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Capítulo II Metodologia

2. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Para qualquer tipo de investigação a recolha de dados é fundamental.

Gonçalves (2013) afirma que "existe um conjunto de técnicas e de instrumentos de recolha de dados que Latorre (2003) divide em três categorias:

 Técnicas baseadas na observação – estão centradas na perspetiva do investigador, em que este observa em direto e presencialmente o fenómeno em estudo;

 Técnicas baseadas na conversação – estão centradas na perspetiva dos participantes e enquadram-se nos ambientes de diálogo e de interação;

 Análise de documentos – centra-se também na perspetiva do investigador e implica uma pesquisa e leitura de documentos escritos que se constituem como uma boa fonte de informação" (p. 87).

Seguidamente apresentaremos os instrumentos/técnicas de recolha de dados que foram utilizados.

2.1. Recolha de dados

Como foi referido anteriormente a amostra é composta por três díades, cada díade composta por uma criança com mais facilidade na matemática e por outra com mais dificuldade. Para a recolha de dados, os instrumentos utilizados foram tarefas concebidas pelo investigador e consistiam na completação de um padrão e posteriormente na justificação daquela tomada de decisão (o porquê de completar daquela forma).

A resolução do padrão por cada díade foi composta por duas rondas, numa primeira ronda existia um resolvedor, que resolvia e explicava a sua tomada de decisão, e um observador, que observava e dava o seu parecer se o colega tinha resolvido da melhor forma. Na segunda ronda o resolvedor e observador trocaram de papéis.

Todas as tarefas foram inseridas no guião de atividades e estas foram desenvolvidas ao longo de quatro dias, sendo que para cada dia existia um atributo

diferente. Os atributos trabalhados foram primeiramente a cor, em seguida a forma, posteriormente o tamanho e por último a posição. Cada díade possuía um padrão diferente.

Para melhor compreensão de como foi feita a analise de dados abaixo encontra-se um esquema explicativo de como a mesma foi efetuada.

2.2. Observação Participante

No presente estudo o tipo de observação a utilizar foi a observação direta e participante. A observação direta consiste na observação de todos os factos, no seu registo, na sua análise e posteriores conclusões e uma observação participante consiste no envolvimento direto do investigador com a população em análise.

No que diz respeito à observação propriamente dita, Carmo e Ferreira (2008, p.107) referem que “em grande parte das situações o investigador deverá assumir explicitamente o seu papel estudioso junto da população observada, combinando-o com outros papéis sociais cujo posicionamento lhe permite um bom posto de observação. Como o desempenho desses papéis o faz em algum modo participar da vida da população observada, dá-se a esta técnica o nome de observação participante”. Já Martins (s.d.) refere a observação participante como uma técnica preferencial para o investigador, esta compreende as pessoas e as suas atividades no contexto da ação. Para o autor, a Observação Participante é uma técnica de excelência, permitindo um estudo indutivo e compreensivo. Este tipo de observação é

concretizado em contato direto, frequente e prolongado do investigador, com os atores sociais, nos seus contextos, aqui o investigador é instrumento de pesquisa.

2.3. Notas de Campo

As notas de campo surgem associadas à observação e constituem um instrumento bastante importante na recolha de dados. É impossível para um investigador não fazer um registo do que observou ou está a observar. As notas de campo são um instrumento essencial para o investigador.

Nas notas de campo, o investigador regista as anotações obtidas nas observações que realizou. Estas anotações devem abranger duas componentes: uma descritiva e uma reflexiva. Estes apontamentos servem de apoio ao investigador, durante todo o estudo (Gonçalves, 2013, citando Esteves, 2008).

O resultado bem-sucedido de uma investigação é baseado em notas de campo amplas e pormenorizadas. Estas, são fundamentais numa observação participante podendo ser um importante suplemento a este tipo de observação (Bogdan e Biklen, 1994).

Para Bogdan e Biklen (1994) "as notas de campo podem originar em cada estudo um diário pessoal que ajuda o investigador a acompanhar o desenvolvimento do projeto, a visualizar como é que o plano de investigação foi afetado pelos dados recolhidos, e a tornar-se consciente de como ele ou ela foram influenciados pelos dados" (p. 151).

2.4. Registo Fotográfico e de Vídeo

O registo fotográfico e de vídeo foram essenciais para a concretização desta investigação, pois com eles pudemos registar momentos essenciais para a concretização deste projeto. Com esta tipologia de recolha de dados, pudemos armazenar todo o trabalho desenvolvido com as crianças, para mais tarde podermos analisar os dados de forma mais detalhada.

Segundo Santos (2013), esta forma de recolha de dados "é uma base essencial de observação pós implementação das atividades porque permite ao investigador analisar estas imagens e obter dados importantes para a avaliação e cumprimento dos objetivos" (p. 117).

2.5. Tratamento de Dados

No que diz respeito ao tratamento de dados far-se-á análise de conteúdo relativo ao discurso oral transcrito. De acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 205) “a análise dos dados é o processo de busca e de organização sistemático de transcrições de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, com o objetivo de aumentar a sua própria compreensão desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos outros aquilo que encontrou”

2.6. Princípios Éticos

Numa investigação, o investigador deve respeitar os protocolos e obter as devidas autorizações com o compromisso de os dados serem utilizados para fim do relatório final de curso. Deve ter também, o cuidado de explicitar às crianças e educadora os objetivos do estudo e sobretudo o que será realizado ao longo das semanas.

No decorrer desta investigação, foram tidos em conta os seguintes princípios éticos:

 Assegurar a confidencialidade dos dados;

 Garantir o anonimato dos intervenientes;

Capítulo III – Apresentação e Análise de dados