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Soluções evidenciadoras

No documento alessandrapaschoalinomachadodossantos (páginas 33-58)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Soluções evidenciadoras

2.1.1 Nitrato de Prata

Para visualização da microinfiltração marginal, a solução de nitrato de prata passou a ser considerada um dos agentes mais apropriados para detectar as nanoporosidades ou os sinais de degradação hidrolítica dentro da camada híbrida e adesiva, pois além de ser visualizado em microscopia óptica, pode ser avaliado em microscopia eletrônica, já que a precipitação da prata torna a região corada passível de ser visualizada durante a análise (COSTA, 2005). Por apresentarem pH básico, em torno de 9,5, recomenda-se a imersão dos corpos de prova em nitrato de prata tamponada, amoniacal ou a metamina de prata para contornar o inconveniente da possível interferência nos resultados, evitando-se a desmineralização do substrato imerso por várias horas na solução.

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Li, Burrow e Tyas, em 2000, analisaram os padrões de nanoinfiltração de

quatro sistemas adesivos: Single Bond® (3M/ESPE) One Coat Bond®

(Coltène/Whaledent), Prime & Bond NT® (Dentsply) / Non Rinse Conditioner (NRC), e PermaQuik®. Superfícies oclusais de molares humanos extraídos foram polidas com lixas de carbureto de silício, e posteriomente, um dos sistemas adesivos foi utilizado. Os corpos-de-prova foram restaurados com resina composta Silux Plus® (3M/ESPE). Após 24 horas de armazenamento em água 37°C, as margens foram polidas com discos Soflex® e revestidas com verniz de uso cosmético. As amostras foram imersas em solução de nitrato de prata a 50%, por 24 horas, e expostos a solução reveladora por 8 horas. As amostras foram cortadas longitudinalmente, polidas, e montadas em stubs, revestidas com carbono e visualizadas no MEV. Diferentes padrões de nanoinfiltração foram observados com os diferentes sistemas adesivos. No entanto, o acúmulo de partículas de prata foi frequentemente notada na base da camada híbrida para todos os materiais. O Single Bond® e One Coat Bond® demonstraram absorção de partículas de prata tanto dentro da camada híbrida quanto no adesivo. O Prime & Bond NT® / NRC apresentou coloração prata em quase toda a espessura da camada híbrida. O padrão de nanoinfiltração do PermaQuik® revelou baixa deposição de prata dentro da camada híbrida. Concluíram que a composição de cada sistema adesivo pode desempenhar um papel na formação de diferentes padrões de nanoinfiltração. Os sistemas adesivos utilizados neste estudo não atingiram a perfeita vedação da interface dente/ restauração, que pode influenciar na durabilidade da adesão à dentina.

Mathew, Parameswaran e Krishnan, em 2001, avaliaram a microinfiltração marginal em cavidades classe II preparadas em pré-molares humanos recém- extraídos. Os dentes foram divididos em nove grupos, em que diferentes sistemas

adesivos foram utilizados. Os espécimes foram termociclados com 100 ciclos em diferentes temperaturas e em seguida, foram mantidos em solução de nitrato de prata a 50% por 2 horas. As observações em MEV e microscopia óptica revelaram que a aplicação de segunda camada de agente adesivo auxilia na redução da infiltração quando comparada a uma única camada.

Besnault e Attal, em 2002, avaliaram, in vitro, a influência de condições intra-orais sobre a microinfiltração de dois sistemas adesivos, Scotchbond Multipurpose Plus® = SBMP + (3M/ESPE) e Clearfil SE Bond® = SE Bond (Kuraray). Para SBMP +, a influência da adesão, comparando o protocolo recomendado pelo fabricante e um procedimento experimental, também foi estudada. Sessenta cavidades Classe II com margem cervical de 1mm abaixo da junção cemento- esmalte foram preparadas na mesial/distal de superfícies de molares humanos recentemente extraídos. Para os três grupos (n = 10), o sistema adesivo foi aplicado sob condições ambientais (20°C/40% de umidade relativa (UR)) para a cavidade mesial e, em condições extremas, (35°C/95% UR) para a cavidade distal. Os sistemas adesivos SBMP + e SE Bond foram aplicados em estrita conformidade com as instruções do fabricante. O SBMP + também foi utilizado de acordo com um procedimento experimental, com intensa evaporação do primer solvente. As cavidades foram restauradas com resina composta Filtek Z100® (3M/ESPE). Após o polimento, os espécimes foram termociclados (2000 ciclos, 5°C-55°C). Os dentes foram revestidos com verniz de uso cosmético, imersos em nitrato de prata a 50% por 2 horas e seccionados longitudinalmente. A extensão da microinfiltração foi medida em percentagem de penetração do corante. A análise estatística foi feita utilizando-se o teste ANOVA e teste de Fisher. Em 35°C e 95% UR, as condições de penetração foram significativamente maiores para os 3 grupos. Para SE Bond, as

