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Sobre a comparação do SETI/RJ com os demais estados

5 ANÁLISES E RESULTADOS

5.4 Análise das Entrevistas

5.4.6 Sobre a comparação do SETI/RJ com os demais estados

Foi difícil obter dos interlocutores uma visão clara das características do SETI/RJ conta os assemelhados em outros Estados. Já vimos que os dois originários dos Órgãos Setoriais não tinham visão de pertencimento e que o terceiro reconheceu a falta de atuação dos órgãos que deveriam ser as fundações do Sistema. As comparações acabaram se focando entre os órgãos de gestão dos sistemas, as chamadas “PRODs”, empresas ou autarquias de processamento de dados dos Estados. O Entrevistado 1 admitiu que existe um reconhecimento interno por parte do PRODERJ de que a situação do PEERJ é pior do que os demais Estados, pelo menos contra aqueles que seriam termo de comparação. Esta visão veio tanto de estudos realizados como da observação pessoal, disse ele que “é surpreendente, nada contra o Espírito Santo, o Espírito Santo tem um Datacenter, até onde eu sei, maravilhoso. Em termos de arrecadação, em termos de projeção, o Estado do Rio de Janeiro, inegavelmente...” deixando subintendido que o ERJ teria recursos suficientes para alcançar o mesmo nível de profissionalismo do EES. Sobre o estudo realizado por uma empresa externa de consultoria, afirmou que “foi feito um trabalha

com a Price, que ela faz um brenchmark do PRODERJ com outras PRODs. O PRODERJ, inegavelmente, que o PRODERJ está bem atrás, aquele trabalho que foi feito pela Price, ela

mostra os investimentos, o PRODERJ está muito aquém de outras PRODs”.

O Entrevistado 2 comparou o caso de Rio de Janeiro com o caso do Rio Grande do Sul. Neste estado o órgão de processamento de dados não é uma autarquia e sim uma empresa, ligada à Secretaria de Fazenda. A proximidade da PROCERGS com a fonte de recursos e o foco dela em trabalhar inicialmente as soluções para arrecadação do Estado criaram credibilidade e

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infraestrutura para que posteriormente a PROCERGS continuasse na estratégia de apoiar projetos estratégicos em áreas estruturantes do Governo do Rio Grande do Sul.

“ Você tem, por exemplo, o PROCERGS, é um exemplo, no Rio Grande do

Sul é um exemplo de um PROCERGS que deu certo. Aí, quando você vai ver o PROCERGS, ele é subordinado a Fazenda. Porque ele deu certo subordinado à Fazenda? Aí vem, eu acho que a grande pergunta, não é? Porque ele está ligado ao core-business, ele amarrou o investimento dele numa coisa que é visceral para o estado, o estado tem que arrecadar, o cara

tem que arrecadar. Você tem que dar valor agregado”.

Em sua análise, depois de criados os serviços de sustentação aos principais processos do governo e as estruturas (ativos e recursos humanos e de capital intelectual) fica mais difícil o desmonte da máquina por um gestor entrante no órgão, assim os órgãos com acesso a grande volume de recursos, necessários à execução de suas atividades se fortalecem “naturalmente” enquanto os demais precisam se planejar para isso: “Aí, quando o cara entra e vê a estrutura,

não tem como abrir mão. Ele pode até fazer um trabalho de tentar melhorar isso, fazer uma gestão, uma governança em cima disso. Agora, tirar a conta, dividir por dois a conta, ele não vai fazer. Ele não vai tentar. Essa é a grande diferença. E é isso que o PRODERJ e os PROs, de forma geral, que eu já tive contato com o PRODESP, PRODEST... tive contato com alguns outros, e geralmente o que você tem é igual ao estado do Rio, é o que? É um PRO fraco, uma Secretaria de Fazenda forte, um DETRAN forte, um Ministério Público forte, um TJ forte. Esses caras que conseguem fazer recurso de trabalho, esses caras são fortes”.

O Entrevistado 3 não comparou o caso do SETI/RJ com outro Estado, mas com o modelo adotado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. É necessária uma pequena descrição desse caso antes de apresentarmos os comentários. O Município do Rio de Janeiro conta com uma empresa pública de processamento de dados, a IPLANRIO – Empresa Municipal de Tecnologia da Informação que concentra todos os profissionais de TI atuantes no Ente. Isso significa que os órgãos da administração direta não possuem sequer assessorias próprias de TIC. Ao invés disso existem 11 assessorias, formadas por um ou mais funcionários da IplanRIO, que atuam com órgãos setoriais de TIC. Estas assessorias são chamadas GETIL e se reportam a um diretor de relacionamento dentro da IplanRIO. As assessorias funcionam como consultores de TI ou analistas de negócio no processo de adoção de novas tecnologias. Eles trabalham na especificação das contratações segundo as necessidades dos órgãos finalísticos aos quais atendem. O Entrevistado 3 citou que falta ao PRODERJ atuar de forma mais consultiva e com mais conhecimento dos detalhes dos processos dos órgãos finais, ter especialistas voltados para áreas especificas da gestão pública estadual. Disse ele: “...que seria o caso prático, especialista de negócios do PRODERJ atuando com muita proximidade as unidades, as demais unidades estaduais, isso não acontece. Não há a semelhança do que há na IPLAN do Município do Rio de Janeiro, especialistas de negócios da IPLAN, dentro das unidades estaduais, para alinhar as iniciativas estaduais ao IPLAN e vice-versa” e ainda “Então eu acho que no viés

infraestrutura, ele poderia se beneficiar nisso. No que tange a área de informação, novamente,

“zilhões” de iniciativas fragmentadas, dentro da própria PRODERJ, mas eu acho que nesse

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IPLAN, aonde ela tem analistas de negócios da IPLAN, dentro de cada unidade organizacional do Estado. Há uma dicotomia fantástica, onde esse analista para de achar que ele é da IPLAN,

e passa a achar que ele é do órgão”.