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técnicas de participação pública

No documento Edição Completa (páginas 58-66)

Os programas de participação pública implementam-se a partir de diversas técnicas de alimentação e retroalimentação de informações. A audiência pública constitui o meio mais tradicional de participação pública, adotada com frequência por diversos modelos internacionais analisados. A audiência pública consubstancia uma reunião formal na qual é franqueada a participação de indivíduos e grupos de classe, que se comunicam oral ou por escrito, com registro em ata.

Além da audiência pública, existem outras técnicas que viabilizam a participação de interessados na avaliação de impactos ambientais: apresentações na fase de planejamento, elaboração participativa de termos de referência, sessões informais para informação pú- blica, oficinas relativas ao projeto, seminários, visitas de campo, material de divulgação sobre o projeto e suas implicações no meio ambiente, definição de medidas mitigadoras e compensatória, dentre outras.

No que atine a exemplo bem sucedido de participação pública, releva mencionar o programa realizado conjuntamente pelos estados de Oklahoma e Kansas, na bacia do rio Arkansas. Este programa consistiu na realização de sete sessões de informação pública e treze oficinas específicas relacionadas ao projeto. Estas vinte reuniões foram realizadas em várias cidades e vilas da bacia. Em apertada síntese, podem ser enumerados os seguintes resultados: a) As vinte reuniões contaram com um total de 1.600 participantes. b) Os participantes não foram apenas os residentes das sedes das reuniões. Mais de quarenta por cento percorreram distâncias superiores a dez milhas, a partir das cidades de encontro. Assim, as pessoas foram atraídas de todas as partes da bacia. c) As perguntas e respostas em cada reunião foram caracterizadas pela participação ativa de muitos participantes. d) Os questionários de opinião sobre vários aspectos do estudo foram recebidos de mais de se- tenta por cento dos participantes. e) A análise dos resultados do questionário indicou que a maioria dos participantes considerou as reuniões muito produtivas. (CANTER, 1977). Um dos aspectos que foi considerado a chave para o sucesso do referido programa norte-americano foi a parceria instaurada entre empreendedores e patrocinadores locais nos esforços para a promoção e realização dessas vinte reuniões. Cada reunião consistiu em uma apresentação de slides, seguida de sessão informal com questionamentos e respos- tas, quando foram envidados todos os esforços para fornecer as informações de interesse para o público. Além disso, foi entregue a cada participante material informativo sobre o projeto, seus impactos sobre o ambiente, e as respectivas medidas mitigadoras e com- pensatórias.

O programa de participação pública executado na bacia do rio Arkansas empregou diversas modalidades de técnicas de participação popular, viabilizando, em observância ao postulado do princípio democrático em matéria ambiental, a efetiva participação de representantes da sociedade civil. O Poder Público, nesse caso, promoveu a utilização de técnicas hábeis a possibilitar ativa participação pública antes de decidir em matéria ambiental, exemplo que deve ser seguido por outros programas de participação popular. 8. Conclusões

As normas brasileiras (Resoluções CONAMA 01/1986, 09/1987 e 237/97) que regulamentam o processo de avaliação de impacto ambiental seguiram os modelos esta- belecidos nos Estados Unidos (NEPA, 1969) e nas Diretivas Europeias (CE 337/1985, 61/1996 e 35/2003). Nada obstante o Brasil ter importado os moldes mencionados, im- porta observar que, no ponto atinente à etapa prevista para se oportunizar participação da sociedade civil, há diferenças relevantes. A legislação brasileira restringe a participação dos indivíduos na medida em que as audiências públicas estão previstas apenas na fase final do procedimento, quando a convicção do administrador público já se encontra em fase

conclusiva de formação. Nesse momento, as percepções externas pouco podem influen- ciar na decisão do gestor.

Não basta oportunizar à sociedade civil a participação formal no processo de ava- liação de impactos ambientais. A previsão desse instituto de participação democrática na legislação brasileira, nos moldes atuais, não assegura a atuação efetiva dos indivíduos. Convocar os interessados a participar do processo de avaliação de impactos ao meio am- biente apenas na sua etapa final não tem o condão de obstar decisões pré-estabelecidas no curso dos atos procedimentais.