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percentagens de microinfiltração foram mais baixas, tanto em temperatura ambiente quanto em condições extremas. Para SBMP +, o procedimento experimental permitiu uma diminuição da infiltração, mas apenas em condições ambientes. Concluíram que a simulação de condições intra-orais provocou um grande aumento na microinfiltração dos três grupos testados. O sistema adesivo com primer autocondicionante apresentou o melhor comportamento em temperatura/UR no presente estudo.

Resende e Gonçalves, em 2002, realizaram uma pesquisa com o intuito de avaliar a capacidade de selamento marginal de dois sistemas adesivos, um com

primer autocondicionante, o Clearfil Liner Bond 2V® (Kuraray) e o outro com condicionamento ácido total, Excite® (Vivadent), e comparar o desempenho dos mesmos em dentes humanos e bovinos, frente ao teste de microinfiltração. Para isto, foram utilizados vinte terceiros molares humanos e vinte incisivos bovinos. Foram preparadas cavidades de classe V em todos os dentes que após a aplicação dos sistemas adesivos, as cavidades foram restauradas com resina composta TPH Spectrum® (Dentsply). Os espécimes foram impermeabilizados com esmalte de uso cosmético, com exceção de 1,0mm ao redor das restaurações, termociclados com 300 ciclos, variando de 5 a 55°C, e imersos em solução de nitrato de prata a 50% por 24 horas. Após análise da microinfiltração em lupa estereoscópica e teste estatístico de Kruskall-Wallis ao nível de significância de 5%, constatou-se que o sistema adesivo Excite® apresentou a maior infiltração em esmalte de dentes bovinos, o Clearfil® foi o que melhor selou a margem gengival em dentes humanos e bovinos; dentes humanos e bovinos se comportaram de maneira semelhante frente ao Excite®, porém em relação ao Clearfil® houve diferença estatisticamente significante.

Tay, Pashley e Yoshiyama, em 2002, relataram que o primer e o adesivo dos sistemas adesivos autocondicionantes não devem apresentam nanonfiltração dentro da camada híbrida e que esta nanoinfiltração, quando presente, é causada pela dissolução de minerais após imersão em nitrato de prata levemente ácido. A partir desta hipótese, avaliaram a presença de nanoinfiltração em restaurações utilizando quatro sistemas adesivos autocondicionantes. Cada grupo foi composto por seis corpos de prova, onde três foram imersos em nitrato de prata convencional a 50% (pH 4,2) por 24 horas e os outros três corpos de prova em nitrato de prata amoniacal (pH 9,5), também por 24 horas. Observaram que todos os sistemas adesivos adesivos apresentaram nanoinfiltração reticular na camada híbrida quando o evidenciador utilizado foi o nitrato de prata convencional. Com o nitrato de prata amoniacal, um manchamento adicional de nanoinfiltração foi observado dentro da camada adesiva e na camada híbrida. Um modo reticular de nanoinfiltração em sistemas adesivos autocondicionantes de passo único provavelmente representa locais de incompleta remoção de água, que leva a uma incompleta polimerização. O padrão de manchamento identificado com o nitrato de prata amoniacal provavelmente representa regiões potencialmente permeáveis no adesivo e camada híbrida que resultaram da interação dos íons prata diamina básica com os componentes da resina ácido-hidrofílicos.

