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3. Metodologia de Investigação

3.4. Amostra / Sujeito / Participantes

3.5.1. Técnicas para recolha de dados

Fortin (2003) considera que a recolha de dados é uma das etapas elementares no trabalho de investigação, que proporciona a elaboração de um instrumento adequado, com a finalidade de atingir os objetivos pretendidos. Realça também que são inúmeras as formas de obter a recolha de dados, na qual o investigador tem a liberdade de definir qual o tipo de instrumento que melhor se adapta ao seu estudo.

Para elaboração deste trabalho é imprescindível desde o início recorrer a uma pesquisa bibliográfica sobre o objeto em questão. Também é necessário abordar a família da

criança e explicar o estudo, solicitando a sua autorização para a observação e participação da criança nas várias sessões. Por parte da família, o seu interesse foi imediato e colaborante.

Considerando ao âmbito da presente investigação, os seus objetivos definidos e às questões de investigação, recorremos a variadas técnicas documentais (relatórios médicos e avaliações) e técnicas formais para recolha de dados (entrevistas e observação), para possibilitar a recolha de informações fidedignas. Demos grande importância na utilização da entrevista, consideramos que é o instrumento mais adequado para melhorar o nosso conhecimento no terreno, como defende Quivy e Campenhoudt (2003).

Bogdan e Biklen (1994) defendem que “A entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos do mundo” (p.134). Através destas entrevistas, os inquiridos têm a liberdade de se exprimir livremente nas questões colocadas. Coutinho (2015) assegura que, através da utilização das entrevistas, há possibilidade na obtenção de informação que não são evidente através da observação, como também para verificar as observações, através da triangulação.

Segundo Bénony e Chahraoui (2002), a entrevista semiestruturada é considerada uma metodologia muito preciosa quanto à recolha de informação rica e pormenorizada sobre as crenças e pensamentos do entrevistado. Com prévia autorização dos entrevistados, as entrevistas são gravadas e transcritas, o que facilita posteriormente a análise e a interpretação das informações obtidas. Neste trabalho são utilizadas entrevistas semiestruturadas aplicadas às técnicas que acompanham a criança no contexto educativo (terapeuta da fala, técnica de intervenção precoce e educadora) e à encarregada de educação (mãe).

Os guiões das entrevistas (Apêndices B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7 e B8) são construídos e adaptado ao inquirido, consoante a função que desempenha. Quanto à compreensão das questões apresentadas no guião, verificámos através dos resultados de pré – testagens (Apêndice C) a necessidade de alterações simples.

Outro dos instrumentos mais importantes na recolha de dados num estudo de caso de natureza qualitativa é a observação, mas também existem alguns riscos referidos por Yin (2002) caso o investigador ser observador - participante. Em contrapartida pode ser considerada uma estupenda oportunidade proporcionada por esse papel.

Segundo Estrela (1994), “Fala-se de observação participante quando, de algum modo, o observador participa na vida do grupo por ele estudado” (p.31). Neste ponto de vista, quanto à situação ou atitude do observador, a investigadora desempenha a função de observador participante, pois interage com o sujeito ao longo do trabalho de campo. O investigador inicialmente nas primeiras duas sessões atua como observador não participante, observando somente o sujeito e a técnica, com o intuito de compreender a utilização e manuseamento do material disponível. Numa fase posterior, ao longo das restantes sessões de Snoezelen, o investigador torna-se observador participante, pois interage diretamente com o sujeito no espaço, regista, prepara as sessões e o material. Segundo Quivy e Campenhoudt (2003), existem diferentes formas do processo de observação, conforme se trate de uma observação direta ou indireta. Para o mesmo autor, através dos métodos de observação direta, são apurados os comportamentos no momento, sem intervenção de um testemunho ou documentos. É de realçar que neste estudo é utilizada a observação direta, no qual o próprio investigador procede diretamente a recolha das informações.

Quanto ao processo de observação, Estrela (1994) enumera três tipos de observações: a ocasional, a naturalista e a sistemática. Caracterizando a observação ocasional, Dias (2009) expressa que “é aquela que é realizada pela escolha do observador, tendo em perspectiva um momento específico da interacção dos indivíduos ou um momento específico de um fenómeno, resultando no registo dos incidentes ocasionais verificados pelo observador” (p.179).

A observação naturalista é caracterizada por Estrela (1994) como uma “observação do comportamento dos indivíduos nas circunstâncias da sua vida quotidiana” (p.45). A observação é realizada no meio natural, com a finalidade em descrever as situações e comportamentos das condições e indivíduos. A observação sistemática é aquela que “coloca em relevo a coerência dos processos e dos resultados obtidos” (Reuchlin, 1969, citado por Estrela, 1994, p. 40), através da utilização de técnicas rigorosas, em condições bem delineadas e com a capacidade de validação e repetição.

Paquay (1974, citado por Estrela, 1994, p. 40) refere também que o observador deve aplicar um método de anotações de observação. Medley e Mitzel (1963, citado por Estrela, 1994, p.40) indicam que os dados dividem-se em duas formas: “sistema de sinais” e “sistemas de categorias”.

Na medida em que as várias etapas deste estudo são devidamente planeadas, temos como base uma observação sistemática, e tem como suporte uma grelha de observação

elaborada a partir dos indicadores que nomeiam os comportamentos que pretendemos observar. Por necessidade, foi criada uma grelha de observação enfocada, que irá permitir avaliar os comportamentos da criança com Perturbação do Espetro do Autismo, ao longo das sessões.

Para Lakatos e Marconi (2003) esta observação exige um cuidado no planeamento de ações, e é considerada uma observação direcionada. “Na observação sistemática, o observador sabe o que procura e o que carece de importância em determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe” (p.193). Para além de registos escritos, também os registos áudios e fotográficos podem ser utilizados para analisar registos, com a respetiva descrição/situação.

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