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MECANISMOS E A PERFORMANCE DE TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO NAS EMN Características do Conhecimento Mecanismos Performance

3. Metodologia de I nvestigação

3.1. Dese nho da I nve stiga çã o

3.1.4. A Populaç ão e A most ra

3.1.5.1. Técnicas e Inst ru mentos Uti li za dos

Relativamente as investigações qualitativas em ciências sociais, abordagem adotada no nosso estudo, Sousa & Baptista (2011) afirmam que estas são operacionalizadas por três grandes grupos de técnicas de recolha de dados: entrevista, observação e análise documental. Para a nossa investigação as técnicas e instrumentos na Tabela (3.6.) descritos foram considerados os mais adequados e coerentes para a recolha de dados nas empresas estudadas.

Quadro 3.6: Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados Qualitativos

Fonte: Adaptado de Silva (2010)

Assim, optou-se:

 Numa primeira fase pela recolha dos dados primários através da elaboração e condução de uma entrevista semi-estruturada com perguntas abertas e fechadas,

Método Técnicas Intrumento Propósito Fonte

- Caracterização da Empresa, da Subsidiária e do Entrevistado Gestores e - Identificar os principais mecanismos de transferência de conhecimento Diretores Guião de entre a empresa-mãe e a subsidiária da Entrevista - Verificar se os mecanismos utilizados permitem o sucesso Empresa-mãe

e da transferência

Análise de - Identificar, caso existam, as principais barreiras

Conteúdo na transferência de conhecimento entre a empresa-mãe e a subsidiária Expatriados - Perceção da empresa-mãe sobre a influência da cultura organizacional Portugueses na transferência de conhecimento nas - Percepção sobre os aspetos da cultura local e os impatos na Subsidiárias transferência de conhecimento

- Perceção da empresa-mãe sobre as relações com a subsidiária

E n tr e v is ta S e m i-E str u tu r a d a

Técnicas e Intrumentos de Recolha de Dados Qualitativos

Q u a li ta ti v o

66 aplicadas aos gestores das quatro empresas-mãe portuguesas e aos expatriados das suas subsidiárias em Angola, respetivamente. O guião de entrevista semi-estruturado serviu como instrumento de recolha de dados, podendo ser consultado no Apêndice I e II.

 E numa segunda fase pela recolha dos dados secundários através da análise documental, tendo como objetivo conhecer o negócio da empresa, os modos de internacionalização e outras evidências relacionadas com o objetivo da investigação. Como tal, recolheu-lhe notícias da imprensa bem como trabalhos acadêmicos que pudessem ser fontes enriquecedoras para o estudo.

Sousa & Baptista (2011) confirmam que a análise documental constitui uma importante técnica na pesquisa qualitativa, pois permite complementar informações recolhidas por outras técnicas.

Todavia, Carlos Azevedo e Ana Azevedo (2004:29) referem que a técnica de entrevista, dividindo-se em estruturada, semi-estruturada e não estruturada, com questões abertas e questões fechadas, «pretende recolher a opinião do sujeito da investigação sobre temáticas de interesse para a própria investigação.» O guião é um instrumento que servirá de base à realização de uma entrevista, através da recolha de dados na forma de texto.

Nos casos estudados, a decisão por uma entrevista semi-estruturada com um guião com perguntas abertas e fechadas para a recolha dos dados primários, justifica-se pelo facto de ser uma técnica e instrumento que permite ao entrevistado responder com maior liberdade e rigidez, nunca fugindo muito ao tema, tendo a possibilidade de memorizar ou não o guião (Sousa & Baptista, 2011).

3.1.5.1.1. A Operaciona li zaçã o das Ent revista s

Como vimos, a entrevista semi-estruturada foi a técnica principal utilizada para a recolha de dados.

Tendo em consideração os critérios descritos na secção 3.3.4, foram estabelecidos contactos (via correio eletrónico e telefone) com os responsáveis dos departamentos disponíveis de várias empresas até se obter os quatro casos que aceitassem fazer parte da investigação. Após recebido o aval, realizaram-se entrevistas a indivíduos possuidores de informação pertinente sobre o fenómeno em estudo, de acordo com a sua disponibilidade, a fim de compreender a

67 perceção dos diferentes intervenientes no processo de transferência de conhecimento. Duas condições foram solicitadas às empresas. Deste modo os entrevistados deveriam ser:

a) gestores ou diretores da empresa-mãe que tivessem contactos frequentes com pessoas ou áreas de subsidiárias localizadas em Angola;

b) expatriados portugueses nas subsidiárias e que estivessem ligados às áreas de tecnologias de informação, comercial, exportação ou recursos humanos, pois são algumas das áreas, usualmente consideradas pela literatura como responsáveis pela gestão do conhecimento;

c) pessoas com experiência mínima de um ano no contexto profissional.

