2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.6 SUSTENTABILIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO
O meio ambiente passou a ser um bem precioso que deve ser conservado. A sua preservação, bem como dos recursos naturais deve ser uma obrigação do Estado e de todos que fazem parte da comunidade global.
Essa preocupação cada dia que passa começa a atingir não só o Poder Executivo, mas, principalmente, os Poderes Legislativo e Judiciário.
O aquecimento global que muda constantemente as condições climáticas em todo planeta, devido a inúmeros fatores que vão desde o uso de gases poluentes até queima desenfreada de combustíveis fósseis, tem elevado a temperatura na terra.
A destruição ambiental tem mobilizado toda a sociedade a mudar a forma que encara os recursos naturais.
Neste cenário, o Tribunal de Justiça da Paraíba, como membro do Poder Judiciário, tem encarado o desafio de preservar o meio ambiente e os recursos naturais dos quais utiliza nas suas dependências.
A edição da Constituição Federal no seu art. nº 170 que diz:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] VI -defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). (BRASIL. CONSTITUIÇÃO..., 2014).
Além do art. nº 225 da Carta Magna, conforme abaixo:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III- definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
A Constituição Federal pela primeira vez traz o tema meio ambiente para seu texto. Essa previsão constitucional protege o meio ambiente e também integra de certa forma a garantia individual de direito à vida, principalmente para gerações futuras.
O dever do Estado é dividido entre a União, os Estados, Distrito Federal e Municípios, devendo ser definido, em todo território nacional, e em cada Estado, locais de preservação da natureza.
Essa preocupação com o tema vem incentivando uma conscientização pública da preservação. A busca de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental deve partir do próprio Estado como entidade organizadora de uma sociedade.
A Administração Pública através do decreto da Casa Civil da Presidência nº 5.940/2006 institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta.
Este decreto que teve o objetivo principal de geração de trabalho e renda para os catadores por meio de implantação da coleta seletiva solidária em todos os prédios públicos federais, sem dúvida, produziu impactos ambientais, tais como: aumento da vida útil dos aterros sanitários, preservação de recursos naturais através do reaproveitamento de resíduos sólidos e redução da emissão de poluentes entre outros.
A Administração Pública continuou a preocupação ambiental quando promoveu a edição da Lei nº 9.795/1999 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. Esta norma enfatiza a importância do meio ambiente e a sua continua contextualização nos planos da educação formal e informal.
Esse instrumento normativo no seu art. nº 1 vem nos ensinar que a educação ambiental é um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.