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SOLUÇÃO EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Nº 02/12 COB Anexo: Autos processuais, contendo 581 fls.

No documento PRIMEIRA - PARTE ASSUNTOS NORMATIVOS (páginas 40-45)

Referência: PAD N 02/12 - COB

O CORONEL BM COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições previstas no Inc. I, do Art. 45, c/c o §1º, do Inc. VI, do Art. 74, tudo da Lei N

14.310/02, que aprovou o Código de Ética e Disciplina dos Militares (CEDM) c/c o §2º, do Art. 362, da Resolução Conjunta N 4220/12, que aprovou o Manual de Processos e Procedimentos Administrativos das Instituições Militares de Minas Gerais (MAPPA), e,

1 CONSIDERANDO QUE:

1.1 foi instaurado o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), de Portaria N 12/12-COB, de 12Jan12, em desfavor do nº 106.360-1, Cb BM João de Paula, do 9º BBM;

1.2 o Processo Administrativo Disciplinar teve como objetivo examinar e dar parecer sobre a incapacidade do acusado de permanecer na situação de atividade, considerando a acusação que pesa em seu desfavor, conforme Portaria de fl. 02;

1.3 ao militar foi imputada a acusação de ter praticado ato que afeta a honra pessoal ou o decoro da classe, “por haver, em tese, usando das prerrogativas de integrante do CBMMG, estaria induzindo comerciantes da Cidade de Ouro Fino/MG a pagar taxas indevidas, retendo-lhes documentos, com a infundada promessa de liberação de alvarás, obtendo com isso vantagem pecuniária ilícita”;

1.4 a conduta praticada se amoldou, em tese, às transgressões disciplinares descritas nos Inc’s. III, IX e XIX do Art. 13 e Inc’s. II e IV do Art. 14, c/c o Inc. II, do Art. 64, tudo da Lei N 14.310/02-CEDM, estando, pois, sujeito a uma das sanções disciplinares previstas nos Art. 24 e 25, da mesma Lei;

1.5 a instrução processual se deu em conformidade às disposições previstas nas normas pertinentes, tendo a defesa participado dos feitos processuais em sua integralidade;

1.6 concluída a instrução, a Comissão Processante às fl. 483/547v, consubstanciado na análise do conjunto probatório, por unanimidade de votos, emitiu parecer pela demissão do acusado, por entender que as acusações que pesam em seu desfavor são procedentes e, portanto, o militar não reúne condições para permanência na Instituição uma vez que as condutas por ele praticadas atentam contra a honra pessoal e decoro da classe;

1.7 o CEDMU N 07/12 do 9º BBM, em 25Jul12, por unanimidade de votos emitiu seu parecer pela não permanência do N 106.360-1, Cb BM João de Paula, nas fileiras do CBMMG, uma vez que restou comprovado que o acusado faltou com o decoro da classe;

1.8 o Coronel BM Comandante Operacional de Bombeiros (COB), autoridade instauradora, às fl. 557/579, corroborando os pareceres da Comissão Processante e do CEDMU, com fulcro no Art. 74, inciso VI, opinou pela demissão do acusado, por entender que o militar cometeu ato que afeta a honra pessoal e decoro da classe;

1.8.1 nos termos do §1º, Art. 74, do CEDM, os autos foram encaminhados ao Coronel Comandante- Geral para decisão;

1.9 no exercício do contraditório e da ampla defesa, às fl. 303/308, 404/451 e 461/475, a defesa, em síntese, argumenta haver uma série de vícios de procedimentos formais que ensejam a nulidade do processo e que no mérito as acusações perpetradas em desfavor do acusado não restaram comprovadas;

1.9.1 em termos formais alega que o acusado se viu prejudicado em seu direito de ampla defesa e contraditório uma vez que a CPAD não deu pleno conhecimento da acusação que lhe era imputada; alega que houve coação e constrangimento a testemunhas no processo; alega a suspeição do Sd BM Maia, uma vez que foi este que, por ordem expressa de autoridade superior, redigiu o relatório que deu causa a instauração do presente Processo Administrativo; alega que a CPAD não intimou o defensor constituído, por meio da imprensa oficial ou pessoalmente, acerca dos atos processuais desenvolvidos; alega que a CPAD promoveu a nulidade absoluta do Processo quando realizou o reconhecimento através de foto em substituição ao reconhecimento entre as partes; outrossim, argumenta que o reconhecimento não logrou êxito na certeza da acusação; alega que os depoimentos da 12ª, 13ª e 14ª testemunhas são nulos, vez que o acusado foi impedido de participar das oitivas, sendo colocado em uma sala às escondidas, em verdadeiro cárcere privado; argumenta, ainda, que o presidente da CPAD recusou o recebimento de documentos produzidos tempestivamente pela defesa;

