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Este projeto Investigação-ação baseou-se na investigação qualitativa, sendo indispensável a utilização de diversas técnicas e instrumentos que auxiliam na recolha da informação. Pardal e Correia (1995) consideram a técnica como “um instrumento de trabalho que viabiliza a realização de uma pesquisa” (p. 48) que, mediante a execução do conjunto de operações de um método, permite confrontar o corpo de hipóteses com a informação colhida na amostra (verificação empírica). Estes instrumentos podem ser analisados, segundo Turato (2003), quanto à sua escolha na recolha de dados, dependendo dos objetivos que se pretende alcançar com a investigação e do universo a ser investigado. Com isto quer-se dizer que, antes de se proceder à recolha de dados, deve-se selecionar, elaborar e testar cuidadosamente os instrumentos.

É importante referir que estes fatores foram significativos para esta investigação, empregando a observação participante como técnica. Os registos fotográficos, o diário de bordo, a análise de documentos e as notas de campo serviram de instrumentos.

3.3.1. Técnicas: observação participante

Na investigação, uma das técnicas executadas é a observação participante, técnica esta que tenta atingir os seus objetivos além das particularidades da descrição dos participantes de uma situação, possibilitando a identificação da essência, da dinâmica e do sentido (Spradley, 1980).

A observação participante é feita, frequentemente, através do contato direto pelo investigador, aos participantes sociais, nos seus espaços culturais, do qual o investigador passa com o próprio instrumento de pesquisa.

De modo a haver compreensão de fatos e de interação entre sujeitos em observação, sucede-se a obrigação de excluir modificações abstratas.

3.3.2. Instrumentos: diário de bordo, notas de campo, análise de

documentos e registos fotográficos.

Os diários de bordo são muito utilizados no contexto escolar, como método de investigação, porque fazem uma descrição pormenorizada do meio. O diário de bordo tem como característica predominante ser de índole pessoal por conter registo das sequências expositivas de caráter teórico, prático e metódico. Segundo Brazão (2011), trata-se de “de um caderno de anotações de campo, com registos de observação, informações sobre o método de pesquisa, pensamento catárticos em forma de diário (…) retratando o papel do investigador” (p. 293). O diário é, assim, utilizado na investigação como um instrumento de trabalho que auxilia nos registos observados.

Relativamente às notas de campo, Bogdan e Bliken (1994) afirmam que o professor tem noção das experiências vivenciadas através dos registos que faz. Geralmente, o momento em que são realizadas as notas de campo pode ser especificado como notas condensadas se forem registadas no momento da ação, ou extensas se forem registadas após a ação.

A análise de documentos permite ter um maior conhecimento no que concerne aos processos de investigação, abrangendo uma perceção mais alargada de como proceder no trabalho. Sousa (2005) afirma que quanto maior o conhecimento, maior a objetividade

relativamente ao contexto real e menor serão as mutações na circunstância analisada. O investigador preocupa-se, assim, em fazer pesquisas em documentos, revistas, livros, relatórios e artigos científicos, considerando um processo indireto, sendo um momento de concentração, visto que há uma seleção de informações cruciais para o tema em análise. No entanto, acrescenta ao investigador a necessidade de se preocupar com a veracidade da informação pesquisada.

Finalmente, o registo fotográfico é o testemunho de todo o procedimento, tendo como objetivo mostrar processos da investigação.

3.4 – Métodos de Análise de dados

Este método surge após os dados recolhidos relacionados com a questão- problema, com a necessidade de uma perspetiva mais aprofundada dos conteúdos, com o objetivo de arranjar uma resolução, através de estratégias implementadas.

As primeiras interpretações permitem, por exemplo, verificar se os dados já coligidos se adequam às questões inicialmente formuladas, ou se os instrumentos ou técnicas selecionadas são os mais apropriados ou, ainda, se estão a ser correctamente utilizados. Permitem verificar, também, se os dados recolhidos são suficientes, ou se há necessidades de continuar a fazer observações focadas no mesmo tema. Alguns autores consideram que a interpretação é uma tarefa artesanal que requer pausa, criatividade e reflexão sendo, por isso, necessário o recurso e reajustes periódicos. (Máximo-Esteves, 2008, p. 103).

Estas interpretações possibilitam constatar que os dados recolhidos se adaptam às questões formuladas inicialmente, podendo verificar, também, se os instrumentos ou técnicas se adequam ou são usadas de modo correto. Da mesma maneira, estas interpretações são favoráveis para as primeiras triangulações, isto é, se há uma coerência entre os dados recolhidos e as observações realizadas.

A triangulação é, assim, um método que concede qualidade à investigação, permitindo a avaliação da coerência das interpretações derivadas das mais variadas fontes de dados.

3.5. – Fases do Projeto

Este projeto foi elaborado por três fases, orientados segundo o exposto anteriormente. Assim, na primeira fase constou a observação feita no estágio e a identificação do problema; a segunda fase foi reservada para a intervenção e a terceira fase, finalmente, foi destinada à análise dos dados.

Apesar de estipular estas fases, num determinado período de tempo, este projeto acabou por ser ajustável no que refere a algumas modificações a que foi sujeito.

3.5.1. Cronograma

outubro novembro dezembro 1ª Fase: Observação e Identificação do Problema Identificação da problemática Formulação da questão Revisão da literatura

Definição de estratégias de intervenção

2ª Fase: Intervenção Planificação e implementação de estratégias e atividades Recolha de dados 3ª Fase: Análise de resultados

Organização dos dados recolhidos Reflexão da intervenção Análise dos dados recolhidos

Apresentação dos resultados - - - -

Parte 3

- Estágio Pedagógico

Capítulo IV

Prática Pedagógica I em contexto de Educação Pré-

Escolar

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