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Capítulo 3 – O Webjornalismo nativo como complemento dos principais órgãos de

3.1. Site “Bancada”

O dia 14 de junho ficou marcado pelo lançamento do site “Bancada”. Com coordenação do jornalista António Tadeia e da Clever Advertising, o “Bancada” assume-se como novo jornal online especializado em futebol. À plataforma online “Sapo”, António Tadeia, diretor do novo meio, apontou algumas caraterísticas que podem lá ser encontradas.

Queremos fazer um site de jornalismo sobre futebol, algo que responda à necessidade que encontrámos no público de um espaço plural, de informação desportiva que se coloque rigorosamente ao meio do espetro clubístico. Algo que reconcilie o público do futebol com o jornalismo. Daí o nosso mote: futebol de verdade39 (Tadeia, 2017)

Com uma equipa a rondar os 10 jornalistas, juntam-se-lhes cronistas bem conhecidos do público português: Carlos Daniel, Manuel Fernandes Silva e Luís Catarino. O trio que já foi aumentado, entretanto, com as entradas de Régis Dupont, jornalista do diário francês L’Equipe, Pippo Russo, jornalista italiano, Santiago Segurola, jornalista espanhol, e de João Vasco Nunes. Estes nomes garantem uma diversidade de opiniões, num órgão de comunicação que se assume como isento de cor clubística.

O facto de ser um projeto recente pode e deve apresentar conteúdos inovadores, relativamente ao que oferecem os restantes sites desportivos em Portugal. É com esse pensamento que a equipa se apresenta na página inicial do bancada.pt. “Gostamos de futebol e cremos no jornalismo. Acreditamos que os dois juntos têm um longo caminho a percorrer e queremos levá-lo por essa estrada. Venha daí!”

3.2. – O profissionalismo do webjornalismo nativo desportivo

(análise quantitativa)

Para uma comparação completa e eficaz entre o site “Bancada” e os restantes órgãos de comunicação desportivos, é necessário selecionar alguns critérios que permitam identificar o profissionalismo no webjornalismo nativo. No seu estatuto editorial o “Bancada” expõe algumas linhas de orientação, onde se refere que acredita num “jornalismo desportivo feito com base nos factos e que os separa dos rumores” e em conteúdos assentes na notícia, na reportagem e na análise.

Somos imparciais e isentos, ainda que naturalmente nos rejamos pelas regras que fazem a notícia num mercado de comunicação de massas. (…) Apostaremos em conteúdos próprios, saídos da

39 Ver notícia completa no anexo nº 2.a.

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nossa inquietação, do nosso labor jornalístico. (…) Manter-nos-emos sempre focados em dois conceitos: especialização e especificidade40

Um texto que evidencia vários traços que requerem profissionalismo, no entanto é necessário analisar os conteúdos do site para perceber até que ponto as palavras passam a ser ações concretas. Assim sendo, selecionei critérios que possam definir o profissionalismo, dividindo o ser profissional em três saberes: o saber de reconhecimento, o saber de procedimento e o saber de narração. Em cada um dos saberes vou dar alguns exemplos qualitativos retirados do site “Bancada” para apurar o profissionalismo do webjornalismo nativo desportivo.

O saber de reconhecimento incorpora dois critérios que pretendem demonstrar se o webjornalismo não nativo desportivo, nomeadamente o “Bancada”, é capaz de apresentar exclusivos credíveis e se publica novos ângulos sobre notícias que outros jornais desportivos também publicaram.

3.2.1. – Notícias originais e exclusivas

Olhando para o design gráfico, o site apresente desde logo cinco notícias em destaque que automaticamente passam em scroll no ecrã. No dia 10 de julho de 2017, a notícia “Quando o campeonato passa para as redes sociais” é uma das cinco que estão no topo do site. Um conteúdo original e exclusivo de Luís Santos Castelo que procura perceber de que forma o futebol ganha destaque nas redes sociais. Uma notícia com fontes variadas, entre as quais dois autores de páginas de Facebook afetas a Sporting CP e SL Benfica.

(Figura 8. – Notícia “Bancada”: Quando o campeonato passa para as redes sociais)

40 Ver estatuto editorial no anexo nº 2. b.

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Durante o texto, é possível verificar algumas evidências quanto à exclusividade e originalidade da notícia, com expressões como “disse ao Bancada” ou “o Bancada falou com”. Para além das duas fontes de informação, ligadas ao Sporting CP e SL Benfica, o autor fez questão de mencionar a tentativa de contacto com alguém ligado às páginas afetas ao FC Porto, mostrando imparcialidade quanto ao assunto.

