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O SISTEMA RESÍDUOS SÓLIDOS AFETO À UTA CANAL DO RIO PINHEIROS

6. A PROPOSIÇÃO “TORNAR NAVEGÁVEL O CANAL DO RIO PINHEIROS SITUADO A

6.6. O SISTEMA RESÍDUOS SÓLIDOS AFETO À UTA CANAL DO RIO PINHEIROS

O Sistema de Resíduos Sólidos afeto ao Canal do Rio Pinheiros está relacionado às atribuições dos Municípios de São Paulo, e em menor escala, dos municípios de Taboão da Serra e Embu das Artes, como responsáveis pela administração e controle dos serviços de limpeza pública nos seus territórios, e também à EMAE – Empresa Metropolitana de Águas e Energia, como operadora e mantenedora do sub-sistema usinas geradoras de energia elétrica. Acrescente-se que às administrações municipais também compete gerir o uso e ocupação do solo, o que implica na suas responsabilidades institucionais no controle dos processos de erosão, perda de solo, instabilidade de encostas, assoreamento dos fundos de vale e perda das capacidades de escoamento dos canais.

Desta forma, a descrição da situação atual e avaliação do desempenho do Sistema de Resíduos Sólidos considera inicialmente os sistemas de limpeza pública municipais e em seguida os serviços de dragagem para desassoreamento do canal, a cargo da EMAE.

6.6.1. Os Sistemas de Limpeza Pública Municipais

Embora pequena parcela do território de Embu e a quase totalidade de Taboão da Serra façam parte das cabeceiras da Bacia do Rio Pirajussara, considera-se a situação predominante do Município de São Paulo, como determinante principal para caracterizar e avaliar os sistemas municipais.

De fato, São Paulo tem um vasto território para coleta e instalações de grande porte na área da UTA, que estão atualmente em operação mas que deverão ser modificadas no seu formato operacional, pois terão contratos de concessão pelo prazo de 20 anos (e não mais por empreitada), renováveis por igual período, com pagamento por toneladas de resíduos coletados.

Toda a UTA fará parte do bloco noroeste de concessão, um dos 2 blocos em que foi dividido o município, abrangendo 13 subprefeituras. Os 2 blocos deverão ter área para implantação de novos aterros sanitários, prever usinas de compostagem e garantir a universalização dos serviços, com coleta porta a porta em favelas.

Deverão ser implantadas novas formas de operar a varrição, a coleta predial e a destinação final, as quais deverão ter repercussões positivas na UTA, por homogeneizar os procedimentos e remunerar a concessionária por produção, promovendo a eficiência dos serviços e evitando a situação atual,onde se verifica o carreamento de lixo não varrido e/ou não coletado ao Canal. Ressalte-se também a necessidade das concessionárias explicitarem metas de desempenho para as favelas, as quis deverão ter seus serviços apoiados por programas em educação ambiental, coleta seletiva, etc.

6.6.2. O Sub-sistema Dragagem para Desassoreamento do Canal do Pinheiros

Com base na referência (Sartori e Nascimento,2003), foi possível dispor de uma descrição extremamente acurada dos trabalhos desenvolvidos pela EMAE para manutenção das seções do Canal. Cabe aqui destacar os seguintes aspectos, julgados mais relevantes, para esta análise de situação e desempenho.

“Para manter a calha do Canal e a região próxima às elevatórias em condições operacionais adequadas, visando o controle de cheias, são realizados constantemente os serviços de dragagem.”

“A caracterização desse sedimento–realizada no início da década de 90–constatou que dos materiais desassoreados, aproximadamente 95% em peso corresponde a sedimentos e 5% a resíduos sólidos diversos.”

“...a EMAE decidiu adotar, a partir de 2001, um plano de monitoramento do material de assoreamento do Canal do Rio Pinheiros, com a realização de três campanhas anuais de Coleta, Análises Laboratoriais e Classificação do Material, com o objetivo de obter subsídios para a elaboração de proposta de procedimentos, para a disposição final desse material, a ser apresentada à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) e à CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.”

Os autores descrevem três formas como são realizados os serviços de dragagem.

Na primeira forma, “os serviços consistem na utilização de equipamentos dotados de bomba de sucção e recalque...” dispondo o material em terrenos laterais ao Canal, denominados bota-fora. “Os serviços são efetuados através de recursos próprios e

contratados, envolvendo retirada média anual de cerca de 400.000 m3 de material de

assoreamento (média dos últimos 5 anos), sendo que os bota-foras utilizados são aqueles de propriedade da EMAE.

”Na segunda forma “os serviços compreendem à utilização de escavadeiras mecânicas de grande porte, que ficam locadas junto aos principais córregos contribuintes, escavando o material de assoreamento, depositando-o na margem do Canal e, após um período de secagem, o seu carregamento e transporte, por intermédio de caminhões, para a área de disposição final. Os serviços são efetuados através de recursos contratados, envolvendo uma retirada média mensal de

assoreamento de 15.000 m3, referentes aos córregos Jaguaré, Pirajussara, Brooklin e

Morro do “S”, sendo que o licenciamento da área de disposição final tem sido de responsabilidade da contratada.

A terceira forma de dragagem “utiliza uma plataforma flutuante, na qual está instalada uma escavadeira hidráulica, e uma barcaça auto-propulsora. Uma vez carregada, a barcaça navega em direção aos locais onde estejam localizados os demais equipamentos de desassoreamento (draga e/ou escavadeira junto aos córregos), para que os mesmos possam fazer a retirada definitiva do material.Esse

sistema também atua nos serviços de retirada mecânica de vegetação aquática e emergente, ao longo do canal e no controle da proliferação de larvas de mosquitos em uma ação conjunta com a PMSP.”

“O material de assoreamento (mistura de água e sedimentos) no bota-fora, sofre um processo de decantação e drenagem, e após um período de secagem, são executados os serviços de terraplenagem, adequando-o para novos recebimentos de material de assoreamento, e assim sucessivamente, promovendo o ciclo de aterro e desaterro.”

A conclusão apresentada pelos autores, embora positiva, levanta sérias preocupações acerca da sustentabilidade de procedimentos operacionais e de manutenção intermitentes, que já deveriam contar com normas rotineiras e permanentes, mercê da vasta experiência da EMAE e de sua predisposição para adoção de procedimentos ambientalmente adequados.

O Desenho 13 procura avaliar, em bases estimativas, quais são os trechos do canal que sofrem um processo mais acentuado de deposição de materiais e qual é a participação percentual desses trechos no total de material sedimentado. Além disso, são sugeridas tendências de aumento ou diminuição dos aportes de sedimentos nesses trechos, em função das diferentes situações de áreas remanescentes passíveis de urbanização, em cada bacia contribuinte afluente ao canal.

6.7. O SISTEMA DRENAGEM AFETO À UTA CANAL DO