GESTAÇÃO
2.2.1 Diagnósticos de enfermagem segundo a NANDA (2010) e prescrições de enfermagem utilizando-se o eixo ação da CIPE - versão 1.0 (2007)
2.2.1.1 Em caso de Placenta Prévia
Risco de volume de líquidos deficiente, relacionado a possibilidade
de sangramento;
Volume de líquidos deficiente, evidenciado por FC aumentada, diminuição do volume do pulso (filiforme), PA diminuída, diminuição de débito urinário, relacionado à hemorragia;
Risco de crescimento desproporcional do feto relacionado a prematuridade.
Ansiedade, evidenciada por manifestação de apreensão, nervosismo, preocupação, relacionada a ameaça ou mudança no estado de saude.
Prescrição de Enfermagem
A prescrição de enfermagem deve ser orientada a cada caso, dependendo da gravidade da situação.Independente se na assistência domiciliar ou hospitalar – monitorar:
○ Volume sanguíneo perdido;
○ Nível de dor e contratilidade uterina; ○ Resultados de exames laboratoriais.
● Para avaliar a perda sanguínea: Realizar contagem de absorventes de modo contínuo, comunicando ao médico responsável quaisquer alterações relacionadas ao volume e frequência de perda sanguínea;
● Verificar FR, FC, PA de 4/4h ou em menor intervalo conforme a gravidade do caso;
● Observar alterações na coloração da pele de 4/4h ou em menor intervalo conforme a gravidade do caso;
● mensurar e registrar volume urinário de 4/4h ou conforme necessidade; ● Manter próximo do leito o material de emergência;
● verificar a FCF de 15 em 15 minutos ou e acordo com a gravidade do caso;
● Instalar acesso venoso em veia calibrosa;
● Instruir a gestante a permanecer em repouso absoluto no leito;
● Avaliar o entendimento da cliente sobre a patologia e suas implicações; ● Fornecer informações à gestante sobre seu problema e tratamento; ● Promover conforto e segurança;
● Instruir a gestante para realizar o mobilograma;
● Observar capacidade de enfrentamento da gestante quanto às restrições impostas pelo tratamento;
● Estimular dieta balanceada e nutritiva;
● Administrar imunoglobulina anti-Rh se gestante Rh negativo; ● Preparar cliente para cesárea quando necessário;
● Informar a cliente com relação ao risco do distúrbio ocorrer novamente.
2.2.1.2 Em caso de Descolamento Prematuro de Placenta
Risco de volume de líquidos deficiente, relacionado a perda
sanguínea;
Volume de líquidos deficiente, evidenciado por FC aumentada, diminuição do volume do pulso (filiforme), PA diminuída, diminuição de débito urinário, relacionado à hemorragia, seja ela oculta ou não;
Risco de crescimento desproporcional do feto relacionado a prematuridade ou areas de placenta necrosada;
Ansiedade, evidenciada por manifestação de apreensão, nervosismo,
preocupação, relacionada a ameaça ou mudança no estado de saude.
Prescrição de Enfermagem
● Avaliara presença de fatores de risco para o DPP;
● Observar vitalidade fetal: BCF de 15 em 15 minutos, ou de acordo com o grau de complexidade;
● Verificar FR, FC, PA de 1/1h ou em menor intervalo conforme a gravidade do caso;
● Puncionar veia calibrosa; ● Realizar sondagem vesical; ● Realizar balanço hídrico;
● Observar e anotar o tipo de dor, localização e intensidade; ● Avaliar o tônus e dinâmica uterina;
● Observar sinais sugestivos de choque hipovolêmico e relata-los imediatamente;
● Observar sangramento vaginal a cada 30min e registrar; ● Mensurar altura uterina a cada 30m minutos e registrar;
● Observar sinais de sofrimento fetal: auscultando BCFs a cada 30 minutos e avaliando a movimentação fetal;
● Observar presença de sinais de CID: gengivas hemorrágicas, petéquias, etc; ● Promover apoio emocional à cliente e família;
● Explicar os procedimentos que serão realizados;
● Preparar a cliente e família para uma possível intervenção cirúrgica; ● Auxiliar a família a lidar com a perda fetal ou com o RN na UTI neonatal.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rossana Maria; ALENCAR JÚNIOR, Carlos Augusto. Sangramento do terceiro trimestre. In: FEITOSA, Francisco Edson de Lucena. Manual de condutas clínica obstétrica. Universidade Federal do Ceará. 2004. Disponível em <
http://www.meac.ufc.br/obstetricia/manual_meac/Sangramento%20do%20Terceiro%20Trime stre.pdf> Acesso em mai 2010.
