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2.2. TÉCNICAS DE INSTALAÇÃO 1 FLOAT-AND-SINK

2.2.2. OUTRAS TÉCNICAS TRADICIONAIS 1 PULLING / BOTTOM PULL

2.2.2.3. TÉCNICAS ALTERNATIVAS

Uma série de técnicas pode ser utilizada para a instalação de emissários submarinos, onde cada uma será mais apropriada que a outra em função de uma série de fatores, como: conhecimento e vivência prática do projetista, do corpo de engenheiros e da empreiteira da obra; o tipo de material da tubulação; condições hidrodinâmicas do corpo d’água; e facilidade de se estabelecer uma área de trabalho na parte terrestre do emissário.

Qualquer que for a tecnologia e metodologia utilizada deve-se sempre evitar obras “aventurescas”, priorizando sob qualquer condição a segurança dos trabalhadores, minimizando o impacto ambiental tanto na parte terrestre quanto no corpo d’água durante o processo de construção e instalação da tubulação, e claro, recorrendo a um corpo técnico especializado naquele tipo específico de técnica, que irá variar também em função do tipo de material que será utilizado, evitando-se assim, danos físicos estruturais a tubulação, o que pode acarretar na elevação dos custos da obra.

Os métodos alternativos, assim chamados, visam atender as peculiaridades da obra decorrentes geralmente: da acessibilidade da área de construção e trabalho na parte terrestre, da topografia local do terreno, além das condições hidrodinâmicas que podem variar de caso para caso desde casos extremos de águas calmas (como rios e lagos de pequeno e médio porte ou regiões costeiras protegidas por baías) até águas rápidas e agitadas (como rios de grande velocidade e zonas de arrebentação, ou áreas offshore passíveis de correntes marítimas intensas). Outra razão para a escolha de uma determinada técnica de construção, é a facilidade de acesso tanto para a aquisição dos materiais de construção quanto aos equipamentos de apoio existentes próximos a região da obra, que podem vir a baratear o custo total a tal ponto de se tornar o principal fator de escolha do respectivo método.

As principais técnicas alternativas são: Off Bottom Tow

É uma técnica que mistura aspectos técnicos do método pipe-by-pipe com o método

bottom-pull, sendo chamado de off-bottom tow. PÁLSSON (2002), apresenta este método

para a instalação de emissários de PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro). Com este método, tramos com grande comprimento podem ser lançados no corpo d’água, com tanques de flutuação e correntes de lastro anexadas ao tubo, onde um balanço de forças possibilita o

puxamento da tubulação a uma certa altura do leito de fundo (figura 2.26), ficando a estrutura protegida contra as ações do vento e da maré na superfície e contra obstáculos no leito de fundo, facilitando e agilizando todo o processo de instalação.

Os tanques de flutuação e as correntes de lastro são colocados em intervalos ao longo do comprimento a tubulação, onde esta é suportada elasticamente pelas correntes, que agem como molas, na posição de flutuação neutra. As correntes, simultaneamente, têm a função de suportar e estabilizar a estrutura que está sendo puxada, amortecer os efeitos adversos da topografia do solo, além de resistir a movimentos laterais devido a fricção com o terreno.

No local exato de instalação, os tanques de submersão e as correntes de lastro são retirados juntamente, um par de cada vez, onde, novamente, as correntes ao serem soltas, funcionam como molas amortecedoras ao suave curvamento em “s” formado no processo de assentamento. Submerged pipe Negative buoyancy Buoyancy tanks attached Positive buoyancy Chains attached Negative buoyancy Chains partly resting on bottom Zero buoyancy

Buoyancy tanks and

chains. Pipe string.

Figura 2.26: Esquema ilustrativo da instalação pelo processo off bottmo tow para tubos de plástico reforçado com fibra de vidro (PÁLSSON, 2002).

Tubo submerso com flutuação negativa Tanque de Flutuação propiciando empuxo Correntes propiciando Flutuação negativa Correntes apoiadas no solo propiciando flutuação neutra

Trestle – Ponte de Cavalete:

Esta técnica é geralmente utilizada em águas muito rasas onde é inviável o tráfego de embarcações ou mesmo de barcaças de pequeno porte, e também, quando devido a pequena profundidade as ondas são ampliadas (ondas de arrebentação) aumentando a instabilidade de plataformas móveis com guindastes tornando o procedimento inseguro.

O procedimento de construção é o seguinte: duas fileiras de estacas de madeira, aparafusadas umas nas outras, são construídas e espaçadas lateralmente variando conforme o diâmetro da tubulação, não devendo ser cimentadas para facilitar sua retirada após o término da obra. Vigas de suporte são colocadas perpendicularmente no topo das estacas ao longo de todo o seu comprimento para a instalação dos trilhos que irá correr o conjunto cavalete/guindaste/cabos. A escavação e a preparação do solo com profundidade adequada pode ser realizada utilizando a draga do tipo clamshell ou uma draga hidráulica.

A seção inicial da tubulação é então assentada através da utilização de uma ponte de cavalete rolante munida com guindaste e cabos que se estende até o comprimento final da seção difusora (para emissários de pequeno comprimento) ou até a saída da zona de arrebentação (GRACE, 1978).

Twin Tow Rope:

É uma variante do método bottom pull utilizado para tubos de ferro fundido dúctil com juntas do tipo ponta e bolsa onde os tramos de tubos são conectados em terra firme e firmados com seus respectivos pares, anterior e posterior, evitando a desconexão durante o processo de puxamento, por uma braçadeira na seção da junta. Esta amarração é feita consecutivamente formando uma fileira de seções de tubos. Cada braçadeira possui duas argolas dispostas lateralmente, onde ambas devem permitir, tanto a passagem do cabo quanto a fixação do mesmo para o puxamento.

Esses dois cabos que estão presos nos dois lados de cada braçadeira e que correm toda a tubulação, estão amarrados a uma rédea que faz a ligação com um outro cabo que está conectado a uma barcaça munida de dois guinchos. O primeiro guincho precisa ter força suficiente para fazer o puxamento e uma roldana que é colocada a sua frente para suavizar o atrito, enquanto que, o outro guincho está posicionado do lado oposto do primeiro para fixar a âncora de estabilização da barcaça. Os cabos de puxamento e as braçadeiras não são recuperados, mas podem vir a servir como protetores de sacrifício contra a corrosão.

É necessário, para este método, uma preparação primorosa do solo de leito de fundo do corpo d’água para evitar que qualquer imperfeição do terreno venha a “rasgar” a tubulação. Pode-se revestir a seção inferior do tubo com cimento, tanto para proteção quanto para peso de lastro. A seção inicial da tubulação (a primeira que adentrou o corpo d’água) deve estar inicialmente fechada para impedir a entrada da água em seu interior e evitar a geração de uma força de flutuação (WRc, 1990).

2.3. MANUTENÇÃO DE EMISSÁRIOS SUBMARINOS E SISTEMAS DIFUSORES