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SUBTIPOS Apresentação combinada

Apresentação predominantemente desatenta Apresentação predominantemente

hiperativa/impulsiva

Estão presentes sintomas da desatenção e hiperatividade/impulsividade

Estão presentes somente sintomas da desatenção Estão presentes somente sintomas da

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Para o diagnóstico do TdAH, os sintomas (desatenção e/ou hiperatividade-impul- sividade) devem estar presentes antes dos 12 anos de idade; devem se manifestar ao menos em dois ambientes distintos (exemplo: escola e casa); devem acarretar prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou profissional e não podem ser causados por outras condições psiquiátricas, como transtorno psicótico, de humor, de ansiedade, intoxicação ou abstinência de substância, entre outros (dsm-5, 2014). Serão explanadas a seguir as principais características deste transtorno. De- ve-se considerar que elas podem estar presentes em todas as pessoas. O que vai sugerir a ocorrência do transtorno é a intensidade, a frequência e o prejuízo que causam na vida do indivíduo. Provavelmente, em diversos momentos você já de- sejou ter mais atenção, ser menos inquieto, já esqueceu onde colocou objetos, já ficou impaciente ao esperar em uma fila. Isso não quer dizer que você tenha o TdAH, o diagnóstico é complexo e deve ser feito por profissionais qualificados.

São características comuns na DESATENÇÃO (dsm-5, 2014):

• Apresenta dificuldade em prestar atenção a detalhes, o que contribui para que ocorram erros por descuido;

• Apresenta dificuldade para manter o foco da atenção em atividades lúdicas ou conversas mais longas; não responde quando chamado, parece estar “no mundo da lua”, mesmo não havendo nenhuma distração aparente;

• Esquece compromissos, material escolar, etc.; • Perde materiais escolares e de uso pessoal;

• Não consegue manter materiais e objetos pessoais organizados; • Distrai-se com facilidade;

• Demonstra falta de persistência nas atividades, não seguindo instruções até o fim e não concluindo no prazo;

• Apresenta dificuldade em gerenciar o tempo; • Evita tarefas que exijam esforço mental prolongado.

É importante destacar que a atenção é uma função cognitiva essencial para a aprendizagem, uma vez que permite que as informações disponíveis em nossos órgãos dos sentidos sejam assimiladas, organizadas e memorizadas (Bridi-FilHo; Bridi; sAlgUEiro, 2016).

São características comuns na HIPERATIVIDADE/IMPULSIVIDADE (dsm-5, 2014): A hiperatividade caracteriza-se por uma atividade motora excessiva, em que podem estar presentes manifestações como:

• Remexer na cadeira, batendo as mãos ou os pés;

• Ter dificuldade em permanecer sentado, levantando-se com frequência; • Correr, saltitar e subir em situações e locais inapropriados;

• Ter dificuldade em envolver-se forma calma e silenciosa em atividades de lazer e brincadeiras;

• Apresentar dificuldade em parar, parece estar sempre “a mil”; • Falar bastante e sem parar.

licenciatura em computação|Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem · 127 A impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem sem premedita- ção, é o agir sem pensar. São manifestações frequentes:

• Ter dificuldade em aguardar a sua vez;

• Responder antes que a pergunta tenha sido concluída;

• Interromper ou intrometer-se em conversas e atividades dos outros.

Além dos prejuízos na aprendizagem, “um sintoma frequente é a dificuldade de socialização, pois seus portadores não cooperam em atividades de grupo e seu comportamento é considerado difícil não só pelos adultos, mas pelas outras crianças, o que resulta na carência de amigos” (CosENZA, gUErrA, 2011, p. 136).

