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Técnicas e instrumentos de coleta de dados

Em função do tipo de pesquisa adotado e da fonte de dados, foram utilizados como métodos e técnicas de coleta de dados: levantamento bibliográfico, levantamentos documentais, estatísticas publicadas, questionários- estruturados distribuídos e recebidos por e-mail.

Os métodos de coleta de dados determinam a maneira como os dados serão obtidos para o projeto (Samara & Barros, 2001). O estudo exploratório foi concebido a partir de pesquisa em fontes de dados secundários disponíveis, em publicações das áreas da cadeia produtiva do café e da criação de valor.

As fontes secundárias ou indiretas de dados são os dados que já foram coletados, tabulados e analisados, ou seja, que estão à disposição para consulta. São fontes de dados secundários as revistas, os livros, jornais, internet, etc.

Mattar (1997) considera que as fontes primárias ou diretas de dados representam os dados brutos, ou seja, dados que nunca foram coletados, tabulados e analisados, com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa. No presente trabalho foram fontes primárias as empresas torrefadoras de café. Uma forma de coletar os dados primários é por meio de questionários, que têm como característica mais importante o fato de ser o próprio respondente quem lê a pergunta e a responde diretamente no instrumento de pesquisa, sem o auxílio de entrevistadores. A pesquisa por questionário pode ser efetuada por correio eletrônico (e-mail), mas a conseqüência desse método de pesquisa pode ser um baixo índice de respostas e um baixo controle amostral.

Para realizar a pesquisa descritiva, foram enviados questionários estruturados (Apêndice), via internet, junto as empresas associadas à ABIC. A escolha pelo correio eletrônico, deveu-se ao fato de este procedimento reduzir sobremaneira o custo da coleta dos dados.

Segundo Alencar & Gomes (1998), o questionário estruturado é formado por questões fechadas e é normalmente usado em pesquisas do tipo survey. Nesse tipo de questionário as empresas selecionadas são submetidas às mesmas perguntas e às mesmas alternativas de resposta. Cabe mencionar que o questionário utilizado na pesquisa foi concebido a partir de um estudo prévio da criação de valor com base nas capacidades diferenciadoras e estratégias financeiras. Isto significa que a análise dos dados obtidos no questionário está relacionada com as variáveis empregadas em tal modelo.

O questionário estruturado era composto com parte das respostas de afirmativas em relação às quais o respondente deveria manifestar-se consoante a uma escala do tipo Likert, na qual constavam quatro pontos, variando de “concordo totalmente” a “discordo totalmente” e outra parte com três pontos, variando de “mais importante” a “menos importante”. Este procedimento tem por objetivo possibilitar a identificação das capacidades diferenciadoras e estratégias financeiras. Nesse sentido, as análises foram orientadas pela problemática da pesquisa e objetivos estabelecidos, em conformidade com as orientações teóricas.

Além disso, a coleta de dados por meio de questionário estruturado permite ao respondente fazer escolhas ou ponderar, diante das alternativas apresentadas, selecionando de acordo com as características da empresa, sem a presença do pesquisador. Considerando-se que as respostas dos questionários expressam também o seu grau de conhecimento e compreensão conceitual sobre o assunto, buscou-se informar o papel específico de cada instrumento. Portanto, as respostas expressam a opinião das empresas que responderam ao questionário constituindo-se, portanto, em uma amostra da visão da indústria sobre o tema.

As escalas e os índices são medidas compostas de variáveis, ou seja, medições baseadas em respostas a mais de um item do questionário. Um índice é construído pelo somatório simples de escores atribuídos a respostas específicas

aos itens individuais que formam o índice. Uma escala é construída pela atribuição de escores a padrões de respostas entre os vários itens que formam a escala.

A escala nominal é aquela em que os números servem para nomear, identificar e (ou) categorizar dados. A escala ordinal é aquela em que os números servem para além de nomear, identificar e (ou) categorizar, ordenar, segundo um processo de comparação em relação à determinada característica.

De acordo com Vergara (1998), a análise de conteúdo refere-se ao estudo de textos e documentos. É uma técnica de análise de comunicações tanto associada aos significados quanto aos significados da mensagem. A análise de conteúdo utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição dos conteúdos, inferências e deduções lógicas.

Buscou-se usar a análise de conteúdo para os questionários, que consiste no processo de identificar, codificar e categorizar os dados primários (Patton, citado por Alencar, 1999).

A análise dos dados descreve os valores (conteúdo) assumidos pelas variáveis relacionadas aos direcionadores de valor orientados para a criação de valor, as variáveis relacionadas às capacidades diferenciadoras e as estratégias financeiras e ao contexto de atuação da empresa. Para tanto foi utilizada a análise de conteúdo das respostas dos questionários e, posteriormente, verificadas as relações existentes entre estas variáveis, conforme o modelo conceitual proposto.

No que tange à análise geral da pesquisa, vale ressaltar que esta foi estruturada com o propósito de identificar, em empresas torrefadoras de café, as capacidades diferenciadoras e as estratégias financeiras, assim como as suas limitações estratégicas para a agregação de valor aos seus produtos. Dessa maneira, uma composição da cadeia de criação de valor foi utilizado como parâmetro na análise dos resultados dos questionários.

6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS