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Subversões Virtuais

No documento EDIVALDO VIEIRA DA SILVA (páginas 179-188)

A imagem de Baudrillard ganhou uma certa notoriedade popular em 1999 quando no filme Matrix, a personagem central da trama, Thomas A. Anderson, um programador de uma companhia de informática durante o dia, assume a noite seu nickname hacker Neo e contrabandeia softwares piratas em um invólucro falso da obra

Simulacra and Simulation do filósofo francês.

As roupas de couro negras e os óculos espelhados das personagens que tanto encantaram o público jovem que encheram as salas de cinema, não são elementos representativos da criatividade dos irmãos Larry e Andy Wachowski, criadores do filme, mas peças de indumentárias típicas das personagens de um novo gênero de literatura de ficção científica surgido na década de 1980, o cyberpunk.

O novo gênero literário se afirmou quando em 1984, o escritor norte-americano William Gibson escreveu Neuromancer, uma obra de ficção científica que fugia aos cânones tradicionais do gênero. O cenário das tramas não se encontra num futuro longínquo e em planetas de outras constelações a anos-luz da Terra, mas nas grandes Cosmópolis mundiais como Nova Iorque, Zurique ou Tóquio.

As zonas urbanas são espaços decadentes marcados pelas desigualdades sociais, intensificadas pelo monopólio de grandes corporações – organizadas de uma forma híbrida, associando alta tecnologia com estruturas arcaicas, fundamentalistas ou mafiosas – que impõe baixos salários e desemprego generalizado, contribuindo para uma vida noturna cartografada por ilegalidades reatualizadas pelo desenvolvimento tecnológico como tráfico de drogas biológicas e sintéticas, material genético, hormônios, softwares, aplicativos de Realidade Virtual, microcircuitos, órgãos e tecidos cultivados a partir de amostras de DNA.

O herói, ou melhor, anti-herói dos romances cyberpunks são piratas de dados, prostitutas ou junks que para sobreviverem se chocam com o poder das corporações – invadindo seus sistemas, roubando e destruindo dados ou inserindo vírus – ou do Estado fluído e descarnado, amiúde representado como uma matrix, ‘representação abstrata das

relações entre sistemas de dados’ (Leary, http://project.cyberpunk.ru/leary_cyberpunks.html ) na qual o cyberpunk conecta sua

rede neural, deixando para trás o corpo carbônico se transformando em pura informação para circular nas entranhas da rede, ou na imagem propositalmente próxima da realidade atual, fornecida por Gibson:

“– A matrix teve a sua origem nos primitivos jogos eletrônicos – disse a voz gravada –, nos primeiros programas gráficos e nas experiências militares com conectores cranianos. – No monitor Sony, uma guerra do espaço bidimensional desaparecia atrás de uma floresta de brotos gerados matematicamente, demonstrando as possibilidades espaciais logarítmicas; e então entrou uma filmagem militar azulada, com animais de laboratórios plugados a sistemas de controle, capacetes controlando circuitos de comando de tanques e aviões de combate. – O cyberespaço. Uma alucinação conceitual vivida diariamente por bilhões de operadores autorizados, em todas as nações, por crianças aprendendo altos conceitos matemáticos... Uma representação gráfica de dados abstraídos dos bancos de todos os computadores do sistema humano. Uma complexidade impensável. Linhas de luz abrangendo o não-espaço da mente; nebulosas e constelações infindáveis de dados. Como marés de luzes de cidade... (Gibson, 2003: 67-68)”.

O enunciado cyberpunk surgiu da fusão dos termos “cyber” e “punk” e, de acordo com Thimothy Leary (1991), carrega em suas implicações toda uma história da alma e do corpo – máquina ou animal – da Antiguidade grega, passando por uma geração de jovens ingleses, os punks, de finais da década de 1970 do século passado, até a sociedade informacional contemporânea.

