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2. OBSERVAÇÃO

2.1 Técnicas de coleta

A pesquisa realizou levantamentos quantitativos e qualitativos. Os levantamentos quantitativos levaram em consideração o número de reportagens, notas, links e entrevistas sobre os homicídios no Brasil. Isto será importante para determinar como os estados estão representados de acordo com os formatos jornalísticos. Já a parte qualitativa teve como base o questionário da pesquisa Mídia e Violência: Como os Jornais Retratam a Violência e a Segurança Pública no Brasil (Ver anexo 4) das pesquisadoras Silvia Ramos e Anabela Paiva.

Esta publicação foi idealizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania – CESEC em parceria com a Agência de Notícias de Direitos da Infância – ANDI.

Para esta pesquisa, algumas questões serão utilizadas. Sendo assim, o questionário original, utilizado na pesquisa do CESEC e ANDI, foi adaptado e o atual terá apenas seis questões.

Elas abordam o foco geográfico, que levará em consideração o estado principal citado pela matéria, o tema principal discutido, as fontes ouvidas, os atores mencionados, o tipo de matéria, a abrangência e o nível de abordagem do assunto. Planilhas foram confeccionadas para que os dados pudessem ser consolidados, e, desta forma, as análises descritiva e interpretativa pudessem ser realizadas.

Entre os aspectos ressaltados pelo questionário adaptado (Ver anexo 1) estão o tema da notícia, se tratam apenas do ato, suas consequências, desdobramentos ou das soluções para o problema dos homicídios no Brasil. Outro aspecto trata dos atores mencionados, consultados, cobrados, responsabilizados, elogiados pela matéria. São 19 itens: Poder executivo federal, poder executivo estadual, poder executivo municipal, poder legislativo (todas as esferas), poder judiciário, ministério público, defensoria pública, conselhos tutelares e de direitos, advogados, polícia civil, polícia científica, polícia militar, bombeiros, defesa civil, forças armadas, guarda municipal, segurança privada e organizações da sociedade civil. As fontes das matérias também serão identificadas. Mas só serão consideradas as fontes explicitamente identificadas, ou seja, aquelas que aparecem nas matérias com identificação, aquelas ouvidas no microfone do repórter.

A abrangência e o nível de abordagem do assunto também são alvo da pesquisa. São cinco opções de marcação: factual, contextual, contextual explicativo, avaliativo e propositivo. A factual restringe-se à descrição de um fato/assunto objetivo e imediato/recente; a contextual explica um fato/assunto ou as razões que levaram à sua ocorrência; traz informações que facilitam o entendimento do leitor, usa informações de poucas fontes; a contextual explicativa descreve um fato/assunto de forma pormenorizada, acrescenta detalhes, traz informações de fundo, usa ordem cronológica, usa informações de várias fontes; caracteriza os personagens ou fontes da matéria, fornece visão geral sobre o fato/assunto; a avaliativo faz uma avaliação valorativa do fato/assunto, dá opinião explicitamente, fornece opiniões de várias fontes mas termina a matéria com uma opinião preponderante – chamado „fecho‟ ou „tom‟ da matéria); e a propositiva apresenta o problema e sugere soluções, repercutindo recomendações de especialistas, dirigentes ou usuários (pais, alunos); relata experiências exitosas para a solução do problema.

2.2.1 - Separação das matérias analisadas

O site do Jornal Nacional disponibiliza algumas opções para visualização de suas matérias:

Um mural onde são colocadas algumas partes do telejornal (Figura 1):

Fonte: http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/#/Edi%C3%A7%C3%B5es/20110112

O JN plantão, que disponibiliza todas as matérias do jornal de forma separada (Figura 2):

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/plantao.html#126

E a íntegra, só disponível para assinantes (Figura 3):

Fonte: http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/#/Edições/20110112/page/1

No começo da pesquisa, não havia como saber que o JN plantão continha todas as matérias do telejornal porque isso não está especificado em nenhuma parte do site. Mas, a possibilidade de se obter os conteúdos separados para compor o trabalho e mostrar quais matérias entraram no rol de análise era muito interessante.

Desta forma, ao se assistir o JN na íntegra, era feita uma comparação com o conteúdo do JN Plantão do dia. A partir deste trabalho, foi verificado, no período de análise, que os dois conteúdos se equivaliam. Ou seja, o que estava no jornal na íntegra também se encontrava no JN Plantão, porém de forma separada. Isso permitiu que os links das notícias analisadas estejam no anexo deste trabalho (Ver anexo 3).

O critério de escolha das perguntas do questionário

O questionário de análise (Anexo 1) contém seis perguntas. A primeira, trata do tema que é discutido pela reportagem, nota coberta ou nota pelada. O objetivo é verificar como e quais são os casos de homicídios tratados pelo Jornal Nacional, ou seja, se há preponderância pelos fatos factuais, ou se o tema foi abordado além dessa perspectiva.

A segunda pergunta trata da unidade da federação ao qual a notícia foca. Com essa pergunta, será possível determinar quais estados são mais abordados pelo telejornal. A terceira, trata dos atores mencionados pela notícia, essa análise vai permitir saber quem são os mais citados, se a polícia, entendida como o ator operacional, ou se o executivo, legislativo, que são os responsáveis por políticas públicas para o setor de segurança do país. Nessa questão, serão utilizadas todas as fichas respondidas de reportagens, notas cobertas e notas peladas.

A quarta pergunta contempla o gênero jornalístico utilizado para abordar o tema homicídios.

As opções de marcação são: reportagem, nota coberta, nota pelada, link e entrevista. No caso, de entrevista será necessário identificar quem foi o entrevistado. A quinta questão trata das fontes identificadas explicitamente nas reportagens. Como para televisão, a fonte explícita da matéria só aparece quando está sendo entrevistada por um microfone, e raramente isso

acontece em notas cobertas, só serão considerados, para marcação deste item, casos de homicídios em reportagens, links ou entrevistas.

Por último, será definido a profundidade da reportagem, nota coberta, nota pelada, link ou entrevista. Para tanto, como explicado anteriormente, existem cinco possibilidades de marcação: factual, contextual, contextual explicativo, avaliativo e propositivo. Como o objetivo da pesquisa é verificar os estados mais representados, as diferenças de cobertura – buscando as fontes ouvidas, gêneros jornalísticos utilizados – e a qualidade da notícia, compreendo que essas perguntas serão suficientes para determinar o que busca a pesquisa.

III – DESCRIÇÃO

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