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3 TABELAS

6.3 Sugestões para futuras pesquisas

Muito há para ser pesquisado, uma vez que o presente trabalho está longe de esgotar o tema, pois limita-se ao aspecto da manifestação do consumidor junto à ANS. Novos estudos podem e devem ser desenvolvidos, ampliando o seu foco ou aprofundando questões aqui apenas apontadas.

Dentro deste espectro, pode-se sugerir o desenvolvimento de estudo semelhante ao realizado, desta vez com o foco sobre as operadoras de planos de saúde e a sua

percepção com relação ao consumidor e a contribuição que esta percepção pode oferecer à ação regulatória da ANS.

Ainda considerando a presença de uma dimensão simbólica na ação do consumidor, pode-se estudar de que maneira a ANS deve conciliar a percepção do consumidor que, ao pagar mensalmente um plano de saúde acredita estar se assegurando de condições assistenciais capazes de lhe preservarem a vida, com a das operadoras desses planos, que operam sob a lógica do mercado e que estão disponibilizando produtos e serviços administrados por critérios mercantis. Como vem sendo feita essa conciliação? É possível a utilização de mecanismos voltados para aumentar o nível de informação dos consumidores e, com isso, tentar reduzir os significados simbólico, afetivo, histórico e cultural que têm a saúde, a doença e a morte para as pessoas? Que medidas regulatórias poderiam ser adotadas?

Também sugere-se um aprofundamento quanto à linguagem conciliatória entre as estruturas presentes no consumidor brasileiro. De que forma a ANS, como agente regulador, pode conciliar tais estruturas, adequando-as às práticas do mercado e da cidadania? Considerando-se que para as operadoras, sob uma ótica mercantil, o cliente é “consumidor” e que sob a ótica do Estado ele é “cidadão”, é possível essa conciliação? Quais as barreiras que dificultam e o que pode contribuir para uma integração?

Da mesma forma, sugere-se a extensão do estudo aos prestadores de serviços assistenciais, que exercem importante papel neste contexto, pois são eles que efetivamente promovem as ações de atendimento à saúde vendidas pelas operadoras sob a forma de ‘planos de saúde’. Como se dá a relação entre estes prestadores e as

operadoras? Como eles vêem a ANS e o que esperam da ação regulatória? Qual a percepção dos consumidores com relação ao papel dos prestadores de serviços frente às operadoras?

Por fim, outro tema relevante para futuros estudos pode ser o entendimento do consumidor de planos de saúde enquanto sujeito da pós-modernidade, com a sua identidade social sendo construída a cada momento, vulnerável a influências e flutuações advindas do seu contexto social e a relação que pode estabelecer com a ANS enquanto ente regulador do sistema de saúde suplementar.

Estas são algumas das muitas questões colocadas para ampliar o debate em torno da regulamentação do setor. O desafio a ser vencido é estimulante quando se pensa que, de alguma forma, a sua superação vai estar ajudando a ANS a enriquecer sua formulação estratégica e a ampliar seu papel na regulação do mercado de saúde suplementar, contribuindo para o bem-estar da sociedade brasileira.

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