• Nenhum resultado encontrado

3 METODOLOGIA

3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

A coleta dos dados, segundo Marconi e Lakatos (2010), é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.

As técnicas de coletas dos dados, no entendimento de Marconi e Lakatos (2010), correspondem a parte prática da coleta de dados. Segundo as autoras, são consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência e a habilidade para usar esses preceitos na obtenção de seus propósitos. São diversas as possibilidades de técnicas de coletas de dados, sendo que Marconi e Lakatos (2010) as subdividem em dois grandes grupos: documentação indireta e direta, sendo esta ainda categorizada em direta intensiva e extensiva.

Uma vez que o estudo utiliza indicadores de desempenho coletados em relatórios contábeis, com base nas concepções de Marconi e Lakatos (2010), este estudo se utiliza das técnicas de documentação direta, que contempla a obtenção e análise de dados a partir de documentos que não receberam tratamento analítico. Mattar (2001), intitula esses dados como dados primários e argumenta, sob a mesma perspectiva, que são aqueles que ainda não foram antes coletados. Eles são pesquisados com o objetivo de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento.

A coleta dos indicadores de desempenho econômico-financeiros, sintetizadas no Quadro 9, das seis companhias do setor de carnes e derivados da BM&FBOVESPA contou com o auxílio do banco de dados Economática®. Os indicadores de desempenho que foram coletados no referido banco de dados equivalem aos mencionados no Quadro 7, apresentado no item 2.2.3.6, com alguns ajustes: adicionaram-se a esses informações como as Receitas de Vendas no mercado interno e externo e excluindo a Liquidez Imediata e a Margem Operacional.

Quadro 9 - Indicadores econômico-financeiros coletados no Economática®, correspondentes ao período de 2010 a 2014, suas equações e interpretação.

Índice Fórmula Indica Interpret

ação L iq u id ez Liquidez Imediata LI = Disponibilidades/PC

A quantia que a empresa possui de Disponibilidades para cada R$ 1 de Passivo

Circulante. Quanto maior, melhor Liquidez Seca LS = (AC – Estoques – Despesas Antecipadas)/PC

A quantia que a empresa possui de Ativo Circulante sem os Estoques para cada R$ 1

de Passivo Circulante. Liquidez Corrente LC = AC/PC

A quantia que a empresa possui de Ativo Circulante para cada R$ 1 de Passivo

Circulante. Liquidez Geral LG = (AC +

ARLP)/PC+PNC

A quantia que a empresa possui de Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para

cada R$ 1 de Passivos Exigíveis

E n d iv id a me n to Quantidad e da dívida Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais PCT = (PC+PNC)/([PC+PN C] + PL)

Qual o percentual das obrigações com terceiros exigíveis em relação às obrigações

totais.

Quanto menor, melhor

Garantia do capital próprio ao capital de terceiros GCP = PL/(PC+PNC)

Qual o percentual de garantia de capital próprio em relação às obrigações exigíveis

totais. Qualidade da dívida Composição do endividamento CE = PC/ (PC + PNC)

Qual o percentual das obrigações em curto prazo em relação às obrigações com terceiros

totais. L u cr ativ id ad e e R en tab ilid ad e

Margem Bruta MB = (LB/ROL) * 100

A quantia que a empresa obtém de Lucro Bruto para cada R$ 1 de Vendas Líquidas.

Quanto maior, melhor Margem Operacional MO = (LO/ROL) *

100

A quantia que a empresa obtém de Lucro Operacional para cada R$ 1 de Vendas

Líquidas. Margem Líquida ML = (LL/ROL) *

100

A quantia que a empresa obtém de Lucro Líquido para cada R$ 1 de Vendas Líquidas. TRI TRI = LL/AT A quantia que a empresa obtém de Lucro

Operacional para R$ 1de Ativos Totais. TRPL TRPL = LL/PL A quantia que a empresa obtém de Lucro

Líquido para R$ 1 de Patrimônio Líquido.

In d icad o res c o m p lem en tar es EBITDA EBITDA = LL + Deprec./Amor. + Resultado Financeiro + IRPJ/CSLL

Indica o fluxo de caixa gerado pelas atividades operacionais

Quanto maior, melhor

EVA® EVA = NOPAT -

(C% x TC)

Indica o valor econômico adicionado criado por uma empresa

Índice de solvência de KANITZ (TRPL*0,05) + (LG*1,65) + (LS*3,55) - (LC*1,06) - (PCT*0,33)

Indica a situação de solvência de uma empresa e indica se a empresa se encontra em

situação que pode a levar à falência Giro dos Ativos G = ROL/AT

A quantia que a empresa obteve de Receita Operacional Líquida para cada R$ 1 de

Ativos totais Imobilização do

Patrimônio Líquido

IPL = ANC/PL * 100

A quantia que a empresa aplicou no Ativo Não Circulante para cada R$ 100 de

Patrimônio Líquido

Quanto menor, melhor Fonte: Adaptado de Assaf neto; Lima (2009); Frezatti; Aguiar (2007); Iudícibus (2011); Kanesiro (2008); Marion (2009); Matarazzo (2003); Zdanowicz (2012).

Do Quadro 7, mencionado em 2.2.3.6, é possível verificar que foram suprimidos da coleta de dados, e portanto das análises, o índice de Liquidez Imediata e a Margem Operacional. Essa exclusão se deu pela não disponibilização desses índices no banco de dados consultado (Economática®), bem como pela pouca contribuição desses índices caso fossem incluídos. Por outro lado, salienta-se que o EVA® também não é disponibilizado no

Economática®. Todavia, dada importância que julgamos ter esse índice para a análise da

criação de valor econômico pelas companhias, esse fora calculado manualmente, a partir de informações obtidas também no Economática®. Para seu cálculo, destaca-se que a taxa considerada como custo de oportunidade foi a SELIC – taxa a qual o governo remunera os títulos públicos federais, aparentemente sem risco.

As receitas com vendas no mercado interno e externo também não foram obtidas no

Demonstrações Contábeis das companhias estudadas de 2010 a 2014 – totalizando 30 Notas Explicativas, disponibilizadas no website da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nessa página são disponibilizados inúmeros documentos públicos relativos às companhias abertas, tais como dados cadastrais, comunicados relevantes, demonstrações financeiras padronizadas, estatutos sociais, entre diversos outros.

Após a coleta dos dados, Marconi e Lakatos (2010) sugerem que esses dados devem ser elaborados e classificados de forma sistemática. Para essas autoras, antes da análise e interpretação dos dados, devem ser realizados os seguintes passos: seleção, codificação e tabulação. Esses passos compreendem um exame minucioso dos dados, a categorização dos mesmos mediante codificação e, por fim, a disposição dos dados em tabelas, possibilitando maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Sob essa perspectiva, após a coleta dos dados, procedeu-se à tabulação dos dados em planilhas eletrônicas e posterior agrupamento das informações, mantendo disponíveis dados acerca das empresas e do setor em cada período analisado. Nesse processo, indicadores como EVA®, Termômetro de Kanitz e participação das vendas no mercado externo foram calculados a partir dos indicadores coletados e a partir das demonstrações financeiras das companhias.

Documentos relacionados