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Em relação às técnicas de análise de dados, os dados secundários coletados na primeira fase da coleta foram submetidos à análise documental.

Os questionários foram tabulados em planilha eletrônica (Excel, 2007) e analisados pautando-se em estatística descritiva uni e bivariada, com auxílio do software Statistical Package for Social Sciences, SPSS (versão 16).

A análise univariada, segundo Babbie (1999), é o exame da distribuição de casos de apenas uma variável, tendo como propósito caracterizar os respondentes segundo os níveis de comprometimento afetivo, calculativo ou normativo, apontando o padrão da amostra, bem como os níveis de incidência de cada um, determinando média, mediana, percentis e desvio padrão.

Quanto à parte bivariada, considerando Babbie (1999), ela consiste na descrição de subgrupos, com certas restrições especiais, tendo como objetivo detectar possíveis diferenças de opinião ou tendência nas respostas fornecidas pelos funcionários de diferentes categorias das variáveis demográficas levando-se em conta, neste caso, o contexto dos comprometimentos e, especificamente, das perdas associadas ao comprometimento calculativo. Os testes de comparação e de correlação efetuados foram de natureza não- paramétrica, já que, com exceção do comprometimento afetivo e das perdas de retribuições organizacionais, todos os demais itens apresentaram valores que indicaram a rejeição da hipótese de normalidade dos dados, resultado da aplicação do teste Kolmogorov-Smirnov para as variáveis em estudo. Cabe destacar que a aplicação de testes paramétricos e não paramétricos simultaneamente para uma mesma amostra de variáveis é inviável e a diferença de poder de análise entre os testes paramétricos e não paramétricos não é muito elevada, o que leva à conclusão de que a melhor opção é a utilização desses últimos para toda a amostra pesquisada (BABBIE, 1999). Destaca-se que foram computados apenas os dados não ausentes.

Assim, no caso da variável sexo, na qual há apenas duas categorias, foi utilizado o teste não paramétrico de comparação de médias de Mann-Whitney, que mensura o nível da diferença entre os valores para dois grupos independentes (neste caso, homens e mulheres). Para as demais variáveis, nas quais havia três ou mais categorias, foi utilizado o teste não paramétrico de comparações de médias múltiplas de Kruskal-Wallis.

No intuito se verificar o grau de correlação entre as variáveis demográficas, os comprometimentos e, especificamente, os tipos de perda associada ao comprometimento calculativo, foi utilizado o teste não paramétrico de correlação linear de Spearman e montada uma tabela com o valor do coeficiente de correlação rho e o respectivo p-valor para o teste. Ressalta-se que, ao contrário dos testes de comparações de médias, o teste de correlação detecta apenas tendências e padrões de crescimento ou decrescimento nas respostas fornecidas, sem especificar alguma categoria que se destaque das demais individualmente.

O nível de significância adotado para a decisão e conclusão sobre os resultados de todos os testes realizados foi de 5%. Dessa forma, a confiabilidade conferida às afirmações feitas dentro da análise foi de 95%. Portanto, ao serem montados os testes com as hipóteses nula e alternativa, optou-se pela rejeição da hipótese nula caso o p-valor obtido fosse menor ou igual a 0,05 e, pela não rejeição, quando o p-valor for superior a 0,05.

Em relação às entrevistas, elas foram transcritas na íntegra, permitindo a análise de conteúdo conforme proposto por Bardin (2009). Esse tipo de análise focaliza os elementos da fala e não desconsidera a possibilidade de quantificação das respostas, a partir de categorias que podem ser preestabelecidas, ou não. No caso deste estudo, foram estabelecidas a priori tais categorias, tendo em vista o modelo conceitual adotado e os resultados da pesquisa documental e da parte quantitativa da pesquisa. No entanto, admitiu-se a inclusão de categorias surgidas durante o processo de análise, caracterizando a grade de análise mista, conforme proposto por Vergara (2006). Nesse particular, a grade mista envolve a definição preliminar das categorias, verificando-se a necessidade de subdivisão, inclusão ou exclusão de categorias, estabelecendo-se o conjunto final de categorias, considerando um possível rearranjo (VERGARA, 2006).

Nesse sentido, procedeu-se à análise de conteúdo, apoiando-se em procedimentos quantitativos e qualitativos, conforme orientado por Bardin (2009). O processo de análise envolveu as seguintes etapas: montagem de tabelas de respostas, em alinhamento com modelo teórico adotado; inserção de dados nas tabelas, por meio da leitura e separação do corpus em análise; recorte de trechos das respostas; separação de falas emblemáticas para inserção no texto; verificação reincidências; totalização das respostas e organização por ordem decrescente de incidências. Ressalta-se que não foi necessária a utilização de softwares específicos nessa etapa em razão da própria quantidade de sujeitos, ou seja, 18 pesquisados, sendo todo o procedimento feito manualmente. Nesse particular, Bardin (2009) destaca que a análise de conteúdo é procedimento simples, podendo ser algo fastidioso quando feito manualmente, porém, no caso desta pesquisa, evitou-se a padronização peculiar aos softwares que, por sua vez, podem empobrecer a análise.

Cabe ressaltar a utilização da análise temática que, por sua vez, envolveu a separação de temas abordados pelos entrevistados, incluindo aqueles que vão além do tema da pesquisa, ou seja, do que foi perguntado (MELO et al., 2007). Nesse sentido, as categorias foram estabelecidas, a priori, a partir do modelo conceitual adotado, sendo quantificadas,

posteriormente. Destaca-se que a análise temática inclui a identificação de representações sociais, metáforas, analogias e assuntos adjacentes (BARDIN, 2009). Segundo Vergara (2006), as analogias e metáforas são recursos metodológicos que se inserem na lógica de argumentação, permitindo um novo olhar sobre os fenômenos.