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E STRATÉGIAS DE PREVENÇÃO 66

4.3. A SEGURANÇA DURANTE A ESTADIA EM PARAGEM , ESTAÇÃO OU TERMINAL 64

4.3.3. E STRATÉGIAS DE PREVENÇÃO 66

O relatório técnico “Protegendo os sistemas de transportes de Superfície e seus clientes de actividades terroristas – Estudos de casos das melhores práticas de segurança e uma cronologia de ataques” de Dezembro de 1997 [41] estabelece alguns critérios para a segurança em sistemas de transporte, divididos pelas áreas de Planeamento e Concepção (pré-incidente); Resposta (incidente) e

67 Recuperação (seguimento). Neste estudo foi elaborado um enquadramento das políticas e melhores práticas da época em termos de combate a actos de terrorismo e grandes actos criminosos contra sistemas de transporte terrestre, incluindo transporte público. O objectivo desse documento foi de listar as práticas e procedimentos para se alcançar um “estado mínimo de preparação”. Utilizando a pesquisa levada a cabo por Boyd, Maier and Associates (Perspectives on Transit Security for the 1990s: Strategies for Success), aí citada, as melhores práticas foram então definidas, entre outras, como sendo:

4.3.3.1. Práticas de distribuição de pessoal: • Pessoal uniformizado

• Distribuído em postos fixos • Patrulhas aleatórias

• Patrulhas dirigidas • Patrulhas de saturação

• Pessoal não uniformizado (dissimulado) • Patrulhas dirigidas

• Vigilância

• Esperas ou emboscadas

4.3.3.2. Concepção de Sistemas e Tecnologia • Minimização de alvos

• Controlo de movimentos e saídas • Utilização efectiva do espaço disponível • Equipamento de vigilância

• Sinalização de tolerância Zero

4.3.3.3. Colheita de dados • Registo de tarefas

• Relatórios dos operadores

• Formulários de registo de incidentes

4.3.3.4. Práticas operacionais

• Desenvolvimento de trajectos e horários • Manutenção

• Formação e políticas do sistema

Deve ser notado que a percepção do público desempenha um papel importante na prevenção de crime e vandalismo. Por exemplo, vários operadores relatam que equipamento de vigilância inactivo ou a fingir pode ser quase tão efectivo como o real a deter vandalismo e crimes contra a propriedade.

4.3.3.5. Descrição dos Incidentes/Problemas

As organizações de ordem pública (polícias e tribunais) geralmente categorizam a actividade criminosa em três níveis, no que diz respeito a transportes públicos: os dois níveis mais altos são os que estão sob estudo nesta análise:

• Nível 1: Crime não violento

Inclui transgressões como fumar em zonas proibidas, graffiti, e não aquisição de título de transporte. É caracterizada por serem crimes menores e vandalismo básico contra o sistema de transportes e sua infra-estrutura, incluindo infracções relacionadas com a qualidade de vida. Pela sua natureza não são aqui debatidas.

• Nível 2: Crime violento e destrutivo

Estes são caracterizados por agressões ao sistema em si, incluindo equipamentos e pessoal; ou a passageiros.

• Nível 3: Violência e destruição premeditados

Estes são caracterizados por ataques violentos e potencialmente mortais a operadores e utentes dos serviços de transporte. Os seus impactos vão muito além do limite físico da propriedade do sistema de transportes ou do seu equipamento. Nalguns casos são ataques com motivações políticas e dirigidos contra governos ou grupos étnicos ou raciais.

Apresenta-se de seguida uma lista de crimes violentos extraída de Boyd Et Al., por ordem crescente de gravidade:

• Objectos lançados contra veículos • Agressão a passageiros

• Agressão a operadores ou condutores • Agressões com armas

• Ameaças de bomba • Fogo posto

• Crimes de ódio • Homicídios

Para tornar a análise mais simples adoptou-se a categorização em três classes:

• Crimes contra a propriedade - incluem objectos lançados contra veículos; fogo posto e a maioria dos crimes de ódio;

• Crimes contra pessoas – incluem agressões a passageiros; agressões a operadores ou condutores; agressões com recurso a armas e homicídios

• Crimes de impacto dramático – incluem terrorismo, ameaças de bomba e alguns crimes de ódio

4.3.3.6. Critérios de Planeamento e Concepção, Resposta e Recuperação

Na tabela 4.4 listam-se procedimentos e estratégias a seguir no planeamento dos sistemas, de acordo com a expectativa do tipo de incidente (A.,B. ou C.) que se estima venha a ocorrer:

Na tabela 4.5. estabelecem-se quais as ferramentas de apoio à comunicação com o público ao dispor dos gestores de sistemas.

