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Fonte: Desenvolvido para esta pesquisa.

Quadro código 013: Sujeito 1 – Língua 3 – Escrita – Ocorrência 13

Sujeito, língua e

linha da ocorrência Exo (1) e esperado (2)

Etiqueta e número da ocorrência S1 L3 ES

l 5 (1) “...y como todos los relacionamientos ...” i.2.5.a.A.(IV)

(2) “...y como todas las relaciones ...” (13)

O sujeito emprega um termo arcaico (Disponível em: https://definiciona.com/relacionamiento/) da língua espanhola. Essa ocorrência recai sobre o nível lexical da língua, onde o sujeito realiza a influência.

A etiqueta i.2.5.a.A.(IV) para a ocorrência explica-se: exo na língua, pois o sujeito usa algo da própria língua, causando influência no nível lexical, pois houve troca de um substantivo de uma língua, onde o uso é muito mais comum.

Quadro código 014: Sujeito 1 – Língua 3 – Escrita – Ocorrência 14

Sujeito, língua e

linha da ocorrência Exo (1) e correção (2)

Etiqueta e número da ocorrência S1 L3 ES

l 7 (1) “...porem, Juan le dice...” i.1.5.a.D.(IV)

Aqui há uma influência lexical, onde o sujeito, por não utilizar o termo em espanhol, se apropria do termo que emprega em português brasileiro e aplica, substituindo pelo termo que utiliza, assim gerando o exo porem. Enquanto que a conjunção porém, em português brasileiro é utilizada, em espanhol se utiliza pero (RAE, 2000, p. 1579). Caracteriza-se, logo, como influência, pois o sujeito emprega o termo de uma língua na outra.

A etiqueta i.1.5.a.D.(IV) para a ocorrência explica-se: exo de língua, pois o sujeito, claramente transfere para o espanhol, da língua portuguesa brasileira, um termo que emprega, mudando assim o léxico em espanhol com exo que interfere em sua produção, sendo a influência realizada com uma conjunção.

A ferramenta exo aqui evidencia mais uma vez que no nível lexical pode haver influência de uma língua sobre outra. E a influência está caracterizada pela possível (como ocorre aqui) transposição de termos, ou seja, utilizar o termo de uma língua em outra.

4.3.1.1 Levantamento de dados do Sujeito 1:

Ao analisar as produções do Sujeito 1 (S1) consegue-se chegar aos seguintes dados: 1) A L1, português brasileiro, foi a única que causou exo nas outras línguas; 2) Não houve nenhuma influência da L2 e L3 sobre a L1;

3) Todos os exos tiveram o português brasileiro como base para que as lacunas fossem preenchidas no nível de gramática, nível lexical e nível gráfico;

4) A L3 foi a que mais sofreu influência, evidenciando que L3 é uma língua mais suscetível a receber influências, o que pode ser uma indicação que a L3 para este sujeito é menos fluente ou ainda pela semelhança do português e espanhol;

5) A língua oral foi a que mais sofreu influência, evidenciando ainda que ao produzir um texto escrito o sujeito tem tempo para se corrigir, para escolher os termos que empregará, por outro lado, confirmado com este dado, que ao produzir um texto oral, o sujeito já não tem tempo para refletir sobre suas escolhas, ele precisa ser rápido em suas decisões, ou seja, que termo empregará em sua produção, tornando assim este tipo de produção muito mais suscetível a influências;

6) A maior quantidade de ocorrência se encontra na construção de substantivos e verbos, evidenciando que, para este sujeito a base de construção de suas orações, que são substantivos e verbos, podem estar mais fracas no contexto de suas L2 e

L3, demonstrando que ele tem maior probabilidade de causar influências nessas subcategorias;

7) A influência de língua foi muito mais frequente, mostrando que o português brasileiro teve um peso muito grande no processo de construção dos textos orais e escritos, sendo exatamente o que ocorreu em todas as produções desse sujeito; 8) O sujeito não realizou nenhum exo averso dentro das línguas 2 e 3;

9) Enquanto o espanhol sofreu 30 influências, o inglês sofreu apenas 5, mostrando o quanto o espanhol está mais próximo do português brasileiro ou pelo menos mais suscetível que o inglês a receber mais influência, mas também pode ser devido à proficiência desse sujeito em sua L2 e L3;