1.9.2 no mérito argumenta que as acusações contra o acusado está eivada de erros de interpretação, manifestações pessoais, contradições, e que nenhuma delas foi confirmada pelas testemunhas; alega que nenhuma prova, ainda que tênue, foi juntada aos autos comprovando que o acusado tenha dado causa aos fatos descritos na denúncia; alega que quando se trata de ato que afete a honra pessoal ou decoro da classe, deve ser demonstrado de forma inequívoca que a honra pessoal ou decoro da classe foram atingidos, e que o ato deve ser grave a tal ponto que chegue a ferir a honra pessoal ou decoro da classe, tendo uma repercussão na comunidade onde os fatos, em tese, tenham ocorrido; que o grave escândalo deve ser algo marcantemente negativo, um fato repreensível, uma situação vergonhosa, perniciosa cometido pelo transgressor; argui que uma verdade está cabalmente demonstrada nos autos, os depoimentos convergem para prejudicar o acusado, entretanto sem nenhuma prova ou respaldo da legalidade ou de confirmação; argumenta que o acusado está sendo vítima de perseguição administrativa e que foi injustamente envolvido em uma trama arquitetada por alguns militares da Cia onde presta serviços; alega que as palavras das testemunhas de acusação não devem ser consideradas, já que tinha em sua maioria, o nítido propósito de prejudicar os acusados; aduz que o Sr. Burza, o Cap BM Comandante da CIA BM, o Ten Encarregado das primeiras apurações e o Sd Maia, estiveram e se envolveram diretamente na questão, e por questões pessoais, induziram depoimento, buscaram indicar a linha de conduta dos envolvidos e, inclusive ameaçaram a CPAD com promessas de comunicação disciplinar caso a defesa fosse contactada no pátio do quartel; alega que ao encaminhar o acusado para verificação de submissão à perícia psicopatológica, depois de apresentada as razões finais de defesa, a CPAD deixou claro

que tinha opinião formada sobre os questionamentos postos a sua apreciação; questiona a análise médica realizada no momento do exame clínico, ressaltando que, ao contrário do parecer médico, o acusado deveria sim ser submetido a perícia psicopatológica; alega, outrossim, não restar dúvidas que a Comissão está obrigada a cercear os direitos do acusado e manter uma decisão deliberada de antemão;

1.10 analisando o conjunto probatório constante dos autos, em confronto com os argumentos apresentados pela defesa em suas razões recursais, verifica-se que tais argumentos não merecem prosperar. Todo o trâmite processual foi desenvolvido calcado no devido processo legal e, ao contrário do alegado, os princípios constitucionais, sobretudo o contraditório e ampla defesa, foram devidamente respeitados no processo em pauta, não havendo, pois, qualquer mácula ou outra fundamentação que enseja a pretensa anulação requerida pela defesa;

1.10.1 a despeito do que alega a defesa, não se verificou nos autos do processo a ocorrência de constrangimento ou coação de quaisquer testemunhas pela comissão processante. Cabe ressaltar que o fato de uma pessoa relatar não se sentir à vontade em prestar depoimento ou estar envolvida em algum processo administrativo ou criminal, ainda que na condição de testemunha, não implica dizer que ela está sendo constrangida ou coagida a prestar testemunho. O sentido etimológico dos termos “constranger” e “coagir” pressupõe a utilização da força ou outro meio ilegal como forma de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo, o que, no presente caso, não ocorreu. Aliás, ao se observar os depoimentos da 12ª e 14ª testemunhas, dentre outros constantes no processo, verifica-se claramente que quem a todo custo tentou intimidar e constranger as testemunhas quanto às informações que seriam relatadas durante o depoimento foi a própria defesa. Basta verificar o conteúdo das perguntas que eram feitas às referidas testemunhas pelo defensor do acusado para chegar a tal conclusão. Outrossim, foi também a defesa que induziu as testemunhas, por meio de perguntas diretas e tendenciosas, a relatarem que se sentiam constrangidas em prestarem depoimento no presente processo;

