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sobre o valor educativo da Educação Moral e Religiosa Católica

Metodologia e Lecionação do Pr

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edição 2013

unidas»12

A dimensão religiosa, com efeito, é intrínseca ao facto cultural, contribui para a formação global da pessoa e permite transformar o conhecimento em sabedoria de vida.»

Bento XVI12 A chamada de atenção de Bento XVI aponta-nos uma perspetiva da educação que não dispensa o contributo de uma disciplina como Educação Moral e Religiosa Católica e, do mesmo modo, o trabalho de todos os seus docentes que, tal como lucidamente referiu João Paulo II, têm presente que «o professor de religião preocupar-se-á, também, de fazer amadurecer a profunda “procura de sentido” que os jovens transportam dentro de si, mostrando como o Evangelho de Cristo oferece uma verdadeira e plena resposta, cuja inexaurível fecundidade se manifesta nos valores de fé e de humanidade expressos pela comunidade crente e radica no tecido histórico e cultural da população da Europa. O processo didático próprio da educação religiosa deverá, então, caracterizar-se por um

claro valor educativo, de modo a formar personalidades juvenis ricas de interioridade,

dotadas de força moral e abertas aos valores da justiça, da solidariedade e da paz, capazes de usar bem a própria liberdade.» Prossegue o Papa: «Convido particularmente os docentes de religião a não diminuírem o carácter formativo do seu ensino e a desenvolverem face aos alunos uma relação educativa rica de amizade e de diálogo capaz de suscitar no mais amplo número de alunos, mesmo que não explicitamente crentes, o interesse e a atenção pela disciplina que apoia e motiva a sua procura apaixonada da verdade.»14

Como disciplina que se desenvolve no contexto escolar, promovendo a educação de crianças e adolescentes, numa perspetiva cristã de integralidade da educação, e através do diálogo com as demais áreas de saber presentes na instituição escolar, a Educação Moral e Religiosa Católica, direcionada para oensino do religiosoe daeducação ético- moral, interpreta e favorece a significação do facto cultural compreendido como campo do agir humano, livre e responsável, que se deve orientar por princípios e valores que preservem e desenvolvam a dignidade da pessoa humana. A pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, está vocacionada para a bem-aventurança que corresponde ao desejo natural de felicidade. Essa vocação humana reveste-se de uma forma pessoal, para o crente cristão significa manifestar a imagem de Deus e ser transformado à imagem de Cristo. No entanto, como o amor a Deus é indissociável do amor ao próximo, a felicidade e a realização humana não são possíveis sem a fraternidade, na verdade e no amor. Neste sentido, não só a disciplina deve apresentar a integralidade e exigência da proposta cristã de leitura e ação sobre as realidades humanas, como proporcionar a reflexão e as

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Bento XVI, Discurso de 19 de outubro de 2006, Verona. 12

Bento XVI, Discurso aos professores de religião católica nas escolas italianas, Roma, 25 de abril de 2009. 13

João Paulo II, Discurso aos participantes no Simpósio do Conselho das Conferências Episcopais da Europa sobre 14

vida da escola, no seu processo educativo e na intervenção social (nomeadamente, na sua família e na sua vizinhança) que seja, de acordo com o potencial da sua idade, um contributo eficaz para uma sociedade mais justa, mais bela e mais bondosa.

Como ensina o Papa Francisco, «a nossa cultura perdeu a noção desta presença concreta de Deus, da sua ação no mundo; pensamos que Deus se encontra só no além, noutro nível de realidade, separado das nossas relações concretas. Mas, se fosse assim, isto é, se Deus fosse incapaz de agir no mundo, o seu amor não seria verdadeiramente poderoso, verdadeiramente real e, por conseguinte, não seria sequer verdadeiro amor, capaz de cumprir a felicidade que promete. E, então, seria completamente indiferente crer

ou não crer nele. Ao contrário, os cristãos confessam o amor concreto e poderoso de Deus,

que atua verdadeiramente na história e determina o seu destino final; um amor que se fez passível de encontro, que se revelou em plenitude na paixão, morte e ressurreição de Cristo.»15

Assim, uma procura, séria, dedicada e constante, da verdade e da caridade, constitui o grande desafio que se coloca aodocente desta disciplina. No quotidiano da escola, por vezes tão complexo e difícil, vive-as e transmite-as aos seus alunos e às suas alunas, usado da palavra e do exemplo. Deste modo, capacita-se para lhes oferecer um corajoso e fundamentado contributo de rigor no entendimento da questão do lugar da pessoa humana na natureza e na sociedade, no contexto da diversidade cultural e da mudança civilizacional que experimentamos.

Por seu lado, as crianças e os adolescentes que frequentam as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, nelas participando com interesse e curiosidade, encontram, na qualidade da lecionação e da relação pedagógica, os meios para interpretar a imensidão do universo e os desafios da convivência humana e, assim bem guiados, procurar dar um sentido à sua existência e ao mistério que a envolve. Têm o direito, e uma necessidade constante, de descobrirem o significado profundo do existir humano, de procurarem a verdade que lhes oferece direção e plenitude, de se confrontarem com as interrogações, muitas de natureza essencialmente religiosa, que surgem da inteligência e da vontade e expressam a dimensão mais elevada da pessoa.

A Igreja, que vive no mundo (cf.Jo17, 14-16), é chamada a servi-lo seguindo a sua vocação, «a partir docoração do Evangelho» . A educação religiosa e moral das gerações16 do futuro é uma experiência essencial e insubstituível do fermento na história e do progresso do género humano que a Igreja é, e uma demonstração de solidariedade,17 respeito e amor por toda a família humana.

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Quadro 3. Caracterização psicológica dos alunos quanto às dimensões

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