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4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

5.2 SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS

Tendo em vista os resultados obtidos nesse trabalho, compreende-se que a proposta desenvolvida sugere novas pesquisas, já que a proposta de abordagem dos Três Momentos Pedagógicos oferece ao professor, um trabalho interdisciplinar não contemplado nessa pesquisa. Assim, verifica-se que ela pode ser aplicada em outras disciplinas.

De acordo com a ideia inicial desse projeto de pesquisa, observa-se, a possibilidade de desenvolver a proposta com recursos de hipermídia educacional, ampliando as práticas pedagógicas.

A partir do percurso desenvolvido nessa pesquisa, considera-se importante a realização de estudos similares, para verificar resultados semelhantes, ou não, em outros ambientes prisionais.

Consciente da importância da temática dessa pesquisa, pela busca por melhorias de ensino, pautadas nos Três Momentos Pedagógicos, verifica-se também, a viabilidade de ampliá-la para capacitação de demais professores que atendem alunos em situação de privação de liberdade, visando prepará-los para sua volta à sociedade a que pertencem.

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APÊNDICE A - Conheça a fascinante história das medidas, que acompanham o homem desde o tempo das cavernas

Conheça a fascinante história das medidas, que acompanham o homem desde o tempo das cavernas.

Texto da Revista Superinteressante, ed. 186, mar. de 2003

Da Pré-História aos dias de hoje, as medidas de espaço, volume e massa foram de tal forma incorporadas às nossas vidas que é impossível imaginar a civilização sem elas. Conheça os bastidores dessa história de erros, acertos e acirradas disputas de poder.

Elas fazem parte da vida cotidiana. Estão na reforma da casa, nas compras do supermercado, na ida ao posto de gasolina. Têm presença garantida nos laboratórios de pesquisa e nas indústrias, e são usadas nas transações comerciais entre os países. Você já não consegue mais conceber o mundo sem considerá-las; basta pensar nos metros, quilos e litros que permeiam as suas atividades mais corriqueiras. Essas personagens tão prestigiosas são as medidas, grandezas de espaço, massa e volume que acompanham a evolução intelectual e tecnológica da humanidade desde a Antigüidade. As medidas surgiram da necessidade de estabelecer comparações que permitissem o escambo entre as pessoas, quando as primeiras comunidades começaram a dispor de excedente agrícola, alguns milhares de anos antes de Cristo. Era preciso criar um sistema de equivalência entre o produto e um padrão previamente determinado que fosse aceito por todos os membros do grupo. As unidades primitivas tomaram como referência o corpo humano. Palmos, braços e pés ajudavam a dimensionar comprimento e área. Depois, vieram as balanças, as réguas, as ânforas e outras tantas medidas até a criação, em 1960, do sistema internacional de unidades, que estabelece grandezas universais para serem empregadas mundialmente.

Por viver num mundo já metrificado, você talvez ache muito natural — e até óbvio — que as distâncias sejam medidas em quilômetros e o arroz em quilos, por exemplo. Mas poderia ter sido diferente. Se o Brasil e boa parte do mundo não tivessem adotado o metro e as outras unidades exportadas pelo império napoleônico, talvez ainda usássemos o sistema imperial britânico, com suas jardas, onças e galões. E veríamos o mundo de outra maneira.

Conceber grandezas resultou da lenta e gradual sofisticação do pensamento humano, cujos primórdios remetem à Pré-História. "Medir foi uma maneira intuitiva de garantir a sobrevivência", diz o físico Giorgio Moscati, da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente do Comitê Internacional de Pesos e Medidas, órgão gestor do sistema internacional de unidades. Há cerca de 30 mil anos, enquanto lascava pedras e manuseava ossos para fabricar instrumentos de caça e de defesa, o homem começou a avaliar dimensões. Comparava as lascas entre si e analisava se eram adequadas para o uso que esperava delas.

Quando caçava, aprendeu — após repetidas tentativas — a calcular a distância do alvo, a força com que deveria atirar a lança e a velocidade que deveria conferir ao arremesso. "Não se trata apenas de um comportamento instintivo", diz o historiador da ciência Ubiratan D'Ambrosio, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "A capacidade de avaliar dimensões surge de um pensamento abstrato que começa a despontar de modo tênue nesse homem primitivo."