O Bancada contactou ainda as páginas Baluarte Dragão, +FCPorto, SUPER PORTO e O Tribunal do Dragão, afetas ao FC Porto, mas não conseguiu obter resposta (Castelo, 2017)41

3.2.2. – Ângulos e pontos de vista inovadores sobre tema tratado por outros

órgãos de comunicação

Num mundo cada vez mais tecnológico e com informação ao segundo na “palma da mão”, é importante que, para além de informar, o webjornalismo nativo desportivo comece a inovar. Utilizar informação veiculada pelos principais órgãos de comunicação e dar-lhe um novo uso, com novas matérias e que se distinga dos outros pela sua versatilidade. Dessa forma, apresento três notícias publicadas pelo “Record”, “A Bola” e “O Jogo” – três principais jornais desportivos portugueses – que também foram abordadas pelo site “Bancada”.

A primeira notícia pertence ao jornal “Record”. No dia 8 de julho, os alarmes soaram no treino do Benfica com a lesão do capitão Luisão. O jornal que vende mais em Portugal escolheu o título “Luisão tem Suiça em risco”42 para dar conta da gravidade da lesão.

(figura 9. – Notícia “Record”: Luisão tem Suiça em risco)

41 Ver notícia completa no anexo nº 2.c.

42 Ver notícia em: http://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/benfica/detalhe/luisao- tem-suica-em-risco.html

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Para contextualizar a informação no seu site, o “Record” fez alusão aos problemas físicos recorrentes que o central brasileiro sofreu na última época, olhando também para a idade avançada do jogador para jogar na elite do futebol.

No “Bancada”, o assunto foi abordado no mesmo dia, com uma curta notícia onde o meio de comunicação informa que Luisão abandonou o treino de sábado mais cedo devido a uma lesão. No dia seguinte, 9 de julho, o jornalista João Vasco Nunes publica uma notícia43 onde aprofunda mais o assunto, recorrendo a Cláudio, ex-jogador de futebol, que terminou a carreira no ano passado com 39 anos.

(figura 10. – Notícia “Bancada”: Luisão na rota da longevidade italiana com o “profissionalismo como segredo”)

Durante a notícia Cláudio dá uma nova abordagem ao tema, com o “Bancada” a concluir que “o capitão do Benfica está à beira de ser o central mais velho a jogar na Liga este século e o físico” não será problema.

43 Ver notícia em: https://bancada.pt/futebol/portugal/luisao-na-rota-da-longevidade-italiana-com-o- profissionalismo-como-segredo

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Para além do testemunho do ex-jogador do Gil Vicente, o jornalista analisa casos de ex-jogadores internacionais (italianos) para explicar que no centro da defesa a idade pouco importa.

Uma matéria em que o site nativo desportivo optou por pegar na notícia original, nomeadamente a lesão do Luisão, para abordar uma questão comum e de interesse para o leitor com fontes de informação credíveis. Um ângulo diferente e que permite perceber melhor como funciona o rendimento dos jogadores mais velhos.

Quanto ao jornal “A Bola”, este é um dos sites com mais acessos na Internet, entre os órgãos de comunicação, sobretudo por leitores que vivem no estrangeiro. Os emigrantes dão preferência ao site de um jornal que em Portugal é o segundo que mais vende entre os meios desportivos. No dia 7 de julho de 2017, “A Bola” publicou no seu site que Paulo Lopes, guarda- redes do SL Benfica, passaria a ser coordenador já na época 2017/18, terminando a sua carreira no futebol. Uma notícia44 que não contém qualquer fonte de informação e que refere que o clube da Luz já comunicou a Paulo Lopes a decisão de afastar o jogador do plantel. Para dar consistência à publicação, o jornal explica que o SL Benfica já contratou Bruno Varela e está próximo de adicionar André Moreira45 ao leque de opções para defender a baliza, juntando-se- lhes Júlio César. Paulo Lopes seria assim a quarta opção, algo que não seria viável para o clube.

(Figura 11. – Notícia “A Bola”: Paulo Lopes para coordenador)

44 Ver notícia em: https://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=681378 45 André Moreira acabou por rumar ao SC Braga.