A experiência brasileira não adota a prática de elaboração de um programa de parti- cipação pública que permeie todo o procedimento administrativo. O processo tem início à revelia dos públicos interessados, que sequer são identificados e convocados a partici- par dessa fase do processo de avaliação de impactos ambientais. Essa etapa preambular abrange a definição do escopo dos estudos ambientais a serem desenvolvidos, o acom- panhamento do seu desenvolvimento, a implantação do projeto e o monitoramento do seu funcionamento, atos que não deveriam ser instaurados sem a necessária identificação e convocação da sociedade civil interessada na decisão ambiental final, sob pena de se fazer tábula rasa do postulado da participação democrática no Estado Socioambiental de Direito.

Outro viés da participação popular no processo de avaliação de impactos ambientais que carece de ajuste concerne aos critérios adotados no Brasil para a sua consecução. Na realidade, não existem critérios objetivos para a investigação de impactos ambientais. Esse processo é marcado pela ausência de especificação de aspectos positivos e negativos do empreendimento. Os referidos dados tornariam mais efetiva a participação pública durante todas as fases do projeto, pois a apresentação de tais elementos mostra-se funda- mental para a construção de um real processo participativo de cidadania e democracia.

A materialização da participação popular nesse processo poderia ser alcançada, por exemplo, com a exigência de disponibilização, pelo empreendedor, de mais de uma al- ternativa viável para implantação do projeto, com as suas respectivas informações e es- clarecimentos sobre os impactos positivos e negativos, além da apresentação das medidas mitigadoras e compensatórias. O uso futuro da área afetada igualmente deve ser objeto de proposições pelo empreendedor para oportunizar aos interessados participação ativa na decisão do Poder Público.

Conforme acentuado, a prática já difundida em território nacional de apresentar apenas a alternativa de projeto proposta pelo empreendedor desvirtua a participação po- pular, já restrita às audiências públicas, a um mero balcão de barganha de interesses, nem sempre legítimos, motivo pelo qual vêm sendo alvo de incisivas críticas, além de desquali- ficar essa tradicional técnica de participação popular em matéria ambiental.

Como se percebe, para que a participação pública seja considerada um exercício efetivo de cidadania e democracia no Brasil mostra-se premente uma revisão dos meca- nismos legais de participação atrelados à audiência pública ambiental. O modelo atual de participação pública na avaliação de impactos ambientais não atende à complexidade que permeia o instituto.

A dimensão material da participação democrática pressupõe poder de influência na decisão. A oitiva dos interessados deve ser considerada pela autoridade julgadora, que so- mente pode ser convencida pelas percepções externas quando são ofertados meios idôneos e tempestivos para a formação de sua convicção.

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A Questão DA eFetiViDADe Do proCesso penAL

AmBientAL: DeLineAnDo um eLemento otimizADor

jôniCA mARques CouRA ARAgão

Doutora em Ciências Jurídicas e Sociais, Universidad del Museo Social Argentino (UMSA), Buenos Aires-Argentina. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Paraíba-Brasil. Aluna do Doutorado em Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Paraíba -Brasil. Professora Adjunto I do Curso de Direito da Universidade Federal de Cam- pina Grande (UFCG) e-mail: jonicamca@ufcg.edu.br/jonicamca@gmail.com

resumo

A questão ambiental traduz-se como um problema transnacional que acompanha a história da humanidade e, a despeito da visível evolução científica e tecnológica, demons- tra-se sempre mais agravada. Não obstante pretendam os postulados desenvolvimentistas interpretar o meio ambiente como fonte de admirável resiliência, observa-se que resta provada a fragilidade existencial da biosfera, cabendo à humanidade o dever de preservar o ambiente para a atual e as futuras gerações. Diante dessa responsabilidade, a Justiça é a instituição designada para fazer cumprir o que a norma ambiental (nacional ou suprana- cional) define como conduta obrigatória, devendo conferir especial atenção às previsões de crime, vez que são essas as condutas mais gravosas ao objeto jurídico protegido, con- tudo, esta não é uma atividade simples. O direito penal ambiental é polêmico, enfrenta variáveis delicadas, assim como o processo penal ambiental, pois se trata de processo penal incomum; consiste em espécie do gênero processo penal difuso/coletivo, por isso, tem-se como objetivo geral analisar a possibilidade jurídica de inserção de um elemento otimi- zador no bojo do processo penal ambiental, capaz de lhe conferir a efetividade almejada. Assim, esta pesquisa é de natureza explicativa e, para tanto, emprega os métodos sistêmico e hipotético-dedutivo. Observa-se a utilização da técnica de pesquisa bibliográfica para realizar uma abordagem jurídica do recorte espaço-temporal do objeto da pesquisa, ou seja, o sistema penal ambiental brasileiro sob o pálio da Constituição Federal de 1998. Por essa perspectiva, observa-se que para equacionar a questão penal ambiental, para além da perspectiva jurídico-legal, subsiste a necessidade da participação da cidadania ética no bojo do processo, como via legítima para se implementar justiça penal, ambiental e social; tal propósito é bastante para alterar a própria representação da relação processual, formal e materialmente, e tem como pressuposto lógico os postulados do Estado Democrático de Direito.

