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Os dados levantados nas entrevistas dirigidas serão analisados de forma qualitativa, através da análise de conteúdo. Assim, utilizando-se da descrição do conteúdo das mensagens das entrevistas, visa-se obter os indicadores que permitirão “inferir” e interpretar os resultados, gerando assim, as co nclusões relativas ao propósito do trabalho.

A metodologia de análise de conteúdo a ser adotada é a sugerida por Bardin (2000), cujas fases de análise organizam-se em torno de três pólos cronológicos: 1) pré-análise, 2) exploração do material e 3) tratamento dos resultados. Durante essas fases serão realizadas, principalmente, as atividades de: preparação do material (transcrição ipsis literis das falas dos entrevistados), leitura flutuante, recorte do texto em unidades comparáveis de categorização e de modalidade de codificação, codificação, categorização, e, inferências e interpretações a propósito dos objetivos previstos.

A técnica a ser utilizada, para análise de conteúdo, é a análise por categoria, baseando-se na decodificação do texto e sua categorização. Para categorização, via critério semântico e expressivo, será realizada a análise temática, visando isolar os temas dos textos transcritos das entrevistas e, deles, extrair as partes utilizáveis. Tanto a codificação, como a categorização e a definição dos temas serão baseadas no Referencial Teórico, tendo em vista o problema pesquisado, os objetivos da dissertação e as hipóteses a serem testadas. Esse fato é a principal justificativa da escolha, entre outras técnicas de análise, da categorização temática por critérios semânticos (tema) e expressivos (linguagem).

Bardin (2000, p. 42) define a análise de conteúdo como:

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

quantitativa do conteúdo manifesto de uma unidade de comunicação. Isso inclui tanto a observação quanto a análise”.

As diversas definições coincidem em que a análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa e, como tal, tem determinadas características metodológicas: objetividade (explicitação das regras e dos procedimentos utilizados), sistematização (inclusão ou exclusão do conteúdo ou categorias de um texto) e inferência (operação pela qual se aceita uma proposição em virtude de sua relação com outras proposições) (RICHARDSON, 1999).

Richardson (1999) coloca que a análise de conteúdo é particularmente utilizada para estudar material de tipo qualitativo, que é o foco deste trabalho, porque visa compreender melhor um discurso, aprofundar suas características e extrair momentos importantes. A codificação, segundo Richardson (1999, p.233), é uma “transformação - seguindo regras especificadas dos dados de um texto, procurando agrupá-los em unidades que permitam uma representação do conteúdo desse texto”.

Já a categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por re-agrupamento segundo o gênero, com os critérios previamente definidos (BARDIN, 2000). A categorização é feita através de critérios, podendo ser semântico (categorias temáticas), sintático (os verbos e adjetivos), léxico (classificação das palavras segundo seu sentido) e expressivo (perturbações da linguagem) (BARDIN, 2000). Para a criação das categorias, deve-se observar algumas regras contidas nesta metodologia, tais como: 1. Exclusão mútua: cada elemento não pode existir em mais de uma divisão, As categorias devem ser construídas de tal forma que um elemento não possa ter dois ou mais aspectos classificados em mais de uma categoria; 2. Homogeneidade: o princípio de exclusão mútua depende da homogeneidade das categorias, Um único princípio de classificação deve orientar a sua organização. 3. Pertinência: a categoria deve se adaptar ao material de análise escolhido e ao quadro teórico definido. 4. Objetividade e fidelidade: as diferentes partes de um mesmo material, ao qual se aplica uma determinada categoria, devem ser codificadas da mesma maneira, mesmo quando submetidas a várias análises. 5. Produtividade: um conjunto de categorias é produtivo

Dentre as diversas técnicas de análise de conteúdo, pelos motivos já expostos, será aplicada neste estudo a análise temática que consiste em descobrir o “sentido” que o autor deseja dar a uma determinada mensagem, freqüentemente utilizada na análise de respostas a perguntas abertas em um questionário, em entrevistas, reuniões de grupo, etc (RICHARDSON, 1999). Detalhando a análise temática de um texto, Bardin (2000) considera que se nos servirmos da análise temática, ou seja, a análise de vários temas ou itens de significação numa unidade de codificação previamente determinadas, percebe-se que se torna mais fácil escolher neste discurso a frase como unidade de codificação. Segundo Bardin (2000): “É certo que o gênero de resultados obtidos pelas técnicas de análise de conteúdo, não pode ser tomado como prova inelutável, mas constitui, apesar de tudo, uma prova que permite corroborar, pelo menos parcialmente, os pressupostos em causa.”

