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Sub-objetivo: Preservação e recuperação de florestas e vegetação nativa

C) Objetivo: Recuperar habitats da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara

3. Sub-objetivo: Preservação e recuperação de florestas e vegetação nativa

A cobertura florestal ou vegetativa possui importância crítica para processos biogeoquímicos; contribuem para a integridade dos rios, por fornecerem proteção através das matas ciliares; protegem os solos de erosões estabilizando encostas; contribuem para a biodiversidade da fauna e flora; reduzem a saída de nutrientes dos ecossistemas; são excelentes para a fixação de carbono, contribuindo para a redução de processos de aquecimento global; contribuem para a boa manutenção do ciclo hidrológico, entre outros benefícios.

O Estado do Rio de Janeiro encontra-se totalmente inserido no Bioma da Mata Atlântica, abrangendo formações florestais e ecossistemas associados à costa Atlântica brasileira. Estima-se que antes do descobrimento do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro possuía cerca de 97% dos 43.909,7 km2 de superfície de seu território cobertos por área

florestada, atualmente reduzida a aproximadamente 19% desse total inicial. A área é caracterizada por fragmentos dispersos sujeitos às pressões constantes provocadas pelo avanço dos processos antrópicos presentes na região. Esse quadro de redução da cobertura vegetal é consequência de processos históricos de exploração, relacionado aos diferentes ciclos econômicos e registrados desde o início da colonização européia, que deram origem aos padrões de ocupação humana atualmente observados, e responsáveis pelos altos índices de degradação ambiental.

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No que se refere à área total vegetada, em 1990 a Região Metropolitana do Rio de Janeiro possuía 29,1% da sua área total com cobertura vegetal. A percentagem foi reduzida para 28,9% no ano de 2000, sofrendo ainda um decréscimo adicional chegando à 27,9% no ano de 2005. Entre os municípios pertencentes à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 9 apresentaram redução de área verde, 5 tiveram pequena melhoria e os demais ficaram estáveis. Os casos mais extremos são Nilópolis, Belford Roxo e São João de Meriti, onde a área de vegetação encontra-se praticamente inexiste.

Figura 17. A) Fragmentação da vegetação na bacia hidrográfica da Baía de Guanabara; B) Vegetação remanescente de acordo com a altitude. Fonte: Moraes, 2012.

Ações passadas e em andamento:

O Projeto Olho Verde é uma iniciativa estadual atual liderada pelo INEA de monitoramento de taxas de desmatamento, e que visa alcançar a taxa de 0% de perda de florestas no território estadual até 2018. O projeto utiliza imagens de satélite de alta resolução para identificar áreas de floresta na região, tanto em propriedades privadas quanto em públicas. É importante mencionar que o Código Florestal Nacional (CNF) determina que propriedades privadas devem manter um mínimo de 20% de sua área total com cobertura vegetativa, e nesse sentido, o Projeto Olho Verde age como uma ferramenta de monitoramento e policiamento da lei supracitada. O projeto utiliza imagens de satélite de setembro de 2015 como linha de base, e compara com imagens recentes analisadas mensalmente para calcular atividades de desmatamento ocorridas no território estadual. A estrutura de policiamento propiciada pelo projeto emitirá multas aos proprietários privados que possuam menos de 20% de seus terrenos florestados, e conta com visitas de campo surpresa como uma ferramenta de coerção para a observância do Código Florestal Nacional, bem como a difusão de informação acerca de multas e fiscalização-surpresas através de canais de mídia.

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 Curto prazo - Completar o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e documentar e publicar regularmente as áreas de florestas e vegetação nativa na Baía de Guanabara e cada sub-bacia.

 Curto prazo - Desenvolver metas para a recuperação de florestas e Áreas de Preservação Permanente (APP), criar um cronograma para a recuperação da cobertura vegetal; começar a publicar relatórios a cada dois (2) anos com as áreas de floresta e APP criadas e preservadas, de forma a reportar o progresso em relação aos marcos bianuais.

Ações necessárias para o alcance do sub-objetivo e das metas:

i. Convocar um comitê especial incluindo o máximo de participantes e instituições envolvidas na proteção e recuperação florestal para desenvolver metas e implementar o plano, incluindo a publicação de relatórios com informação do progresso e alcance das metas estabelecidas.

ii. Atribuir responsabilidades para implementação e execução do plano e exigir relatórios anuais para serem publicados na Plataforma Digital e Boletim de Saúde Ambiental.

iii. Reforçar e monitorar a recomposição florestal prevista nos TACs das empresas e empreendimentos e monitorar o plantio de vegetação nativa em função do Cadastro Ambiental Rural (CAR), previsto no Novo Código Florestal.

iv. Mapear as áreas florestadas na bacia hidrográfica, incluindo as florestas sob respaldo municipal, estadual e federal.

v. Observar a conformidade com o ZEE no que tange as áreas designadas à cobertura vegetal, tanto para revitalização, expansão e reflorestamento de áreas ambientalmente frágeis, unidades de conservação, matas ciliares, matas de amortecimento no caso de indústrias com alto potencial poluidor, entre outras. vi. Efetivar e reforçar a demarcação geográfica do território de unidades de

conservação sob respaldo federal, estadual e municipal acompanhada de fiscalização e policiamento constantes das áreas para assegurar que apenas os usos permitidos nos planos de manejo e gestão correspodentes sejam desenvolvidos.

vii. Expandir e efetivar programas e projetos de monitoramento, tal como o Projeto Olho Verde, para que atividades de desmatamento sejam controladas, reduzidas e revertidas. Também se faz necessária a fiscalização e monitoramento das determinações do Códio Florestal Nacional para garantir a manutenção da cobertura vegetal nos territórios estadual e municipais.

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Preservar e expandir as áreas florestadas na bacia hidrográfica

Métrica Áreas de florestas preservadas Grupos Sub-bacias, bacia hidrográfica

Gráfico Gráfico de barras com as áreas florestadas atuais e planejadas, e áreas de florestas

protegidas

Mapas Mapa das sub-bacias e da bacia hidrográfica mostrando as áreas florestadas

Fonte Municípios, INEA, ICMBio