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III. METODOLOGIA

3.5 Sujeitos da pesquisa

Antes de continuar aqui com a delimitação dos sujeitos desta pesquisa, aproveitamos para relembrar as questões de investigação que nortearam inclusive a escolha dos participantes dela:

 Quais os estilos de aprendizagem e abordagens aos estudos mais evidentes no corpo discente de cursos de Educação Profissional e Tecnológica?

 As abordagens ao estudo influenciam com mais rigor a aprendizagem?  Qual a relação entre os estilos de aprendizagem, as abordagens ao estudo e a participação online em ambientes de aprendizagem assíncrona?

146  A perspectiva das abordagens ao estudo pode servir como alternativa

e/ou complementação à perspectiva dos estilos de aprendizagem?

De modo geral, as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá-los em sua totalidade e por essa razão é muito frequente trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo (Gil, 2008). Quando um pesquisador seleciona uma pequena parte de uma população, há expectativa que seja representativa da população que pretende estudar e para tanto, necessita observar os procedimentos definidos pela Teoria da Amostragem.

Na pesquisa social são utilizados diversos tipos de amostragem, que podem ser classificados em amostragem probabilística e não probabilística. Os tipos do primeiro grupo são rigorosamente científicos e aqueles do segundo grupo não apresentam fundamentação matemática ou estatística, dependendo unicamente de critérios do pesquisador. Os tipos de amostragem probabilísticas mais usuais são: aleatória simples, sistemática, estratificada, por conglomerado e por etapas. A amostragem do tipo não probabilístico é utilizada quando o pesquisador recorre a sujeitos que conhece, ou os que se mostram mais próximos e/ou disponíveis e que apresentem as características da população em foco e dentro dela, os mais conhecidos são: por acessibilidade, por tipicidade e por cotas (Gil, 2008, p. 91). Sampieri, Collado e Lucio (2006, p. 254) afirmam que na amostragem não probabilística

o procedimento não é mecânico nem com base em fórmulas de probabilidade, e sim depende do processo de tomada de decisões de uma pessoa ou de um grupo de pessoas e, sem dúvida, as amostras selecionadas obedecem a outros critérios de pesquisa.

Para realizar o plano de investigação para este estudo, definiu-se que primeiramente as fontes de informação necessárias para que a coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos respondessem aos objetivos da investigação em questão, sendo: (i) do uso de dois questionários online; e (ii) a análise de conteúdo de discussões realizadas nos espaços online dos cursos onde ocorrerem as aprendizagens das unidades curriculares.

147 Objetivando a constituição do o corpus deste estudo, diversas etapas foram percorridas. Considerando os objetivos do presente estudo, aplicou-se uma amostragem por tipicidade ou intencional, “que constitui um tipo de amostragem não probabilística e consiste em selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população” (Gil, 2008, p. 94), ou seja, a escolha dos sujeitos envolvidos não dependeu da probabilidade, mas sim de características relacionadas com o objeto de pesquisa. É do conhecimento que a escolha desta estratégia metodológica limita os pesquisadores à adoção de análises predominantemente descritivas, bem como que impede qualquer tentativa de generalização dos resultados, no máximo, a formulação de hipóteses. Buscamos, entretanto, aprimorar o tratamento estatístico dos dados coletados, a fim de assegurar a confiabilidade da amostra e dos resultados alcançados.

Para este estudo, foi feito um recorte empírico dos cursos integrantes da Rede Nacional de Educação a Distância Senac e optou-se em restringir a amostra aos Cursos Técnicos de Nível Médio e aos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu. Este recorte empírico se baseia nos objetivos do estudo, e leva em consideração que nestes dois tipos de ensino específico, os fóruns de comunicação assíncrona ocupam papel principal na mediação entre professores-tutores e alunos. De acordo com Almeida & Freire (2000), a representatividade de uma amostra será alcançada com mais precisão quando o pesquisador consegue manter a aleatoriedade quer no momento da seleção dos sujeitos, quer ao longo da intervenção, ou seja, na sua participação efetiva.

Desta maneira, os 12 títulos de Cursos Técnicos de Nível Médio e os 23 títulos de Pós-Graduação Lato Sensu, do portfólio do ano de 2016 da Rede Nacional de Educação a Distância Senac foram contemplados e escolheu-se uma turma de três cursos, por nível de ensino destes, tendo iniciado no ano letivo de 2016, por meio de um sorteio, numerando cada um de 1 a N. A amostra por tipicidade ou intencional resultou na seguinte composição de cursos selecionados, o total de alunos por curso e a amostra de alunos que integraram a coleta de dados desta pesquisa (Tabela 3.1).

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Tabela 3.1: Amostra cursos selecionados

NÍVEL DE ENSINO CURSO AMOSTRA

Técnico de nível médio

Técnico em Administração 37 Técnico em Transações Imobiliárias 146 Técnico em Segurança do Trabalho 117

Pós-Graduação Lato Sensu

Docência no Ensino Superior 423 Gestão da Segurança de Alimentos 421 Gestão e Governança da Tecnologia da Informação 390 Total 6 1.534

Fonte: dados da pesquisa

Destes 1.534 alunos da amostra acima, 256 responderam ao primeiro questionário aplicado, o Questionário Honey-Alonso de Estilos de Aprendizagem, do qual a primeira parte constitui de perguntas para compor o perfil dos respondentes. Objetivando a caracterização dos sujeitos respondentes aos questionários, inclui-se, na parte introdutória do questionário, uma seção designada a dados socioacadêmicos, solicitando informações acerca do curso frequentado na Rede Nacional de Educação a Distância Senac, faixa etária, sexo, e, por fim, o tempo que o respondente ficou longe dos estudos.

Com relação à faixa etária dos respondentes, a composição da amostra aponta para uma maioria entre 21-40 anos (64%), comum na Educação Profissional e Tecnológica no Brasil (Gráfico 3.1).

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Gráfico 3.1: Faixa etária dos respondentes

Fonte: dados da pesquisa

Mais da metade dos respondentes é do sexo feminino (53%), o que condiz com o perfil de alunos na modalidade de EaD no Brasil (Gráfico 3.2).

Gráfico 3.2: Respondentes por sexo

Fonte: dados da pesquisa

1, 1%

75, 29%

89, 35% 47, 18%

44, 17%

Até 20 anos Entre 21-30 anos Entre 31-40 anos Entre 41-50 anos Mais de 50 anos

135, 53% 121, 47%

150 Objetivando conhecer o histórico escolar dos alunos, os dados obtidos por essa pesquisa evidenciaram que a apenas 17 respondentes (7%) não estudavam há mais de dez anos.

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