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O Sistema Financeiro do Exército e a sua ligação às Unidades, Estabelecimentos ou

No documento Asp AdMil Conceição TIA Corrigido (páginas 36-38)

CAPÍTULO 2. SISTEMA FINANCEIRO DO EXÉRCITO

2.2. O Sistema Financeiro do Exército e a sua ligação às Unidades, Estabelecimentos ou

Para que o Exército conseguisse uma adesão absoluta ao Regime da Administração Financeira do Estado, houve a necessidade de centralizar os pagamentos orçamentais, as entregas de receitas à Fazenda Nacional, as reposições à Fazenda Nacional, bem como os pagamentos das retenções a terceiros, ficando unicamente a DFin responsável por essa centralização e prestação de contas do Exército (Direção de Finanças [DFin], 2013a).

A criação de interfaces do SIG/DN com os sistemas da IGCP, E. P. E., enquanto entidade responsável pela “gestão da dívida pública e do financiamento do Estado”

(Ministério das Finanças, 2012, p. 4703), e da DGO, enquanto entidade responsável por regular e controlar o processo orçamental (Direção – Geral do Orçamento [DGO], 2016), contribuiu para a adesão à RAFE por parte do Exército. A competência, responsabilidade e gestão destes interfaces competem exclusivamente à DFin (DFin, 2013a).

Face à implementação do SIG/DN, a adesão ao Regime da Administração Financeira do Estado, consubstanciada no POCP e, mais recentemente, na adoção do regime de tesouraria única, a organização financeira do Exército sofreu profundas alterações ao nível dos procedimentos (Direção de Finanças [DFin], 2015a).

A centralização dos processos na DFin tem consequência, não apenas com a adesão à RAFE, mas também com as novas regras e procedimentos legais impostos, designadamente, os mecanismos de controlo duodecimal, a gestão dos pagamentos e recebimentos em atraso dos fundos disponíveis (DFin, 2013a, p. 2).

Através do Despacho n.º 229/CEME/2012, a DFin passou a exercer competência técnica direta sobre todas as Unidades, Estabelecimentos ou Órgãos (U/E/O) do Exército, nos processos de gestão orçamental e de gestão financeira e contabilidade, passando os Centros de Finanças (CFin)6 a garantir o controlo da atividade administrativo-financeira e

de apoio à decisão do respetivo Órgão Central de Comando (OCC).

6 Alguns dos CFin que existiam no anterior sistema financeiro do Exército, extinguiram-se, nomeadamente o

CFin Geral que tinha sobre sua supervisão as Unidades do Comando do Exército (EME, AM e Direção de História e Cultura Militar).

Capítulo 2. Sistema Financeiro do Exército A partir de 1 de Janeiro de 2013, a DFin, passou a ser “a entidade responsável por

prestar o apoio técnico às U/E/O sobre os procedimentos orçamentais e financeiros, quer em termos de Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP), quer em termos de SIG/DN, por relacionamento e ação técnica direta sobre as U/E/O” (Idem, p. 2). Desta forma, é a

DFin a entidade responsável por fazer prestar todo este apoio às FND em TO no estrangeiro. Por sua vez, as U/E/O correspondem-se diretamente com a DFin, em todos os processos orçamentais e financeiros (em termos de POCP e SIG/DN) de acordo com os circuitos de informação das diversas áreas específicas, nomeadamente, Prestação Mensal de Contas (PMC), Prestação de Contas Anual (PCA), Tesouraria Única, Fiscalidade, Bares, entre outras (Ibidem).

Ao abordar as FND, torna-se importante defini-las como "qualquer força ou meio da

componente operacional do sistema de forças, certificado nacionalmente, destacamentos e efetivos militares no exercício de cargos ou funções em quartéis-generais (Operacional Headquarters (OHQ), Force Headquarters (FHQ) ou Mission Headquarters (MHQ)) a projetar ou projetados no exterior do Território Nacional para a execução de operações ou missões militares, de natureza diferenciada” (Exército Português, 2015b, p. 3).

Dentro da DFin existem três repartições que se encarregam de executar as diversas atribuições que estão afetas à DFin: a Repartição de Gestão Orçamental (RGO), a Repartição de Gestão Financeira e Contabilidade (RGFC) e a Repartição de Auditoria (RA). Cada repartição é responsável por diversas atribuições mas existem algumas que estão diretamente ligadas com as U/E/O e, por esse motivo, estão indiretamente ligadas às FND, pois atualmente estas são geridas como se de um regimento se tratassem.

A RGO, ao nível das U/E/O, é responsável por coordenar diretamente a consolidação das propostas e projetos orçamentais das mesmas, executando a autoridade técnica da DFin, ao nível orçamental, em todo o dispositivo financeiro do Exército; difunde diretamente às U/E/O todos os procedimentos de execução orçamental, dando conhecimento aos respetivos CFin, bem como é responsável por assegurar o apoio técnico (helpdesk) às U/E/O, ao nível da elaboração do Plano de Atividades em SIG, das Alterações Orçamentais (AO) em SIG, do Pedido de Libertação de Crédito (PLC) em SIG, e ainda da elaboração de análises e esclarecimentos ao regime duodecimal e de normas e/ou procedimentos aplicáveis à execução orçamental (DFin, 2013a).

A RGFC tem a responsabilidade de verificar e consolidar a PMC das U/E/O, assumindo a responsabilidade de validar todos os documentos e repostar eventuais incorreções contabilísticas, acionando ações de reporte à auditoria sempre que considere

Capítulo 2. Sistema Financeiro do Exército

15 necessário, assume ainda todo o processo de recolha das Demonstrações Financeiras (DF) das U/E/O necessárias à apresentação da Conta Gerência ao Tribunal de Contas (TC), submetendo-as à apreciação da RA. A RGFC é também responsável por executar a autoridade técnica da DFin, ao nível patrimonial e analítico, em todo o dispositivo financeiro do Exército, difundir diretamente às U/E/O todos os procedimentos técnicos em SIG/DN, tendo em vista o cumprimento dos princípios do POCP e do cumprimento das obrigações fiscais do Exército, bem como assegurar o apoio técnico às U/E/O, ao nível da elaboração dos procedimentos técnicos no SIG/DN (no processo contabilístico das despesas e das receitas, quer sejam orçamentais ou extraorçamentais), da elaboração da Proposta de Autorização de Pagamento (PAP); da PMC e PCA, assim como das normas aplicáveis aos lançamentos patrimoniais e analíticos, esclarecimento ao nível as reposições de pagamentos indevidos e retenções a terceiros e cumprimento das obrigações fiscais (Idem).

No que respeita à RA, esta é responsável por assegurar a gestão dos perfis SIG das U/E/O, coordenar e realizar auditorias às U/E/O no âmbito da administração financeira, executando a autoridade técnica da DFin, no âmbito das auditorias, em todo o dispositivo financeiro do Exército, bem como assegurar o apoio técnico às U/E/O, ao nível do esclarecimento sobre o normativo aplicável no âmbito das despesas públicas, sobre o normativo aplicável no âmbito das receitas do Exército e dos processos de penhoras sobre fornecedores (Ibidem).

No documento Asp AdMil Conceição TIA Corrigido (páginas 36-38)

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