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SUBSISTEMA DE MANUTENÇÃO / PEQUENA REPARAÇÃO

ANOMALIAS DETECTADAS HISTÓRIA DAS INSPECÇÕES

5. SUBSISTEMA DE MANUTENÇÃO / PEQUENA REPARAÇÃO

Em qualquer país, os recursos disponibilizados para a gestão das respectivas edificações são limitados. Para manter todas as construções em condições óptimas, seriam necessários fundos praticamente ilimitados. Na prática, é o pessoal técnico que deve assessorar os donos das obras no sentido de indicar quais os trabalhos que devem ser feitos prioritariamente. Para tal, deve ser utilizado um sistema de classificação de todos os problemas que podem surgir numa construção que deve ser, tanto quanto possível, independente da subjectividade de cada inspector.

5.1. Manutenção ou reparação?

A gestão de um conjunto de património edificado é feita a dois níveis: o nível rotineiro diário e o nível a que é detectado um problema de índole estrutural ou funcional de média ou grande importância. A rotina consiste em manter as construções a cumprir as suas funções e resolver os pequenos problemas detectados durante as inspecções de manutenção: correntes e detalhadas. Não é necessário, em princípio, recorrer a especialistas, quer para identificar as anomalias, quer para as eliminar. Os problemas são resolvidos à medida que vão surgindo e, em geral, não há uma urgência excessiva na eliminação das anomalias. As quantias de dinheiro envolvidas são também relativamente pequenas.

Quando se detecta uma anomalia estrutural ou funcional importante, é colocada a hipótese de realização de uma larga gama de trabalho de reparação, que pode incluir reforço da superstrutura, aumento do número de pisos do edifício / alargamento do tabuleiro da ponte ou mesmo substituição da construção. A hipótese de não fazer nada deve também ser pesada relativamente às outras e verificada a necessidade de limitação da sobrecarga máxima através de sinalização / licença camarária. Não é possível tomar uma decisão idónea sem que seja realizada uma avaliação estrutural aprofundada da construção existente. A cada opção deve ser atribuída uma estimativa grosseira de custos o que, em geral, implica a necessidade de estudos preliminares económicos (e estruturais). Se parte do problema se deve a uma deficiência funcional em pontes, é necessário realizar também um censo de tráfego e prever as necessidades em termos de fluxo de tráfego e cargas máximas. Estes estudos são onerosos e

podem levar algum tempo. Qualquer que seja a opção activa escolhida, os custos inerentes são muito altos, o que significa que a decisão não pode ser tomada displicentemente.

Por estas razões, dividiu-se o sistema de decisão em dois subsistemas: manutenção / pequena reparação e reabilitação / substituição, sucintamente referidos por manutenção e reparação.

O subsistema de manutenção recorre às técnicas de reparação definidas como de manutenção no documento sobre o sistema classificativo das anomalias, assim como a pequenas reparações, isto é, reparações de anomalias (semi-)estruturais de somenos importância (quer porque a sua eliminação não envolve grande somas de dinheiro, quer porque não é necessário recorrer a especialistas para as resolver). O subsistema de reparação auxilia na escolha da melhor opção de reparação, reabilitação ou substituição, quando se detecta uma deficiência importante que põe em causa a funcionalidade da construção. É basicamente uma decisão de índole económica (ainda que baseada em dados fornecidos pela Engenharia estrutural e em estudos de tráfego no caso das pontes).

Uma forma prática para separar o âmbito dos dois subsistemas é a seguinte: sempre que houver necessidade de realizar uma avaliação estrutural, a eliminação das anomalias que lhe deram origem é englobada no subsistema de reparação; se a decisão de avançar com quaisquer trabalhos que sejam necessários for feita apenas com base na informação obtida nas inspecções periódicas, essa decisão deve obedecer aos critérios do subsistema de manutenção.

5.2. Sistema de rateio das anomalias proposto

O subsistema de manutenção / pequena reparação proposto baseia-se fundamentalmente no rateio que é feito às anomalias detectadas no decurso das inspecções correntes e detalhadas. Para que tal rateio seja, tanto quanto possível, independente da subjectividade do inspector, é necessário começar por normalizar a nomenclatura de descrição das anomalias. Noutro documento no âmbito deste curso, apresentou-se uma proposta de classificação de todos as anomalias que podem vir a ser encontradas em pontes de betão. Foram também apresentadas propostas de classificação das causas possíveis de tais anomalias e uma matriz

de correlação anomalias - causas possíveis. Esta informação foi utilizada para compilar fichas de anomalia.

Em cada ficha de anomalia, a parte final é dedicada à respectiva classificação (Figura 16). São propostos critérios simples, verificáveis ou mensuráveis em obra com equipamento muito simples ainda que, por vezes, a opinião do inspector possa vir a influenciar a classificação proposta. O sistema de rateio proposto baseia-se em três parâmetros principais: urgência de actuação, importância para a estabilidade da estrutura e volume de tráfego afectado pela anomalia (Quadro 2).

Urgência de Actuação (esta classificação é da responsabilidade do inspector e é efectuada aquando da visita regular de inspecção):

0 - necessária actuação imediata; (ex: se houver suspeita de colapso eminente quando é detectada uma rotação das fundações - anomalia A-B3);

1 - necessária actuação a curto prazo (até a um máximo de 6 meses); (ex: se à detecção de varões corroídos - anomalia A-D4 - corresponde o registo de perdas de aderência localizadas com armadura completamente à vista);

2 - necessária actuação a médio prazo (até a um máximo de 15 meses correspondente à visita seguinte); (ex: se o movimento relativo permitido entre os bordos da junta de dilatação em que foi detectado impedimento do movimento por ferrugem - anomalia A- F5 - corresponder a menos de 50% do curso normal);

3 - necessária actuação a longo prazo (na próxima visita, reclassifica-se a anomalia que deve ser registada na ficha de inspecção); (ex: se a detecção de uma mancha de ferrugem em elementos de betão - anomalia A-C1 - não for acompanhada de condições para que a corrosão das armaduras adjacentes progrida e se a zona afectada tiver um valor estético médio a baixo).

Importância para a Estabilidade da Estrutura (esta classificação é fixa para cada tipo de anomalia em função da sua localização):

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