Para Leary, a noção de cyber, preservou, na cultura contemporânea, o sentido original grego que corresponde à exigência de sermos responsáveis por nossas próprias ações, adequando-se ao estilo comportamental dos punks que se rebelando contra a monarquia inglesa, o desemprego e o consumismo exacerbado, criaram um complexo sócio-cultural próprio articulado sob o lema “faça você mesmo”.

Os cyberpunks da década de 90 são pessoas que possuem habilidades para acessar e controlar tecnologias de conhecimento (Leary, 1991: 253), espalhados em vários lugares e exercendo diversas ocupações, em geral, na área cultural como diretores de cinema de vanguarda, compositores de músicas techno, artistas expressionistas, escritores de ficção científica ou experimentalistas em vídeo ou computação gráfica. Possuem como traço distintivo além do fato de despenderem uma boa parcela de tempo diante de uma tela de computador, um certo pioneirismo na compreensão da sociedade de controle, propiciada pela nova literatura de ficção científica de autores como William Gibson e Bruce Sterling, ou no precursor do gênero, William Burroughs.

O cyberpunk articula-se enquanto o primeiro movimento de contra-cultura em um universo eletrônico e virtual. É constituído por várias “tribos” ou sub-grupos – hackers4, crackers5, cypherpunks6, ravers7 e phreakers8 - que atuam no interior da rede contra o que consideram dispositivos de poder como sites governamentais, de grandes

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“Os primeiros hackers foram os viciados em computadores que trabalhavam no M.I.T.. Eles desenvolviam, para se divertir, os primeiros jogos eletrônicos e experimentavam as primeiras viagens pelas redes de informação. Mais tarde, os estudantes americanos começam a fazer parte dessa nova tribo, onde era prática corrente entre eles deixar um vírus ou uma bomba lógica no sistema informático da universidade. Com a banalização da micro-informática, são os adolescentes que vão se servir e ampliar as potencialidades da máquina. Eles serão os hackers, os jovens ingênuos e desinteressados que vão subverter as regras do universo informático (penetrar sistemas informáticos, copiar programas, produzir vírus, etc.) (Wiemker, Markus. Cyberpunks: A Sociological Analysis with Special Interest in the Description of their Online Activities: http://www.cybersoc.com/magazine )”.

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“hacking criminoso (destruição de informações, espionagem internacional, vírus destrutivos, manipulação de cartões de crédito e códigos de acesso confidenciais, etc.) ”. Ibidem.

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“cypherpunks (que lutam pela privacidade no ciberespaço)”. (Ibidem) 7

“ravers (aficcionados por festas techno)”. Ibidem.

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“Os phreakers surgem nos anos 60 com o objetivo de explorar as possibilidades abertas pelas redes de telefones. Nessa época o phreaking era a manipulação pirata do sistema telefônico americano Bell. O objetivo dos phreakers é realizar longas chamadas gratuitamente. A palavra phreak é resultado de um neologismo entre free, phone e freaks. A passagem do phreaking ao hacking era então uma questão de tempo e de desenvolvimento tecnológico. Os hackers serão assim os phreakers dos computadores, e vão ajudar a consolidar essa espécie de contracultura tecnológica. Numa cultura informatizada, a conseqüência natural do phreak é o hacker (em português cortar, entalhar, bisbilhotar), o cyberpunk, o pirata anarquista, aventureiro e protestante do universo tecnológico (Wiemker, Markus. Cyberpunks: A Sociological Analysis with Special Interest in the Description of their Online Activities:

indústrias e corporações, agências de inteligência ou sistemas de telefonia que constituem em seu conjunto, os esforços de transformar a “infovia” em um organismo ou dispositivo do que genericamente consideram como “o sistema”.

O ativismo cibernético do cyberpunk encontrou em Timothy Leary , o irrequieto psicólogo que fez história, na década de 1960, defendendo o consumo do Ácido Lisérgico (LSD), seu mais proeminente defensor e teórico.

