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3.1. Sistemas passivos e estratégias passivas

3.1.3. Qualidade e caraterísticas da envolvente exterior

3.1.4.1. Soluções de proteção solar

Existem diferentes formas de proteção solar, cada um tem suas próprias características, vantagens e desvantagens e o arquiteto deve determinar a natureza do sombreamento necessário e os possíveis ajustes a serem feitos (Santos, 2014). As soluções de proteção solar podem ser divididas em: sombreamento externo e sombreamento interno.

3.1.4.1.1. Sombreamento Externo

Ao escolher este tipo de sombreamento deve-se ter em atenção a aparência exterior do edifício, mas mais importante, deve-se determinar a sua viabilidade, vulnerabilidade e o custo a longo prazo do método escolhido, de acordo com as condições climáticas que serão experimentadas no local. Os sistemas fixos de sombreamento são sempre menos versátil que os sistemas móveis, já que estes permitem um fácil ajuste ao ângulo de incidência solar e consequentemente da penetração do sol no espaço. Mas são relativamente mais económicas de instalar e estão menos sujeitas a danos em comparação com os sistemas móveis (Santos, 2014).

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Os elementos externos de proteção solar podem ser horizontais, verticais ou uma combinação dos dois, chamadas de grelha, assim temos:

Palas fixas e móveis

Como o Sol muda de posição ao longo do dia, o elemento de proteção deverá ser maior do que a janela a ser sombreada, podendo formar um plano contínuo ou estar espaçados permitindo uma insolação e ventilação parcial. A largura e o espaçamento das lâminas determinam o tamanho da sombra projetada, e estas podem variar conforme a altura das janelas ou a altura do piso. Elementos de proteção solar horizontais são mais eficazes nas horas em que o sol esta alto no céu, no entanto de manhã e a tarde onde o sol está baixo, os sombreadores verticais são mais eficientes (Santos, 2014).

Figura 3.12. Lâminas verticais móveis (Santos, 2014)

As palas móveis verticais ou horizontais permitem ao usuário evitar o ofuscamento ocasionado pelo sol junto a janela ou mesmo tempo que redireciona a luz natural para o interior permitindo a sua distribuição uniforme pelo compartimento interno. As lâminas espaçadas além de admitir luz difusa, também permitem a circulação do ar, reduzindo as suas transferências térmicas para o interior. Representando um importante dispositivo para o controle da insolação, podendo ser utilizado tanto para a proteção de paredes transparentes ou translúcidas como para o caso de paredes opacas leves (Santos, 2014).

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Figura 3.13. Lâminas horizontais móveis (Santos, 2014)

Nas fachadas Nascente e poente, um dispositivo fixo vertical pode ser melhor que um horizontal, mas a janela nunca é completamente sombreada. As lâminas verticais são mais eficazes quando o sol esta baixo, enquanto as lâminas horizontais são mais eficientes nas horas em que o sol esta alto. As grelhas combinam as vantagens das lâminas horizontais e verticais, oferecendo vantagens em termos de privacidade mas reduzindo contudo a vista. As grelhas são particularmente eficientes nas fachadas voltadas a sul, mas na sua conceção devem ser consideradas as necessidades de luz e ventilação natural (Santos, 2014).

Figura 3.14. Tipologias de palas em grelha (Santos, 2014)

Venezianas, persianas, toldos e estores

As venezianas, persianas, toldos e estores, cortam a incidência dos raios solares antes de atravessarem o vidro. Os dispositivos externos opacos de cor clara podem refletir até 80% da radiação incidente, já os translúcidos podem refletir até 60%, mas alguns sistemas de estores podem ser uma má escolha em termos de vista, iluminação e ventilação natural (Santos, 2014).

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Figura 3.15. Tipologias de venezianas ou persianas (Santos, 2014)

Os sombreadores ajustáveis evitam alguns destes problemas. Os toldos retrácteis, os estores exteriores de lâmina ajustáveis ou de enrolar, as cortinas e as venezianas podem ficar aberto a maior parte de tempo, sendo fechado somente quando a inclinação dos raios solares o exigir (Santos, 2014).

Santos (2014) citou trabalhos de Green Vitruvius (2001), onde refere que nas fachadas a este ou a oeste, os estores de lâminas horizontais precisam de ficar praticamente fechados para bloquear a luz do sol, mas os estores de lâminas verticais podem ficar parcialmente abertos e bloquear a luz do sol, ao mesmo tempo que deixa entrar a luz refletida ou difusa. Os sistemas totalmente automatizados que reagem as variações das inclinação do sol, a níveis de temperatura e/ou luz poderão ser necessários especialmente no caso dos sistemas exteriores.

3.1.4.1.2. Sombreamento Interno

É verdade que qualquer forma de sombreamento interno é menos eficiente que o externo, no controlo do ganho solar, pois a radiação solar absorvida muitas vezes é transferida por convecção e por radiação para o interior do compartimento, e uma vez que o calor já entrou torna-se difícil de extrair. No entanto apresenta a vantagem de ser menos vulnerável e mais fácil de manter e de limpar (Santos, 2014)

Cortinas

A forma mais comum de sombreamento interno, usado quase que universalmente em edifícios residenciais. O nível de sombreamento da cortina vária substancialmente conforme a cor, o tipo de tecido e sua transparência e desde que sejam cuidadosamente concebida, proporciona um nível satisfatório de proteção solar (Santos, 2014).

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Figura 3.16. Cortina (Santos, 2014)

Toldos e persianas

Com a vantagem de estar disponível em diferentes tipos de materiais, os toldos e as persianas oferecem soluções de baixo custo para reduzir os ganhos térmicos no verão. Pela sua ajustabilidade, permitem e bloqueiam a entrada da luz de acordo com a necessidade. A inclinação das lâminas da persiana pode ser modificada, para refletir a luz do sol para o teto ou para fora do edifício. Também podem ser incorporadas entre as placas de vidro da janela para protegê-la de danos, reduzindo assim as suas necessidades de manutenção (Santos, 2014).

Figura 3.17. Persianas (Santos, 2014)

Os toldos por sua vez podem ser perfuradas para possibilitar a ventilação e alguma visibilidade externa quando fechadas, podendo ainda ser motorizadas para uso em de grandes projetos. De folha única permite variar o desenho da superfície para satisfazer os requisitos individuais do prédio (Santos, 2014).

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Figura 3.18. Tipologias de toldos e estores (Santos, 2014)

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