Ver notícia em: http://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/braga/noticias/interior/confirmado-andre- moreira-e-reforco-do-braga-8632514.html

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No “Bancada”, o meio de comunicação deu a mesma notícia46 do jornal “A Bola” com três dias de antecedência – 4 de julho de 2017 – citando o jornal “Record”. Neste caso, o “Bancada” dá uma nova abordagem ao tema no dia 8 de julho, através de João Vasco Nunes.

Tendo em mãos as suposições sobre o guarda-redes do Benfica, o jornalista aceitou a hipótese de Paulo Lopes terminar a carreira e foi à procura de outros casos de jogadores que também passaram a dirigentes nos clubes. Desde Hugo Viana a Nuno Gomes, o “Bancada” aproveitou as características que a Internet oferece ao webjornalismo para acrescentar novos ângulos a um tema que já tinha sido desenvolvido.

(Figura 12. – Notícia “Bancada”: Onze jogadores que passaram a dirigentes após o final da carreira em Portugal)

Ao todo, a notícia refere 11 situações idênticas ao que se pode passar com Paulo Lopes, elucidando os leitores sobre o futuro do guardião na estrutura do SL Benfica. Analisando esta situação em concreto, destaco a antecipação de três dias do site nativo desportivo, mas sobretudo a nova visão que foi apresentada sobre um assunto que tinha tudo para morrer ali.

46 Ver notícia em: https://bancada.pt/futebol/portugal/onze-jogadores-que-passaram-a-dirigentes- apos-o-final-da-carreira-em-portugal?page=1

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Apesar de não ser uma notícia oficial, o “Bancada” decidiu aprofundar o contexto e procurou casos semelhantes, demonstrando que tal situação é bastante regular no futebol português.

Quanto ao jornal “O Jogo”, a notícia em análise é do dia 10 de julho. Na altura, o Sporting CP anunciou a lista de numeração das camisolas para a época 2017/18. O jornal publicou no seu site uma notícia47 com o título “Alan ganha a camisola 10 a Bryan Ruiz”, que ao longo do conteúdo inclui a informação de que Bryan Ruiz pode estar de saída do clube de Lisboa, daí Alan Ruiz ficar com a camisola 10. Ainda na publicação, o leitor fica a saber que outros quatro jogadores também não receberam numeração – Schelotto, Adrien, William e Rui Patrício – sendo que a publicação termina com a listagem completa dos números para a próxima época.

(Figura 13. – Notícia “O Jogo”: Alan ganha a camisola 10 a Bryan Ruiz)

No mesmo dia, o site “Bancada” publica uma notícia sobre a mesma matéria com o título “Alan Ruiz fica com o número 10 de Bryan Ruiz”48. Segundo a plataforma online, aquela era a principal novidade da lista divulgada pelo Sporting, adiantando que no contrato de Alan Ruiz o mesmo tem de jogar com a camisola 10, informação citada ao jornal Record. É no dia seguinte, 11 de julho, que o Bancada se destaca do jornal “O Jogo”, ao produzir conteúdos adicionais ao mesmo tema. O jornalista Eduardo Botelho começa por fazer alusão à notícia do

47 Ver notícia em: http://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/sporting/noticias/interior/sporting-divulga- numeracao-e-empura-bryan-para-a-porta-de-saida-8626995.html

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dia anterior para contextualizar o tema, com um link direto à publicação do dia 10 numa das frases da notícia. Feita a contextualização, Eduardo Botelho faz um apanhado49 dos últimos 11 jogadores que jogaram pelo Sporting com o número 10 no dorsal das respetivas camisolas. Algumas estatísticas conjugadas com uma passagem mais ou menos feliz por Alvalade dá ao leitor informação útil sobre o tema. Desde Bryan Ruiz, o último, a Carlos Xavier, o leitor tem acesso a nova informação, dado o ângulo escolhido pelo jornalista.

(Figura 14. – Notícia “Bancada”: Os onze antecessores de Alan Ruiz com o número 10 no Sporting)

Como segundo critério para analisar o profissionalismo do webjornalismo nativo desportivo temos o saber de procedimento. Aqui vamos analisar a capacidade do meio de comunicação, neste caso o “Bancada”, para saber confirmar uma notícia – diversidade de fontes – e a sua competência para fundamentar um conteúdo através da recolha de dados. Um critério que engloba cinco tópicos: dados e estatísticas; variedade e amplitude de fontes credíveis; identificação das fontes ao invés das famosas “fontes do clube” ou “fontes bem informadas”; ausência de especulação nos títulos e novos dados.

