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Os Neossolos apresentam insuficiência de expressão dos atributos diagnósticos que caracterizam os diversos processos de formação. Possui uma “exígua diferenciação de horizontes, com individualização de horizonte A seguido de C ou R. Predomínio de características herdadas do material originário” (SANTOS et. al., 2006, p. 74).

Planossolos são aqueles que “apresentam horizonte superficial, ou álbico, sobre horizonte plânico. Podem apresentar horizonte plíntico, coincidindo com aqueles horizontes e podem apresentar horizonte glei no horizonte plânico” (FREIRE, 2006).

Estes são solos minerais com horizonte B plânico, subjacente a qualquer tipo de horizonte A, podendo ou não apresentar horizonte E (álbico ou não).

Apresenta uma desargilização forte da parte mais superficial e acumulação ou concentração intensa de argila no horizonte subsuperficial, como explica Santos (2006):

[...] expressão de desargilização intensa evidenciada pela nitída diferenciação entre o horizonte diagnostico B plânico e os horizontes precedentes A ou E, com transição abrupta”, normalmente estão associadas à mudança textural abrupta; ou com transição abrupta conjugada com acentuada diferença de textura do A para o B; “restrição de permeabilidade em subsuperfície, que interfere na infiltração e no regime hídrico, com evidencias de processos de redução, com ou sem segregação de ferro, que se manifesta nos atributos de cor, podendo ocorrer mobilização e sorção de cátios Na+ (SANTOS et. al., 2006, p. 75).

A ordem dos Gleissolos é composta por “solos minerais com horizonte glei, logo abaixo do horizonte superficial, que pode ser, inclusive, um horizonte hístico de menos de 40 cm de espessura. O horizonte glei pode estar, também, a menos de 50 cm de profundidade” (FREIRE, 2006).

Estes solos não acomodam horizonte plíntico, vértico, ou B textural com transição “abrupta, assim como qualquer outro tipo de horizonte diagnóstico de superfície” (FREIRE, 2006).

Neste grupo de solos uma das características marcantes é a expressiva gleização. É possível identificá-lo pela sua hidromorfia, que se expressa pela forte gleização, resultante de processos de intensa redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica.

Em alguns casos pode ocorrer a alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de regime de excesso de umidade permanente ou periódico (SANTOS et. al., 2006, p. 72).

Outra ordem de solo existente no oeste do estado são os Latossolos, que são solos “formados por material mineral e apresentam um horizonte B latossólico, logo abaixo do horizonte superficial, a menos de 2 m da superfície, ou a menos de 3m, no caso do horizonte superficial apresentar mais de 1,5 m de espessura” (FREIRE, 2006).

Neste grupo de solos é notável a presença de um horizonte B latossólico (Bw). Uma das características marcante deste solo é a “evolução” muito avançada, ou seja, são solos muito profundos.

Isso ocorre com atuação expressiva do processo de latolização (ferralitização ou laterização), resultando em intemperização intensa dos continentes minerais primários, e mesmo secundários menos resistentes, e concentração relativa de argilominerais resistentes e, ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, com inexpressiva mobilização ou migração de argila, ferrólise ou plintização.

São solos espessos, com expressão de horizonte diagnóstico B latossólico (Bw), em sequência a qualquer tipo de A e quase nulo, ou pouco acentuado, aumento do teor de argila de A para B (SANTOS et. al., 2006, p. 74).

3.2.1. Os solos de Presidente Prudente

Os solos presentes, tanto no município de Presidente Prudente, quanto nas áreas adjacentes são os do tipo Latossolos Vermelhos que estão associados a solos profundos, os Argissolos Vermelhos relacionados a solos que variam de rasos a ligeiramente desenvolvidos, os Neossolos nos quais são considerados os solos rasos, Planossolos e Gleissolos compondo os solos Hidromórficos.

Os Argissolos Vermelhos e os Latossolos Vermelhos são oriundos de “processos pedogenéticos ocorridos em rochas areníticas do Grupo Bauru (Formações Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina e Marília) e basálticas do Grupo São Bento (Formação Serra Geral)” (FUSHIMI, 2009).

Entre os solos profundos, merecem destaque os Argissolos, que podem atingir mais de 200 cm de profundidade (FUSHIMI, 2009). Este solo se origina a partir do intemperismo que atua sobre as rochas areníticas, com cimentação carbonática do Grupo Bauru.

Os Argissolos podem apresentar um horizonte alterado Ap, seguido ou não de um horizonte de perda E; também ocorre a presença de um horizonte Bt horizonte textural e o horizonte C em estágio de desagregação e decomposição da rocha arenítica.

É possível encontrar os Argissolos em relevos que variam de suavemente ondulados a ondulados. Não apresentam impedimento físico à penetração do sistema radicular da cobertura vegetal nos 200 cm de profundidade, mas ocorre exceções quando o solo se encontra compactado, como afirma Fushimi (2009). Conforme Oliveira (1999), esses solos apresentam em geral textura média ou arenosa nas áreas mais superficiais, além de baixa atividade de fração de argila e, portanto, são considerados facilmente preparáveis para o plantio.

Esses tipos de solo são susceptíveis aos processos erosivos. Isso ocorre devido à presença de um gradiente textural entre o horizonte A ou E e o horizonte B, apresentando dessa forma baixa resistência a erosão.