Carvalho et al., em 2005, estudaram superfícies dentinárias de terceiros molares humanos que foram submetidas à adesão com cinco adesivos autocondicionantes que utilizam passo único e cinco adesivos autocondicionantes de dois passos. Fatias de 1,0mm contendo as interfaces de resina-dentina foram imersas em solução de nitrato de prata amoniacal por 24 horas e, posteriormente, processadas para análise no MET (Microscópio Eletrônico de Transmissão). Uma

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zona de dentina parcialmente condicionada, mas não infiltrada por sistema adesivo foi identificada abaixo da camada híbrida nas versões que apresentam acidez moderada dos dois tipos de sistemas adesivos autocondicionantes testados. Esta hibridização foi caracterizada pela ocorrência de depósitos de prata ao longo dos espaços interfibrilares do colágeno mineralizado. Os espaços interfibrilares infiltrados por prata foram claramente observados para os adesivos de passo único Xeno III® (Dentsply), iBond® (Heraeus Kulzer), Brush & Bond® (Parkell) e um adesivo experimental. Também foram observados, ocasionalmente, e em menor espessura para os adesivos de dois passos Clearfil SE Bond® (Kuraray) e Clearfil Protect Bond® (Kuraray). Os adesivos de maior acidez exibiram uma transição abrupta entre a dentina desmineralizada e mineralizada e foram isentos dos espaços interfibrilares infiltrados por prata na base da camada híbrida. A infiltração incompleta de adesivo observada em alguns adesivos autocondicionantes pode estar relacionada com a reduzida acidez de seus monômeros acídicos na base da zona hibridizada ou, pela presença de componentes adesivos acídicos não-polimerizáveis, criando sítios

potencialmente degradáveis por hidrólise na união destes adesivos

autocondicionantes. Concluíram que há evidências morfológicas da discrepância entre a profundidade de desmineralização e a profundidade de infiltração dos monômeros acídicos em alguns adesivos autocondicionantes de acidez moderada.

Peixe, Firoozmand e Araújo, em 2006, avaliaram a microinfiltração marginal em restaurações de resina composta com utilização de adesivos dentinários de um mesmo fabricante e associados com adesivos de fabricantes diferentes. Foram realizados 40 preparos classe II tipo slot vertical, com pontas diamantadas 1094 (K.G. Sorensen) nas proximais dos terceiros molares. Foram divididos em 4 grupos: G1-Prime & Bond® (Dentsply) e TPH® (Dentsply); G2- Single

Bond® (3M/ESPE) e TPH®; G3- Single Bond® e Z100®; G4- Prime & Bond® (Dentsply) e Z100® (3M/ESPE). Após a confecção das restaurações, estas foram submetidas à ciclagem térmica, em água a 5°C ± 2°C e 55°C ± 2°C, com o tempo de permanência de 30 segundos, num total de 500 ciclos. As amostras foram imersas em solução de nitrato de prata 50%, em temperatura ambiente por 24 horas em câmara escura, sendo posteriormente colocadas em uma solução fotoreveladora sob luz fluorescente por 6 horas. Foram realizados dois cortes no centro da restauração, no sentido ocluso-gengival. A análise da microinfiltração foi realizada em lupa esterioscópica Zeiss com 50 vezes de aumento, seguindo escores de 0 a 3 graus. Os dados obtidos foram submetidos à análise não paramétrica de Kruskal- Wallis, revelando que os valores medianos foram: G1 = 3; G2 = 3; G3 = 2.5; G4 = 1. Mediante ao teste de comparação múltipla de Dunn (5%), o sistema adesivo do grupo G4 apresentou menores escores em relação à microinfiltração marginal.

Yuan et al., em 2007, avaliaram a qualidade de selamento a curto prazo de cinco sistemas adesivos. Dois sistemas adesivos de dois passos (Single Bond® - 3M/ESPE; Clearfil SE Bond® - Kuraray) e três de passo único (Clearfil S3 Bond® – Kuraray; G Bond® - GC America; One-Up Bond F-plus® – Tokuyama America). Quinze molares humanos tiveram a superfície oclusal removida e lixadas com lixas de carbureto de silício com granulação 600. Após 24 horas de armazenamento em água a 37°C, os sistemas adesivos foram aplicados e sobre estes, uma camada de 1mm de espessura de resina composta. Duas placas de cada dente foram escolhidos e imersos em nitrato de prata amoniacal a 50% por 18 horas e expostos a solução reveladora por 6 horas. As amostras foram, então, ligeiramente polidas. A fim de examinar a nanoinfiltração na interface dentina/sistema adesivo, a penetração da prata foi observada MEV utilizando ítrio-alumínio-granada (YAG) com modo de