ANDRADE, Jurandyr Moreira de. Mola hidatiforme e doença trofoblástica gestacional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31(2):94-101
BANGSGAARD, N. et al. Improved fertility following conservative surgical treatment of ectopic pregnancy. BJOG. 2003;110(8):765-70.
BAZOTTI, Kellen Daiane Valandro; STUMM, Eniva Miladi Fernandes; KIRCHNER, Rosane Maria. Ser cuidada por profissionais da saúde: percepções e sentimentos de mulheres que sofreram abortamento. Texto contexto - enferm. [online]. 2009, vol.18, n.1, pp. 147-154. Disponíve em <http://www.scielo.br/pdf/tce/v18n1/v18n1a18.pdf> Acesso em abr 2010. BERKOWITZ, Ross S.; GOLDSTEIN, Donald P. M.D. Molar Pregnancy. N Engl J Med 360;16 . April16, 2009
BIGOLIN, Sergio et al. Gravidez ovariana íntegra: tratamento cirúrgico videolaparoscópico. Rev. Col. Bras. Cir. Vol. 34 - Nº 2, Mar. / Abr.. 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada: manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005 BUZZO, Maíra Costa et al. Levantamento do perfil das gestantes de alto risco atendidas em uma maternidade de um hospital geral na cidade de Taubaté-SP. Janus, lorena, v. 4, n. 5, p. jan./jun., 2007. 102p.
CASHION, K. Gestação de Risco: Condições Gestacionais. In: LOWDERMILK, D. L.; PERRY, S. E.; BOBAK, I.M. O cuidado em enfermagem materna. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002, p.648-98
CARDOSO, Conceição. HEMORRAGIAS NA 1ª METADE DA GRAVIDEZ. AULA 11 – 12.OUT.2007. Disponível em
II/Ginecologia/Aulas/Aula%2011%20-
%20Hemorragias%201%20Metade%20da%20Gravidez.pdf> Acesso em abr 2010.
CIPE Versao 1: Classificação Internacional para a prática de enfermagem. Trad. Heimar de Fatima Marin. Sao Paulo: Algol, 2008.
CUELLAR, Karla Ingrid Pinto. O princípio constitucional da dignidade humana, princípio da proporcionalidade e o aborto. Disponível em <
http://sisnet.aduaneiras.com.br/lex/artigos/pdf/aborto.pdf> Acesso em abr 2010.
ELITO JUNIOR, Julio et al. Predictive score for the systemic treatment of unruptured ectopic pregnancy with a single dose of methotrexate. Int J Gynaecol Obstet. 1999;67(2):75-9. ELITO JUNIOR, Julio; MONTENEGRO, Nuno Aires Mota de Mendonça; SOARES, Roberto da Costa and CAMANO, Luiz. Gravidez ectópica não rota: diagnóstico e tratamento. Situação atual. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2008, vol.30, n.3, pp. 149-159. FERNANDES, Arlete Maria dos Santos et al. Prevalência de gestação ectópica de tratamento cirúrgico em hospital público de 1995-2000. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2004, vol.50, n.4, pp. 413-416.
GOUVEIA, Helga Geremias and LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnósticos de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Rev. Latino- Am. Enfermagem [online]. 2004, vol.12, n.2, pp. 175-182. Disponível em
<<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 11692004000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em abr 2010.
IPAS. Magnitude do Aborto no Brasil: uma análise dos resultados de pesquisa. Disponível em < http://www.ccr.org.br/uploads/eventos/mag_aborto.pdf> Acesso em abr de 2010.
IPERBA - INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA. Descolamento prematuro da placenta normalmente inserida. 2004. Disponível em <
http://www.saude.ba.gov.br/iperba/admin/db/userfiles/file/Protocolo-OBS-002- DPP%20Corrigido(1).pdf> Acesso em mai 2010.
MENEGOCI, José Carlos et al. Condutas nas urgências em ginecologia - parte 4 - urgências relacionadas à prenhez inicial. Rev.Fac.Ciênc.Méd. Sorocaba, v.9,n.4,p. 26-30, 2007.
ELITO JUNIOR, Julio; MONTENEGRO, Nuno Aires Mota de Mendonça; SOARES, Roberto da Costa and CAMANO, Luiz. Gravidez ectópica não rota: diagnóstico e tratamento. Situação atual. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2008, vol.30, n.3, pp. 149-159.
