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Técnicas de recolha de dados

No documento A biblioteca digital do médio Tejo (páginas 30-35)

Para construir um projeto de Biblioteca Digital, pretendemos analisar projetos de natureza semelhante, mas principalmente conhecer a realidade sobre a qual o projeto incide. Assim, usaremos a análise documental para recolher a informação disponível, de forma a construir um projeto que beneficie do caminho percorrido por outros e seja um avanço científico nesta área.

1.3.1. Análise documental

A Análise Documental é cada vez mais um processo recorrente na medida em que trilhamos caminhos parcialmente percorridos por outros, os quais não podem deixar de ser considerados na análise científica da realidade neste ambiente de sociedade da informação em que vivemos.

As redes da informação e comunicação têm impulsionado a divulgação e o intercâmbio de informação, incrementando, de certa forma, as possibilidades de processamento da

informação, por exemplo, ao facilitarem o manuseamento de grandes volumes de documentos.

Assim, os processos principais que envolvem a Análise Documental, a que se submetem diversas fontes e recursos de informação, continuam a depender da capacidade e metodologia aplicada pelos investigadores.

Diaz & Valdés (2003, p. 51) faz a revisão da literatura sobre o conceito de análise documental e concluem que para a maioria dos autores é algo que se realiza com operações, atividades, estudo, procedimentos e técnicas que conduzem à criação de um documento secundário que permite a organização, pesquisa, recuperação e difusão da informação. Segundo os mesmos autores, a análise documental implica a análise bibliográfica e de conteúdo, esta última inclui o resumo e a indexação.

Talvez por isso, muitos autores citados por Diaz & Valdés (2003, p. 51) confundem análise documental com análise da informação. No entanto, segundo estes autores a análise de informação implica tarefas de identificação dos requerimentos da informação, definição e orientação dos métodos de investigação, agrupamento de informação, a realização de atividades de pesquisa, o processamento da informação que pode incluir métodos qualitativos e quantitativos, a integração de toda a informação reunida, a preparação do produto e a sua disseminação.

Para Díaz & Valdés (2003), a Análise Documental incumbe-se da análise do conteúdo do documento, averiguando a representação, organização e localização das informações. Esta técnica permite criar uma informação nova (secundária) fundamentada no estudo das fontes de informação primária. Assim, a informação secundária cria-se com a influência direta da primária, num processo que relaciona a descrição bibliográfica, a classificação, a elaboração de anotações e de resumos, e a transcrição técnico-científica. Neste contexto, os autores afirmam que a Análise Documental procura dar ordem aos caos e solucionar problemas.

Segundo Bocato e Fugita (2006, p. 85), define-se que “A análise documental deve desempenhar as suas funções de análise, síntese e representação de acordo com as características de forma e de conteúdo que os documentos possuem.

Cunha (1989, p. 38) define análise documental como “um conjunto de procedimentos efetuados com o fim de expressar o conteúdo de documentos, sob formas destinadas a facilitar a recuperação da informação.”

Denscombe (2010, p. 221-222), seguindo outros autores, pressupõe que a análise documental deve ter em consideração os seguintes critérios:

 Autenticidade

 Representatividade

 Significado

 Credibilidade

Assim, o que se pretende é, através de uma revisão da literatura, ter conhecimento sobre os trabalhos existentes e disponíveis na sua área; conhecer os conteúdos, as questões cruciais, e as lacunas existentes no atual estado do conhecimento na área; e promover uma visão sobre as bases e os rumos das investigações.

Através da recolha de informação sobre outros projetos desenvolvidos, pretendemos conhecer os processos e métodos de trabalho na construção e manutenção da BD.

1.3.2. Questionário

A análise do nosso objeto de estudo compreende uma realidade existente pelo que consideramos fazer um estudo descritivo. Do ponto de vista da análise quantitativa tem- se adotado o método de recolha de dados através do questionário, que obriga ao preenchimento de respostas por parte dos sujeitos, segundo Fortin (2003, p.249).

A escolha deste método de recolha de informação permite-nos delimitar a informação obtida, qualificar e quantificar o material a ser alvo de intervenção, numa fase prévia. Nesse sentido, será necessário elabor um inquérito por questionário exploratório, através do qual se possam obter dados sobre a extensão, composição e utilização dos FL das BP da CIM objeto do nosso estudo.

Esta recolha de dados direta na fonte de informação permitir-nos-á, esperamos nós, ter uma base fidedigna de trabalho para a construção do projeto de BD.

A recolha de dados será feita através do envio do questionário a ser respondido pelos responsáveis das BP da CIMT e também à DGLAB, de forma a podermos cruzar a informação fornecida diretamente pelas fontes de informação e, de forma indireta, pela entidade que superintende as BP e que a recolhe através de inquérito anual respondido pelas bibliotecas.

Sendo os FL uma componente da missão das BP definida pela IFLA/UNESCO, queremos conhecer em que medida estas coleções são acompanhadas pela RNBP e pela DGLAB.

1.3.3. Análise de casos semelhantes/benchmarking

A técnica de benchmarking é útil para superar a concorrência, comparando os métodos usados em casos semelhantes, identificando as boas práticas e implementando-as. Esta técnica pode ser usada internamente, dentro da mesma organização, ou externamente, numa perspetiva competitiva e/ou funcional.

A Direção Geral da Administração Pública publicou em 2003 a Estrutura Comum da

Avaliação (CAF): Melhorar as Organizações Públicas através da Autoavaliação, um

documento onde prevê a aplicação desta técnica aos próprios serviços numa perspetiva de avaliação e melhoria do seu funcionamento.

Assim, entende-se que “Basicamente, o benchmarking é um processo através do qual uma organização encontra organizações com as quais pode comparar o seu desempenho organizacional. A técnica pode ser um instrumento poderoso e eficaz para o desenvolvimento organizacional, ao explorar princípios básicos como “não inventar a roda” e “aprender com os outros”.” (2003, p. 36).

A Direção Geral define “Benchmarking: Técnica ou processo sistemático de comparação de resultados e processos organizacionais entre duas ou mais organizações. O objectivo é que, através da aprendizagem sobre melhores práticas, estas sejam aplicadas, bem como sejam alcançados os mesmos níveis de desempenho ou superiores. Pode desenvolver-se

dentro da mesma organização, entre alguns dos seus departamentos

(benchmarkinginterno), ou entre diferentes organizações a nível nacional ou internacional.” (2003, p. 38).

O Código Europeu de Conduta de Benchmarking, aprovado em 2006, define que o benchmarking é o processo de itentificar e aprender com as melhores práticas de outras organizações.

Nesse sentido, e tendo em consideração que existem outros projetos de BD já implementados, não podemos ignorá-los, pelo contrário, é nosso intuito aprender com eles.

Nesse sentido, a nossa abordagem do tema das BD, neste projeto de biblioteca digital colaborativa intermunicipal, irá também incidir em como se faz no atual ponto de desenvolvimento tecnológico e à luz dos projetos já desenvolvidos neste campo, procurando otimizar recursos e permitindo concretizar os conhecimentos já conseguidos até aqui.

No documento A biblioteca digital do médio Tejo (páginas 30-35)