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Com base nos resultados do estudo, pesquisa e investigação definiram-se as seguintes sugestões abaixo, com a finalidade de apoiar e orientar coordenadores, tutores e educandos dos cursos da ENFOC:

Recursos disponíveis

Um fator observado foi a utilização de poucos recursos no ambiente. Basicamente o Moodle na ENFOC faz uso de vídeos, fóruns, chats, tarefas e links externos. Os sistemas de administração de aprendizagem oferecem a possibilidade dos alunos avançarem os conteúdos de acordos com suas necessidades. A utilização de ferramentas de colaboração

e comunicação que explorem a construção coletiva como workshops, wikis e blogs, entre outros recursos, irão incentivar a constante participação, produção e colaboração, e assim, valorizar as bases epistemológicas da Educação Popular.

Os recursos disponíveis devem permitir a construção coletiva e estimular a aprendi- zagem. As ferramentas disponíveis no Moodle podem ser síncronas ou assíncronas. As síncronas permitem a comunicação em tempo real, por meio de chats e web conferências e as assíncronas são as comunicações em tempos diferentes, como fóruns de discussão, diários, glossários, entre outros [Santos and Araújo, 2009]. Abaixo estão elencadas as principais funções de cada uma dessas ferramentas conforme o site oficial do Moodle:

• Chat: permite a comunicação em tempo real. Nele é possível o arquivamento de conversas para visualização em um momento posterior.

• Fórum: é uma forma de comunicação assíncrona. Os participantes podem abrir fóruns de discussão separados por temas e isso acaba possibilitando a interação com diversos usuários. Nele é possível também a inclusão de arquivos.

• Tabela: As tabelas podem, tal como os glossários, ser um recurso material no caso de serem editadas apenas pelos professores. Este recurso é útil para colocar grande volume de informação, por exemplo de consulta, em que seja importante funcionali- dades de procura avançadas. O tipo de campos que as tabelas podem ter é bastante diverso, tornando este recurso dos mais versáteis disponíveis no Moodle, e útil em diversas situações.

• Glossário: elenca as principais definições conceituais de termos utilizados durante o curso. Levam os alunos a construirem juntos os significados para as terminologias e conceitos fundamentais durante a utilização da plataforma.

• Tarefas: espaço destinado para que os participantes entreguem trabalhos e ativida- des durante o curso. O professor pode definir uma prazo inicial e final para entrega das atividades.

De fato o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle permite inovar a dinamizar as práticas pedagógicas. O professor não precisa ser um especialista no uso da ferramenta devido as facilidades permiitdas por meio de seus recursos e funcionalidades. Entretanto, os educandos, tutores e profissionais responsáveis pela manutenção do ambiente devem explorar mais os recursos e funcionalidades presentes na plataforma, devem ser inseridos adaptações específicas referentes a realidade social da instituição para que seja possível o favorecimento no seu uso e na potencialização do aprendizado.

Capacitação dos profissionais

Outro fator observado tem a ver com a capacitação dos tutores e da coordenação pedagógica para a utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem. O nível de expe- riência dos tutores com a utilização desse recurso tecnológico é relativamente baixo. É necessário que sejam oferecidos treinamentos, mini-cursos e palestras sobre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Esses ambientes por serem recursos tecnológicos que passam por constantes mudanças fazem com que seja necessário que a equipe envolvida esteja sempre atualizada e apta a trabalhar com esses novos recursos.

Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem possibilitam que os educandos tenham acesso a informação de modo rápido e imediato. Para que essa informação tenha um efeito posi- tivo na educação dos educandos, principalmente se pensarmos no contexto da Educação Popular, é necessário que o educador tenha uma formação especializada e continuada, com o intuito de garantir a qualidade do ensino.

É importante que exista uma proposta pedagógica muito bem definida e coerente, para isso a ENFOC deve ter uma preocupação de formar educadores por meio de cursos de capacitação e averiguar o seu desempenho, e que esses cursos não sejam somente no ínicio, mas sim de forma permanente. Dessa forma, o educador poderá proporcionar para os educandos o máximo que a ferramenta possa permitir e assim ter maior probabilidade de resposta positiva por parte dos seus usuários.

Ferramentas de avaliação

Por muito tempo a avalição era vista como uma ferramenta única de identificação do nível de conhecimento do aluno. Avaliar era, em alguns ambientes de ensino ainda é, uma maneira de atribuir um julgamento com base em uma escala de valores. Sabe-se hoje que esse único tipo de avaliação ficou ultrapassado. O objetivo da avaliação deve ser encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado do educando e para isso é necessário oferecer alternativas para um processo mais significativo de aprendizagem. Vale ressaltar não só os objetivos do educador, mas também as necessidades de cada turma.

A ferramenta Moodle apresenta modalidades de avaliação que podem ser de desem- penho e de engajamento. A avaliação de desempenho tem como objetivo avaliar o en- tendimento dos conteúdos por meio de questionários, testes e exercícios. Para executar esse tipo de avaliação o educando precisa demonstrar domínio do que foi ensinado. Já na avaliação de engajamento o objetivo é avaliar a participação dos educandos no Ambiente Virtual de Aprendizagem, isso pode se dar através de resolução dos exercícios propostos pelo educador e participação nos fóruns.

A ENFOC utiliza poucos recursos de avaliação presentes na plataforma, pensando nisso recomendo algumas possibilidades de avaliação:

• Diários: é uma ferramenta que possibilita o educando fazer anotações e observações sobre o que está sendo estudado e aprendido. Dessa forma é possível avaliar o engajamento do aluno por meio da observação dos escritos, inclusive o educador pode dar os feedbacks no próprio sistema fazendo conexões com aquilo que está sendo discutido.

• Questionários: através de questões e listas de exercícios o educador pode criar uma escala de notas para avaliar o desempenho do educando.

• Wikis: as wikis são ferramentas bastantes colaborativas em educação. Com elas é possível a criação de textos de forma livre podendo ser realizada por todos os educandos. Essa ferramenta permite a construção coletiva com cooperação e auto- nomia.

• Lição: Neste recurso existe um conjunto de páginas com materiais, podendo existir uma pergunta no final de cada página. Dependendo da resposta o usuário passa para a página seguinte, mantém-se na mesma página ou passa para qualquer outra página. Este sistema permite a construção de percursos alternativos dependendo do conhecimento prévio do usuário, serve para manter o usuário atento, e pode também ser utilizado para avaliação.

Capítulo 7

Considerações Finais

O Ambiente Virtual de Aprendizagem tornou-se uma ferramenta importante para a dis- seminação da informação e do conhecimento. Sabe-se que o ensino dentro do contexto da Educação Popular pode acontecer dentro e fora dos muros institucionais. Deve ser um ensino voltado para ampliação das discussões que cercam o ambiente familiar do educando associando com o que acontece fora dele.

O estudo mostrou que os educandos do curso Nacional de Formação em Desenvol- vimento Rural Sustentável e Solidário manifestaram-se favoravelmente as ferramentas presentes pelo Moodle devido às facilidades proporcionadas por meio de seus recursos. O uso do Ambiente virtual de aprendizagem proporcionou uma melhor interação entre os educandos e os tutores, e serviu para mostrar que é possível superar a oposição entre urbano e rural, na visão de que o moderno e avançado está no espaço urbano e o atrasado está no espaço rural e na agricultura.

Na pesquisa foi verificado que os tutores consideram o Moodle como um ambiente que serve para facilitar a disponibilização de materiais didáticos e que permite uma interação significativa entre os tutores e educandos. Foi verificado também que o nível de experiência dos tutores com a plataforma é relativamente baixo e que mesmo assim o uso do ambiente foi avaliado de forma excelente.

