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O desenvolvimento sustentável torna-se uma questão de urgência após a década de 1970. Para Pinto; Chamma (2013) a ocupação territorial desordenada resultou em perda de recursos naturais. A necessidade de métodos que possam medir o capital natural, a fim de diagnosticar a situação e traçar estratégias para compensar a perda dos recursos naturais. (MARTINS; CÂNDIDO, 2013).

Para Romeiro (2001), após a revolução industrial o meio ambiente teve grande impacto em consequência da exploração dos combustíveis fósseis, a princípio fazendo com que impactos que eram pontuais passassem a ser globais, atingindo a biosfera como um todo. Quanto às questões urbanas, o aumento da renda per capita e o pensamento de adquirir mais bens, como automóvel ou habitação, resulta em mais resíduos sólidos e poluição do ar. (LEITE, 2012).

Ao decorrer de anos, o pensamento de desenvolvimento para o mundo era industrializar e comercializar tudo que resultasse em acúmulo de capital (PINTO;

CHAMMA, 2013), ter que desmatar para estabelecer uma indústria ou empreendimento comercial era o “preço justo a pagar” para ser uma cidade desenvolvida, no estudo de Goitia (2010, p. 189) ele aborda o assunto “uma cidade que constrói é, ao mesmo tempo uma cidade que destrói”, ação frequente em cidades que estão em processo de desenvolvimento, entretanto isso deve ser realizado de forma que atenda às novas exigências da realidade local.

O desenvolvimento econômico está ligado ao poder econômico da população. Cassilha; Cassilha (2009) faz referência à transformação de uma área que antes era considerada natural, sem alterações e foi modificada tornando-se ambiente construído, o desenvolvimento é resultado da materialização, discordar disso é ser anti - desenvolvimento.

Sustentabilidade urbana remete não somente à preservação ambiental, mas também à saúde pública, conforme Leite; Tello (2010). As grandes distâncias a serem percorridas para chegar ao trabalho deixam os habitantes dependentes dos seus automóveis, tornando-os preguiçosos e dependentes de transporte motorizado, resultando em problemas de obesidade e respiratórios.

No contexto do desenvolvimento urbano sustentável, busca-se realizar esse aprofundamento avaliando a situação atual sob a perspectiva das cidades e levantando ainda a influência do setor da construção sobre elas com o objetivo de observar como o setor poderia estimular a promoção do desenvolvimento sustentável global (LEITE, 2012, p. 29).

As discussões relacionadas ao tema do desenvolvimento urbano são discutidas nas conferências internacionais desde a década de 90, abordando os assuntos como controle da poluição atmosférica e hídrica nas cidades, utilização sustentável de recursos naturais e conservação de espaços verdes no interior dos espaços urbanos, conforme afirma Braga (2006). Na opinião de Martins; Cândido (2013), sustentabilidade trata-se de considerar mudanças que envolvam suprir as necessidades do meio ambiente, através das politicas públicas que desempenhem atitudes firmes que desenvolvam resultados futuros.

Quando a preocupação é com o futuro das cidades Acselrad (2007) menciona a idealização que se quer para os espaços urbanos. Deve-se orientar a sociedade sobre a importância da necessidade das mudanças de hábitos e políticas de desenvolvimento, como o acúmulo de capital. Esse conceito afirma a realidade de hoje. Com a pretensão de capital a cidade estende seu espaço além da

necessidade, proporcionando loteamentos vazios, esses que ao serem abertos geram uma tremenda devastação.

Para Silva; Vargas, (2010 p. 5 apud Silva 2007) fala que:

“devemos pensar espaços diversificados, dinâmicos, centralizados, complexos e arborizados, que propiciem o encontro das pessoas em espaços públicos abertos agradáveis e que proporcionem conscientização do cidadão como agente ativo não só daquele espaço, mas sim de todo o meio ambiente. Através dessas ações urbanísticas re - estruturadoras do espaço e da consciência, talvez consigamos minimizar todo esse processo de degradação ambiental, utilizando fontes renováveis e recicláveis de recursos, energia e produção, resgatando a relação equilibrada entre homem e natureza”.

2.4.1 Definição de indicadores para análise

Para compreender o termo indicador ressalta-se que este está relacionado ao ato de apontar, descobrir e estimar. Sendo assim um recurso que permite interpretar fenômenos e suas variáveis, o que possibilita ter um dado a ser qualificado ou quantificado, com intuito de elaborar avaliações de determinadas ações e funções. (BELLEN, 2002).

Segundo Martins; Cândido (2015) “indicadores urbanos são cruciais para a análise adequada da sustentabilidade das cidades”. Através deles é possível realizar um conjunto de dados sobre os fatos reais das cidades, o que permite diagnosticar quais as ações que tem sido praticados no ato da expansão territorial e quais os resultados consequentes. Mendonça (2006) acorda que através de indicadores é possível analisar diferentes questões do planejamento urbano, podendo assim medir a eficácia das suas funções e aplicações.

Segundo Bellen (2002, p. 37, apud GALLOPIN, 1996) os indicadores podem ser mensuráveis ou observáveis, ter uma metodologia para processamento de dados tendo uma construção transparente e padronizada. Ainda Bellen, (2002, P. 145, apud ALLEN, 2001) completa que para escolha de indicadores é necessário definir etapas como se observa no Quadro 3:

Quadro 3: Definição dos estágios para elaboração dos indicadores

Meta O que será avaliado.

Indicador Como serão avaliados, quais aspectos e critérios.

Parâmetros Motivos que abrangem os indicadores.

Fonte: Prescott-Allen (2001) adaptado pela autora (2019).

Com base nos autores supracitados e através do processo de seleção de amostras definiram-se os parâmetros e critérios considerados através da legislação (Plano Diretor de Dois Vizinhos, lei de expansão e código de postura) foram criadas abordagens para avaliar as condições das áreas de estudo.

Dessa forma para melhor compreensão foi desenvolvido um quadro de indicadores exemplificando os parâmetros a serem analisados, os quais se encontram no capítulo 4 Quadro 11 da metodologia.

A falta de ciência, estratégias políticas e econômicas na hora de aprovar novos loteamentos, é um agravante para sustentabilidade urbana. O excesso de lotes vazios, com intuito de especulação, resulta em crescimento desordenado, lotes baldios em meio aos novos loteamentos, prejudicando as residências, pela falta de manutenção, crescimento do mato, obstrução das vias, etc.

A sustentabilidade urbana é um debate que surge da necessidade de entendermos o conjunto de problemas da qualidade de vida urbana, tais como: alterações climáticas, esgotamento de energias fósseis e minerais, desmatamento desenfreado, violência, desigualdade social, transporte público escasso, entre outros. São inúmeras as questões levantadas nesse contexto, assim como a pluralidade com que o termo é empregado na literatura e documentos, pois, além da discussão urbana inserida na dimensão ambiental, o conceito incorpora as dimensões econômica, social, cultural e política (SAMPAIO, 2009, p. 1).

O destino de gerações futuras e a garantia que as cidades realmente poderão sobreviver dependem das ações no presente.

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