1.10.2 não procede a tese da defesa ao afirmar que o acusado foi prejudicado em seu direito à ampla defesa e contraditório em razão da CPAD não ter lhe dado pleno conhecimento da acusação que lhe era imputada. Conforme se observa da Portaria de Convocação e Instauração do Processo inserta à fl. 02, verifica- se claramente haver ali a descrição fática das condutas transgressoras em tese cometidas pelo acusado, com suas devidas tipificações à luz do Código de Ética e Disciplina Militares. Uma cópia da referida portaria e dos demais documentos a ela juntos foram repassados ao acusado em 11Abr12, por ocasião da sua notificação para comparecimento à reunião de instalação do PADS (fl. 16), oportunidade em que também lhe foram relatadas as acusações que pesavam em seu desfavor. Outrossim, ao ser aberto vistas para apresentação da defesa prévia foi repassada à defesa uma cópia de todos os autos do processo (fl. 291). Ademais, há de se observar que o defensor constituído pelo acusado se fez presente em todos os atos processuais. Assim sendo, não há que falar em prejuízo ao acusado em relação ao contraditório e ampla defesa;

1.10.3 quanto à pretensa suspeição do Sd Maia, alegada pela defesa, tal suspeição não tem fundamento. O fato de o referido soldado ter confeccionado o relatório com as informações que ensejaram a instauração do presente processo demissionário não constitui causa de suspeição, muito menos de impedimento. Ora, não foi o Sd Maia que fez acusações em desfavor do acusado, ele tão somente relatou todas as informações que chegaram ao seu conhecimento por ocasião das vistorias nos estabelecimentos comerciais em Ouro Fino/MG, o que, enfatiza-se, não é motivo de suspeição;

1.10.4 não há que se falar em notificação do advogado por meio de imprensa oficial ou mesmo pessoalmente no presente processo, conforme alega a defesa. Não há previsão legal neste sentido. O Manual Técnico de Processos e Procedimentos Administrativos Disciplinares, aprovado pela Resolução N 215/06, dispunha que o acusado deveria ser notificado da faculdade de comparecer a todas as diligências relativas à produção de provas, sendo a ele facultado comparecer acompanhado de advogado. Tal previsão foi devidamente observada pela CPAD, sendo o acusado notificado de todas as diligências desenvolvidas. Não há dúvidas que a obrigatoriedade de cientificar o advogado sobre os atos do processo era do próprio acusado e não da Comissão Processante;

1.10.5 não prospera a argumentação de nulidade processual em decorrência do procedimento de reconhecimento por fotos realizado pela CPAD. Não houve qualquer ilegalidade no procedimento realizado pela Comissão Processante, e a defesa esteve presente durante a sua realização, podendo inclusive, realizar seus questionamentos e intervenções no interesse do acusado. A comissão optou pelo reconhecimento por fotos em razão da inexistência dos meios adequados para a realização do reconhecimento físico, de forma a preservar

tanto as testemunhas como o próprio acusado. E quanto a argumentação da defesa no sentido de que o reconhecimento não logrou “êxito”, verifica-se que não é bem essa a verdade. O acusado foi sim reconhecido por uma das testemunhas, é o que se observa do testemunho constante às fl. 390/394;

1.10.6 quanto à alegação de que a CPAD promoveu a nulidade dos depoimentos da 12ª, 13ª e 14ª testemunhas ao ter impedido a participação do acusado em tais oitivas, colocando-o em um verdadeiro cárcere privado, está claro que a referida alegação não procede. Ora, a Comissão solicitou que o acusado aguardasse os depoimentos em outra sala por dois motivos óbvios: primeiro, porque as próprias testemunhas manifestaram o interesse em dar seus testemunhos sem a presença do acusado, a fim de se sentirem mais a vontade em relatar as informações precisas relativas ao ocorrido; segundo, porque se o acusado estivesse presente aos depoimentos ou fosse visto pelas testemunhas antes do depoimento, restaria prejudicado o reconhecimento por fotos. Ressalta-se que tal procedimento não constitui qualquer irregularidade e se reveste do devido amparo legal. Neste sentido, não há que se falar em nulidade processual, muito menos de cerceamento de defesa, porquanto o advogado do acusado esteve presente às oitivas citadas e, inclusive, realizou questionamentos às testemunhas quando lhe foi franqueada a palavra. Outrossim, no que concerne a argumentação de que o acusado foi mantido em verdadeiro cárcere privado, tal afirmação chega a ser leviana. O acusado em momento algum foi privado de sua liberdade; a ele foi solicitado tão somente que aguardasse em uma sala ao lado, não sendo, todavia, impedido que este dali se retirasse ou fosse embora se assim o desejasse;