49 Ver notícia em: https://bancada.pt/futebol/portugal/os-onze-antecessores-de-alan-ruiz-com-o- numero-10-no-sporting

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3.2.3. – Dados e estatísticas

Neste tópico, abordo conteúdos que o site “Bancada” desenvolve com dados e estatísticas que deixem o leitor mais informado relativamente a um determinado assunto. Após uma pesquisa pelo separador “Portugal”, do site, encontrei uma publicação sobre o número de golos das duplas do FC Porto. O facto de o clube da cidade Invicta estar centrado no 4-4-2 para a próxima época fez com que o jornalista João Pedro Cordeiro aborda-se o tema e fosse ao baú procurar os golos das últimas duplas ofensivas do FC Porto.

Em 2017/18 o FC Porto prepara-se para surgir na temporada em 4-4-2, um esquema tático que tem valido o título nacional ao Benfica nas últimas quatro temporadas. O FC Porto faz assim regressar ao Dragão uma espécie de arte perdida recuperada nos últimos anos, não só em Portugal, mas a nível global: a das duplas de avançados. Se em 2017/18 Soares/Aboubakar voltarem a valer 40 golos, pelo menos, então, a dupla da equipa de Sérgio Conceição colocar-se-á perto dos registos goleadores de algumas das melhores duplas ofensivas do clube nas últimas décadas. Depois de duplas históricas como Derlei/McCarthy (43 golos em 03/04), Derlei/Postiga (39 golos em 02/03), Jardel/Edmilson (51 golos 96/97), Domingos/Edmilson (45 golos em 95/96), Kostadinov/Domingos (durante várias épocas no início dos anos 90), Fernando Gomes/Walsh (68 golos em 82/83) ou Fernando Gomes/Duda (33 golos em 77/78, ano que, porventura, estabeleceu um novo paradigma no futebol português), os adeptos do FC Porto poderão assim voltar a ver em campo o regresso de um clássico do futebol e que, para muitos, é um dos pormenores mais apaixonantes do jogo: as duplas de avançados, pois claro50 (Cordeiro, 2017)

O jornalista centrou-se nas últimas épocas de Soares e de Aboubakar, prováveis titulares na frente de ataque do FC Porto, para mostrar que os mesmos têm melhorado nos seus números individuais e, caso repitam os números do ano passado, podem ser uma das duplas com mais golos com a camisola azul e branca já esta época. Estes dados permitem tirar ideias e ilações, sendo complementados com as estatísticas das últimas 10 duplas de ataque do clube. A notícia permite tirar a seguinte conclusão: caso a dupla Aboubakar/Soares faça os 40 golos que ambos, individualmente, conseguiram em 2015/16, o FC Porto pode muito bem sonhar com o regresso aos títulos.

50 Ver notícia completa no anexo nº 3.a.

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(Figura 15. – Notícia “Bancada”: Aboubakar e Soares, uma dupla para superar a história recente do FC Porto)

Ainda no tópico dados e estatísticas, analiso uma publicação de Gomes Ferreira. Pegando na possível dupla de centrais do SL Benfica para a nova época, o jornalista analisou51 que influência pode ter a experiência de Luisão e Jardel, comparativamente com outras Ligas Europeias. Um apanhado da média de idades dos campeões nos outros campeonatos que concluiu que o clube português pode imitar o sucesso da Juventus que também foi campeã com uma defesa “velha” - média de idades superior aos 30 anos.

O “Bancada” apresenta uma tabela com dados dos cincos campeões nos países mais importantes da Europa. Em todas elas, a média de idade dos centrais é superior à restante equipa, sendo que esta experiência e sabedoria que permite ganhar títulos é aprofundada durante a notícia por Paulo Madeira. Um ex-jogador que também foi central na Luz e fomentou a ideia de uma equipa campeã tendo como base a veterana dupla Luisão e Jardel.