10) A L2 não influiu na L3, nem L3 influiu em L2;

11) O fato de o sujeito ter informado que possui o mesmo nível de fluência (Quadro 6) tanto em L2 (C1) como em L3 (C1), parece não ser real, pois houve influência, além da distância entre português brasileiro e espanhol parecer ter sido o fator determinante para que tanto mais influência fosse realizada, mas ainda seria cedo para poder confirmar este dado já que é a análise de apenas um sujeito;

12) Exos interlíngues apareceram com frequência na L3, podendo indicar que o sujeito tem menos fluência nesta língua, apesar do mencionado no item 11, mostrando como que, para este sujeito, sua L3 (espanhol) está mais próxima da L1, pois recebeu um número maior de influência;

13) A língua oral foi a que mais apresentou exos gráficos (ou fonológicos);

14) Houve influências no nível gramatical (04), lexical (06) e gráfico (06), evidenciando que as influências podem acontecer em qualquer parte da língua; 15) Quase todas ocorrências com influências gráficas ocorreram somente nos verbos; 16) A L2 (inglês) somente sofreu influência gramatical e gráfica;

17) Houve nas produções oral e escrita desse sujeito um total de 14 ocorrências, 08 foram com verbos, 05 foram com substantivos, e uma 01 com conjunção;

18) Todas ocorrências com verbos em espanhol (06) ou foram com verbos no passado (05) ou infinitivo (01);

19) Dos 06 exos interlíngues, 04 apareceram nas ocorrências com verbos;

20) Todas influências gramaticais de plural aconteceram em substantivos com plural irregular;

21) Como houve muito mais exo de língua (09) que exo na língua (05), parece que a influência tem uma tendência a aparecer de forma mais clara em uma língua, ou seja, a influência está explícita, evidenciada por exos carregados com marcas de L1. Os 06 exos interlíngues foram encontrados quando houve exo de língua.

4.3.1.2 Resultados do Sujeito 1:

Ao analisar o Sujeito 1, (S1), cuja língua 1, (L1) é o português brasileiro, no nível fluente, língua 2, (L2) é o inglês, no nível avançado e a língua 3, (L3) é o espanhol, nível avançado, chega-se a várias respostas e conclusões como mostradas abaixo.

A seguir, os gráficos37 com os resultados do Sujeito 1 ilustram, separadamente, língua oral e língua escrita, a quantidade de exos realizados pelo sujeito, após aplicação da ferramenta exo. Através dos gráficos poder-se-á visualizar a quantidade de influências por língua.

O Gráfico 1 apresenta a quantidade total de influências em cada uma das categorias levantadas, analisadas e encontradas na produção do Sujeito 1.

Gráfico 1: Total de influências realizadas pelo Sujeito 1 nas línguas escrita e oral

O Gráfico 1 apresenta as categorias da ferramenta exo encontradas na produção do S1. As categorias dão uma visão geral das ocorrências de influência na produção tanto escrita como oral. Assim também pode-se visualizar com qual categoria houve mais exos e com qual houve menos. Assim, percebe-se que o S1 apresenta uma maior quantidade de

37 Todos os gráficos foram desenvolvidos para esta pesquisa, com o objetivo de dar uma visão mais clara da

quantidade de influência realizada pelos sujeitos nas ocorrências encontradas em suas produções.

0 1 2 3 4 5 6

DE LÍNGUA NA LÍNGUA GRÁFICO GRAMATICAL LEXICAL INTERLÍNGUE

SUJEITO 1

exos em sua L3 OR, seguida de sua L3 ES, a qual também apresenta exos em todas categorias levantadas no estudo. Depois sua L2 ES e L2 OR, respectivamente foram as que mais receberam algum tipo de exo. Dados estes que corroboram com trabalhos sobre multilinguismo e ILC citados acima e suas hipóteses sobre a ação e reação de L2 e L3 no cruzamento dentro do ambiente multilíngue.

Nos próximos gráficos cada parte será detalhada e explicada separadamente dando uma visão mais específica das ocorrências do sujeito.