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elétrons retroespalhados. O EDS (Espectrometria de Energia Dispersiva) também foi realizado para identificar os existência de partículas de prata metálica. O padrão de penetração da prata indicou diferentes nanoinfiltrações em diferentes sistemas adesivos. Os sistemas adesivos Single Bond® (3M/ESPE), One-Up Bond F-plus® e G Bond® mostraram uma coloração prata clara no adesivo e na camada híbrida. O sistema adesivo Clearfil SE Bond® (Kuraray) mostrou penetração menos prata e um ligeiro pico de prata no EDS. O sistema adesivo Clearfil S3 Bond® (Kuraray) não mostrou penetração prata claro em 2000X de ampliação no MEV, e não existência de prata metálica no EDS. A nanoinfiltração, bem como a sua localização foi dependente do sistema adesivo utilizado. Diferentes expressões de nanoinfiltração foram revelados entre os sistemas adesivos de dois passos e passo único e também entre os próprios sistemas adesivos de passo único.

2.1.2 Azul de metileno

Costa, em 2001, investigaram a microinfiltração marginal em restaurações classe II realizadas com três sistemas adesivos e resina composta em dentes bovinos. Setenta e cinco cavidades foram classe II tipo slot vertical foram preparadas com margem gengival localizada 1mm além da junção esmalte-cemento. Os dentes foram divididos em três grupos: grupo SBMP – sistema adesivo de múltiplos frascos ScotchBond Multi Uso® (3M/ESPE); grupo PB2.1 – sistema adesivo frasco único Prime & Bond 2.1® (Dentsply); grupo CLB2V – sistema adesivo autocondicionante Clearfil Liner Bond 2V® (Kuraray). As cavidades foram restauradas com resina composta Tetric Ceram® (Vivadent) com três incrementos,

polidas e devidamente impermeabilizadas. Os dentes foram submetidos a 1000 ciclos térmicos em água destilada em temperaturas de 5°C ± 2°C e 55°C ± 2°C. Em seguida, foram imersos em solução de azul de metileno a 2% tamponado por 4 horas. Logo depois, os dentes foram seccionados no centro das restaurações, e as amostras obtidas, analisadas quanto ao grau de infiltração em lupa estereoscópica com 50 vezes de aumento. Concluiu-se que os três sistemas adesivos estudados não foram capazes de evitar completamente a microinfiltração na margem gengival de restaurações classe II de resina composta, e o adesivo autocondicionante comportou-se da mesma forma que os adesivos que utilizam o ácido fosfórico como condicionador.

Lopes et al., em 2001, avaliaram o grau de microinfiltração de restaurações de resina composta Classe V. Quarenta cavidades (2,5mm x 2,0mm x 2,0mm) foram preparadas em pré-molares, com a margem oclusal em esmalte e a margem gengival em dentina. Foram utilizados quatro sistemas adesivos com diferentes solventes, e cada grupo restaurado com um tipo de resina composta: Excite – Vivadent - Etanol - resina composta TetricCeram® (Vivadent); One Coat Bond® (Coltène/Whaledent - água - resina composta Synergy® (Coltène/Whaledent); Prime & Bond NT® (Dentsply) - acetona - TPH Spectrum® (Dentsply) e Single-Bond® (3M/ESPE) - etanol/água - Filtek Z250® (3M/ESPE). Após 24 horas em água destilada, os dentes foram termociclados (250 ciclos, entre 5-55°C, 60 segundos cada ciclo). Os espécimes foram imersos em solução de azul de metileno 2% por 12 horas, e seccionados longitudinalmente, com um disco diamantado. A microinfiltração foi analisada com escala de 0-4. Os dados foram submetidos ao teste Kruskall-Wallis. Os resultados sugeriram que a microinfiltração nas margens em esmalte continuam sendo menor do que nas margens em dentina, mesmo para

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os novos sistemas de frasco único. Não houve diferença no grau de microinfiltração dos adesivos testados independentemente do tipo de solvente, em ambos os substratos.

