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SITUAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PMGIRS (2014) EM RELAÇÃO ÀS

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.3 SITUAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PMGIRS (2014) EM RELAÇÃO ÀS

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS REALIZADAS NA CIDADE

Atualmente, de acordo com os dados fornecidos pela SESUMA (2016), o serviço de coleta domiciliar é realizado em cerca de 98% dos domicílios do município, alcançando a área urbana, a zona rural e os distritos, inclusive o distrito de Santa Terezinha. Esse percentual demonstra a ampliação da cobertura da coleta de RSD, a qual era de 95% em 2014. O PMGIRS-CG estabelece, no programa de universalização da coleta, a meta de cobertura do serviço de coleta domiciliar em 98% dos domicílios entre os anos de 2017 e 2018, porém essa meta foi atendida antes do prazo, obtendo esse percentual já no ano de 2016. Todavia, ações devem ser realizadas para alcançar a totalidade dos domicílios atendidos pelo serviço, cumprindo-se o prazo de até o ano de 2020, conforme o Plano estipula.

Com relação aos programas de coleta seletiva, a Prefeitura Municipal de Campina Grande, por meio da SESUMA, e em parceria com técnicos da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba, com o Centro de Ação Cultural (CENTRAC), a Rede Lixo e Cidadania, e com representantes de associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, está elaborando um projeto para implantação do programa de coleta seletiva porta a porta de resíduos sólidos secos, incluindo-se a realização de campanhas e programas para incentivar população, indústrias e empresas a reduzirem a geração de resíduos sólidos. Alinhado a isso, foi solicitado parecer jurídico com encaminhamento de proposta para firmação de convênio junto às associações e cooperativas de catadores, pelo qual estes catadores serão remunerados pelos serviços prestados ao município, visto o seu papel em retirar resíduos recicláveis das vias e logradouros públicos.

A PMCG vem realizando outras ações de parceria e incentivo para os trabalhos desenvolvidos pelas cooperativas e associações existentes no município - Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis (COTRAMARE); Catamais; Associação de Recicladores Nossa Senhora Aparecida (ARENSA); e Centro de Artes em Vidro (CAVI) - a exemplo das emissões de licenças ambientais dos galpões/sedes, deixando-as isentos da taxa de licenciamento, além de pagar o valor do aluguel desses galpões/sedes para a CONTRAMARE e ARENSA.

É realizado apoio através da disponibilização de transporte tipo caminhão e motoristas, cobrindo os custos com combustível, para coleta dos resíduos recicláveis. Esta ação possibilitou aos catadores o aumento de volume coletado, assim como, a melhoria nas suas condições de trabalho, visto que o trabalho era realizado com carrinhos de mão, cuja capacidade de transporte é muito pequena e requer maior esforço dos catadores para manuseá- lo. A PMCG está analisando a viabilidade jurídica para firmação de contrato das cooperativas e associações, constituídas em sua maioria por pessoas físicas de baixa renda, para auxiliar nos Serviços de Limpeza Urbana. Ainda, conforme descrito no PMGIRS-CG, a PMCG incluiu a condição de destinação obrigatóriados resíduos sólidos recicláveis originados nas as empresas que estão em processo de Licenciamento Ambiental, para as cooperativas ou associações de catadores.

Além dessas ações, foi implantado no ano de 2016 o projeto Recicla São João, o qual foi responsável pelo beneficiamento de 44 catadores e pela destinação adequada de 16 toneladas de resíduos sólidos recicláveis. Essas atividades serão responsáveis por tornar o programa de coleta seletiva porta a porta de resíduos recicláveis operacionalmente viável e com destinação final definida, demonstrando a realização de ações que colaborarão com este

projeto, apesar de não estar em consonância com o prazo estabelecido, para o curto prazo, do PMGIRS-CG, que determinou até final de 2016 a implantação deste tipo de coleta em todo território municipal.

Diante desses resultados, é possível verificar que, além do programa de coleta seletiva porta a porta a ser implantado, o tipo de coleta seletiva a ser realizado no município é a com destinação do resíduo coletado a associações ou cooperativas de classificadores, pela qual busca gerar a inclusão econômica dos catadores.

Na cidade, nenhuma atividade foi realizada para implantação do programa de coleta seletiva de resíduos sólidos úmidos, para serem tratados por meio do processo de compostagem. Além disso, nenhuma prática é realizada para reaproveitar os resíduos úmidos nas estruturas públicas.

Partindo para o Programa de Sistema Integrado de disposição final dos RSU, atualmente é realizada a disposição destes resíduos no aterro sanitário, da empresa EcoSolo, operação iniciada em 2015. Ainda não foi desenvolvido um centro de tratamento de resíduos no aterro e em nenhum outro local de destinação, onde possa ser feita a triagem dos resíduos sólidos urbanos do município, pela qual os resíduos secos e úmidos sejam tratados de forma distinta, como previsto no Plano.