Aves e mamíferos também estimam distâncias e aprendem a dosar a própria velocidade na hora de conseguir alimento, chegar ao ninho ou fugir de um predador. Mas é a relação entre custo e benefício que está por trás dessas estimativas. "Ao contrário do que acontece nos humanos, não se trata de um processo consciente", diz o neurofisiologista Gilberto Xavier, da USP. "O sistema nervoso desses

animais acumula informações a partir de experiências prévias e gera predições baseadas na memória. As estimativas resultam, então, de um cruzamento de probabilidades."

Erros e acertos também modelaram a experiência humana. Mas o desenvolvimento da linguagem e, posteriormente, da cultura possibilitou ao homem identificar as diferentes dimensões presentes no ambiente e conferir-lhes um significado. "A vida em sociedade exigiu comunicação", diz Ubiratan. "A troca de impressões com os demais membros do grupo foi a base para a criação de um padrão comum." Assim surgiram os primeiros sistemas de medidas, que permitiam a todos compreender determinados conceitos, mesmo que não tivessem lidado com eles anteriormente.

Cada civilização da Antigüidade tinha o seu próprio sistema de medidas. No Egito, país onde foi inventada a balança cerca de 5 mil anos antes de Cristo, as medições eram consideradas de suma importância. Sustentavam o burocrático Estado egípcio. "Como a economia egípcia era baseada na agricultura e na cobrança de impostos, o uso de medidas padronizadas tornou-se fundamental", diz o egiptólogo Antonio Brancaglion, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Os escribas, que eram a base da administração e da burocracia do Egito antigo, controlavam as aferições, o uso correto das medidas e os registros dos produtos agrícolas.

As primeiras medidas egípcias, como as de outros povos da época, eram inspiradas no corpo humano. A unidade mais usada era o côvado, a distância do cotovelo até a ponta do dedo médio. O padrão real correspondia a 7 palmos ou 28 dedos, o que equivaleria hoje a 52,3 centímetros. Para medir áreas de plantações, os egípcios utilizavam cordas com nós - o que acabou originando uma atividade curiosa: a dos esticadores de corda. Para comparações de massa, eram usados pesinhos com formatos de animais, como leões e touros. Muitos deles foram encontrados em tumbas e pirâmides. Os egípcios viam os instrumentos de medida como artefatos muito valiosos. "Réguas e balanças eram sepultadas junto com seus proprietários", diz Antonio. "Existiram casos em que as réguas eram folheadas a ouro e dadas de presente pelo faraó ao dignitário."

Na Roma antiga, as medidas oficiais também eram valorizadas e respeitadas. No centro de todas as cidades do Império Romano, funcionava uma espécie de escritório onde havia uma bancada com os principais padrões, tanto de comprimento quanto de volume. "Os romanos iam até lá para conferir as medidas de suas ânforas e réguas", diz o historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Obviamente, devido às limitações da época, tais padrões não eram tão precisos." O sistema romano de medidas, bastante influenciado pelo grego (a Grécia foi conquistada em 146 a.C.), era composto de unidades como polegada, pé, onça e libra. Os nomes serviram de inspiração para as medidas usadas ainda hoje no sistema imperial britânico. Os valores, no entanto, não são os mesmos.

A primeira tentativa de unificação das medidas veio com o imperador francês Carlos Magno (768- 814), no século 8. Ele criou, por exemplo, um conjunto de pesos chamado de "pilha de Carlos Magno" e instituiu a libra esterlina (equivalente hoje a 350 gramas). Mas essas unidades não perduraram. Durante a Idade Média, cada senhor feudal manteve, dentro das terras que lhe pertenciam, os seus próprios padrões de medida. Era uma forma de dominação. "Quem controlava as medidas detinha o poder", diz Giorgio Moscati. As medições se tornaram arbitrárias e, não raro, a população era explorada pelos abusos fraudulentos de mercadores e senhores feudais, que usavam padrões pequenos para a venda de mercadorias e grandes para a compra dos produtos agrícolas.

O uso de diferentes padrões de medidas entre as nações e mesmo dentro de um único país vigorou durante toda a Idade Moderna. O absolutismo político reinante na Europa não dava espaço para a revolucionária idéia de padronizar as medições. Para você ter uma idéia, uma das unidades de comprimento mais comuns na França daquela época era o pied-de-roi ("pé-de-rei"), que hoje equivaleria a 32,5 centímetros. O pied-de-roi oficial de Paris valia 1,1 da medida usada em Bordeaux e 0,9 daquela que se utilizava na região de Lorraine. Isso significa que a mesma medida - uma corda

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