palavras-chave

Crime ambiental; Proteção jurídica ao ambiente; Responsabilidade cidadã. resumen

La cuestión ambiental traduce como un problema transnacional que acompaña la historia de la humanidad demostrándose, a despecho de la visible evolución científica y tecnológica, siempre más agravada. No obstante pretendan los postulados progresistas in- terpretar el medio ambiente como fuente de admirable capacidad de recuperación, ob- servase que resta probada la fragilidad existencial de la biosfera, cabiendo a la humanidad el deber de preservar el ambiente para la actual y las futuras generaciones. Delante de esa responsabilidad, la Justicia es la institución designada para hacer cumplir lo que la norma ambiental (nacional o supranacional) define como conducta obligatoria; debiendo conferir especial atención a las previsiones de crimen, a la vez que son esas las conductas más agra- vantes al objeto jurídico protegido. Con todo, esta no es una actividad simple; el derecho penal ambiental es polémico, enfrenta variables delicadas; así como el proceso penal am- biental. Se trata de proceso penal poco común. Consiste en una especie del género proceso penal difuso/colectivo. Se muestra el objetivo general: analizar la posibilidad jurídica de la inserción de un elemento optimizador para que haya efectividad en ese sistema procesal penal. Así la investigación que se desenvuelve es de naturaleza explicativa, con la pretensión de identificar la existencia de relaciones entre las variables pertinentes al tema investigado y, además de eso, determinar la naturaleza de esa relación; para tanto emplea los métodos: sistémico y también lo hipotético-deductivo. Se observa la utilización de la técnica de investigación bibliográfica para realizar un abordaje jurídico del recorte espacio-temporal del objeto de la investigación, cual sea, el sistema penal ambiental brasileño planteado em la Constituición Federal de 1998. Por esa perspectiva se observa que para solucionar la cuestión penal/ambiental, para allá de la perspectiva jurídico-legal, subsiste la necesidad de la participación de la ciudadanía ética en el ápice del proceso, como vía legítima para im- plementarse justicia penal, ambiental y social; tal propósito es bastante para alterar a propia representación de la relación procesal, formal y materialmente tiendo como presupuesto lógico la base común representada por todo Estado Democrático de Derecho.

palabras clave

Crimen ambiental; Protección jurídica al ambiente; Responsabilidad ciudadana. 1. introdução

O ser humano como ser racional que sabe e tem consciência desse saber, é totalmen- te responsável por sua conduta, quase sempre destrutiva e inconsequente, no que diz

respeito às questões ambientais. Na atual cultura predatória, o homem pratica, sem maio- res preocupações, atos de destruição contra o meio ambiente, incidindo, assim, em con- dutas gravosas não raro qualificadas como crime nos respectivos ordenamentos jurídicos. Observa-se que tanto maior e mais grave a ofensa penal ambiental maior se revela a burocracia e o tecnicismo do sistema jurídico-processual, que, quase sempre, em razão desses aspectos, acaba por beneficiar o infrator em detrimento do objeto jurídico a ser protegido, qual seja o meio ambiente.

A visão antropocêntrica e o despreparo técnico e científico dos juristas ao tratar das questões ambientais, a insuficiência de conhecimento ambiental específico e a ausência permissiva por parte do cidadão ao investigar e punir crimes ambientais são constata- ções que implicam em grave lacuna no estado de conhecimento atual da área-problema, justificando, assim, a motivação à escolha do relevante tema, tanto à academia como à sociedade e ao Estado.

