• Nenhum resultado encontrado

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

TIPO QUANTIDADE Bancos Múltiplos

3 BREVE HISTÓRICO: SUDENE, BANCO DO NORDESTE E BANCO DO BRASIL S.A.

3.1 SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

O Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste – GTDN, criado em 1956 através do Decreto nº 40.554, de 14.12.56, sob a liderança do economista Celso Furtado, apresenta relatório final em 1959, denominado “Uma Política para o Desenvolvimento do Nordeste”.

Esse relatório articulava uma série de recomendações, assinaladas por uma larga visão histórica, e instigante senso de oportunidade, e fundamentadas numa análise interpretativa da realidade regional, há um tempo original,

precisa e didática. Esboçava em síntese, uma trajetória inovadora de desenvolvimento regional, na perspectiva do projeto de integração nacional em curso.11

A proposta do GTDN tinha por objetivos básicos:

a) a intensificação dos investimentos industriais visando criar no Nordeste um centro autônomo de produção manufatureira;

b) transformação da economia agrícola da faixa úmida, com vista a proporcionar uma oferta adequada de alimentos nos centros urbanos, cuja industrialização deverá ser intensificada;

c) transformação progressiva da economia das zonas semi-áridas no sentido de elevar sua produtividade e torná-la mais resistente ao impacto das secas;

d) deslocamento da fronteira agrícola do Nordeste, visando incorporá-la à economia da região as terras úmidas do hinterland maranhense, que estão em condições de receber os excedentes populacionais criados pela reorganização da faixa semi-árida. GTDN (1967, 2. ed.) apud Leonardo Guimarães (1996, p. 232).

Uma das constatações mais relevantes feitas pelo GTDN diz respeito ao fato do aumento gradativo das transferências correntes para o Nordeste, simultaneamente à redução das receitas tributárias da Região. Foi diagnosticada uma defasagem progressiva entre os investimentos feitos no Nordeste e nas regiões do Sudeste e do Sul do país. 30 anos de SUDENE (1990, p.16).

O GTDN foi transformado em Conselho do Desenvolvimento do Nordeste - CODENO, mediante decreto presidencial de nº 45.445 de 20.02.59, cujas atribuições eram a de ir implantando as diretrizes gerais da política econômica proposta, ao mesmo tempo é enviado ao Congresso Nacional, em fevereiro de 1959, o projeto de lei propondo a criação da SUDENE.

E finalmente, em 15 de dezembro de 1959, com a edição da lei nº 3.692, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE. Na sua concepção original, além das atribuições de Planejamento, Cooperação e

Assistência Técnica, inclui também a execução direta ou indireta, mediante convênios, de projetos regionais estratégicos.

A instalação da SUDENE representou uma inovação na forma de atuação do Estado brasileiro em termos de economia regional.

Sua estrutura organizacional era constituída de um Conselho Deliberativo e de uma Secretária Executiva. Nos últimos 40 anos a composição do seu Conselho sofreu alterações. Mas, à época da sua criação, dele participavam os governadores dos Estados do Nordeste; representantes dos Ministérios civis e do Estado Maior das Forças Armadas; das agências financeiras governamentais: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE, Banco do Nordeste do Brasil – BNB, e o Banco do Brasil; e o Superintendente da Comissão do Vale do São Francisco – CVSF, o Diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, e o próprio Superintendente da SUDENE.

A Secretaria Executiva da SUDENE, também sofreu várias modificações ao longo dos anos, cuja complexidade organizacional acompanhava as diretrizes dos Planos Diretores e as transformações ocorridas no espaço nacional e regional.

Os Planos concebidos nessa Secretaria eram discutidos no Conselho Deliberativo, e posteriormente encaminhados ao Congresso Nacional para aprovação e depois transformados em lei. Por outro lado, a SUDENE, era diretamente subordinada a Presidência da República, sendo dotada também de autonomia administrativa e poder decisório.

3.1.1 OS INCENTIVOS FISCAIS E FINANCEIROS

As transformações ocorridas no Nordeste nas últimas décadas decorreram, em grande parte do conjunto de incentivos fiscais e financeiros que foram criados para dar cumprimento aos objetivos da estratégia de desenvolvimento do GTDN, o de criação de um centro autônomo de produção industrial. São as seguintes as principais leis geradoras de incentivos:

a) Lei nº 3.692 de 15/12/1959

b) o sistema 34/18 (art. 34 da Lei nº 3.995, de 14/12/1961 e o art. 18 da Lei nº 4.239, de 17/06/1963).

c) Decreto-Lei de 16/06/1970, que criava o Programa de Integração Nacional.

d) Decreto-Lei nº 1.179, de 06 de junho de 1971, que instituía o Programa de Redistribuição de Terra e Estímulo à Agroindústria do Norte e do Nordeste.

Decreto-Lei nº 1.374, de 12/12/1974, que cria e o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FINAM, os Fundos Setoriais – FISET o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste – FINOR.

“FINOR: É o principal incentivo oferecido pela SUDENE para estimular a economia da região. Seu objetivo é oferecer apoio financeiro a empresas que pretendam se instalar ou ampliar sua atuação no Nordeste, Norte de Minas Gerais e Vale do Jequitinhonha e no norte do Espírito Santo (área da atuação da SUDENE). Ao longo de sua história, o FINOR aprovou 3.052 empreendimentos, dos quais 2.127 foram concluídos”.12

A diferença básica entre o sistema 34/18 e o FINOR consistia na eliminação da captação feita por cada investidor. Com a criação do FINOR, é a SUDENE quem determina a alocação dos recursos em cada projeto. O optante aposta na rentabilidade média do fundo.

Desde a sua criação, algumas alterações foram feitas no FINOR, mas que não mudaram a natureza e os objetivos do sistema de incentivos.

O FINOR é operado pelo Banco do Nordeste, a quem compete efetivar as ordens de liberação, subscrever ações ou debêntures das empresas, emitir cotas escriturais em favor dos investidores e administrar a carteira de títulos.

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso a SUDENE foi extinta e substituída pela ADENE - Agência de Desenvolvimento do Nordeste, criada pela Medida Provisória nº 2.146-1, de 04 de maio de 2001, alterada pela Medida Provisória nº 2.156, de 24 de agosto de 2001 e instalada pelo Decreto nº 4.126, de 13 de fevereiro de 2002.

Com o início do governo Luís Inácio Lula da Silva, foi constituído grupo de estudo, conduzido pela economista Tânia Bacelar, com o objetivo de reativar a SUDENE após a redefinição de seu papel.