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Nos países desen volvido s, as questões vin cu lad as com as regulamentações foram incorporadas pelas empresas que as utilizam como insumo estratégico de sua gestão. No campo da biotecnologia, as empresas líderes possuem um amplo conhecimento das normas de biossegurança e as cumprem rigorosamente, contando com estruturas formais para sua aplicação. O cumprimento de normas de qualidade e proteção ambiental, por exemplo, costuma ser utilizado para sustentar a comercialização e o prestígio empresarial.

Países e empresas que contam com marcos reguladores adotaram, com adequações e predominantemente, os modelos utilizados nos Estados Unidos, pelo United States Department of Agriculture (Usda) e pelo Animal and Plant Health Inspection Service (Aphis) para plantas, pela Federal Drug Administration (FDA) para biofármacos, e pelo Center fo r Disease C o ntrol and Prevention (C D C -N IH ) para pesquisa e desenvolvimento.

Nos países em desenvolvimento, existem poucos órgãos reguladores e sp e cífic o s e norm as de b io ssegu ra n ça a tu a liza d a s que sejam administradas por entidades governamentais preocupadas com pesquisa, desenvolvimento, ensaio pré-comercial, produção em escala industrial e comercialização de produtos derivados da biotecnologia moderna.

Durante a década passada, alguns países da América Latina com eçaram a incorporar m edidas para enfrentar o problem a da biossegurança, com ênfase na regulação da liberação no meio ambiente de organism os transgênicos. Na Argentina, o setor produtivo está incorporando as regulamentações pela aplicação em diferentes níveis de suas atividades. As empresas mais dinâmicas interagem com o setor público para desenvolver e aperfeiçoar o marco regulador e controlar sua aplicação.

O governo argentino discute, com prioridade, as questões originadas da liberação no ambiente de organismos geneticamente modificados (OGMs), nas áreas agropecuárias e de saúde humana, tendo criado as Comissões Nacionais Assessoras de Biotecnologia Agropecuária (Conabia) e de Biotecnologia e Saúde (Conbysa) As duas comissões têm funções assessoras e estão integradas por representantes do governo, organismos de pesquisa e entidades privadas do campo biotecnológico, desenvolvendo um amplo e efetivo programa de trabalho.

Parte 2

Introdução Geral

às Regulamentações

em Biotecnologia

Capítulo 9

Regulamentação da

Propriedade Intelectual no

Campo da Biotecnologia

Capítulo 9 - Regulamentação da Propriedade Intelectual no Cam po da Biotecnologia

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Apropriação das Inovações31

Os sistemas legais de proteção da propriedade intelectual, mediante patentes, outorgam um monopólio legai e temporário, que constitui um estím ulo à inovação. Têm dois objetivos: garantir ao inventor a propriedade de sua idéia e os benefícios econômicos dela originados, e permitir à sociedade se beneficiar da invenção, em troca de uma remuneração para utilizá-la. Porém, a proteção outorgada à patente é às vezes parcial, e, por isso, as empresas não a consideram como um meio eficaz. Nesse caso, privilegiam-se o segredo e a velocidade para colocar o produto no mercado e estimula-se o aprendizado do pessoal da empresa inovadora.

Tão logo a inovação esteja patenteada e difundida, ao ser aplicada por outras empresas que adquiriram os direitos, alcança-se um incremento da produtividade, a redução dos custos de produção e, de maneira indireta, a geração de excedentes para todo o sistema produtivo. Por sua vez, esse conhecimento também pode ser apropriado por outras firmas, por conta da mobilidade dos trabalhadores de uma empresa para outra, pela revisão da literatura profissional, pela cópia, pela reengenharia e pela espionagem industrial.

Estudos empíricos de vários autores (NEFFA, 2000) concluem que o patenteamento das inovações não é eficaz para defender a propriedade intelectual e favorecer sua difusão. Para a empresa inovadora, é preferível acumular experiência de produção, mantendo o segredo industrial, e assim garantir um período considerável de vantagens sobre os competi­ dores. O patenteamento nem sempre é um estímulo para os inovadores, já que existem imperfeições de mercado, como incertezas e riscos pelo vazamento da informação.

Propriedade Intelectual

A propriedade intelectual é um meio de apropriação dos resultados inovadores. Ela confere um mecanismo legal para impedir o uso da matéria protegida por terceiros não-autorizados. A apropriação dos resultados inovadores pode se dar por uma diversidade de métodos,

Parte 2 - Introdução Geral às Regulam entações em Biotecnologia

cuja relevância e eficácia diferem se gu n d o os setores produtivos envolvidos, tratando-se, ou não, de inovações de processos ou de produtos. Em geral, é mais eficaz em relação aos produtos, pois a proteção dos processos não costum a im pedir que sejam utilizados processos alternativos para alcançar o mesmo resultado (NEFFA, 2000).

A propriedade intelectual se expressa por uma regulação legal, de direito público, que incide sobre diversos aspectos da criação e do uso da tecnologia, e de símbolos distintivos, dependendo de se tratar de produtos e/ou serviços. A propriedade intelectual refere-se a bens intangíveis, mas seus efeitos se estendem a bens tangíveis ou a serviços que os incorporam.

Direitos de Autor

"O bras científicas" podem com preender informes de pesquisa, obras didáticas, modelos, e outras obras não enquadradas como artísticas ou de ficção. Mas não são considerados como tais os procedimentos ou os métodos científicos, nem os descobrimentos científicos. Com o princípio geral, a proteção conferida não alcança idéias, métodos, etc., contidos em uma obra, mas a forma em que esses são expressos. Uma "obra científica" não merece proteção pelo caráter científico de seu conteúdo, mas pela maneira em que se manifesta, de forma escrita ou gráfica.

Cabe lembrar, por último, que a publicação de uma obra protegida pelo direito de autor pode inibir o uso das idéias técnicas nela contidas, para sua proteção em uma patente de invenção. O desconhecimento dessa regra é, com freqüência, fonte de grandes frustrações para os pesquisa­ dores. Em algumas universidades européias e norte-americanas, foram estabelecidos mecanismos para evitar a publicação de informações que poderiam anular a novidade absoluta requerida para a solicitação de patentes.

Segredos Industriais

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