Foi iniciado pela PMCG o planejamento para viabilidade de implantação e construção de quatro unidades de triagem de resíduos secos, contemplando as zonas norte, sul, oeste e leste do município, de forma estratégica para atender todo o município de forma eficiente; e implantação de áreas de transbordo para armazenamento temporário dos materiais segregados, os quais devem seguir posteriormente para destinação adequada, a exemplo da reciclagem. Essas ações estão em fase de planejamento, verificação de áreas e busca de recursos, não sendo previsto o ano de implantação, visto à dependência em obter os recursos.

A PMCG, através da SESUMA, mantém seis fiscais no aterro para fiscalizar o volume de resíduo urbano recebido. Além disso, no edital de licitação, foi exigido que a empresa ganhadora, a EcoSolo, realizasse um contrato com uma empresa especializada no monitoramento do aterro, notadamente, para controlar a emissão de gases e de efluentes decorrentes da decomposição dos resíduos no aterro. O contrato foi feito com uma equipe de Geotecnia, pertencente ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Campina Grande, a qual realiza o monitoramento e análise do solo do aterro periodicamente.

Com relação às áreas já degradadas devido à anterior disposição dos resíduos sólidos, o Plano só prevê ação para a recuperação da área utilizada para o Lixão do Mutirão, e não para a antiga área utilizada da cidade de Puxinanã. Nenhuma ação foi realizada para

recuperação desta última área, mas em consonância com o Plano, foi elaborado um projeto executivo de recuperação da área do Lixão do Mutirão, cuja implantação ainda não foi realizada devido ao aguardo de recursos Federais.

Além de ser diretamente responsável por esses programas, o poder público municipal é responsável por agir subsidiariamente nos casos referente ao manuseio inadequado de resíduos sólidos. Diante disso, a PMCG, através da SESUMA, firmou um contrato com a empresa Reciclanip, em dezembro de 2015, para destinar adequadamente os pneus inservíveis, os quais são considerados resíduos perigosos. Para isso, também foi disponibilizado um galpão no bairro Alto Branco, com capacidade de 2.000 pneus de passeio ou 300 pneus de carga, a fim de acondicioná-los de forma temporária.

Os resíduos gerados nos serviços de saúde do município são gerenciados pela Secretaria de Saúde e por instituições privadas, sendo tratados por meio do processo de incineração. Para o gerenciamento dos resíduos produzidos em atividades de construção civil, a PMCG solicitou a elaboração do Plano Municipal de Gerenciamento dos RCC, de acordo como está descrito no PMGIRS-CG.

Assim, é possível verificar que as metas para universalização da coleta estão sendo alcançadas, sendo realizada a fiscalização do volume e tipos de resíduos coletados; a disposição final dos RSU é feita de maneira ambientalmente adequada; a ação inicial para recuperação do Lixão do Mutirão foi realizada, uma vez que o projeto executivo já foi elaborado. Por outro lado, algumas importantes ações como a coleta seletiva de resíduos secos ainda encontra-se em fase de planejamento; consequentemente, nenhuma forma de tratamento é realizada no município. A não disponibilidade de recursos é indicada pelo pessoal da SESUMA como sendo o maior empecilho para o andamento das atividades. Além disso, não foi formado consórcio entre os municípios próximos a Campina Grande para facilitar a manutenção do aterro sanitário e outros programas do PMGIRS que visam a gestão sustentável dos RSU no município. No Quadro 8, é possível observar o estágio de implementação das atividades relacionadas à coleta, tratamento e disposição final, previstas no PMGIRS-CG.

Quadro 8: Situação da Implementação do PMGIRS-CG (2014).

SITUAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PMGIRS-CG

ATIVIDADE ESTÁGIO DE IMPLEMENTAÇÃO Não iniciada Em planejamento Iniciada Prevista para

implementação Em execução Finalizada

Fiscalização do volume e dos tipos de resíduos coletados pela

coleta urbana Universalização da coleta domiciliar Implantação da coleta seletiva de resíduos secos Tratamento dos resíduos úmidos por

meio da compostagem Implantação de unidades de triagem Implantação de unidades de transbordo Incentivo, apoio ou fomento à viabilidade técnica de sistema de captação e geração de energia no aterro sanitário

Recuperação das áreas anteriormente

utilizadas para destinação final dos

resíduos sólidos

Estímulo, apoio e/ou fomentação da destinação final adequada dos resíduos sólidos de saúde, de construção civil, industriais e agrossilvopastoris Fiscalização dos resíduos de serviço de saúde, de construção civil e agrossilvopastoris Inclusão socioeconômica dos catadores

Incentivo fiscal para empresas recicladoras ou que trabalham com

Realização de campanhas e programas para incentivar a população, indústrias, empresas a reduzirem a geração de resíduos sólidos Elaboração do Plano de Educação Ambiental

Consórcio com outros municípios para reduzir os custos com coleta e tratamento final dos resíduos

urbanos

Fonte: dados da pesquisa (2016).

Continua... ...Continuação

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