já a EE do distrito de Santa Isabel localizada no Morro do Cruzeiro é de 7 l/s.

A EE apresenta razoável estado de conservação, estando em área protegida. Não se observou a existência de horímetro, sendo que a operação e comando não contam com telemetria e/ou telecomando.

Adução

O município conta com quatro linhas de adução de água bruta sendo uma na sede municipal e nos distritos de Pentagna, Parapeúna e Barão de Juparanã, não encontrou-se cadastro no distrito de Conservatória e foi verificado que não há existência de adução de água bruta no distrito de Santa Isabel.

A adutora no distrito sede conduz por recalque um montante de 190 l/s, em tubulação de ferro fundido e PVC com um diâmetro de 250 a 300, as águas captadas no Rio das

Flores até a ETA do Centro da cidade. A adutora em termos de extensão tem 3,5 km, que conduz por bombeamento as águas captadas no Rio das Flores até a ETA do Centro.

A adutora localizada no distrito de Pentagna conduz por gravidade um montante de 4 l/s até a ETA Pentagna, a operação é feita através de tubulação de PVC com um diâmetro de 85 mm numa extensão de 1,5 km.

Figura 13 – Adução de Água Bruta no Distrito de Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013)

Figura 14 – Adução de Água Bruta no Distrito de Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013)

Localizada no Distrito de Parapeúna a adutora conduz por gravidade um montante de 8 l/s de água captada do Ribeirão dos Macacos até a ETA Parapeúna, a operação é feita através de tubulação de PVC com um diâmetro de 85 mm numa extensão de 1,5km.

No Distrito de Barão de Juparanã a adutora conduz por gravidade um montante de 75 l/s de água captada do Córrego da Concórdia até a ETA Barão de Juparanã, conduz em tubulação de PVC+Amianto com um diâmetro de 150 mm numa extensão de 3,5 km.

Verificou-se que o município possui duas adutoras de água tratada, sendo uma na sede e outra no distrito de Pentagna, ambas direcionam suas águas para o reservatório localizado em seu distrito ou sede. Não foi informada pelos operadores a existência de problemas relacionados a vazamentos e rompimento nas adutoras, tampouco dados e as características das adutoras.

Tratamento

O município de Valença possui quatro Estações de Tratamento de Água (ETA) instaladas e operando. Estas são responsáveis pelo tratamento das águas captadas nos mananciais superficiais existentes no município.

A ETA do Centro (Figura 15) é responsável pelo tratamento das águas captadas no Rio das Flores e situa-se nas coordenadas geográficas: Latitude – 22º15,13’ S e Longitude – 43º42,38’ O, a 620 metros de altitude. Trata-se de uma ETA do tipo convencional que possui

as seguintes unidades: mistura rápida, floculador, decantador, filtro e desinfecção. Opera 24 horas por dia e tem uma capacidade nominal de 190 l/s.

Figura 15 – Vista da ETA Centro.

Fonte: Vallenge (26/02/2013)

Figura 16 – Casa de química.

Fonte: Vallenge (26/02/2013)

Figura 17 – Casa de química.

Fonte: Vallenge (26/02/2013)

A ETA Pentagna é responsável pelo tratamento das águas captadas no Ribeirão de Coroas e situa-se nas coordenadas geográficas: Latitude – 22º09,41’ S e Longitude – 43º45,04’ O. Trata-se de uma ETA do tipo compacta que possui as seguintes unidades:

mistura rápida, floculador, decantador, filtro e desinfecção. Opera 24 horas por dia e tem uma capacidade nominal de 4 l/s. O tratamento é feito com sulfato e cloro, não utilizando flúor, quanto ao lodo, este é descartado diretamente no Rio Bonito, a análise é realizada em Piraí (AB) e Niterói (AT).

Figura 18 – Vista da ETA Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 19 –ETA Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 20 – Casa de Química da ETA Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 21 – Vista da Casa de Química da ETA Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

A ETA Parapeúna é responsável pelo tratamento das águas captadas no Ribeirão dos Macacos. Trata-se de uma ETA do tipo convencional que possui as seguintes unidades:

mistura rápida, floculador, decantador, filtro e desinfecção. Opera 24 horas por dia e tem uma capacidade nominal de 8 l/s.

A ETA Barão de Juparanã é responsável pelo tratamento das águas captadas no Córrego da Concórdia. Trata-se de uma ETA do tipo convencional que possui as seguintes unidades: mistura rápida, floculador, decantador, filtro e desinfecção. Opera 24 horas por dia e tem uma capacidade nominal de 75 l/s.

Figura 22 – Vista 1 da ETA Barão de Juparanã.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 23 – Vista 2 da ETA Barão de Juparanã.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 24 –Laboratório de Barão de Juparanã.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 25 – Casa de Química de Barão de Juparanã.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

No distrito de Conservatória existe um sistema filtrante localizado na Rua Antônio Moreira, desde sua instalação nunca funcionou; as ligações são penas de água.