KNUPPEL, R.A.; HATANGADI, S.B. Acute hypertension related to haemorrhage in obstetric patients. Obs Gynecol Clinic North Am 1995;22:111-29.
MAESTA, Izildinha et al. Características das Curvas de Regressão da Gonadotrofina
Coriônica Pós-mola Hidatiforme Completa. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2000, vol.22, n.6, pp. 373-380. ISSN 0100-7203.
MENEGOCI, José Carlos et al. Condutas nas urgências em ginecologia - parte 4 - urgências relacionadas à prenhez inicial. Rev.Fac.Ciênc.Méd. Sorocaba, v.9,n.4,p. 26-30, 2007
MESQUITA, Maria Rita de Souza; SASS, Nelson; STAVALLE, João Norberto and
CAMANO, Luiz. O leito placentário no descolamento prematuro da placenta. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2003, vol.25, n.8, pp. 585-591. ISSN 0100-7203.
NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definicoes e classificacao 2009-2011/ North American Nursing Diagnosis Association. Porto Alegre: Artmed. 2010
OLIVEIRA, Cristiane Alves de; MONTEIRO, Viviane Nascimento Pereira; LOPES, Laudelino Marques. Prenhez Ectópica. Disponível em <
http://www.cpdt.com.br/sys/interna.asp?id_secao=3&id_noticia=482> Acesso em abr de 2010.
OYELESE, Yinka; SMULIAN, John C. Placenta Previa, Placenta Accreta, and Vasa Previa. Obstetrics & Gynecology: v.107, n.4, 2006. p 927-941. Disponível em <
http://journals.lww.com/greenjournal/Abstract/2006/04000/Placenta_Previa,_Placenta_Accret a,_and_Vasa_Previa.29.aspx> Acesso em mai 2010.
RICCI, S.S. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, p.448-454
SCHOR, Néia; ALVARENGA, Augusta T. de. O aborto: um resgate histórico e outros dados. Disponível em < http://www.abmp.org.br/textos/489.htm> Acesso em abr 2010.
SOUZA, E; CAMANO, L. Descolamento prematuro da placenta. Rev. Assoc. Med. Bras.,São Paulo, v. 52,n. 3, 2006. p. 133-135 Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 42302006000300008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em mai 2010.
SOUZA, Ana Carolina Batista de et al. Descolamento prematuro da placenta: "abruptio placentae”. J. bras. med; v.92, n.1/2, 2007. pp.52-54.
SOUZA, E; CAMANO, L. Descolamento prematuro da placenta. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 52, n. 3, June 2006. pp. 133-135.
SOUZA FILHO, Gelson Amaro de; AMARAL, Sérgio Tibiriçá. Aborto e eutanásia: temas polêmicos no ordenamento jurídico brasileiro. Disponível em
<http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1706/1629> Acesso em abr 2010.
TIEZZI, Daniel Guimarães et al. Fatores de risco para doença trofoblástica gestacional persistente. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2005, vol.27, n.6, pp. 331-339. ISSN 0100-7203.
TORLONI, Maria Regina; MORON, Antonio Fernandes; CAMANO, Luiz. Placenta Prévia: Fatores de risco para o Acretismo. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 23, n. 7, 2001, p. 417-422. Disponível em <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 72032001000700002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em mai 2010.
USTA, Ihab M. et al. Placenta previa-accreta: Risk factors and complications. American Journal of Obstetrics & Gynecology. v.193, n.3, Supplement, 2005. p.1045-49. Disponível em < http://www.ajog.org/article/S0002-9378(05)00881-1/abstract> Acesso em mai 2010. VASCONCELOS, Rodney Paiva; MEDEIROS, Francisco das Chagas. Gravidez Ectópica. In: FEITOSA, Francisco Edson de Lucena. Manual de condutas clínica obstétrica.
Universidade Federal do Ceará. 2004. Disponível em
<http://sl09.meac.ufc.br/obstetricia/manual_meac/GRAVIDEZ_ECTOPICA-socego.pdf> Acesso em mai 2010.
YAMAGUCHI, Eduardo Tsuyoshi et al . Drogas de abuso e gravidez. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, 2010. pp. 44-47.
WATANABE, Luiz Carlos et al. Achados Ultra-Sonográficos em Pacientes com Ameaça de Abortamento no Primeiro Trimestre da Gestação. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2000, vol.22, n.5, pp. 275-279. ISSN 0100-7203.
ZUGAIB, M. Descolamento prematuro de placenta. In: Zugaib M, editor. Obstetrícia. 1ª ed. Barueri: Manole; 2008.p.713-24.