Os procedimentos de análise de conteúdo adotados foram os sugeridos por Bardin (2000), cujas fases de análise organizaram-se em torno de três pólos cronológicos:

1) pré-análise: através da transcrição ipsis literis das falas dos entrevistados e, em seguida, uma leitura flutuante visando melhor entendimento das falas;

2) exploração das entrevistas em profundidades: através do recorte do texto em unidades comparáveis de categorização (conforme quadro abaixo);

3) tratamento dos resultados: através das inferências e interpretações dos resultados obtidos visando assim responder aos objetivos específicos e validar ou refutar as hipóteses a serem testadas nesta dissertação.

A unidade de codificação dos dados foi a frase dos entrevistados, que foram agrupadas em unidades para permitir uma representação do conteúdo do texto (RICHARDSON, 1999). Já a categorização foi realizada por meio da análise temática utilizando-se o critério semântico (tema) baseado nos objetivos do estudo e no Referencial Teórico. O critério para categorização foi definido a priori (FLICK, 2004), quando da delimitação do problema e questões de pesquisa. Operacionalmente as categorias foram construídas através do

No quadro a seguir são apresentadas as categorias utilizadas no estudo. Quadro 2: Categorização para investigação dos objetivos e hipóteses de pesquisa

Objetivos Específicos Hipótese a ser testada Categoria de Análise

Sobre os movimentos políticos/sociais de defesa de posições/poder

Sobre os movimentos econômicos de competição através de inovações tecnológicas

Sobre se a empresa é capaz ou não de exercer influência nas decisões governamentais

Sobre os tipos de decisões governamentais que a empresa é capaz de exercer influência Sobre os fatores que possibilitam que uma empresa ou grupo de empresa exerça influência sobre uma decisão governamental Sobre se o consumidor influenciar ou não as decisões de regulamentação

Sobre qual público que o governo pretende atender com suas decisões

A regulamentação é definida para atendimento dos

interesses de um grupo específico de empresas Sobre o atendimento de grupos específicos Sobre se as empresas atuam de forma conjunta quando há interesse comum Sobre tipo de decisões que levam as empresas a agirem forma conjunta Natureza do contato entre as empresas quando agem de forma conjunta Sobre se há influência da detenção de tecnologias na manutenção e/ou conquista de posicionamento de mercado Sobre a importância da detenção de novas tecnologias

Sobre como a detenção de novas tecnologias influencia a manutenção e/ou conquista de mercado no setor de telecomunicações no Brasil A detenção de novas tecnologias influencia a manutenção

e/ou conquista de posicionamento no mercado de telecomunicações no Brasil

Identificar os fatores tecnológicos envolvidos no posicionamento estratégico das empresas de telefonia fixa

Poder e inovação são variáveis-chave na dinâmica competitiva. A disputa por mercado é definida por movimentos políticos/sociais de defesa de posições/poder e movimentos econômicos de competição através de inovações tecnológicas

Identificar os fatores políticos e institucionais (poder, legitimação, etc) envolvidos no posicionamento estratégico das empresas de telefonia fixa

As empresas de telefonia fixa do Brasil exercem influência nas definições de regulamentação propostas pelo governo

O usuário final é um agente relevante e influenciador das políticas definidas pelo governo

A medida que os interesses são comuns, as empresas de telefonia fixa definem estratégias de atuação em conjunto Avaliar as relações de poder nas negociações (entre

empresas e entre empresas e governo), utilizando como referência algumas mudanças regulatórias em curso

Fonte : Elaborado pela autora

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