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Mapa 14 Origem dos proprietários de segunda residência em Guaramiranga

1 INTRODUÇÃO

1.1 Metodologia

1.1.1 Técnicas e instrumentos de coleta de dados

A observação direta, o questionário e as entrevistas semi-estruturadas foram as técnicas de pesquisa utilizadas para a coleta de dados. A observação direta, essencial para a análise, é um instrumento de coleta de dados valioso que segue roteiro predefinido, com o qual pode se aproximar da realidade. As informações

registrada com auxílio de fotografias feitas dos lugares, dos fenômenos e como estes se mostram ao pesquisador, o que possibilitou a documentação do momento sócio- histórico da paisagem, na medida em que o espaço é produzido historicamente.

As visitas a campo para observação e pesquisa in lócus ocorreram no desenvolver do trabalho. O campo foi necessário para identificar as dinâmicas e processos, conhecer a realidade do objeto de estudo e sujeitos sociais envolvidos, para a apreensão das transformações do espaço e os processos inerentes à sua produção. Contemplou-se entre outros, as áreas habitacionais e alguns condomínios de segundas residências, a fim de aplicar o questionário da pesquisa voltado ao vilegiaturista.

Durante as visitas a campo, foram realizadas também visitas técnicas institucionais tanto em órgãos públicos, sobretudo nas prefeituras, como em órgãos privados, como imobiliárias, hotéis e condomínios. Foi aplicado o mesmo instrumento de coleta, a entrevista semi-estruturada, para entender como estes sujeitos vislumbram a prática da vilegiatura e a realidade das segundas residências no contexto do lugar, bem como obtenção de dados, relatos, experiências e inclusive de materiais fornecidos por estes atores.Foram ainda coletados relatórios, dados estatísticos, assim como informações relevantes sobre implementação de políticas e projetos estruturais com fins de ordenar a atividade de visitação e habitação que, por consequência,resultam na vilegiatura como também nos demais equipamentos voltados para o fomento de práticas turísticas. Esses documentos, a exemplo dos planos gestores das cidades e relatórios referentes às segundas residências, compõem o acervo coletado que auxiliou a presente pesquisa. As visitas às prefeituras municipais serviram para obtenção de informações sobre estes projetos e coletar opinião e outras informações dos gestores municipais, na medida em que o Estado é um dos agentes produtores do espaço.

A entrevista semi-estruturada, utilizada nesta etapa, é considerada “semi”, pois parte dela pode se encontrar no roteiro de perguntas estruturadas previamente ou quando surgirem novos questionamentos conforme as respostas do ator abordado. Desta forma, a estruturação prévia da entrevista direciona as respostas dos entrevistados para os questionamentos do interesse da pesquisa de modo a restringir o questionário às informações relevantes ao fenômeno estudado. A entrevista semi- estruturada constitui-se como uma técnica de pesquisa amplamente utilizada no

trabalho das pesquisas qualitativas, sendo por meio dela que o pesquisador obtém informes contidas nas falas dos atores sociais. Não significa uma conversa neutra, à medida que se inserem como fatos relatados pelos atores sociais, enquanto sujeitos- objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada (MINAYO, 2002).

Durante a aplicação das entrevistas, utilizamos gravador para que a fala dos participantes fosse captada de modo a não se perder informações. É importante esclarecer que a participação de entes representantes do poder público e de empresas, não carece de aprovação do comitê de ética em pesquisa. Após coletadas e gravadas, as entrevistas foram transcritas e analisadas com base nos objetivos e literatura revisada. Para outras coletas de dados, utilizamos a documentação fotográfica e pesquisas institucionais.

Para análise do conteúdo das entrevistas com gestores, nos apropriamos da técnica de análise de dados conhecida como análise de conteúdo. Minayo (op. cit.) aponta que a análise de conteúdo surgiu no início do século XX e teve sua história sistematizada por Laurence Bardin. Apesar da crítica sofrida pela análise de conteúdo na segunda metade do século XX, tanto pelo seu esgotamento metodológico quanto pela falta de abertura para o diálogo com avanços em pesquisas em outras áreas na Europa e nos Estados Unidos, houve, também no Brasil, uma retomada do uso deste método como alternativa de análise. Essa análise possui caráter essencialmente qualitativo, embora possa ser utilizada como parâmetros estatísticos para auxiliar interpretações dos fenômenos. Para Bardin (1977), uma pesquisa quantitativa e categorial, compreende três escolhas em sua organização de codificação: a) recorte (escolha das unidades temáticas); b) enumeração, “escolha das regras de contagem” e c) classificação e agregação, que corresponderia a indicação de categorias. Aqui temos que o recorte é a junção de todas as falas dos entrevistados, a enumeração é a contagem de todas as palavras, excetuando as de uso comum da linguagem e necessárias à comunicação. A classificação e agregação são determinadas pela quantidade de vezes que cada unidade de registro7 é repetida no diálogo.