Por essa razão, a pesquisa a ser realizada se propõe a investigar o sistema processual penal ambiental em seu aspecto qualitativo, sobretudo quanto à participação direta do cidadão na dinâmica processual desse sistema, pretendendo, ao final, responder à seguin- te problematização: Estaria o sistema processual penal ambiental, tal como se apresenta, atingindo sua finalidade de proteção ao meio ambiente? Como hipótese, apontar-se-á que não; face à ausência de comprometimento ou conhecimento específico por parte dos sujeitos processuais envolvidos.

Desse modo, apontar-se-á como objetivo geral da pesquisa, analisar a possibilidade jurídica da participação direta do cidadão no bojo da relação processual, como instrumen- to otimizador da efetividade do processo penal ambiental.

Como objetivo específico o propósito de investigar a importância da proteção penal ambiental em tempos de sociedade do risco e de modernidade reflexiva, com suporte teórico nos postulados do minimalismo e do garantismo penal.

Também consistirá objetivo específico a ideia de estratificar a dinâmica do direito processual penal clássico, verificando a eficiência desse sistema, no que diz respeito à proteção do bem jurídico protegido pela legislação penal ambiental, submetendo-o ao contraponto da presença de um traço especializante, com embasamento na interpretação aberta, plural e democrática do sistema penal ambiental, para verificar a viabilidade jurí- dica de um processo penal ambiental mais efetivo.

Propõe-se, assim, o desenvolvimento de uma pesquisa explicativa, com a pretensão de identificar a existência de relações entre as variáveis correlatas ao tema investigado e determinar a natureza dessa relação. Para tanto, serão empregados os métodos sistêmico e hipotético-dedutivo.

Somente sob uma perspectiva sistêmica o objeto da pesquisa poderá ser estudado, face ao conjunto de elementos em que se constitui o sistema jurídico, cuja análise se deterá na dinâmica que o sustenta, sob o enfoque, inicial, de um sistema fechado, autopoiético. Acrescentar-se-á nesse ponto, como viés de interação e ponto de abertura do siste- ma, o postulado de um agir comunicativo, estabelecido entre o sistema jurídico- penal e o sistema social, pelos sujeitos que os compõem, ao estabelecerem um diálogo democrático em busca da efetividade de ambos os sistemas.

Para tanto, será empregado o método hipotético-dedutivo a partir da adoção da hipótese extraída do contexto teórico para inserção do elemento inovador no bojo do pro- cesso penal ambiental, objeto da pesquisa, a título de conjectura formulada, por consistir em hipótese à problematização que a pesquisa se propõe a investigar.

Compreende-se, contudo, que necessário se fará a submissão da conjectura a um rigoroso processo de falseamento. Tal proceder será contínuo em todo o desenvolvimento da pesquisa e, ainda assim, sabe-se que não restará exaurido ao final do trabalho, pois esse método subsiste do processo de teorias e refutações – em processo evolutivo constante.

Para desenvolver a pesquisa será utilizada a técnica bibliográfica, objetivando realizar uma abordagem jurídico-legal e social acerca do recorte espaço-temporal onde está inseri- do o problema da pesquisa, ou seja, o sistema penal ambiental em Estados Democráticos como o Brasil, em tempos de sociedade do risco. Tal procedimento se verificará de modo a que se realize uma análise sistêmica a partir de uma conjectura apresentada como ele- mento de inovação no processo penal ambiental.

Por essa perspectiva, observa-se que, para equacionar a questão penal ambiental, para além da perspectiva jurídico-legal, subsiste a necessidade da participação direta do ci- dadão no bojo do processo, como via legítima para se implementar justiça penal, ambien- tal e social sob o influxo de moderado funcionalismo teleológico. Por fim, acrescente-se que será demonstrado que esse constructo teórico norteia o novo padrão de democracia, não mais centrada na figura do Estado; antes visando chamar ao centro os cidadãos; para que participem ativamente dos processos penais ambientais, como autêntico elemento legitimante do Estado Democrático de Direito.

No documento Edição Completa (páginas 58-66)

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