Outro aspecto, observado na pesquisa, é que apesar de que somente (29,6%) dos edu- candos tinham participado de algum curso apoiado por uso de tecnologias o nível de aceitação da plataforma foi classificado como excelente. Os índices de evasão do curso por parte das dificuldades da plataforma foram baixos e que todos os educandos da amostra gostariam de utilizar o ambiente em mais cursos oferecidos.

De fato o ambiente virtual de aprendizagem Moodle permite inovar a dinamizar as práticas pedagógicas. O professor não precisa ser um especialista no uso da ferramenta devido as facilidades permiitdas por meio de seus recursos e funcionalidades. Entretanto, os educandos, tutores e profissionais responsáveis pela manutenção do ambiente devem

explorar mais os recursos e funcionalidades presentes na plataforma, devem ser inseridos adaptações específicas referentes a realidade social da instituição para que seja possível o favorecimento no seu uso e na potencialização do aprendizado.

Em relação aos aspectos referentes a usabilidade da plataforma, (50%) dos educandos sentiram alguma dificuldade na utilização da plataforma e que ao passar do tempo e com a utilização cada vez mais frequente os ínidices de dificuldade caíram para (7,7%).

Levando em consideração o questionário aplicado para os educandos, ressalto a fala de um deles: "Garantir para que a ferramenta não se perca, uma vez que é exclusiva de um movimento de trabalhadores rurais - Educação do Campo, no qual pessoas têm oportuni- dade de ir além e ter uma formação digna e de qualidade, sem perder a realidade no qual está inserida, sem sair do campo". Percebemos através da fala, a real importância dessa primeira experiência na utilização do Ambiente Virtual de Aprendizagem. De como essa experiência foi significativa para os educandos e como, de alguma forma, os transformou. O ambiente por ser desenvolvido sob uma licença de código aberto permite que adap- tações específicas a realidade da instituição sejam realizadas o que acrescentaria um ganho enorme para todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Tornar a ferramenta mais ampla e com mais recursos é fundamental para que essa experiência não se perca, pois não adianta somente implantar o ambiente de aprendizagem, é necessário pensar em formas de apoiar, orientar e incentivar os usuários e os futuros usuários.

Como sugestão para trabalhos futuros a continuidade de estudos mais aprofundados na área prática de implementação do Ambiente Virtual de Aprendizagem na ENFOC, levando em consideração as necessidade da instituição e a percepção da mesma sobre a EAD.

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Anexo I

O Curso Nacional de Formação em

Desenvolvimento Rural Sustentável e

CURSO DE FORMAÇÃO POLITICA EM AÇÃO SINDICAL E DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO.

6ª TURMA.

Apresentação

O Curso Nacional de Formação em Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), coordenado e desenvolvido pela Escola Nacional de Formação (ENFOC), que envolve lideranças, dirigentes do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e de organizações parceiras, articuladas pelas Federações e Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Sua estratégia formativa é fundamentada nos referenciais políticos, pedagógicos e metodológicos – Politica Nacional de Formação (PNF), Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) e o Projeto Político Pedagógico (PPP) e são estes referenciais que dão sustentação conceitual aos eixos temáticos e pedagógicos, as Unidades Temáticas e estabelecem conexões entre os conteúdos e as abordagens.

Eixos temáticos e pedagógicos

O eixo estruturante do processo formativo é a Ação Sindical e Desenvolvimento

Rural Sustentável e Solidário. Este consiste em resgatar, avaliar, reorientar e fortalecer

coletiva e criteriosamente, as práticas e as lutas sindicais, as conquistas e o projeto político do MSTTR, explicitando as contradições, os desafios, as possíveis saídas e atribuindo maior sentido a corresponsabilização (militância e institucional) para ressignificar as práticas e as lutas por uma sociedade justa, democrática e solidária. Os eixos pedagógicos são memória e identidade, e pedagogia para uma nova sociabilidade e consistem em refletir sobre aspectos da história, antiga e mais recente, explicitando as contradições e desafios, os sujeitos da luta, as lutas e as conquistas em uma perspectiva crítica. As atuais pautas e demandas, a especificidade, diversidade e os desafios da luta contemporânea.