A escolha pela análise de conteúdo se deve à adequadação ao objetivo proposto, na tentativa de melhor apreender a visão dos gestores, contida em seus

7 “É a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando a categorização e a contagem frequencial” (Bardin, 1977, p.104) Disponível em < https://pt.slideshare.net/alasiasantos/analise-de-conteudo-laurence-bardin> Acesso em 14/05/2017.

Minayo (2002) complementa que “dentre os procedimentos metodológicos da análise de conteúdo utilizados, destacam-se: categorização, inferência, descrição e interpretação.” Nesse sentido, optamos8 pelo procedimento de categorização. Segundo Bardin (op. cit.) a categorização pode ser feita com a classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e por reagrupamento. Por sua vez, essas distições são feitas ao reunir um grupo de elementos que são as unidades de registro sob um título genérico. Nesse intento, as unidades de registro categorizadas são os termos mais frequentes contidas nas falas dos gestores, calculadas das entrevistas transcritas e reagrupadas em forma de mapa conceitual a constar no subtítulo 4.1.2 deste trabalho.

O questionário (presente nos anexos) foi a ferramenta através da qual manifestou-se o principal sujeito pesquisado no trabalho: o vilegiaturista. Para sua execução fez-se necessário que cada indivíduo respondesse a nove questões, em sua maioria objetivas de múltipla escolha. Suas respostas foram calculadas e tabuladas em planilha eletrônica e tratadas por meio de análise estatística simplificada.

A coleta de dados e informações não se limitou aos três municípios serranos de Guaramiranga-CE, Gravatá-PE e Lagoa Nova-RN, onde ocorrem majoritariamente os processos analisados, mas também contemplou as metrópoles que movimentam fluxos de diferentes naturezas, sejam elas materiais, como mercadorias e capitais, e imateriais, de cunho simbólico que, por sua vez, resultam das relações da cidade serrana com o lazer e o fenômeno da vilegiatura, ambos desfrutados por parte da população metropolitana nas serras.

Outra técnica utilizada neste trabalho foi a produção cartográfica. A representação cartográfica corresponde a uma forma de espacialização dos dados geográficos adquiridos ao longo da pesquisa, tendo em vista a apreensão do objeto empírico. Para tanto, foram escolhidas duas formas de representação gráfica, os cartogramas e os mapas, propriamente dito. Ambas as tipologias representam versões do espaço geográfico.

8 à medida em que “o caminho a ser seguido pelo pesquisador vai depender dos propósitos da pesquisa, do objeto de estudo, da natureza do material disponível e da perspectiva teórica por ele adotada.” (MINAYO, 2010 sem página). Disponível em https://editorialgaudencio.com.br/2013/01/02/maria- cecilia-de-souza-minayo/ acesso em 13/05/2017.

Cabe destacar que a produção cartográfica desenvolvida nessa pesquisa está vinculada ao desempenho do geoprocessamento (Uso de software) e do sensoriamento remoto (Imagens de satélites) alicerçados a partir do trabalho de campo.

Por sua vez, os cartogramas referem-se a representações menos severas, do ponto de vista, da precisão dos limites geográficos, com a preocupação principal com o comportamento espacial (inferência estatística dos detalhes) dos objetos mapeados. De acordo com Brasil (2010)9, "é um esquema representativo de uma superfície ou parte dela, sobre a qual são apresentadas informações quantitativas e qualitativas, de eventos geográficos, cartográficos e socioeconômicos".

Os cartogramas podem apresentar distorções acerca das áreas ou distâncias. A tipologia adotada para os cartogramas nessa pesquisa reporta-se ao modelo de projeções de áreas equivalentes, foram conservadas as áreas e os dados gráficos foram representados a partir de porcentagens.

Já os mapas, são idealizados a partir de um rigor cartográfico, confeccionado em diversas escalas, visando à espacialização dos dados que integram os objetos de estudo, ou seja, possuem uma formatação universal que almeja a representação sobre o plano a integrar todos os componentes da informação. Nesta pesquisa, os mapas estão representando a localização de pontos importantes para a análise, bem como as mudanças percebidas no espaço geográfico ao longo do processo de urbanização.

Toda a produção cartográfica contou com a aquisição de dados junto aos órgãos públicos competentes, dentre os quais: Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT).

A espacialização dos dados coletados ocorreu em ambiente de SIG, através do uso do ArcGIS Pro10 software de desktop e também através do software livre QGIS. Utilizado para a edição vetorial e elaboração do layout dos mapas.

