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Softwares educacionais

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CAPÍTULO I AS TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO

1.3 Tecnologia da informação e comunicação própria da educação – Lampejo e Softwares

1.3.2. Softwares educacionais

Outra tecnologia produzida para a educação são os softwares educacionais – SE, progra- mas utilizados no processo de ensino e de aprendizagem em sala de aula informatizada, atenden- do as escolhas de conteúdo, forma e abordagem estabelecidas pelo docente em seu planejamento pedagógico.

Normalmente os SE são extremamente simples dispensando o conhecimento de uma lin- guagem de programação, podendo ser utilizados na educação básica e na educação superior, e principalmente em educação na formação continuada de docentes para o uso da tecnologia em sala de aula. Proporcionam aos seus usuários, tanto educadores e quanto educandos, uma visuali- zação agradável e estimulante, permitindo a elaboração de hipóteses pela observação, testando-as e tendo no educador e/ou no livro didático e no próprio SE a confirmação da construção de seu conhecimento.

Para Dall’Asta e Brandão17 (2009, p. 1)

[...] o software educacional multimídia mostra-se um excelente recurso para a apresenta- ção dos conteúdos escolares, porém o que determina se há ou não qualidade no processo ensino-aprendizagem por ele promovida é a presença do professor da disciplina, seu mo- do de transpor os conteúdos e de conduzir as atividades realizadas em sala de aula, seja com o software, seja com outro tipo de material didático.

Dall’Asta (2004) enfatiza que os softwares educacionais são recursos computacionais sob a forma de “instrução programada (exercício e prática), simulações, aprendizagem por descoberta (linguagem Logo), pacotes aplicativos (processadores de texto, planilhas eletrônicas, bancos de dados ...), internet, Educação e Ensino a Distância, e que entre outros” quando bem utilizados auxiliam o processo de construção do conhecimento e do raciocínio pelo educando. Portanto, cabe ao docente conhecê-los para realizar sua escolha sobre o que melhor promove a transposição de conteúdos de saber e cumpra seus objetivos de ensino na atividade.

Em educação, disponibiliza-se no comércio e/ou na Web duas categorias de software edu- cacional: livre e, grátis e proprietários.

1.3.2.1 Software educacional livre

O Software livre deu início ao projeto GNU (http://www.gnu.org/) e a Free Software Foundation (http://www.fsf.org/). Sua distribuição se dá livremente, acompanhada por uma li- cença de software livre (como GPL- General Public License) e com a disponibilização do seu código-fonte, visando transferir e construir conhecimentos.

O acesso livre ao código-fonte destina-se a estudar como funciona, modificá-lo e adaptá- lo às necessidades do usuário. Podendo aperfeiçoar, executar, copiar, distribuir cópias (copyleft), publicar o software, sem que seja necessária a autorização de direitos autorais (copyright) das versões modificadas, para a comunidade se beneficiar.

Essa é uma vantagem desde que as atitudes sejam social e politicamente corretas, como o que ocorre com as pesquisas no campo da educação.

Dentre as vantagens da utilização do software livre, podemos citar:

Licença gratuita: o usuário não tem nenhum custo de aquisição do software e de suas futuras atualizações.

Código aberto e estável: permite programadores experientes aperfeiçoarem o software e o adaptarem a sua utilização particular. Um software para ser considerado de código aberto deve atender a 10 critérios estabelecidos pela Open Source Initiative disponíveis no endereço eletrônico: http://www.opensource.org/docs/definition.php.

• Ausência de vírus para contaminar o computador.

O software é dito de domínio público quando o autor renuncia ao direito de propriedade intelectual, ou este caduca, e passa ao domínio público.

O governo federal lançou o Portal do Software Público Brasileiro, um site disponível no endereço eletrônico www.softwarepublico.gov.br, que centraliza todos os programas de código aberto ou softwares livres desenvolvidos por instituições públicas brasileiras. ABIPTI – 09/05/2007.

O MEC desenvolveu um sistema operacional GNU/Linux denominado de Linux Educa- cional- LE a partir da customização do software livre Kubuntu (versão 8.04). Através do ProInfo promove seu uso pedagógico relacionado a conteúdos educacionais para as escolas públicas de todo o Brasil. Esse sistema está disponível para download gratuitamente no link: http://www.webeduc.mec.gov.br/linuxeducacional/index.php. Os computadores distribuídos para as escolas públicas através do Proinfo são entregues com o LE embarcado e seus respectivos con- teúdos educacionais.

O Guia das Tecnologias (2008, 2009) elenca, além das tecnologias disponibilizadas para o processo ensino aprendizagem comentadas na introdução desse trabalho, Portais Educacionais que auxiliarão educadores e educandos, gestores e outros na busca por referenciais d qualidade em suas decisões sobre ambientes de aprendizagem colaborativa para uso nas escolas brasileiras de educação básica. Citam-se como exemplos o e-ProInfo (http://www.eproinfo.mec.gov.br), o Portal de Domínio Público acessível no endereço http://www.dominiopublico.gov.br, e outros links que poderão ser acessados a partir do site do MEC, tal como o Portal do Professor que pos- sui um Espaço da aula, Jornal do Professor, Recursos Educacionais, Cursos e Materiais, Interação e Comunicação e Links. Ainda, o projeto Rede Interativa Virtual de Educação – RIVED possui um repositório de objetos de aprendizagem que pode ser acessado por educadores e educandos por meio do endereço http://rived.mec.gov.br/.