Verificou-se que o acesso as ETA’s apresentam boas condições sendo a área cercada. As ETAs se encontram licenciadas e possuem placas identificando o local. Foi informado que os decantadores são limpos mensalmente, sendo o lodo resultante do processo de tratamento descartado diretamente no rio. Deve-se notar que a ETA não conta com sistema de tratamento do lodo gerado nem das águas de lavagem dos filtros. O material filtrante da unidade de filtração não está sendo reposto ou substituído de acordo com as orientações técnicas do projeto.

Em campo verificou-se que as condições de higiene e limpeza da casa de química eram adequadas. Todos com registro no Ministério da Saúde e dentro dos prazos de validade, porém não existe almoxarifado apropriado para o acondicionamento dos produtos químicos. Os tanques de dosagem de produtos químicos não se encontravam em boas condições, porém não existe bomba dosadora.

As ETAs possuem laboratório próprio e conforme apurado as amostragens de água são realizadas no próprio laboratório. Os laudos de análise não foram disponibilizados para consulta.

 Reservação

O município conta com dez unidades para reservação com um volume total igual a 1.342 m³. As principais características destas unidades são apresentadas no Quadro 15.

Quadro 15 – Principais características da unidade de reservação.

Identificação Bairro/Distrito Tipo Material Capacidade (m³) Abastecido por:

R1 Valença (Sede) Apoiado Concreto 800 ETA Valença

R2 Pentagna Apoiado Fibra de

Vidro 50 N/A

R3 Parapeúna Semi-enterrado Concreto 100 ETA Parapeúna

R4

Conservatória

Semi-enterrado Concreto 25 Capta do Sítio do Edgard

Semi-enterrado Concreto 60

ETA de Barão de

Rio Preto Semi-enterrado Concreto

72 N/A descarga de fundo, cobertura, tampas de inspeção, sistema de cloração e medidor de nível.

Conforme inspeção de campo, os reservatórios não possuem sistema de controle de vazão em sua saída (macromedidor), para-raios, sinalização noturna e controle automatizado.

Durante a vistoria verificou-se que as condições de conservação nos reservatórios são boas. Segundo informado ocasionalmente ocorre extravasamentos, em média 4 vezes por semana, e as limpezas e desinfecções são realizadas quando necessário, não havendo registro destas ocorrências. A seguir são apresentadas algumas fotos dos reservatórios observados no município.

Figura 26 – Reservatório junto a ETA Valença.

Fonte: Vallenge (26/02/2013).

Figura 27 – Reservatório junto a ETA Valença.

Fonte: Vallenge (26/02/2013).

Figura 28 – Reservatório mais alto no Distrito de Santa Isabel do Rio Preto.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 29 – Reservatório mais baixo no Distrito de Sta Isabel do Rio Preto.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 30 – Reservatório junto a ETA Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 31 – Reservatório de Barão de Juparanã.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

 Distribuição

Praticamente toda a população urbana – 90.3% (SNIS, 2012) – é atendida com o sistema de abastecimento de água – SAA, que é de responsabilidade da Companhia Nacional de Água e Esgoto (CEDAE). Na visita a campo e em reunião com a CEDAE, foi informada a existência de pontos críticos de abastecimento por baixa pressão nos bairros Osório; Cambota; Varginha; Chacrinha; Jardim Valença; São José das Palmeiras; Spala 1;

João Bonito e alguns locais mais elevados. Foi informado junto a prefeitura municipal que no distrito de Parapeúna a rede não foi substituída nos subdistritos; ocorrem problemas nas contas em relação à categoria do consumidor, onde deveria ser domiciliar consta como industrial; a própria CEDAE desperdiça muita água e a distribuição é irregular, com períodos de distribuição para a parte alta e baixa, segundo informações de campo a falta de água é grave, tendo que em algumas ocasiões contarem com o auxílio de caminhão pipa. No distrito de Conservatória, a rede corre por longos trechos expostos, onde se podem observar os sistemas de manobras (válvulas) vulneráveis. Já no distrito de Santa Isabel do Rio Preto a concessionária CEDAE mantém serviços de manutenção da rede de água com ligações prediais dotadas apenas de penas de água, conforme observado em campo.

Figura 32 – Rede de Distribuição no Distrito de Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 33 – Rede de Distribuição no Distrito de Pentagna.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 34 – Tubulação de água exposta no Distrito de Conservatória.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

Figura 35 – Tubulação de água exposta no Distrito de Conservatória.

Fonte: Vallenge (11/07/2013).

A rede de distribuição não conta com o cadastro sobre suas características como tipo de material, extensão ou diâmetro da rede. Em campo foi informado que o distrito sede possui 14.749 ligações sendo 14.726 ligações ativas comercialmente. Foi apurado que em algumas áreas na sede municipal a rede de distribuição é atendida por sistema de manobra (10%), foi verificado também o número de ligações por distrito: no distrito de Pentagna há um total de 118 ligações, Parapeúna 436, Barão de Juparanã 1184, Santa Isabel 474 e no distrito de Conservatória não foi possível coletar o número de ligações na rede de distribuição.

De forma geral o município de Valença espera a conclusão da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico para que tenha condições de ampliar e sistematizar o serviço prestado de abastecimento de água, inclusive para desenvolver a gestão como um todo.