1.10.7 sobre a alegação de recusa de documentos por parte da CPAD, razão não assiste à defesa. Assim como no âmbito judicial, o processo administrativo é regido por normas, princípios e prazos que devem ser observados tanto pela Administração Pública quanto pela parte interessada, sendo certo que há um momento oportuno e adequado para cada feito processual. Há de se salientar que muito embora o contraditório e ampla defesa sejam direitos do acusado, o processo não se desenvolve ao alvedrio da defesa, há prazos a serem observados. Neste sentido, se a defesa não juntou aos autos, no momento oportuno, os documentos que eram do seu interesse, não pode em sede de defesa alegar tal fato em seu benefício, afirmando que não foi respeitado o contraditório e ampla defesa;

1.10.8 no mérito, melhor sorte não assiste a defesa em suas argumentações, na medida em que nenhuma delas se reveste de razoabilidade e se mostra condizente com as provas carreadas aos autos. Tanto é verdade que a própria defesa, em sede de razões finais, assim declara: “De todos os depoimentos, uma verdade esta cabalmente demonstrada nos autos, todas convergem para prejudicar o acusado, entretanto sem nenhuma prova ou respaldo de legalidade ou de confirmação;” fl. 441;

1.10.9 a defesa argumenta que as acusações contra o acusado estão eivadas de erros de interpretação, manifestações pessoais e contradições, e que tais acusações não foram confirmadas. Sinceramente, observa-se que a defesa está a desconsiderar todas as provas que foram carreadas aos autos, sobretudo os depoimentos da 12ª, 13ª e 14ª testemunha, depoimentos estes que estão em consonância com as provas documentais e outros testemunhos juntos ao presente processo, e comprovam, a despeito do alegado, a prática da conduta atentatória a honra pessoal e decoro da classe;

1.10.10 não procede também, conforme já citado, a alegação de que nenhuma prova, ainda que tênue, foi juntada aos autos comprovando que o acusado tenha dado causa aos fatos descritos na denúncia. Basta uma análise superficial dos autos para se verificar que tal argumentação não se sustenta, porquanto existe sim nos autos provas claras (testemunhais e documentais) da conduta transgressora da disciplina perpetrada pelo acusado;

1.10.11 argumenta ainda a defesa, que não foi provado que a honra pessoal ou decoro da classe foram atingidos, e que para que isto ocorra o ato deve ser grave, com repercussão na comunidade onde os fatos tenham ocorrido, sendo marcantemente negativo e repreensível. Tais alegações são também improcedentes e equivocadas. Não há qualquer dúvida quanto à prática da indigitada conduta pelo acusado, e muito menos quanto à ofensa a honra pessoal e decoro da classe. As Instituições Militares estão erigidas em princípios de hierarquia e disciplina e têm como pilares de sustentação de sua confiança e credibilidade junto à sociedade os atributos de honestidade, integridade, moralidade e retidão que são inerentes à classe militar. Neste sentido, encontra-se estabelecido no Art. 9º do Código de Ética dos Militares de Minas Gerais que a honra, o sentimento do dever militar e a correção de atitudes impõem conduta moral e profissional irrepreensíveis a todo integrante das IME’s. Dito isto, forçoso é apontar que tais atributos e valores, nem de longe, se viram observados pelo acusado face a sua atitude. Ora, se tal conduta não é aceitável nem mesmo ao cidadão comum, o que dirá em relação a um militar, cuja atribuição precípua é justamente zelar pela preservação da ordem pública;