Em relação aos Argissolos (antigos podzólicos), Nunes (2002) considera que é extremamente importante analisar a sua erodibilidade, pois essa variará de acordo com o gradiente textural entre o horizonte A e B, além disso, deve-se considerar a topossequência e a drenagem interna dos perfis desses solos. Os Argissolos necessitam de atenção especial em relação às práticas agrícolas, pois para que este solo não seja degradado, é necessário implantar terraços em curvas de nível e implantar práticas conservacionistas.

Os Latossolos também estão associados aos solos profundos, chegam a atingir profundidas superiores a 300 cm, quando o horizonte A atinge 150 cm de espessura61.

Existem Latossolos Vermelhos cuja textura varia de arenosa a argilosa e que apresentam horizontes identificados como Ap (horizonte alterado pela atividade antrópica) e o horizonte Bw (horizonte B latossólico).

São solos susceptíveis aos processos erosivos, nos quais as ravinas e sulcos são os tipos de erosão mais representativos.

Os Neossolos encontrados são os de caráter regolíticos e apresentam um horizonte A, seguido pelo C, que geralmente corresponde ao saprolito e logo abaixo o arenito, ou seja, a rocha matriz, apresentando baixa profundidade.

Estes solos estão associados às declividades mais acentuadas do relevo, podem ser encontrados na maior parte em vertentes com morfologias côncavas, correspondente a algumas áreas do topo das colinas dissecadas.

Existem também os solos hidromórficos que estão associados à relevos de várzea, podendo ser identificados como os Planossolos e os Gleissolos.

61 De acordo com a metodologia da Embrapa de 1999, para realizar a extração de amostras de solo é necessário

Os Panossolos possuem um horizonte A ou E, com a presença do horizonte E álbico em alguns casos, em seguida é identificado o horizonte B plânico. São solos susceptíveis a erosão hídrica.

Os Gleissolos apresentam um horizonte glei dentro de 150 cm da superfície do solo, sendo encontrado logo abaixo dos horizontes A ou E. A textura areia ou areia franca é característica desse solo, no entanto, não é regra, uma vez que outras texturas podem ser identificadas dentro dos 150 cm de profundidade.

Uma das características marcante desses solos é o constante encharcamento de água, sendo mal drenados, “ocasionando acúmulo de matéria orgânica e/ou processo de gleização, que consiste na redução do oxido de ferro durante o seu desenvolvimento” (NUNES, 2002, p. 125). São solos que pode ser encontrado alguns tipos de erosões.

3.2.2. Os solos de Marília

No município de Marília, bem como nas áreas adjacentes, identificam-se solos do tipo Argissolos (solos ligeiramente profundos), Latossolos (solos profundos), Neossolos (solos rasos) e Planossolos (solos Hidromórficos).

Os Argissolos Vermelho-Amarelo são solos que possuem uma maior expressividade comparada com os outros tipos de solos. Estes são encontrados no compartimento geomorfológico definido como domínio das vertentes, e são ligeiramente profundos.

Os Latossolos são pouco expressivos quando comparado aos Argissolos e estão associados ao compartimento geomorfológico dos topos. São solos profundos e apresentam baixa erodibilidade, possuindo como característica importante boa drenagem interna.

Os Neossolos encontrados no perímetro urbano e adjacências da cidade de Marília estão associados às escarpas e são identificados como Neossolos Litólicos, que por sua vez, são solos que podem possuir horizonte hístico “assentes diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material com 90% (por volume) ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2 mm, cascalhos, calhaus e matacões” (SANTOS, 2006, p.181).

Os Neossolos Litólicos apresentam um contato lítico típico ou fragmentário dentro de 50 cm da superfície do solo. Admite um horizonte B, em início de formação, cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B diagnostico (SANTOS, 2006).

Os Planossolos estão localizados nos fundos de vale entre as escarpas, local que propicia o acúmulo de água e por ser um solo mal drenado. Os sinais de hidromorfismo apresentado são as tonalidades acinzentadas ou bruno-amareladas com mosqueados que apontam a reação química de oxirredução.

3.3. Geomorfologia

A geomorfologia do estado de São Paulo de acordo com a proposta elaborada pelo IPT (1981) apresenta uma classificação de relevo em cinco províncias geomorfológicas, sendo estas: I- Planalto Atlântico, II- Província Costeira, III- Depressão Periférica, IV- Cuestas Basálticas e V- Planalto Ocidental Paulista.

No oeste do estado de São Paulo, onde estão localizadas as áreas de estudo (Mapa 05), de acordo com a classificação do IPT (1981), predominam formas de relevos de degradação em planaltos dissecados, no entanto é possível identificar relevos de agradação, bem como relevos residuais suportados por litologias particulares e relevos de transição (IPT, 1981).

Os relevos de agradação estão localizados em áreas de planícies aluviais, são assinalados por terrenos baixos e mais ou menos planos, junto às margens de rios, estando sujeitas periodicamente a inundações e apresentam terraços fluviais (IPT, 1981).

Os relevos de degradação em planaltos dissecados identificados no estado de São Paulo são os colinosos, os morros com encostas suavizadas e os morrotes.

No oeste do estado de São Paulo é possível identificar as formas de relevos colinosos, que por sua vez encontram-se subdivididas em colinas amplas e médias.

Na morfologia de colinas amplas, prevalecem interflúvios com área superior a 4 Km2, com morfologias de topos extensos e aplainados, e as vertentes que possuem

comprimentos de rampa retilíneos e convexos. A drenagem é de baixa densidade, cujo padrão é identificado como subdendrítico, com vales abertos e planícies aluviais interiores restritas, além da presença eventual de lagos perenes ou intermitentes (IPT, 1981).