1.3.2.2 Software educacional grátis e proprietários

Os SE grátis podem ser adquiridos na internet através de downloads18 em sites específi- cos, sem que seja cobrada taxa de utilização ou um valor financeiro para utilizá-lo, como é o caso dos softwares proprietários.

Na Web há disponibilidade de vários softwares educacionais grátis, nos sites de conteú- dos disciplinares específicos ou de universidades, em português, que podem ser “baixados” de forma gratuita, sem custo financeiro para o usuário, ou a instituição escolar.

A gratuidade desses é um fator relevante para as escolas públicas, que possuem poucos recursos financeiros para a compra de softwares proprietários. Estes são desenvolvidos por em- presas privadas e vendidos a preço de mercado, e quando precisam customizar o software para atender a uma necessidade específica do cliente, essas empresas cobram qualquer mudança que queiram realizar no código fonte do software proprietário.

Os SE livre ou gratuito permitem a escola, o educador, ou/e o próprio educando “baixá- lo” na escola e/ou em casa e explorá-lo individualmente ou não, vencendo suas dificuldades e/ou ampliando suas oportunidades de criar situações ou hipóteses, e construir seu conhecimento atra-

18

“Copiar arquivo(s) de um computador remoto (que pode estar próximo ou até no outro lado do planeta) para um outro compu- tador. O arquivo recebido pode ser gravado em disco, ou seja, salvo no computador local”. Disponível no endereço eletrônico :

vés da auto-aprendizagem, num processo contínuo do aprender a aprender, ou/e na aprendizagem mediado por outro, um parceiro.

Para o docente incorporar os artefatos computacionais e os softwares educacionais em sua prática, Penteado (2000, p. 30) observa que exige “uma sobrecarga de trabalho para explorar softwares e planejar atividades. Muitas vezes esse tempo não é incluído na jornada oficial de tra- balho do professor levando-o a desistir do uso da informática”, pois apesar de alguns softwares reduzirem o tempo gasto com o lápis e o papel, requerem do docente um tempo a mais para “o planejamento de aulas e atualização profissional permanente”.

Gomes et al. (2002) afirmam que é o docente que propõe o uso das “ferramentas informa- tizadas [softwares] capazes de criar situações favoráveis à aprendizagem de conceitos e à supera- ção das dificuldades dos alunos”, porém sua “escolha e adequação depende da forma como este [docente] se insere nas práticas de ensino, das dificuldades dos alunos para os quais o software é destinado”, bem como sua concepção de ensino.

A avaliação de softwares educacionais que melhor atendam aos objetivos de ensino não é uma tarefa simples e fácil para o docente que além de não possuir disponibilidade de tempo não tem uma formação continuada “regular e em serviço”, que lhe permitam refletir sobre sua prática, sua concepção de ensino formada ao longo de sua trajetória de formação e em serviço, para (re) construí-la no novo paradigma tecnoinformacional, focada nos critérios de qualidade para proce- der a escolha por este ou aquele SE que melhor apresente o conteúdo específico disciplinar, de estágios de desenvolvimento cognitivo e habilidades necessárias e envolvidas para que o educan- do solucione a situação de ensino em torno de um conteúdo de saber.

Há a necessidade de formações docente para subsidiar/fundamentar de forma pedagógica a escolha por este ou aquele software educacional, analisando e refletindo sobre qual concepção de ensino aprendizagem o software foi desenvolvido, pois segundo Gomes et al (2002) é impor- tante ao docente “saber identificar as situações que figuram nas interfaces” de um conteúdo espe- cífico de saber, para “orientar o planejamento das aulas”.

É passível o entendimento de que os docentes como sujeitos que atuam em sociedade e sofrem a influência dos meios de comunicação e do avanço das tecnologias em seu cotidiano, formam opiniões pessoais acerca do significado das tecnologias em sua vida. Portanto, vencida a fase de inovação tecnológica do Lampejo e dos softwares gratuitos e livres, o desafio agora é

pensar as estratégias de forma prioritária para que os docentes apropriem-se desses artefatos computacionais que permeiam o contexto escolar.

Para Tedesco (2004, p. 11) “as novas tecnologias modificam significativamente o papel do docente no processo de aprendizagem e as pesquisas disponíveis não indicam caminhos claros para enfrentar o desafio da formação e do desempenho docente” com os artefatos computacionais e os softwares educacionais disponíveis no contexto escolar, deparando-se agora com o projetor multimídia Lampejo, uma inovação tecnológica desenvolvido especificamente para a prática do- cente em sua realidade no cotidiano escolar.

Dessa forma, o ambiente escolar profissional com os artefatos computacionais exige dos docentes conhecimentos básicos de microinformática para dar conta desse novo paradigma tecno- informacional que adentra a educação.

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