Entre os anos de 1970 a 1976, Leary vivenciou sua experiência prisional, na era de gestão republicana conservadora de Richard Nixon - que chegou a considerá-lo ‘o homem mais perigoso da América’ – e Gerald Ford, que o sucedeu na presidência dos Estados Unidos, após o caso Watergate.

Período de amargura diante do refluxo do movimento hippie e da derrota das aspirações de destruir o ‘sistema’, Timothy Leary, no entanto, sistematiza suas idéias na prisão, vindo a publicá-las nos anos imediatamente posteriores a sua soltura, como “Neuropolitics” (1977), “Exo-Psychology” (1977) e “The Intelligence Agents” (1979).

A sintetização de sua concepção filosófica a partir de suas experiências em Harvard, no movimento hippie e no cárcere se deu na obra Exo-Psychology na qual a Teoria Exo-Psicológica intenta explicar o processo de evolução da humanidade a partir de fases ou circuitos de desenvolvimento do sistema nervoso.

O Primeiro Circuito ou Circuito de Bio-Sobrevivência está ligado às formas mais primitivas de vida, cérebros marinhos ou vegetativos, e organiza a estrutura neural apenas para distinguir as coisas nutritivas e as coisas nocivas para o organismo. Esta qualidade do primeiro circuito é preservada na raça humana, se inserindo na estrutura do sistema nervoso como imprints de instintos de sobrevivência que nos acompanham por toda vida.

O Segundo Circuito ou Circuito Emocional-Territorial desenvolveu-se talvez a 500.000.000 a.C. quando os vertebrados surgiram na face da terra mediante o desenvolvimento de pares de filamentos de DNA que realizaram a metamorfose de seres rastejantes para seres que caminham. Com o desenvolvimento da faculdade de deslocamento no espaço surge uma manifestação comportamental nova, a competição pelo território. Neste aspecto, políticos e estadistas encontram-se no segundo estágio de evolução, pois circunscrevem a ação política ao domínio de territórios e controle das populações.

O Terceiro Circuito ou Circuito Conceitual representa o modelo padrão da sociedade técno-mecânica que surgiu por volta de 4,5 milhões de anos quando o Homem começa a se distinguir de outras espécies. Sua duração se inicia com o Neolítico, isto é, com o desenvolvimento da habilidade de criar modelos lógicos- mentais das coisas e a linguagem simbólica. O apogeu do terceiro circuito se dá com o desenvolvimento da Física clássica e a evolução da sociedade mecânica até a linha de produção de Henri Ford e apresenta seu limite e esgotamento final – como estrutura cognitiva do puritanismo protestante estadunidense – após 400 anos de dominação de subjetividades, com a deflagração da bomba nuclear em Hiroshima.

O Quarto Circuito ou Circuito Sócio-Sexual se desenvolve por volta de 30.000 a.C. quando a sociedade determina papéis sexuais específicos para ambos os gêneros. Este modelo neural ocorre na puberdade quando as glândulas sexuais são ativadas neuro-químicamente, iniciando a metamorfose para a fase adulta. A heterogeneidade de papeis e imprints sexuais que fogem a padronização do 4º Circuito, em geral, são considerados pecados pela ‘tribo local’.

Os quatro primeiros circuitos do mapeamento do sistema nervoso humano são considerados circuitos ‘terrestres’, pois se originam de determinações energéticas,

climáticas e gravitacionais organizadas pelo planeta Terra, para garantir a sobrevivência e reprodução da espécie humana produzida em um ciclo evolutivo de milhões de anos. Os quatro seguintes circuitos da cartografia de Leary são considerados circuitos ‘extra- terrestres’.

O Quinto Circuito ou Circuito Neurosomático representa o primeiro estágio de ruptura com as estruturas mentais organizadas pelo modelo lógico euclidiano. No entanto, sua aparição se deu há 4.000 anos atrás, como nos dão mostras a arte hedonista da Índia e da China. A essência do quinto circuito é a capacidade de ruptura com a construção racionalista ocidental como demonstrada por hata iogas ou xamãs tântricos mediante o uso do principal neurotransmissor de acesso, a cannabis sativa.