Foi adotado o sistema de projeção cartográfica correspondente ao Universal Transversa de Mercator, UTM e como referencial geodésico optou-se pelo Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS 2000), zona 24 sul (Para os municípios de Guaramiranga, CE e Lagoa Nova, RN) e zona 25 sul (Para o

9 Disponível em:http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/glossario/glossario_ cartografico.shtm. Acesso em 05/11/2017

os mapas da pesquisa, predominaram-se os arquivos no formato shapefile(SHP) e raster para a elaboração destes. O Quadro 01 demonstra os dados e os métodos adotados ao longo do mapeamento.

Quadro 1 - Procedimentos operacionais do mapeamento adotado

(continua)

CARTOGRAMAS/MAPAS FONTE DOS DADOS MÉTODO

Cartograma da Taxa de Domicílios de Uso Ocasional na Região Nordeste por município

Limites municipais e estadual - SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-

cartograficas/malhas-digitais.html;

TABELA DO SETOR CENSITÁRIO - Sinopse do Censo Demográfico por Unidades da Federação - Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse/ sinopse_tab_uf_zip.shtm

Total de domicílios ocupados + total de domicílios particulares não ocupados= soma de domicílios particulares.

Total de municípios particulares dos municípios do Nordeste a partirda porcentagem de domicílios de uso ocasional = taxa de domicílios ocasionais (porcentagem do total de domicílios particulares)

Cartograma da Taxa de Domicílios de Uso Ocasional por setor censitário em Guaramiranga, CE

Setor censitário, localidades - SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-

cartograficas/malhas-digitais.html;

TABELA DO SETOR CENSITÁRIO - Sinopse do Censo Demográfico por Distrito Sede e Subdistritos - Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse/ sinopse_tab_uf_zip.shtm

Total de domicílios ocupados + total de domicílios particulares não ocupados= soma de domicílios particulares.

Total de municípios particulares de Guaramiranga a partir da porcentagem de domicílios de uso ocasional = taxa de domicílios ocasionais (porcentagem do total de domicílios particulares)

Join de dados para espacialização com intervalos de Taxa: 0-15% / 15-25% / 25-35% / 35-45% / acima de 45% Cartograma da Taxa de Domicílios

de Uso Ocasional por setor censitário em Gravatá, PE

Setor censitário, localidades - SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-

cartograficas/malhas-digitais.html;

TABELA DO SETOR CENSITÁRIO - Sinopse do Censo Demográfico por Distrito Sede e Subdistritos - Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse/ sinopse_tab_uf_zip.shtm

Total de domicílios ocupados + total de domicílios particulares não ocupados= soma de domicílios particulares.

Total de municípios particulares de Gravatá a partirda porcentagem de domicílios de uso ocasional = taxa de domicílios ocasionais (porcentagem do total de domicílios particulares)

Join de dados para espacialização com intervalos de 0-15% / 15 - 30%/ 30 - 50% / 50-70%/ acima de 70%

Cartograma da Taxa de Domicílios de Uso Ocasional por setor censitário em Lagoa Nova, RN

Setor censitário, localidades - SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-

cartograficas/malhas-digitais.html;

TABELA DO SETOR CENSITÁRIO Sinopse do Censo Demográfico por Distrito Sede e Subdistritos - Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse/ sinopse_tab_uf_zip.shtm

Total de domicílios ocupados + total de domicílios particulares não ocupados= soma de domicílios particulares.

Total de municípios particulares e tirou a porcentagem de domicílios de uso ocasional = taxa de domicílios ocasionais (porcentagem do total de domicílios particulares)

Join de dados para espacialização com intervalos de 0-5%; 5%-10%; 10%-15%; 15%-20%; maiores que 20%

Mapa de localização da residência habitual dos sujeitos questionados em Guaramiranga- CE

SHP IBGE - Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html;

SHPde vias do DNIT - Disponível em http://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Trabalho de campo/ aplicação de questionários/dados dos questionários

Espacialização dos sujeitos questionados em Guaramiranga, CE

(conclusão)

CARTOGRAMAS/MAPAS FONTE DOS DADOS MÉTODO

Mapa de localização da residência habitual dos sujeitos questionados em Gravatá-PE

SHP IBGE - Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html;

SHP de vias do DNIT - Disponível em http://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Trabalho de campo/ aplicação de questionários/dados dos questionários

Espacialização dos sujeitos questionados em Gravatá, PE

Mapa de localização da residência habitual dos sujeitos questionados em Lagoa Nova- RN

SHP IBGE - Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html;

SHP de vias do DNIT - Disponível emhttp://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Trabalho de campo/ aplicação de questionários/dados dos questionários

Espacialização dos sujeitos questionados em Lagoa Nova, RN

Mapa da Origem dos Vilegiaturistas

em Guaramiranga, CE Limites SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html; Limite dos Bairros e regionais: Prefeitura de fortaleza - Disponível em http://mapas.fortaleza.ce.gov.br/#/

Dados fornecidos pela prefeitura de Guaramiranga

Espacialização dos indivíduos com segunda residência em Guaramiranga, CE.

