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4. Metodologia

4.1. Técnicas e instrumentos de recolha e tratamento de dados

Tanto durante o período de observação como no período de intervenção a recolha de dados teve um papel bastante importante, na medida em que foi a partir desta que foi possível compreender os interesses, as aprendizagens e as necessidades dos alunos. Para a elaboração do presente relatório foram tidos em consideração todos os dados primários recolhidos4. Para tal foi necessário recorrer a um conjunto de técnicas que nos permitiram caracterizar o contexto, realizar a avaliação de diagnóstico, formativa e sumativa, sendo que a avaliação formativa teve como principal intuito não só a verificação das aprendizagens dos alunos em diversos momentos, mas também o reajuste da ação pedagógica.

Para a caracterização do contexto, foi necessário recorrer às técnicas de entrevista informal, inquérito, análise de documentos e observação direta. Foi por isso realizada uma entrevista informal à OC de modo a obter dados para caracterizar a turma. Através da entrevista, o investigador interage com as pessoas e formula questões específicas para recolher os dados necessários. Nas entrevistas informais não existe uma estrutura definida, podendo assemelhar-se a uma conversa sobre um tema específico. Neste tipo de entrevista, o objetivo é o de estimular a conversa livre por parte do entrevistado, para que o investigador possa tomar conhecimento da realidade em estudo (Vilelas, 2009). O facto de o sujeito entrevistado demonstrar um bem-estar durante a entrevista e falar sem inibições sobre as suas ideias, são as características para uma boa entrevista (Bogdan & Biklen, 1994).

Para Bogdan e Biklen (1994), a entrevista pode consistir na técnica principal para recolher os dados necessários para a investigação ou pode apoiar-se nas técnicas de observação participante, análise documental, entre outras.

Com o mesmo objetivo foram realizados inquéritos aos alunos e aos encarregados de educação, por meio de questionários. Segundo Vilelas (2009), o inquérito é, normalmente, realizado através de um questionário, com o intuito de obter

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De acordo com Vilelas (2009), os dados que se recolhem podem ser primários, se são obtidos através do contacto direto com a realidade, ou secundários, se são recolhidos através de investigações já realizadas noutras práticas.

27 informações significativas para o estudo em causa e, após a sua análise, retirar conclusões. O questionário é um instrumento que pretende adquirir dados sobre a população através de questões, cujas respostas são dadas em formato escrito (Wood & Haber, citados por Vilelas, 2009).

A observação direta permitiu completar de forma mais concreta os dados relativos à caracterização da turma e da sala de aula. A observação “consiste no uso sistemático dos nossos sentidos orientados para a captação da realidade que queremos estudar” (Vilelas, 2009, p. 267).

Relativamente à análise de documentos, foi analisado o PEA de modo a caracterizar não só o agrupamento, mas também a escola. Para esta caracterização contribuíram também algumas conversas informais com a OC. Relativamente à análise de documentos e às entrevistas, Quivy e Campenhoudt (2005), afirmam que “umas e outras são complementares e enriquecem-se mutuamente” (p. 69). Para Sousa e Baptista (2011), a análise documental pode ser, por vezes, a única forma de recolher informações importantes que estão presentes em fontes. Por outro lado, as autoras expõem que esta poderá ser uma técnica que permite completar as informações recolhidas através de outras técnicas.

De modo a realizar uma caracterização do contexto que correspondesse efetivamente à realidade, as informações foram recolhidas, analisadas e, posteriormente, selecionadas para esse fim.

No que se refere à avaliação de diagnóstico, recorreu-se às técnicas de análise de documentos e observação direta. Procedeu-se à análise de documentos, como por exemplo, as fichas de diagnóstico que foram realizadas no período de observação e as fichas de avaliação que tinham sido realizadas pouco tempo antes, ambas nas áreas disciplinares de Português, Matemática e EM. Estes dados foram posteriormente analisados e colocados em grelhas elaboradas para o efeito, com a escala de Faz (verde), Faz às vezes (amarelo), Não faz (vermelho) e Não observado (branco).

Adicionalmente, de modo a realizar uma avaliação de diagnóstico mais fidedigna, considerou-se que seria importante realizar tanto uma observação não participante como uma observação participante. Assim, inicialmente optou-se por realizar uma observação não participante que, tal como referem Flick (2005) e Vilelas (2009), não inclui a intervenção do investigador. Deste modo seria possível verificar o comportamento dos alunos sem que houvesse uma intervenção do exterior. De facto,

28 Vilelas (2009) refere que a observação só é fiável se o investigador tiver a capacidade de passar despercebido e de não interferir com as atitudes dos indivíduos observados.

Contudo, é necessário ressalvar que a presença de novas pessoas na sala de aula imediatamente altera alguns comportamentos dos alunos. Numa fase posterior, a opção tomada passou pela observação participante para que, tal como refere Flick (2005), houvesse uma certa influência sobre o que estava a ser observado e para que fosse possível realizar uma avaliação de diagnóstico mais concreta em todas as áreas disciplinares. É importante que, numa observação participante, primeiramente o investigador tenha capacidade de se integrar no contexto para, posteriormente, ser capaz de desempenhar algumas tarefas e, simultaneamente, recolher os dados necessários (Vilelas, 2009). À semelhança dos dados recolhidos para Português, Matemática e EM, os dados de EAFM foram também analisados e colocados em grelhas elaboradas com esse intuito.

Para a avaliação formativa, tal como na avaliação de diagnóstico, foi necessário utilizar técnicas de observação direta e de análise de documentos. De acordo com De Ketele e Roegiers (1999), a função principal da observação passa pela recolha de informação tendo em vista o objetivo final. Sendo aqui o objetivo final associado à avaliação dos alunos e também à adaptação da metodologia, a observação tinha como função concorrer para esse fim. No que toca à análise de documentos, a finalidade era a mesma, sendo que foram analisados documentos como por exemplo, os produtos dos alunos realizados durante as aulas.

Durante a intervenção foram sendo preenchidas grelhas de registo de observação diárias que incluíam os objetivos específicos de cada uma das atividades e que permitiam compreender o desempenho dos alunos. Para além desta grelha diária, eram também registados os comportamentos semanalmente.

Quanto à avaliação sumativa, no final do período foi realizada uma ficha de avaliação que era igual para todo o agrupamento. A técnica utilizada neste caso foi a análise documental que, partindo destes documentos, nos permitiu analisá-los e colocar as informações em grelhas recolhidas para o efeito.

Para a recolha dos dados específicos relativos ao recurso a jogos para o desenvolvimento da consciência fonológica, foi necessário utilizar as técnicas de observação direta, análise documental e entrevista informal. Na realização das atividades, foi necessário observar o comportamento dos alunos durante o jogo e analisar as tabelas fornecidas para os alunos registarem elementos do jogo. Por fim, foi

29 realizada uma entrevista informal com os alunos que, tal como referido anteriormente, se assemelha a uma conversa informal, em que estes expunham e explicitavam o seu raciocínio e conclusões.

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