O Sexto Circuito ou Circuito Neuroelétrico-Metaprogramação9 aponta para a

superação das modalidades de comunicação do terceiro circuito – a linguagem oral ou a fixação de caracteres no papel – e a afirmação da comunicação em um patamar eletro- magnético entre duas ou mais conteligências10 na velocidade da luz:

“Quando nós ativamos este circuito, nos tornamos conscientes de que aquilo que nós aceitamos como realidade, é precisamente um programa ‘alimentado’ em nossos bio-computadores (cérebros). A pessoa que ativa este circuito Einsteiniano, relativista, percebe que os mapas-realidades Euclidiano, Newtoniano e Aristotélico são apenas três entre bilhões de programas ou modelos de experiência possível (Leary, 1988: 93)”.

Neste nível, o ser humano adquire o conhecimento de como o sistema nervoso funciona, podendo assim se auto-reprogramar criando sua própria realidade, rompendo com os modelos cognitivos produzidos por estruturas de poder, principalmente com o 4º circuito, responsável pelo controle erótico dos corpos:

“O Universo inteiro é delicadamente, ritmicamente, jovialmente vibrático. Intercurso Cósmico. Somente se dermos o passo crucial da ‘vida terrestre larval’ para o próximo nível (sexto circuito), seremos capazes de experimentar o significado do ‘amor

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Na reedição do livro Exo-Psychology, como Info-Psychology (1987), Leary reconceitua este circuito como circuito Cibernético marcando sua volta aos movimentos de contracultura, aproximando-se de R. U. Sirius, editor da revista cyber Mondo 2000, e dos cyberpunks na década de 1980.

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Noção criada por Timothy Leary fundindo as categorias de consciência e inteligência para caracterizar o alto grau de consciência adquirido pelo ser humano neste circuito, distanciando-o na cadeia evolutiva de outros seres humanos situados nos circuitos anteriores.

elevado’, nomeadamente a conexão eletrônica dos sistemas nervosos, fazendo amor uns com os outros sobre distâncias galácticas do tempo neurológico (Leary, 1990: 113)”.

O Sétimo Circuito ou Circuito Neurogenético permite ao ser humano comunicar-se diretamente com os códigos de DNA, estrutura elementar da matéria, imortal por natureza, já que é a única estrutura que ultrapassa todos os processos entrópicos da evolução. O Circuito Neurogenético também é denominado por Timothy Leary de Inteligência Mítica, pois acreditava que os primeiros que tiveram a experiência de comunicação com o código genético da matéria foram os Iogues (Hindus, Sufis) que experimentaram o mundo dos arquétipos, de reconciliação com o mundo dos espíritos animais, deuses e deusas, como também de visualização de vidas passadas, reencarnação e imortalidade. A consciência mítica como Sétimo Circuito é a penúltima ‘viagem’ do ser humano que se torna imortal, desprendendo-se do corpo inerte e abandonado no vôo etéreo de sua ‘alma invisível’.

O Oitavo Círculo ou Circuito Neuroatômico é a viagem final do ser que no ciclo evolutivo se fez imortal e que agora busca as respostas da criação da vida, isto é, busca o primeiro e último elo, por assim dizer, causal-metafísico. Já que o mundo da matéria é constituído pelo DNA, trata-se de descobrir de onde veio o DNA e quem o criou.

Leary busca as respostas a estas questões, paradoxalmente, no Quinto Círculo, isto é, nas pesquisas empreendidas na Física Nuclear e na Mecânica Quântica, integrando-se nos esforços dessas ciências na análise do mundo sub-atômico, lugar do não-lugar, da ausência do tempo e do espaço e da ruptura e transcendência da barreira da velocidade da luz, onde possivelmente encontraríamos o caminho para alcançarmos e nos fundirmos com a conteligência absoluta ou “Inteligência Suprema”:

“A conteligência metafisiológica constrói átomos, cadeias de DNA, moléculas,neurônios;esculpe, programa, arquiteta todas as formas da matéria manipulando partículas nucleares e campos de força gravitacionais (Leary, The Cyberpunk: http://project.cyberpunk.ru/idb/leary_cyberpunks.html)”.

