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5. Relacionamento de registros

5.4 Sistema MPI no Portal de Teleradiologia

O sistema MPI para relacionamento de registros possui um papel fundamental no Portal de Teleradiologia. Como já referido anteriormente, a maior parte da funcionalidade do sistema depende da capacidade de identificar exames de diferentes servidores como relacionados a um mesmo paciente. No Brasil, apesar de iniciativas como o Cartão SUS para o sistema de saúde público, que ainda está incipiente, não

existe um meio de identificação amplamente utilizado. Identificadores como CPF ou RG não possuem presença garantida em registros clínicos e podem ser inexistentes no caso de menores de idade. Com isso, todo sistema que vise a integração de sistemas de saúde terá que utilizar os métodos de relacionamento de registros.

Este aspecto de um sistema de banco de dados federados, em que o enfoque é dado à integração de dados entre os componentes, e não a interoperabilidade, ainda é um tema pouco explorado, principalmente com aplicação de técnicas de relacionamento de registros. Este termo é referenciado de diferentes maneiras na literatura. [WM89] usa o termo identificação de instâncias entre banco de dados; [BH94] refere-se como identificação de semântica e [ZH00] refere-se como equivalência semântica.

5.4.1 Integração HIS/RIS

Para o emprego de um sistema MPI para a integração de bancos de imagens DICOM o primeiro problema a ser tratado é a ausência dos dados para o relacionamento. Embora o padrão DICOM especifique informações demográficas através dos módulos PatientModule e PatientStudyModule, o que se tem observado em diversos hospitais e clínicas é que estes atributos não são normalmente preenchidos durante a criação da imagem. Além disso alguns identificadores poderosos como CPF não são cobertos pelo padrão DICOM.

Desta forma, tem-se a existe a necessidade de buscar estas informações ausentes no sistema administrativo do hospital. Isto conduz a outro problema se o sistema RIS do hospital ou clínica não for integrado com o sistema HIS. Pode-se concluir que “bons” participantes do Portal de Teleradiologia possuem uma completa integração HIS/RIS. Estes são capazes de alimentar o esquema federado do sistema com maiores quantidades de informações, possibilitando que seus pacientes sejam identificados em outras bases de dados.

A integração HIS/RIS é uma tarefa bastante dependente do ambiente onde será empregada e foge do escopo deste trabalho um estudo mais detalhado sobre o tema, entretanto algumas considerações podem ser feitas. Mesmo que completamente isolados entre si, é bastante comum que sistemas HIS e RIS compartilhem o mesmo identificador para pacientes.. Com isso é possível aplicar os métodos de relacionamento de registros determinísticos, que são relativamente de fácil implementação. Para a comparação dos

registros pode ser necessário ainda aplicar algum tipo de racionalização estrutural ou até mesmo semântica. 1

Outro ponto a ser considerado é quanto ao conteúdo e estruturação dos campos de identificação que serão enviados para o sistema MPI. Nos subconjunto dos campos de identificação que forem cobertos pelo padrão DICOM, basta seguir o mesmo para garantir uniformidade semântica e estrutural entre os dados. O problema estaria nos atributos não presentes no padrão DICOM como CPF. Desta forma, tem-se a necessidade da definição de um modelo de dados comum entre o Portal de Teleradiologia e seus integrantes. Também será necessário converter as informações do subsistema de integração HIS/RIS para um formato comum antes de enviá-las para o sistema MPI do Portal de Teleradiologia. Este assunto será abordado novamente na seção 6.3.3 quando for discutida a estrutura do nível auxiliar para a arquitetura do Portal de Teleradiologia.

5.4.2 Sistema MPI no esquema federado

As informações que alimentarão o sistema MPI do Portal de Teleradiologia terão uma natureza heterogênea quanto ao seu conteúdo. Apesar da padronização com a utilização de um CDM, não existe garantia de todos os integrantes do sistema federado enviarão todos os valores para cada atributo. Por exemplo, um campo de identificação como o número de identificação SUS estará em branco para pacientes que não utilizarem serviços públicos.

Além disso, é esperada uma grande quantidade de erros tipográficos nos dados enviados ao sistema MPI. O Brasil possui uma grande diversidade étnica e variações em nomes e sobrenomes são bastante comuns. Na região Sul do país, onde existe predominância de nomes e sobrenomes de origens alemã e italiana é previsto que erros de digitação ocorram com mais freqüência.

Todas estas considerações acima conduzem à preferência pela abordagem probabilística para o sistema MPI do Portal de Radiologia. A estratégia probabilística é considerada mais adequada para bases de dados de baixa qualidade [GR03], [MH03],

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É fácil observar que a integração de dois sistemas autônomos com o HIS e RIS situa-se na área de b anco de dados federados e portanto, pode empregar sua metodologia. Com isso o esquema federado do Portal de Teleradiologia terá como sistemas componentes outros esquemas federados.

[RW91], apesar de que, como observado por [GC04], ainda exista uma carência de estudos que comprovem isto. Outro argumento a favor da abordagem probabilística é a grande freqüência de utilização do sistema relacionamento de registros. Como já explanado anteriormente, em um sistema MPI o relacionamento de registro ocorre sempre durante a inserção e consulta de registros.

Diversas técnicas para suporte ou em paralelo aos métodos de decisão da abordagem probabilística poderão ser usadas. Entre elas estão redes neurais, processamento de sinais, lógico fuzzy, clustering e raciocínio baseado em casos. Como um sistema MPI requer tempo de resposta pequeno, por exemplo no caso de consultas, é necessária a alocação de um grande poder de processamento. Apesar de fazer parte logicamente do processador de construção do esquema federado, o sistema MPI poderá estar fisicamente localizado em outro computador ou até mesmo em cluster e utilizando técnicas de processamento paralelo. [MS02] descreve um framework para MPI que utiliza um cluster de baixo custo formado por computadores pessoais e sistema operacional Linux.