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2 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO: uma breve reflexão sobre os métodos de

4.4 Os sujeitos da pesquisa

Aqui são apresentadas as professoras e os coordenadores (as) que foram os sujeitos dessa pesquisa. Cada um deles, com sua história de vida profissional, são sujeitos ativos no desenvolvimento das crianças e no processo de alfabetização dos alunos do ensino fundamental (6 e 7 anos) nesta instituição. Deste modo, fez-se necessário compreender quem eram, qual a formação que possuem e quais os motivos que os levaram a optar por esta profissão, para deste modo, se tentar estabelecer as relações necessárias, a fim de responder aos objetivos da pesquisa. Por questões éticas e no intuito de manter sigilo sobre a identidade dos objetos envolvidos na pesquisa, a opção foi identificá-las pela letra P (professora) e C (coordenadores), seguida de um número, como está apresentado no quadro a seguir. A pesquisa aconteceu no período de setembro a novembro de 2010.

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Este espaço contém 4 salas de aula sendo uma dividida com compensados formando 2 salas. Na entrada da escola há um espaço pequeno de aproximadamente, 8 x 8m que funciona como pátio, para atendimento de uma demanda de 200 alunos, uma vez que no horário do recreio juntam-se todos, funcionando também como quadra para atividades esportivas. A sala da supervisão fica em frente a este pátio, que do lado direito de quem entra na escola, fica a cozinha próxima ao banheiro da escola.

Quadro 3: Perfil das professoras do 1º ano

Professora Idade Formação Tempo de

Magistério Tempo de atuação nesta instituição P1 38 Magistério; Pedagogia e Psicopedagogia 10 anos 6 anos

P2 34 Pedagogia 8 anos 4 anos

P3 29 Magistério e Pedagogia 6 anos 2 anos

P4 30 Pedagogia 5 anos 3 anos

Fonte: Dados obtidos na entrevista com as professoras.

Percebeu-se pelos dados que as professoras atuantes nas salas de aulas de alfabetização apresentam uma formação acadêmica condizente com a área de atuação profissional. A professora P1, possui especialização em Psicopedagogia, o que é um fator que pode contribuir com o processo de alfabetização no sentido de compreender as causas das dificuldades de aprendizagem dos alunos. As professoras P2 e P4 não cursaram o magistério, no entanto, durante o desenvolvimento da pesquisa, não pareceu que este fato tivesse feito alguma diferença em termos da prática docente.

Embora as professoras apresentem algumas dificuldades, tais como: a falta de momentos coletivos para discutir as dificuldades dos alunos e/ou elaboração do planejamento, procuram desenvolver (nesse contexto, as quatro professoras) um trabalho focando o processo de alfabetização, uma vez que possuem uma boa experiência nesta etapa.

Pelo quadro, também nota-se que as quatro professoras envolvidas na pesquisa apresentam uma caminhada de alguns anos no magistério, o que pode configurar também um fator importante no trabalho de alfabetização com as crianças. O motivo que as levou a escolher essa carreira profissional foi um ponto discutido durante a entrevista.

Ao serem questionadas neste aspecto, a P1 alegou como fator principal, ter buscado o magistério seguindo o desejo manifestado na infância, já para P2, a

Pedagogia foi uma segunda opção por não ter obtido pontuação suficiente no exame vestibular para ingressar no curso de Direito; P3 apresentou uma motivação muito sensível para o seu ingresso: a expectativa de transformar o mundo e a P4 disse que também foi uma segunda opção, pois preferia ter possuído outra formação superior: Serviço Social. Ficou evidente nas falas das professoras que das quatro, duas escolheram a profissão porque tinham vocação enquanto que as outras duas, a escolha foi por segunda opção.

Tabela 3: Formação dos coordenadores da escola

Coordenador Idade Formação Tempo de

Magistério

Tempo de atuação nesta instituição

C1 42 Pedagogia

Psicopedagogia 20 anos 6 anos

C2 34 Pedagogia 5 anos 2 anos

Fonte: Entrevista com os coordenadores da escola pesquisada em 2010.

A escola observada possui dois coordenadores: um coordenador para acompanhar as professoras da escola Polo e uma coordenadora para a escola Anexo, no turno matutino. Em entrevista com estes profissionais, ficou evidente suas inquietações quanto a organização do tempo para atender a demanda da escola referente a: acompanhamento do planejamento, as atividades desempenhadas pelas professoras em sala de aula, atendimento as famílias e acompanhamento dos alunos. Ao colocar esses dificultadores referem-se ao quantitativo de profissionais (um coordenador para atender 10 professores) que é pequeno para o fluxo de trabalho existente. O tempo da entrevista levou mais que o previsto em função de certas interrupções na sala da coordenação onde as entrevistas eram feitas, como: entradas inesperadas de alunos que se machucavam e precisavam comunicar à família; pais/responsáveis solicitando atendimento sem prévio agendamento com o coordenador.

Os dois coordenadores procuram atender a demanda e têm muita sensibilidade com o que precisa ser conduzido dentro da escola, porém um aspecto que pode melhorar a dinâmica do trabalho desenvolvido por eles seria a organização

do tempo, com uma rotina mais sistematizada, através de horários previstos do que fazer durante a manhã. Embora o movimento da escola seja dinâmico, se fosse feito um planejamento no sentido de estabelecer prioridades, haveria uma viabilização do trabalho escolar e os coordenadores poderiam desempenhar de forma mais proativa seus afazeres.

Durante o período de observação pode-se perceber o incentivo que a escola dá à formação continuada do seu quadro docente, pois possibilita aos professores a participarem de cursos e reuniões de estudo em que se discutem questões referentes aos trabalhos desempenhados pelos professores. Para o ano de 2010, havia um calendário definindo a cada dois meses, o período em que ocorreria a formação; o tema a ser discutido, segundo o C1, depende da necessidade, ou a partir das sugestões dos professores. Esses momentos são conduzidos por um colaborador da própria escola, que pode ser um dos coordenadores ou alguém de fora da escola. Como pesquisadora, participei apenas de um desses momentos, que consistiu em uma reunião de avaliação, em outubro. Essa atividade contava com a presença de todos os professores (do 1º ao 5º ano); a pauta definida consistia nos projetos que foram previstos para o primeiro semestre e o andamento desses trabalhos. A reunião terminou sem haver tempo para discutir as boas práticas desempenhadas pelos professores ou mesmo os problemas que cada uma vivenciava em sala.

De acordo com o relato das professoras e com as atas onde ficam registradas as reuniões, são debatidos temas como: o processo de alfabetização; o currículo; a avaliação; as práticas de ensino; o planejamento; entre outros.

Em relação aos alunos das quatro salas em que a pesquisa foi realizada (escola Polo e Anexo), observa-se que são crianças que estão na faixa etária de 6 e 7 anos de idade. Outra característica relacionada aos alunos é a participação dos pais na vida escolar das crianças, pois percebeu-se, pelos registros em atas que os pais participam ativamente das reuniões, que deixam seus filhos na escola, evidenciando um índice de participação satisfatório.