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4. PROBLEMÁTICA E QUESTÕES 1 Conhecimento emocional

4.2. O Conhecimento emocional e as relações entre pares.

5.2.3. Técnicas Sociométricas

Foram utilizadas duas medidas sociométricas. A primeira foi a de nomeação (Coie, Dodge, & Coppotelli, 1982; Newcomb e Bukowski, 1983, Vaughn & Waters, 1981). É uma medida sociométrica que consiste na designação de escolhas positivas e negativas. As escolhas positivas obtêm-se a partir dos três primeiros pedidos para que a criança escolha (a partir das fotografias dos colegas) a criança “de quem gosta mais?” (três primeiras escolhas positivas). As escolhas negativas seguem o mesmo critério, alterando o pedido para que a criança escolha o colega “de quem gosta menos” (três escolhas negativas). Por fim, pede-se às crianças que selecionem as restantes, uma a uma, pelo critério “de quem mais gosta?” até se terem esgotado todas as possibilidades. Estas últimas escolhas permitem obter mais informações sobre cada criança. A preferência social relativa a cada criança é calculada através da diferença entre a totalidade de frequência de escolhas positivas e a totalidade de frequência de escolhas negativas feitas pelos seus pares. Este valor é de seguida normalizado em função da amostra da sala de pertença da criança.

A segunda medida é a de comparações de pares (Vaughn & Waters, 1981) que utiliza o critério “de quem gosta mais?”. Pede-se a cada criança que escolha um colega de entre dois representados em fotografias que são apresentadas sequencialmente em folhas de Power Point. No seu conjunto, as fotografias das díades da sala compõem todas as díades possíveis desse grupo (i.e.,  ∗ ()

). O valor referente a esta medida tem por base o total atribuído

retira a própria criança. De seguida este valor é normalizado em função do grupo de sala de aula a que a criança pertence.

5.3. Procedimento

5.3.1. Teste do Conhecimento das Emoções

O procedimento consiste numa entrevista executada com base no material, procedimentos e tarefas providenciados pela sua autora Susanne Denham (Denham, 1986). Aplicou-se individualmente por um administrador previamente preparado para a sua utilização de acordo com as instruções traduzidas a partir do seu manual (Maló-Machado, Veríssimo, & Denham, 2006).

Nas tarefas de nomeação das emoções através do seu rótulo verbal, o administrador baralha as quatro faces amovíveis do fantoche de um dos irmãos (o correspondente ao género da criança em presença), após o que as coloca em linha, em frente à criança, questionando uma a uma: “O que sente esta cara?”. As crianças indicam os nomes de cada uma das emoções. Antes das tarefas de reconhecimento das emoções através das suas expressões faciais, o administrador baralha de novo as faces, coloca-as de igual forma em linha à frente da criança e questiona-a para cada uma das faces: “Qual a cara que está a sentir (alegria/tristeza/raiva/medo)?”. As crianças apontam para a face desenhada com a expressão da emoção que consideram adequada.

Antes da utilização dos fantoches para a representação das situações de causas das emoções e de descentração afectiva, o administrador fornece uma breve explicação, nomeando cada emoção em simultâneo com a sua representação através da mímica gestual, facial, vocal e corporal do modo standard de expressão de cada uma dessas emoções.

Nas tarefas de causas das emoções e de descentração afectiva, o administrador apresenta as situações usando o mesmo tipo de mímica, concluindo com a seguinte questão: “Como se sente o fantoche?”. É então pedido à criança para colocar no fantoche a face com a emoção mais adequada. De seguida, o administrador pede à criança para atribuir o rótulo verbal a essa emoção, embora esta resposta não seja incluída na cotação. Para a descentração afectiva é pedido aos pais e educadoras que preencham previamente um questionário, no qual é indicado qual seria a experiência emocional típica do seu educando, em cada uma das situações descritas nas 12 vinhetas. Nas tarefas de descentração afectiva, a expressão emocional do fantoche não corresponde à emoção que os pais indicam como sendo a que provavelmente seria vivenciada pelo seu filho (a) naquelas circunstâncias.

Todas as questões foram inicialmente traduzidas e discutidas em grupo. Realizámos um pré teste junto de algumas crianças de forma a verificar se a formulação e o material era o mais adequado. No final do pré teste, decidimos com o acordo da autora retirar a 12ª resposta, correspondente a uma situação cuja reflexão ética nos fez decidir pela sua não aplicação às crianças da nossa amostra. A situação é descrita através da frase “O avô Joaquim morreu e não o poderás voltar a ver”. Finalmente, retirámos a 6ª resposta, dado que pretendemos que o questionário possa ser respondido quer pela mãe quer pela educadora, uma vez que no pré teste verificámos que a taxa de resposta da mãe era baixa. Esta alteração foi discutida e aprovada pela autora do instrumento.

5.3.2. Escala de Avaliação do Comportamento e Competência Social

A Escala de Competência Interpessoal (SCBE – LaFreniere & Dumas, 1996) é preenchida pelas educadoras das salas de aula frequentadas pelas crianças.

5.3. 3. Técnicas Sociométricas

Os dados foram recolhidos por dois observadores previamente formados. Cada criança é entrevistada individualmente, correspondendo cada tarefa a um momento de observação. As instruções dadas às crianças são idênticas, bem como a ordem de apresentação das tarefas (i.e., 1. Nomeação, 2. Comparação de pares). Para a tarefa de nomeação, apresenta-se à criança o conjunto de fotografias dos pares da sua sala, pedindo para esta nomear cada uma das crianças fotografadas. Fica assim confirmado que a criança reconhece todos os seus pares através das respectivas fotografias. De seguida, pede-se para ela identificar o colega “de quem mais gosta”. Repete-se este pedido mais duas vezes, assinalando as suas três escolhas mais positivas. Segue-se o pedido para identificar o colega “de quem gosta menos”. De igual forma se repete este pedido mais duas vezes, assinalando as suas três escolhas negativas. Finalmente pede-se para a criança escolher de acordo com o critério “de quem gosta mais” até esgotar as fotografias de todos os pares da sala. Sempre que a criança escolhe uma fotografia, esta é retirada da sua frente.

A comparação entre pares consiste numa tarefa de comparação das crianças duas a duas, perfazendo o número total de comparações num grupo de dimensão n, o valor de  ∗ ()

.

Neste sentido, preparam-se fotografias agrupadas duas a duas em suporte eletrónico através do Power Point, em que cada fotografia da criança surge na parte esquerda e direita das folhas em igual quantidade de vezes. Organiza-se a ordem de apresentação de

modo a que nenhuma criança seja mostrada duas vezes antes de se mostrar todas as crianças da sala.

6. RESULTADOS