Para cada caso interrogamos pelo menos um representante organizacional e um expatriado, com exceção do caso D em que foi difícil entrar em contacto com um expatriado. A seleção dos expatriados coube, por um lado, aos gestores (caso A e C) e, por outro lado, a rede de contactos que a investigadora dispunha na empresa (caso B), na maioria das vezes, tendo em conta a disponibilidade de cada um, desconsiderando-se, portanto, a segunda condição solicitada pela pesquisadora. No âmbito geral, foram interrogados 7 indivíduos (entre 01 a 30 de Novembro de 2015).

As entrevistas aos gestores foram realizadas presencialmente, por correio eletrónico e skype. No caso A, uma parte do guião foi via correio eletrónico e outra parte via skype, pois o representante encontrava-se em Moçambique; no caso C e D foi presencial; e no caso B, em que foi acordado ser por telefone, pois o representante possuía um ritmo de trabalho muito acelerado e a investigadora continha outras entrevistas por fazer no mesmo dia. Em relação aos expatriados, encontrando-se localizados em Luanda, as entrevistas foram conduzidas apenas por correio eletrónico (A e B) e por skype (C). Inicialmente o inquérito por questionário foi uma das opções de técnicas de recolha de dados, optando, entretanto, a autora pela mudança de estratégia tendo por base o método de pesquisa adotado. Havido consentimento, as entrevistas presenciais foram gravadas (caso A, C e D) e as por skype e telefone manuscritas. No caso D, as respostas foram manuscritas e posteriormente enviadas para o entrevistado, para confirmação, verificação e eventual correção, como foi solicitado pelo mesmo. No caso C, foi solicitado o envio das principais conclusões do estudo. A todos os participantes foram esclarecidos os objetivos da entrevista, asseguradas garantias de confidencialidade e reforçadas a importância da colaboração dos mesmos na investigação.

68 Com uma duração média de 30 minutos (fazer média do tempo) as entrevistas foram conduzidas com base num guião que constituiu-se de questões centrais norteadoras da pesquisa, escolhidas estas tendo como espelho a revisão da literatura e os objetivos da investigação, além de utilizar como base o modelo de guião de entrevista de Silva (2010). As principais dimensões de análise foram: a transferência de conhecimento (mecanismos e barreiras), a cultura organizacional e a cultura nacional (local). O Quadro 3.7. faz referência a estas categorias dimensionais, as questões a elas relacionadas e as fontes nas quais foram recolhidas as respetivas respostas.

Quadro 3.7: Dimensões de Análise e Questões Norteadoras da Investigação

Dimensões de Análise e Questões Norteadoras da Investigação

Dimensões Questões Fontes

- Quais são os principais mecanismos utilizados na transferência Transferência do conhecimento entre a empresa-mãe e a subsidiária?

de - Estes meios utilizados permitem o sucesso da transferência? Em que medida?

Conhecimento - Existe algum tipo de dificuldade neste processo? Que barreiras

são encontradas? Gestores e

- Existe algum tipo de influência da cultura organizacional da Diretores Cultura empresa-mãe na transferência de conhecimento para a subsidiária? & Organizacional Se sim, é uma influência positiva e/ou negativa? Porquê em ambos os

casos? Expatriados

Portugueses

Cultura

- Quais são as principais diferenças e/ou semelhanças da cultura angolana em relação a cultura portuguesa?

Nacional - Existe algum tipo de influência (facilitam ou dificultam) destas no processo de transferência de conhecimento? Porquê? - Angola obriga a mudar ou acrescenta valor? Porquê?

Fonte: Adaptado de Silva (2010)

Aos gestores das organizações, numa fase introdutória, investigamos as características da organização e o perfil do entrevistado. Mediante a primeira parte do guião, recolhemos informações sobre o processo de transferência de conhecimento. Os indivíduos foram indagados acerca da perceção sobre os mecanismos e barreiras aquando da partilha de conhecimento. Na segunda parte, o guião continha questões relativas às questões culturais. Os

69 entrevistados foram questionados sobre os principais aspetos da cultura da empresa-mãe e do país onde se localiza a subsidiária e sobre a influência destes no processo de transferência de conhecimento. Foram ainda convidados a pronunciarem-se sobre as relações com as subsidiárias e sobre a possibilidade de Angola ser visto como um input ou output.

Junto dos expatriados portugueses que se encontravam nas subsidiárias das mesmas empresas, procurou-se ter uma perceção sobre as mesmas dimensões de análise utilizadas na entrevista aos representantes organizacionais. O guião continha questões sobre as relações dos expatriados com os colaboradores locais, sobre o processo de transferência de conhecimento e sobre a cultura organizacional e local e os seus impactos na partilha de conhecimento. De acordo com Souza (2014) «A subsidiária também tem um importante papel nesse processo à medida que a mesma precisa encontrar estratégias para otimizar o conhecimento transferido pela matriz.»