1.10.12 a defesa insiste em alegar que o acusado está sendo vítima de perseguição e que foi envolvido em uma trama arquitetada para lhe prejudicar. Outrossim, o acusado afirma em seu depoimento que existem pessoas que querem lhe prejudicar, tanto militares quanto civis, aqueles por inveja e estes em decorrência das interdições de depósitos de GLP. Francamente, a defesa parece esquecer que suas alegações e argumentos devem estar em consonância com aquilo que consta dos autos. Neste viés, é imperioso ressaltar que a defesa se escora em tais alegações, entretanto não aponta sequer um fato ou provas que fundamentem e ofereça sustentação às suas argumentações. Aliás, o que realmente se observa é que toda a defesa está calcada em argumentos frágeis, inconsistentes, destituídos de razão e, sobretudo, sem qualquer comprovação. Quem seriam, pois, os civis que querem lhe prejudicar por conta das interdições? Seriam o Sr. Pedro e o Sr. Delmoro, os quais relataram toda a conduta do acusado? E os militares, será que por inveja ou pela alegada perseguição, teriam confabulado, em conjunto com os dois civis citados, todos os fatos narrados na portaria, com o nítido propósito de prejudicar o acusado? A resposta é clara, as provas carreadas aos autos não deixam qualquer dúvida a esse respeito. Os documentos constantes dos autos dão conta que não houve interdição dos depósitos de GLP dos civis citados. De igual forma, não há quaisquer provas acerca da alegada perseguição do acusado. Enfim, ao compulsar os autos o que se observa claramente é que quem de fato foram vítimas de uma trama arquitetada são o Sr. Delmoro e Sr. Pedro Andrade e não o acusado;

1.10.13 improcedente também é a alegação de que o Cap Comandante da CIA BM e o Sd Maia induziram o depoimento de testemunhas, e que a CPAD estava ameaçada e obrigada a cercear direitos do acusado. Novamente, observa-se que a defesa faz acusações sem qualquer comprovação daquilo que está a relatar. Nota-se claramente que, por não ter provas pelas quais se defender, passa a fazer acusações diversas, as quais não têm qualquer consistência e são desprovidas de qualquer sustentação;

1.10.14 quanto ao fato da CPAD ter encaminhado o acusado para verificação de submissão à perícia psicopatológica, não houve qualquer ilegalidade neste procedimento, houve sim uma precaução por parte da Comissão. Outrossim, a despeito do que alega a defesa, esta conduta da CPAD não constitui elemento suficiente para afirmar que esta já tinha uma opinião formada acerca das acusações postas a sua apreciação. E sobre a avaliação médica, a qual é questionada pela defesa, tem-se que a referida foi realizada por um profissional devidamente habilitado, baseada no histórico clínico do acusado, não sendo constatada a necessidade de submissão à perícia psicopatológica, motivo pelo qual ele não foi encaminhado a citada perícia;

1.10.15 nota-se que a defesa dá bastante ênfase às informações relatadas pela 15ª testemunha, Sr. Fabiano, como forma de tentar comprovar as suas teses defensivas. Observa-se, entretanto, que ao serem analisadas as informações prestadas pela referida testemunha, verifica-se que o depoimento em que se escora a defesa apresenta diversas contradições em relação a pontos cruciais. Ressalta-se que a testemunha confirmou as declarações feitas em sede de IPM. Não restam dúvidas, porém, que as novas informações prestadas tiveram o nítido propósito de beneficiar o acusado. Entretanto, é imperioso salientar que tais informações não se sustentam, basta serem confrontadas com os demais testemunhos constantes dos autos para se constatar suas incoerências;

1.11 a honra pessoal, a integridade, a honestidade e a retidão são atributos inerentes à classe militar que não podem se ver conspurcados por comportamento daqueles em que a sociedade deposita sua confiança, justamente por integrarem a área da segurança pública. As Instituições Militares não devem aceitar em seu seio militares que tenham comportamentos contrários aos seus princípios basilares;

1.12 a conduta praticada enseja a aplicação de sanção disciplinar de demissão, considerando que aquela atentou contra a honra pessoal e decoro da classe, conforme pode se verificar através das provas constantes do processo.

2 RESOLVE:

2.1 demitir das fileiras do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais o nº 106.360-1, Cb BM João de

Paula, do 9º BBM, por haver praticado transgressão disciplinar que afetou a honra pessoal e o decoro da

classe, conforme restou demonstrado nos autos;

2.3 remeter cópia desta solução ao Coronel BM Comandante Operacional de Bombeiros para fins de conhecimento e acompanhamento;

2.4 determinar a publicação desta decisão em Boletim Reservado do Corpo de Bombeiros Militar;

2.5 recomendar às Unidades envolvidas adotar as medidas necessárias ao fiel cumprimento desta

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