Bedran de Castro et al., em 2002, avaliaram a microinfiltração e penetração de corante em restaurações classe II realizadas em noventa incisivos bovinos. A porção coronária foi seccionada 4mm acima da junção cemento-esmalte de forma que foi produzida uma mesa oclusal onde foram preparadas cavidades proximais oclusomesiais e oclusodistais. A margem cervical foi deixada em dentina. As cavidades foram preparadas com ponta carbide nº245 com 3mm de largura, 5mm de altura e 1,5 de profundidade. Os dentes foram divididos aleatoriamente em seis grupos: grupo 1 (controle) – Etch & Prime 3.0®

(Degussa AG) + Definite® (Degussa AG); grupo 2 – Prime & Bond NT®

(Dentsply De Trey) + Definite®; grupo 3 – Etch & Prime 3.0® + resina composta flow Wave® (SDI) + Definite®; grupo 4 (controle) – Prime & Bond NT® + TPH Spectrum® (Dentsply De Trey); grupo 5 – Etch & Prime 3.0® + TPH Spectrum®; grupo 6 – Prime & Bond NT® + TPH Spectrum®. Após acabamento e polimento das restaurações, os espécimes foram submetidos a 1500 ciclos térmicos variando de 5 a 55°C com 60 segundos de intervalo entre cada banho. Os dentes foram imersos em solução azul de metileno a 2% por 4 horas. Em seguida, foram seccionados longitudinalmente e avaliados em estereomicroscopia. O padrão de penetração do corante também foi avaliado. Os resultados indicaram que nenhum dos sistemas adesivos utilizados foi capaz de impedir a microinfiltração. Camargo, em 2003, comparou a microinfiltração ao longo da interface dente-restauração, através dos métodos de mensuração linear, escores e percentagens, e espectrofotometria utilizando os corantes azul de metileno e nitrato de prata. Foram empregados 40 terceiros molares humanos, onde foram realizados

dois preparos cavitários ocluso-proximais (mesial e distal) com margens em cemento/dentina, sendo que 20 dentes foram restaurados com os materiais Single Bond® (3M/ESPE)/Z250 e os outros 20 com Clearfil SE Bond® (Kuraray)/Z250. As amostras foram submetidas a 500 ciclos térmicos em temperaturas de 5°C ± 2°C e 55°C ± 2°C. Metade das amostras restauradas com cada sistema de união foi imersa em azul de metileno a 0,5% por 2 horas, neutralizado por um tampão fosfato, e a outra metade em nitrato de prata 50% também por 2 horas, formando-se assim, quatro grupos. A mensuração da penetração do corante foi realizada em escores e percentagem, enquanto que a espectrofotometria foi realizada apenas nos grupos onde foi empregado o azul de metileno. Os resultados obtidos para mensuração em percentagem, após ser submetido ao teste ANOVA e ao teste de Tukey, mostraram que, para o fator material, houve diferença significativa entre os Grupos 1 (SB/AM) e 3 (CSE/AM); já para os Grupos 2 (SB/NP) e 4 (CSE/NP) não houve diferença estatisticamente significante. Para o fator corante, houve diferença significativa entre os Grupos 3 e 4; para os Grupos 1 e 2, não houve diferença. Para a mensuração em escores, foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis, onde foi possível detectar diferença significativa entre os Grupos 1 e 3 e 2 e 3. Pela metodologia de espectrofotometria não foi possível detectar diferença estatisticamente significativa entre os Grupos 1 e 3. Foi possível concluir que o método de leitura e o corante empregado podem influenciar os resultados dos testes de infiltração marginal.