Mapa da localização dos

condomínios em Guaramiranga-CE Municípios e setor censitário - SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases- cartograficas/malhas-digitais.html;

SHP de vias do DNIT disponível emhttp://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Dados do levantado em campo

Espacialização dos condomínios em Guaramiranga, CE.

Mapa da localização dos

condomínios em Gravatá-PE SHP referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html; IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- SHP de vias do DNIT disponível emhttp://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Dados fornecidos pela prefeitura de Gravata

Espacialização dos condomínios em Gravatá, PE.

Mapa da localização dos

condomínios em Lagoa Nova- RN SHP referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html; IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- SHP de vias do DNIT disponível emhttp://servicos.dnit.gov.br/vgeo/ Dados levantado em campo Lagoa Nova

Espacialização dos condomínios em Lagoa Nova, RN.

Mapa de expansão urbana de

Gravatá-PE: anos 1990 e 2015 Imagens temporal 1990 e 2015 do Google Earth com zoom da imagem de 2011 SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e- referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html;

Representação da Malha urbana

Georreferenciamento das imagens e vetorização da malha urbana pelas imagens.

Centralização e fluxo da vilegiatura

em Gravatá-PE Países, estados do Brasil, capitais estaduais, capital do país: SHP IBGE Disponível em http://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases- cartograficas/malhas-digitais.html;

Dados fornecidos pela prefeitura de Gravatá

Definição dos Fluxos dos proprietários de segunda residência em Gravatá, PE

O texto da tese está estruturado em quatro capítulos nos quais se pretendeu, ao longo de seu desenvolvimento, contemplar ou oferecer direcionamentos aos objetivos propostos. Os objetivos específicos elencados podem ser inseridos como temas discutidos nesses capítulos, enquanto o objetivo geral como produto/parte da contemplação dos demais objetivos.

Na introdução, procuramos desenvolver o tema e sua problematização, onde apresentamos e contextualizamos o fenômeno, trazemos as hipóteses que embasam e dão corpo à tese da vilegiatura serrana. Ainda na introdução, definimos a abrangência empírica e recorte espacial da pesquisa. Refletimos com os questionamentos norteadores para daí traçarmos os objetivos na tentativa de respondê-los. É estabelecido um marco teórico e metodológico como justificativa da execução da presente pesquisa. Ainda neste item abordamos a metodologia, ao fazer uma breve reflexão acerca dos métodos de pesquisa utilizados, assim como apresentamos a base teórica organizada em temas e categorias de análise. Na introdução, também dispomos as etapas, a procedência e os passos da pesquisa, definimos os sujeitos participantes, as técnicas e instrumentos utilizados para coleta de dados e informações estatísticas, em suma, os procedimentos operacionais e passos adotados.

No segundo capítulo, reportamo-nos à história dos municípios que nos empresta sua realidade empírica para pesquisa e coleta de dados, entendendo que a análise histórica é um dos subsídios para se entender o presente e a configuração dos processos espaciais investigados. É retratada a história de ocupação, desde sua colonização, formação sócio-cultural e aspectos naturais, desses lugares enquanto refúgios, bem como a relação com o desenvolvimento das práticas do lazer e vilegiatura. É feita uma descrição não linear das características e potencialidades atuais de cada uma das três cidades a fim de demonstrar e situar o complexo panorama em que cada cidade se insere no contexto da vilegiatura serrana.

No terceiro capítulo, nos debruçamos sobre a realidade da cidade serrana e sobre o lazer nelas desenvolvido com intento de apreender os caminhos teórico- metodológicos da dimensão do urbano na cidade serrana e na metrópole, demonstrando suas características e nuances. Também neste item é realizada discussão da evolução teórica e conceitual do lazer e sua relação com as segundas residências e urbanização.

No quarto e último capítulo discutimos os resultados da aplicação dos instrumentos de coletas de dados, a realidade empírica a partir da realização de visitas a campo nas três cidades serranas. A partir disso, descrevemos como se materializa a vilegiatura serrana no Nordeste e as variáveis parte desse processo.

2 SERRA NORDESTINA: DE PRETÉRITO REFÚGIO A LÓCUS MODERNO DE