69 Na Tabela 4.7. identificam-se estratégias de Recuperação dos incidentes, por tipo de crime.

Tabela 4.4 Estratégias a seguir no planeamento dos sistemas

Estratégias de planeamento de sistemas Tipo de Crime A B C Pessoal e Organização de Segurança

Polícia de Transportes e agentes dissimulados × × ×

Patrulhas visíveis × × ×

Agentes de estações × × ×

Polícias locais × × ×

Procedimentos e planeamento da Segurança (Gestão global de crise)

Criar um programa de gestão de crise × × ×

Elaborar um plano de operações de emergência × × ×

Estabelecer acordos de entreajuda × × ×

Desenvolver procedimentos e formulários de registo e comunicação de eventos × × × Estabelecer linhas de comunicação e comando com autoridades externas - - ×

Contratar negociadores - - ×

Envolvente

Proteger estações e parques de estacionamento automóvel com controlo de

movimentos (vedações e uso de iluminação eficiente) × × × Seleccionar materiais que minimizem o risco × × ×

Assegurar a visibilidade × × ×

Manter as instalações × × ×

Tecnologia de detecção e segurança

Instalar equipamento de vigilância × × ×

Prever alarmes silenciosos × × ×

Prever saídas de emergência × × ×

Instalar sensores de intrusão × × ×

Procedimentos e equipamentos de comunicação

Estabelecer sistemas de comunicação de emergência redundantes × × × Estabelecer uma clara cadeia de comando × × ×

Vigiar estações e oficinas × - ×

Vigiar estações e escritórios - × ×

Instalar alarmes × × ×

Implementar patrulhas visíveis × × ×

Formação do pessoal

Preparar agentes de estações, operadores e todo o pessoal para eventos hostis × × ×

Levar a cabo exercícios de simulação × × ×

Definir procedimentos especiais para cidadãos mais velhos, de mobilidade reduzida e

mais jovens × × ×

Desenvolver procedimentos e formulários de registo e comunicação de eventos × × × Planeamento e preparação de resposta a emergências (em sistemas multimodais)

Prever canais de comunicação com as autoridades locais (alertas) × × × Confiar a coordenação às forças policiais e outras unidades de segurança × × ×

Segurança acrescida (antes de eventos especiais)

Requerer agentes de segurança adicionais × × ×

Incentivar vigilância da comunidade × × ×

Distribuir unidades caninas - - ×

Vigilância aérea - - ×

Executar simulacros com entidades exteriores - - × Actividades mediáticas e multi-linguísticas

Colocar sinais em veículos e estações alertando para crime × × - Colocar sinais em veículos e estações alertando para comportamentos e

acontecimentos pouco usuais - - ×

Encorajar a sensibilidade e atenção dos passageiros × × × Estabelecer envolvimento com escolas, grupos comunitários e com a juventude × × × Fomentar reuniões de sensibilização com o público em geral e com as

comunidades × × ×

Publicar prospectos e brochuras multi-linguísticas × × × Manter um bom departamento de Relações Públicas e Marketing × × ×

Tabela 4.5 Ferramentas de comunicação com o público

Ferramentas de comunicação com o público Pessoal de segurança com boa visibilidade

Campanhas de comunicação com o público agressivas

Fomentar a participação de todo o pessoal nas relações públicas Promover um ambiente de tolerância zero.

Tabela 4.6 Estratégias de resposta a incidentes

Estratégias de resposta a incidentes Tipo de Crime A B C Avaliação da ameaça ou problema

Estabelecer uma clara cadeia de comando e comunicação × × × Activar os procedimentos adequados de emergência ou de evacuação × × ×

Organização de Segurança e Pessoal Envolvido

Polícia de Transportes e agentes dissimulados × × ×

Agentes de estações × × ×

Polícias locais × × ×

Polícias nacionais e instituições de investigação criminal incluindo negociadores - - × Resposta à Emergência

Alertar as autoridades públicas de segurança × × × Organizar a assistência médica de emergência × × × Assegurar atenção e acompanhamento aos cidadãos mais velhos, de mobilidade

reduzida e mais jovens × × ×

Providenciar alternativas de transporte (por exemplo ponte de autocarros) × × × Actividades mediáticas e multi-linguísticas

Estabelecer um sistema de comunicar com o público × × × Providenciar assistentes de diferentes idiomas × × ×

Identificar um porta-voz do sistema × × ×

Delegar a comunicação com o exterior - - × Actividades de “limpeza”

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Estabelecer uma clara cadeia de comando e comunicação × × ×

Envolver a Polícia de Transportes × × ×

Coordenar com Polícias locais × × ×

Recolher e preservar provas × × ×

Iniciar procedimentos de aconselhamento e apoio - - ×

Tabela 4.7 Estratégias de recuperação e seguimento a incidentes

Estratégias de recuperação e seguimento a incidentes Tipo de Crime A B C Incremento da segurança

Preservar o local e as provas × × ×

Envolver unidades caninas - - ×

Envolver segurança especial, segundo a necessidade - - × Limpeza e restauração do funcionamento

Limpeza apropriada × × ×

Remoção de destroços × - ×

Revisão e Avaliação

Estimar danos × × ×

Realizar uma avaliação pós-incidente × × ×

Providenciar aconselhamento pós-traumático - × ×

Rever as estratégias e procedimentos × × ×

Elaborar um plano de melhoria × × ×

Relatar o incidente

Distribuir informações públicas × × ×

Estabelecer comunicações com as autoridades locais e com os meios de

comunicação social × × ×

Dar resposta aos inquéritos elaborados por outros organismos de manutenção da

ordem pública - - ×

Assegurar o cumprimento das regras de financiamento × × × Publicar qualquer outra informação apropriada × × ×

Eventual revisão por pares - - ×