51 Ver notícia em: https://bancada.pt/futebol/portugal/media-de-idade-da-dupla-luisao-jardel-33-anos- na-linha-do-sucesso-da-juventus

55 (Tabela 2. – Retirada do “Bancada”: Campeões em 2016/17)

3.2.4. – Variedade e amplitude de fontes credíveis

Publicar notícias verídicas e com uma boa amplitude de fontes é um dos primeiros passos para dar credibilidade ao órgão de comunicação. Existe quem o faça e quem não o faça. Neste caso, o “Bancada” coloca-se na primeira situação. Ao longo do site pude encontrar várias notícias com uma boa variedade de fontes, mas vou analisar duas notícias que se enquadram na perfeição ao tópico em questão. A primeira é de Sérgio Cavaleiro, do dia 7 de julho. O jornalista pegou nas declarações de Filipe Augusto e foi confirmar a veracidade das palavras do brasileiro. Contextualizando o assunto, no dia anterior à publicação, o jogador do Benfica disse52, perante algumas perguntas dos adeptos na Internet, que naquele clube, e passo a citar, “não há titulares”.

Desta forma, Sérgio Cavaleiro53 foi à procura de fontes que pudessem corroborar ou desmentir a citação proferida por Filipe Augusto. Uma notícia com declarações de antigos jogadores do Benfica, entre os quais, António Simões, Rui Águas e João Alves. Todos eles figuras consagradas do clube que deram uma opinião unânime:

Ouça, eu quando cheguei ao Benfica com 21 anos estavam lá o Jaime Graça e o Mário Coluna, dois “monstros”. Eu não podia dizer que eles não eram os titulares, porque eram (Toni)

Há jogadores mais titulares do que outros porque há jogadores que são melhores do que outros (António Simões)

52 Ver notícia completa no anexo nº 3.b. 53 Ver notícia completa no anexo nº 3.c.

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Veja bem, eu fui sempre titular, acho que falhei dois jogos na minha carreira. Como é que acha que eu me sentia. Um titular obviamente. Os jogadores sabem disso. E é no Benfica e em todo lado (João Alves)

Há diferentes alturas nas carreiras dos jogadores. Quando cheguei ao Benfica também tive que me impor e houve sempre aqueles momentos de incerteza, se se joga se não se joga. Que depois mais tarde deixei de sentir. Mas ao mesmo tempo, o sentimento que se vive de maior ou menor incerteza está sempre relacionado com o treinador, com a pessoa que lidera (Rui Águas)

É certo que são jogadores de épocas diferentes do que é o futebol atualmente, mas a concordância de opiniões evidência a experiência que todos têm depois de terem sido jogadores no Benfica. Toni, João Alves e Rui Águas ainda acrescentam o facto de serem treinadores. Fontes credíveis e diversificadas que deram à notícia um sentido verídico, algo que o webjornalismo necessita urgentemente para ganhar o respeito e a fidelidade dos leitores.

A segunda notícia remete para o período do Verão futebolístico. A pré-época dos clubes desenrola-se durante os meses de julho e agosto. Esta altura serve para recuperar os índices físicos dos jogadores e planear taticamente uma equipa, que em muitos casos, tem muitos jogadores novos. Há rotinas para trabalhar através de estágios e muitos jogos de pré-época, mas nem sempre foi assim. É neste contexto que o Sérgio Cavaleiro faz uma publicação54 para perceber até que ponto esta carga de jogos quase consecutivos é benéfica para os jogadores. O jornalista recorre a alguns especialistas de fisiologia, como o doutor José Soares55, o professor Luís Campos56 e Rifa57, para explicar as mudanças que existiram nos últimos tempos, tais como, a substituição das correrias nos montes por treinos mais organizados em que o trabalho multifacetado é rei.

54 Ver notícia em: https://bancada.pt/futebol/prolongamento/os-jogos-de-pre-epoca-tomaram-o-lugar- das-corridas-nos-montes-de-antigamente

55 Doutorado em Fisiologia do Exercício e antigo fisiologista do Boavista e da Seleção Nacional de Futebol

56 Conselheiro da equipa francesa do Lille OSC

57 (Figura 16. – Notícia “Bancada”: Os jogos de pré-época tomaram o lugar

das corridas nos montes de antigamente)

3.2.5. – Identificação de fontes em vez das famosas “fontes do clube”

O hábito dos meios de comunicação impingirem aos leitores notícias sem fontes ou com as famosas “fontes próximas dos clubes” sem identificação, levou o jornalismo a um patamar de dúvida e incógnita. Quem garante ao leitor que aquilo não é uma farsa comprada? Ou, apenas conteúdos para vender?

Na grande maioria dos casos, a informação é totalmente falsa, sendo importante que qualquer órgão de comunicação social que queira ser respeitado se afaste dessas técnicas que