Costa et al., em 2003, investigaram, in vitro, a microinfiltração marginal em restaurações classe II realizadas com três sistemas adesivos. Setenta e cinco cavidades classe II, do tipo slot vertical foram preparadas em dentes bovinos, com margem gengival localizada 1,0mm além da junção esmalte/cemento. Em seguida, foram numeradas e divididas aleatoriamente em três grupos de acordo com o

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sistema adesivo utilizado: Grupo SBMP – sistema adesivo múltiplos frascos, Scotchbond Multi Uso® (3M/ESPE); Grupo PB2.1 – sistema adesivo frasco único, Primer & Bond 2.1® (Dentsply); Grupo CLB2V – sistema adesivo autocondicionante, Clearfil Liner Bond 2V® (Kuraray). As cavidades foram restauradas com resina composta em três incrementos horizontais. Após polimento, os dentes foram submetidos a 1000 ciclos térmicos em água destilada em banhos de 5oC ± 2oC e 55oC ± 2oC. Após impermeabilização com esmalte cosmético, os dentes foram imersos em azul de metileno a 2% tamponado por 4 horas. Logo depois, foram seccionados no centro das restaurações e analisadas quanto ao grau de infiltração em lupa estereoscópica com 50 vezes de aumento. Os dados foram submetidos ao teste de Kruskal Wallis (p> 0,05) e expressos através da soma das ordens: Grupo SBMP – 936,50; Grupo PB2.1 – 1053,00; Grupo CLB2V – 860,50. Embora Clearfil Liner Bond 2V® tenha apresentado menores índice de microinfiltração, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos (a=0,4531). Concluiu-se, que os três sistemas adesivos estudados não foram capazes de impedir a microinfiltração na margem gengival de restaurações classe II de resina composta, e o adesivo autocondicionante comportou-se da mesma forma que os adesivos que utilizam o ácido fosfórico como agente condicionador.

Arias, Campos e Pimenta, em 2004, avaliaram a eficácia de 3 sistemas adesivos hidrófilos na redução da microinfiltração de restaurações classe II. Foram selecionados 60 dentes molares humanos. Foi realizado em cada dente dois preparos classe II do tipo "slot vertical" nas superfícies mesial e distal, com margem cervical em dentina. As 120 cavidades foram sorteadas aleatoriamente em 3 grupos (n = 40), de acordo com o sistema adesivo testado G1: OptiBond SOLO® (Kerr); G2: Amalgambond Plus® (Parkell); G3: Etch & Prime 3.0® (Degussa). As cavidades

foram restauradas com resina composta Z100® (3M/ESPE). As amostras foram termocicladas 2000 vezes (5 ± 1ºC e 55 ± 1ºC), durante 1 min em cada banho. Após a termociclagem, os dentes foram imersos em uma solução de azul de metileno a 2%, pH 7,0, durante 4 horas, seccionados e observados em microscópio ótico MEIJI 2000 (35X). A avaliação foi realizada utilizando-se escores (0-4). Os 3 grupos foram significativamente diferentes. Os resultados indicaram que o sistema adesivo autocondiconante Etch & Prime 3.0® foi menos efetivo no controle da microinfiltração marginal. Já o sistema adesivo OptiBond SOLO® foi o mais efetivo no controle da microinfiltração quando comparado com o Amalgambond Plus® e o Etch & Prime 3.0®.

Brackett et al., em 2004, compararam, in vitro, a microinfiltração marginal de restaurações Classe V de resina composta utilizando dois sistema adesivos autocondicionantes, Prompt L-Pop® (3M/ESPE) e One-Up Bond F® (Tokuyama America), e um sistema adesivo convencional de três passos, Scotchbond Multi- Purpose® (3M/ESPE). Vinte e quatro terceiros molares humanos hígidos extraídos foram utilizados, nos quais foram preparadas cavidades classe V, sendo restauradas com os sistemas adesivos e a resina composta Filtek Z250® (3M/ESPE). Os dentes restaurados receberam 1.000 ciclos térmicos entre 5°C e 55°C, com tempo de permanência de 1 minuto em cada banho. Posteriormente, foram imersos em solução de azul de metileno 10% por 4 horas. Os espécimes foram seccionados, sendo as duas partes analisadas, num total de 16 amostras por sistema adesivo. Nenhuma microinfiltração foi observada ao longo da margem em esmalte. Já na margem gengival, houve incidência de 31% para Prompt L-Pop® e One-Up Bond F®, e 50% para o Scotchbond Multi-Purpose®, porém a análise estatística dos dados não mostrou diferença significativa entre os três adesivos.

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Casagrande et al., em 2005, avaliaram, in vitro, a microinfiltração cervical em restaurações ocluso-proximal com resina composta utilizando-se dois sistemas

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