O Gráfico 2, a seguir ilustra os exos realizados pelo sujeito na língua oral. Esses exos estão representados, indicando qual subcategoria o sujeito mais realizou influência em sua produção oral.

Gráfico 2: Influências realizadas pelo Sujeito 1 na língua oral – subcategorias

Pode-se perceber que há uma maior ocorrência na L3 OR e a ocorrência acontece com influência sobre os verbos da língua com maior intensidade, seguida dos substantivos, por outro lado, na L2 OR, percebe-se que só houve uma ocorrência sobre um substantivo da língua em produção.

O Gráfico 3, a seguir ilustra as influências realizadas pelo sujeito na língua escrita. As influências estão representadas, indicando qual subcategoria o sujeito mais realizou influência em sua produção escrita.

0 1 2 3 4 5 SUBSTANTIVO VERBO

SUJEITO 1

Gráfico 3: Influências realizadas pelo Sujeito 1 na língua escrita - subcategorias

Pode-se perceber que há uma maior ocorrência na L3 ES e a ocorrência acontece com influência sobre os conjunção, verbos e substantivos da língua, por outro na L2 ES, percebe-se que só houve uma ocorrência sobre um verbo da língua em produção.

O Gráfico 4, a seguir ilustra as influências realizadas pelo sujeito na língua oral. As influências estão representadas, indicando onde o sujeito mais realizou influências em sua produção.

Gráfico 4: Influências realizadas pelo Sujeito 1 na língua oral

Pode-se perceber que há uma maior quantidade de influências na L3 OR e a influência aparece em quase todas categorias da língua em produção, exceto exo averso, demonstrando a proximidade das línguas e sua alta probabilidade de influência de uma sobre outra. A L2 OR apresenta um número menor de influências, mas como se percebe, ela também está presente em quase todas categorias da língua, mais uma vez evidenciando o quão provável é a aparecimento de ILC, nesse tipo de produção.

0 1 2 3

SUBSTANTIVO VERBO CONJUNÇÃO

SUJEITO 1

LÍNGUA 2 ESCRITA LÍNGUA 3 ESCRITA

0 1 2 3 4 5 6

DE LÍNGUA NA LÍNGUA GRÁFICO GRAMATICAL LEXICAL INTERLÍNGUE

SUJEITO 1

O Gráfico 5, a seguir ilustra as influências realizadas pelo sujeito na língua escrita. As influências estão representadas, indicando onde o sujeito mais realizou influências em sua produção.

Gráfico 5: Influências realizadas pelo Sujeito 1 na língua escrita

Pode-se perceber que há uma maior quantidade de influência na L3 ES e a influência aparece em quase todas categorias da língua em produção, demonstrando a proximidade das línguas e sua alta probabilidade de influência de uma sobre outra (RINGBOM, 2007). A L2 ES apresenta um número menor de influência, ela ocorre apenas em duas categorias da língua, sendo um sinal que na escrita talvez não seja tão frequente as influências como aconteceram na OR, contudo mais adiante, após o resultado de outros sujeitos, poderemos ter uma visão mais ampla e segura, e confirmar ou não esta hipótese.

4.3.1.3 Sistema simplificado e específico das línguas do Sujeito 1:

A seguir pode-se ver um sistema (simplificado e específico para análise das

influências do Sujeito 1) de formação do passado e plural em inglês38, português brasileiro e espanhol (DOWNING AND LOCKE, 2006; RAE, 2010; BECHARA, 2009). Estes sistemas dão uma visão mais detalhadas das línguas e auxiliam no contraste e comparação das línguas para amostragem de procedências das influências encontradas nos textos do sujeito. Como já mencionado, os sistemas em conjunto com a ferramenta exo ajudam a identificar uma possível distância entre as línguas, assim como, onde e porque o sujeito mais realizou influência em uma ou outra língua.

Sistema simplificado de formação do passado (simple past) em inglês:

38 Não foi desenvolvido um sistema para as conjunções nas produções deste sujeito, pois não foi necessário

para que se comprendesse as análises que foram realizadas.

0 1 2 3 4 5 6

DE LÍNGUA NA LÍNGUA GRÁFICO GRAMATICAL LEXICAL INTERLÍNGUE

SUJEITO 1

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