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Sistemas de RA para Emergências

2.2 Realidade Aumentada

2.2.5 Sistemas de RA para Emergências

Em situações de emergência, é fulcral que os operacionais estejam cientes da máxima informação relevante possível, de uma forma rápida e fácil. A presente dissertação pre- tende integrar técnicas de visualização em dispositivos móveis, entre as quais a realidade

aumentada, numa aplicação para resposta em situações de emergência. Em seguida são descritos outros sistemas com fins semelhantes.

2.2.5.1 Treino de equipas de emergência através de interfaces móveis de RA

Na literatura encontra-se um trabalho realizado com o intuito de apoiar as equipas de res- posta a emergências, recorrendo a tecnologias que as preparam para enfrentar situações de desastre [Sebillo et al.2016].

Os autores propõem a adoção de interfaces móveis de realidade aumentada para apoiar as equipas de resposta a emergências. O sistema faculta uma solução integrada para dispositivos móveis que é composta por dois modos de visualização:

• o MapMode corresponde a uma vista de mapa bidimensional, onde caminhos e objetos geográficos de interesse são exibidos (Fig:2.11a).

• o LiveMode explora técnicas de realidade aumentada que permitem ao utilizador melhorar a sua perceção acerca da envolvente (Fig:2.11b).

O sistema proposto visa aumentar a eficácia dos treinos em atividades de preparação para crises, familiarizando-os com as tecnologias a ser adotadas em cenários reais. Para utilizar este sistema, são simulados cenários de desastre e equipas de resposta a emergên- cias constituídas por estagiários que são convidados a realizar algumas tarefas específicas, geralmente difíceis de desempenhar em situações de stress, comuns no mundo real.

Figura 2.11: MapMode (a); LiveMode (b) [Sebillo et al.2016]

2.2.5.2 Sistema de RA para a Resposta a Desastres de Terramoto

Johannes Leebmann, do Centro Colaborativo de Pesquisa 461 (CRC461) da Universidade de Karlsruhe, na Alemanha [Leebmann 2004], escreveu um artigo onde descreve um sistema de realidade aumentada desenvolvido como ferramenta para auxiliar na gestão de desastres. Este sistema representa informação relevante sobre um desastre, invisível aos olhos do utilizador e sobrepõe-na com a realidade, na mesma escala. A ideia é que o sistema esteja preparado para a partilha de conhecimentos entre membros de diferentes

áreas que têm de trabalhar em conjunto. A ferramenta pode ser usada em várias fases de uma catástrofe, tais como na simulação e preparação da população para catástrofes, em estudos de impacto, na resposta a um evento, ou na reabilitação e reconstrução de edifícios. Esta ferramenta é composta por dispositivos capazes de medir a sua posição e orientação, de processar a cena virtual e combiná-la com o mundo real, e por uma câmara capaz de capturar imagens do mundo real. A posição é calculada através de dois GPS diferenciais, um estacionário numa posição conhecida e outro móvel, de modo a aumentar a precisão da medição.

A exibição de imagens virtuais sobrepostas às imagens reais pode ser realizada de duas formas distintas: através de um computador portátil ou através de um dispositivo ótico (Fig:2.12). A orientação da câmara é determinada por sensores. Para além disso, o utilizador deve transportar consigo conectores, baterias e antena de GPS numa mochila. A figura2.13 descreve uma das situações em que o uso deste sistema é adequado, aquando da simulação da ocorrência de um terramoto. Nesta figura é possível observar uma mistura da imagem real observada, com dados obtidos anteriormente através de um scanner a laser do local, e de objetos virtuais. Os dados do scanner a laser são utilizados para calibrar o sistema, obtendo-se uma sobreposição de imagens reais e virtuais com maior qualidade. Deste modo, é possível simular uma catástrofe e os estragos que a mesma pode produzir de forma a treinar os operacionais para estas situações.

Figura 2.12: Formas de utilização de sistema deRApara resposta a desastres de terramoto [Leebmann2004]

Figura 2.13: Sobreposição da realidade com objetos virtuais em simulação de desastre de terramoto [Leebmann2004]

2.2.5.3 RA para Incêndios e Serviços de Emergência

O Instituto Nacional de Tecnologia/Departamento de TI, na Índia, propôs um sistema de realidade aumentada que pretende melhorar o acesso à informação, bem como a co- municação entre as diferentes equipas envolvidas num incêndio [Wani et al. 2013]. O sistema proposto baseia-se em três áreas de estudo da ciência da computação: trabalho cooperativo apoiado por computador, computação vestível e espaços ubíquos.

Na ocorrência de um desastre os meios destacados para atuar podem ter diferentes fun- ções. Enquanto alguns operacionais são destacados para recolher informações do terreno, outros constituem um posto de comando e controlo responsável por analisar a informa- ção recolhida e alocar recursos de forma conveniente. Os elementos que se encontram no centro de controlo podem, por exemplo, direcionar os operacionais para investiga- rem áreas particulares, marcando os locais num mapa 3D que pode ser visualizado pelos operacionais no terreno.

A realidade aumentada é uma ferramenta utilizada neste sistema para possibilitar a co- municação entre os vários agente envolvidos, mas sobretudo para auxiliar os operacionais que se encontram no terreno com informação visual. Um cenário exemplificativo prende- se com o facto da ocorrência de um incêndio num edifício dificultar frequentemente a recolha de informação visual nesse local. Através do auxílio da realidade aumentada, plantas do edifício podem ser carregadas no ambiente real, conferindo ao utilizador uma melhor perceção do local. Para além disso, os agentes presentes no terreno podem utilizar objetos de realidade aumentada para assinalar informações relevantes, acessíveis a todas as outras entidades envolvidas.

Após o termino da operação, os objetos de realidade aumentada criados são guardados e posteriormente utilizados para análise ao modo como a operação se desenrolou.