5.6.1 Adaptações e recomendações em sala de aula

Como visto, o TdAH pode se apresentar de diferentes maneiras e é essencial que o professor observe o seu aluno, identifique quais suas principais dificuldades, o que mais prejudica o seu desempenho e quais são os seus interesses. A partir disso, pode eleger algumas adaptações em sala de aula de modo a favorecer o pro- cesso de ensino-aprendizagem. Abaixo seguem algumas estratégias:

• Utilizar recursos organizadores como: lembretes em agendas e/ou cadernos, listas de tarefas, anotações em provas e trabalhos, quadro de avisos e crono- gramas;

• Estabelecer regras e rotinas, de preferência junto com os alunos;

• Evitar instruções muito extensas e parágrafos muitos longos. Dar preferência para mais tarefas com menos tempo de execução;

• Priorizar que atividades que exijam maior atenção sejam feitas no início da aula;

• Associar o assunto da aula com situações do contexto do aluno ou que tenha alguma aplicação prática;

• Utilizar recursos audiovisuais ou sensoriais;

• Proporcionar pequenos intervalos entre as atividades;

• Fazer combinações sobre saídas. Permitir que o aluno se movimente, criar momentos específicos para isso (exemplo: peça um favor, dê a ele uma tarefa que o faça se movimentar);

• Permitir que o aluno manipule objetos silenciosos na sua carteira (exemplo: bolas macias para apertar);

• Não punir o aluno deixando-o sem intervalo/recreio. O aluno com TdAH ne-

sAiBA mAis: acesse os vídeos: Mitos e Verdades sobre o TDAH | Luis Rohde | TEDxUFRGS disponível em <https://www. youtube.com/watch?v=6Xzha28mfV0>

PoderRS com Luis A Rohde, Pres. da Fed. Mundial de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=1SG_gzwKzv0>

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sAiBA mAis: A prova do EXAmE NACioNAl do ENsiNo mÉdio – ENEm – prevê Atendimento Especializado para pessoas com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual, surdocegueira, transtorno do espectro autista, dislexia, déficit de atenção, e discalculia. Esse atendimento era destinado somente a pessoas com deficiência. Atualmente, após a comprovação do diagnóstico, o aluno pode solicitar o recurso de acessibilidade que necessitar, dentre eles: o auxílio para leitura; tempo adicional e auxílio para transcrição. Na correção da redação dos participantes com dislexia são adotados mecanismos de avaliação que consideram as características linguísticas desse transtorno específico.

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cessita de intervalos e pausas;

• Utilizar estratégias de ensino ativo que incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem;

• Priorizar provas com questões curtas, objetivas e claras. O aluno com TdAH comete erros por descuido. É importante destacar, negritar palavras impor- tantes (exemplo: “Assinale a alternativa INCORRETA”). Alguns se organizam melhor quando o professor lê a prova antes de iniciá-la;

• Oportunizar outras formas de avaliação, como trabalhos em grupo, teatro, experiências, etc.;

• Solicitar ao aluno que repita a instrução de uma determinada atividade. Al- ternar entre os alunos favorece a atenção de toda a turma;

• Evitar lugares com muitas distrações. Deixe o aluno próximo ao professor; • Valorizar progressos sucessivos ao invés de esperar pelo comportamento

perfeito;

• Oferecer diferentes formas de estudos até que seja encontrada a mais ade- quada para aquele aluno;

• Alternar o tipo de atividades em sala de aula, não ficar apenas com o texto e a cópia;

• Manter contato frequente com os pais e outros profissionais que possam acompanhar o aluno;

Importante notar que estas recomendações auxiliarão a todos os alunos e não somente aqueles que tenham algum transtorno de aprendizagem ou TdAH. Quan- to ao aluno com TdAH, é comum que necessite fazer uso de medicação e realizar acompanhamento psicológico e/ou psicopedagógico.

E, lembre-se, muitos destes alunos podem ter estabelecido uma relação ne- gativa com a aprendizagem, significando o contexto escolar como um espaço de fracasso e inadequação. Diante disso, é fundamental que se desperte ou se resgate no aluno o desejo e o prazer em aprender.

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