A Inteligência Suprema é o ‘cérebro metafisiológico’ ou ‘cérebro cósmico’ que criou o DNA e todas as formas de vida que atravessa as macro-materialidades e encontra na velocidade das partículas e nas ondas no nível atômico o caminho mais curto para o homem descarnado encontrar-se com o seu Criador, mas o verdadeiro encontro tem um lugar, ou não-lugar, mapeado na viagem, o Extra-Terra.

Após ser libertado em 1976, Leary profere algumas conferências, porém, se dedica com maior intensidade a leituras poéticas públicas com Allen Ginsberg e outros poetas da Geração Beat. No entanto, nos encontros com remanescentes do movimento hippie, reafirma sua concepção de que a realidade é uma construção de padrões de programação de comportamentos sociais codificados pelo Estado, autoridades em geral, pais e sacerdotes. Neste momento, de profundo entusiasmo pela corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética, avalia que o processo de evolução da espécie humana no planeta, já havia se encerrado e que novos ciclos de expansão de potências do sistema nervoso só seriam possíveis no espaço sideral.

A geração hippie é concebida como a primeira geração na história a romper com uma tradição recorrente de pensamento conservador, forjando linhas de fuga dos ‘túneis estreitos da realidade’, porém, a expansão da mente e o controle do sistema nervoso, propiciada por alucinógenos, teriam sido desviadas da potencialidade de um outro devir em virtude da postura de negação da ciência e da tecnologia adotada pelo movimento.

Com a década de 1980 e o advento dos personal computers, a figura do velho guru da contra-cultura é reabilitada por uma nova geração que encontra no seu pensamento a possibilidade de reconciliação de espiritualidade, ciência e tecnologia.

O septuagenário Timothy Leary passa a ser reconhecido pela nova geração como um dos pais do movimento cyberpunk, que deixa de ser apenas a definição de um grupo

de autores de ficção científica para se tornar um conceito definidor do movimento de contra-cultura dos anos 80.

Na década de 1990, na iminência de sua morte, Timothy Leary se coloca como o porta-voz da geração da década de oitenta situando-a em linha direta com a contra- cultura iniciada com a geração beat da década de 50, passando pelos hippies da década de 60, desembocando no movimento punk rock da década de 70.

De acordo com Leary, a queda do muro de Berlim, da União Soviética e do bloco dos países autoritários do Leste Europeu teve como ‘passagem obrigatória’, no processo de aprendizagem’ da juventude, o reconhecimento do poder da mídia como nicho de resistência e das tecnologias digitais, das quais já havia previsto em 1973, seu potencial revolucionário quando, indiferente às galhofas, vislumbrou a constituição de um ‘sistema nervoso eletrônico’.

Com a década de 1980 se inicia o Circuito Cibernético de superação da democracia representativa, resíduo de uma sociedade rural e escravocrata, a constituição de uma nova raça – Cyberpunks ou New Breed – e a criação da Cybersociedade substituindo todas as estruturas autoritárias e hierárquicas em prol de um ‘sistema auto- organizado baseado nas liberdades individuais e na comunicação eletrônica.

Leary morre em 1996, surpreendendo a todos que esperavam que o seu último desejo fosse marcado pelo otimismo tecnológico, expressando a vontade de manter o corpo em suspensão criônica ou em compasso de espera apostando na realização das promessas de imortalidade sinalizadas por novas tecnologias como a engenharia genética, nanotecnologia, ou pela cibernética (upload). Não obstante, desejou e fez valer a cremação e a disseminação de suas cinzas pelo espaço, possivelmente imaginando que a velocidade de deslocamento de suas partículas acelerariam seu encontro com o Criador.

No documento EDIVALDO VIEIRA DA SILVA (páginas 179-188)

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