Memória e Identidade – consiste na valorização da história refletida a partir da ótica dos trabalhadores e trabalhadoras, em contraponto a história oficial, que

trabalhadora. A memória tida como fio da história, permite revisitar experiências, vivências e culturas que ajudam a construção da identidade coletiva e de um novo jeito de se apropriar das trajetórias, apoiando na criticidade como uma dimensão pedagógica, que permite a construção de uma nova sociabilidade.

Pedagogia para uma Nova Sociabilidade – trata-se do instrumental pedagógico emancipador, faz crítica à concepção hegemônica de educação, que leva à reprodução do preconceito e naturalização das desigualdades, especialmente as étnico-raciais, regionais, de gênero e geração e de orientação sexual. Estimula a apropriação das raízes identitárias da classe trabalhadora. Retoma a discussão sobre utopia e reflete sobre a construção de uma nova hegemonia da coletividade e da luta por um mundo mais humanizado, mas justo e mais democrático.

Unidades Temáticas

Articulam reflexões sobre as múltiplas dimensões de campo, sujeito e identidade. Nos momentos em que uma unidade adquire centralidade, as demais constroem pontes para facilitar o entendimento dos conteúdos, conceitos e concepções apoiadas pelos diálogos pedagógicos, pela mística e pelas dinâmicas de modo a favorecer um ambiente estimulador de leituras, pesquisa e reflexões sobre a prática e a construção coletiva do conhecimento.

Unidade Temática I - Estado, Sociedade e Ideologia

Ementa: Esta unidade temática reúne conceitos que articulam conteúdos sobre as

formas de organização da sociedade ao longo da história, explicitando características dos projetos de sociedade em disputa e entendimentos sobre como o projeto hegemônico vai se configurando e dando forma ao atual modelo de desenvolvimento capitalista. Estuda as relações entre a ocupação espacial, a construção da identidade dos sujeitos do campo e as lutas populares contraposição ao modelo hegemônico capitalista de desenvolvimento. Analisa as origens das desigualdades de gênero, de classe e de raça/etnia, bem como a construção dos mecanismos e manifestações destas desigualdades até os dias de hoje.

Unidade Temática II - Vida sindical: história, concepção e prática.

Ementa: Estuda a história de lutas da classe trabalhadora, no Brasil e no Mundo,

destacando as organizações camponesas, desde as lutas de libertação que deram origem ao Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no Brasil. A influência das concepções sindicais ao longo da história e o papel das Centrais Sindicais. Analisa o golpe militar e suas consequências para a Sociedade em Geral e para a classe trabalhadora: impactos e resistências nas organizações camponesas, nas pastorais sociais e nos movimentos de educação popular. Reflete sobre a redemocratização do Brasil: surgimento de novos sujeitos políticos, bandeiras de lutas e relações entre Estado, Movimentos Sociais e Sociedade. Implicações das novas bases jurídicas, organizativas e conceituais pós-constituição de 1988: o estado democrático de direito, políticas públicas e desafio para o movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.

Unidade Temática III: Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário.

Ementa: Esta unidade temática discute as matrizes estruturadoras do Projeto de

Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário: seus referenciais e práticas. Aprofunda os fundamentos da Educação Popular como matriz estruturadora deste projeto e suas matrizes: terra e água como matriz produtora da vida – Reforma Agraria e Meio Ambiente. Produção Sustentável Agroecológica e Solidária- produção, organização e comercialização. Relações de equidade de gênero, geração, raça/etnia. Atuação nas Políticas Públicas e Sociais: novos interlocutores. O campo na atualidade – os novos sujeitos e os desafios para a luta articulada. Novos desafios para a organização Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais: organização da agricultura familiar e de assalariados rurais.

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