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Técnica e Análise do Conteúdo: Navegar é preciso

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CAPÍTULO 3 UM PERCURSO METODOLÓGICO ENTRE DOIS ATLÂNTICOS

3.3 Técnica e Análise do Conteúdo: Navegar é preciso

Após o detalhamento dos textos que fundamentaram a compreensão dos conceitos já apresentados, precisamos escolher a melhor rota para se chegar no objetivo traçado. Dentre as instabilidades que o percurso oferece, é necessário que saibamos lidar com os processos de busca.

Portanto, se faz necessário navegar e vencer a travessia atlântica. Nesta aventura investigativa, necessitamos de condições favoráveis para enfrentar as inconstâncias e incertezas. Então, diante do desafio de enfrentar esta jornada, adotamos como Nau

Metodológica a Analise do Conteúdo consolidada em Bardin (2011, p. 51). Como se trata de

uma pesquisa que avalia uma ação documental sobre uma fonte primaria, a autora citada, define que a ação documental, “permite passar por um documento primário (bruto) para um documento secundário, (representação do primeiro).”

Neste sentido, é importante observar que a seleção dos textos e a maneira como são organizados os resultados das leituras, seguem-se por escolha de ideias ou termos que são extraídos dos objetivos dos documentos em análises. Desta forma, elabora-se uma categorização das informações postas que possam apresentar um sentindo comum entre elas.

Todavia, Bardin (2011) afirma que apesar de uma análise documental assemelhar-se com a análise do conteúdo, torna-se importante mencionar algumas diferenças existentes entre elas, na qual apresentamos a seguir:

A documentação trabalha com documentos, a análise do conteúdo trabalha com mensagens (comunicação).

A análise documental faz-se principalmente por classificação-indexação; a análise categórica temática é, entre outras, uma das técnicas da análise de conteúdo.

O objetivo da análise documental ´a representação condensada da informação para consulta e armazenamento, o da análise do conteúdo é a manipulação da mensagem (conteúdo e expressão desse conteúdo) para evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade que não o da mensagem (BARDIN, 2011, p. 52).

Dentro desta linha de pensamento, entendemos que a análise do conteúdo realizada nesta investigação seguiu-se a partir de um conjunto de técnicas que ao mediarem as informações, descreveram sistematicamente o teor das mensagens, bem como os significados das interlocuções promovidas pelas mesmas.

Portanto, elegemos a análise do conteúdo, por se tratar de um instrumento metodológico que mais se encontra em conformidade com o objeto desta investigação. O intuito desta escolha, refletiu-se na possibilidade de identificarmos, os significados (implícitos ou não) que brotam das mensagens dos documentos analisados, em conformidade com as categorias avaliadas.

O processo de análise, proposto por Bardin (2011, p. 125) transcorre a partir de três momentos distintos, no qual são descritos como: Primeiro a pré-análise; segundo a

exploração do material e terceiro o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

No primeiro momento realizamos uma busca das leituras e em seguida o que a própria autora chama de leitura flutuante, uma fase de operacionalização do processo de seleção das ideias iniciais. Neste caso, a escolha dos Parâmetros Curriculares para o Ensino de Geografia no Estado de Pernambuco, configura-se como os documentos a serem analisados conforme os objetivos propostos e a fundamentação das categorias pré-estabelecidas.

Na verdade o que confere este momento da análise é uma primeira organização das leitura, em seguida se processa a escolha dos documento, para depois se formularem as hipóteses e os objetivos.

O segundo momento que corresponde à exploração do material, reflete-se no que a autora chamam de codificação, classificação ou categorização, neste caso, busca-se avaliar as informações contidas nos documentos para que se faça a preparação para o terceiro momento que trata-se das inferências e resultados obtidos que serão explanados no capítulo seguinte.

Para que possamos compreender com mais clareza, sobre o processo de análise do conteúdo proposto por esta investigação, nos apropriamos do esquema apresentado por Valla (1990), conforme a figura 06.

Nele o referido autor define a ação de quem investiga e os produtos que são extraídos como resultados no contexto da análise. Neste caso podemos a partir deste esquema, compreender como se processa o tratamento das informações e assim chegar á um resultado que se deseja alcançar a partir das análises propostas.

Figura 6 – Esquema de Análise Do Conteúdo

Fonte: Valla (1990, p. 105)

Ao observarmos o esquema proposto, com base no que Valla chama de “condições de produção da mensagem”, poderemos associar esta etapa da análise ao contexto da produção dos Parâmetros Curriculares para o ensino de Geografia no Estado de Pernambuco.

Neste sentido, coube a ação da análise, caracterizar e apontar os discurso de implementação dos referidos parâmetros, em que circunstâncias se deu a sua construção e quais os sujeitos responsáveis por sua elaboração.

Observando a conexão que se segue para baixo, no qual Valla (1990) pontua como “discurso sujeito a análise”, relacionamos esta fase da investigação, como corresponde as mensagens obtidas a partir das leituras, nas quais extraímos os significados relacionados as categorias analisadas.

Para darmos segmento ao esquema, apontamos o termo “condições de produção da análise” como o período em que é extraído dos mensagens, as informações que mais se alinhem com a proposta dos objetivos delineados para a investigação. No que se refere ao “modelo de analise” proposto no esquema, nos referimos a própria análise do conteúdo, conforme já mencionamos.

Com relação ao modelo de análise, é importante ressaltar que o capítulo 4 desta investigação tratará de operacionalizar, as leituras sugeridas e a abordagem teórico- metodológica dos Estudos Pós-Coloniais. Neste sentido, balizaremos as mensagens extraídas

dos Parâmetros curriculares para o ensino de Geografia no estado de Pernambuco em confronto com os referenciais anteriormente citados.

Por último, consolidamos o “resultado”, a partir da afirmação dos objetivos inicialmente propostos na pesquisa. Neste sentido, enfatizamos como “exaustivas” (BARDIN, 2011) tanto as concepções analíticas como as concepções teóricas, nas quais acrescentam um caráter de seriedade e crivo epistêmico no proceder desta investigação.

CAPÍTULO 4 - PARÂMETROS CURRICULARES PARA O ENSINO DE

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