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75 Tabela 15 Emissões específicas por fornecedor de energia (2012) (Endesa, 2011) (Iberdrola, 2012)

(EDP, 2013)

Como se pode observar na Tabela 15, as maiores emissões de GEE associadas à produção de energia eléctrica provêm da EPAL, com um total anual de cerca de 51 981 t CO2, dos quais

apenas 106 t CO2 estarão relacionados com o abastecimento de água na zona do Campus do

IST no Taguspark. Estes resultados foram estimados com base nas emissões totais da empresa, incluídas no Relatório de Sustentabilidade da EPAL de 2012, cruzando-as com os dados da ERSAR, de que cerca de 8% da água captada pela EPAL, em Castelo de Bode e Valada do Tejo, abastece efectivamente Oeiras. O restante volume de água captado serve cerca de 30 outros municípios, entre eles alguns da margem Norte da AML como Lisboa, Cascais, Odivelas, Oeiras, Loures e Sintra.

Adicionalmente, assumindo que os consumos anuais da região do IST, que ascendem a 316 010 m3, correspondem apenas a 2,55% dos consumos do município de Oeiras (12 350 492 m3 em 2011) (SMAS, 2013), obtiveram-se as emissões de GEE associadas ao abastecimento de água na área em estudo.

Analogamente, os SMAS de Oeiras e Amadora são responsáveis pela emissão de uma quantidade estimada de aproximadamente 64 t de CO2. Finalmente, o somatório das emissões para este sistema de abastecimento de água apresentou um total de 170 t CO2.

Considerando que estas 170 t se relacionam com a distribuição de água na zona do Taguspark, perfazendo um volume de 316 010 m3, tem-se que aos 3313,35 m3 anuais relacionados com os usos não potáveis de descarga de autoclismos e rega de espaços verdes (Uso III) corresponde uma emissão média de 629,7 kg CO2.

Deve, no entanto, salientar-se que, uma vez mais, as emissões calculadas reportam-se apenas aos consumos de energia directa, incluindo apenas a produção de energia. Os consumos de energia indirectos, resultantes da queima de combustível da frota da empresa, por exemplo, corresponderam apenas cerca de 2,4% das emissões totais anuais. Relativamente à EPAL,

Captação, tratamento e transporte de água (EPAL) Distribuição de água no Taguspark

(SMAS de Oeiras e Amadora)

Fornecedor de energia Endesa Iberdrola EDP TOTAL

-

Total energia fornecida (kWh) 139 560 495 653 205 639 302 140 853 002

Energia fornecida a Oeiras

(8%) (kWh) 11 164 840 52 256 51 144 11 268 240

Energia fornecida à zona do

Taguspark (2,55%) (kWh) 284 703 1 333 1 304 287 340 173 686

Emissões específicas (g CO2/kWh)

370 248 285 - 367,74

Total Emissões Abast. zona do IST (t CO2)

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nos últimos três anos as emissões indirectas permaneceram constantes, mas as indirectas aumentaram significativamente devido a maiores necessidades energéticas.

GEE no SAAP

Considerando as mesmas entidades fornecedoras de energia referidas anteriormente, estimaram-se as emissões de GEE correspondentes à energia consumida pelo grupo de bombagem do SAAP, de 0,11 kWh/dia, correspondentes a 40,15 kWh anuais. Assim, multiplicando pelas emissões específicas calculadas para o sistema de distribuição de água dos SMAS de Oeiras e Amadora, apurou-se que ao SAAP corresponde uma emissão anual de apenas 14,7 kg CO2, bastante inferior aos 629,7 kg apurados para o actual sistema de abastecimento.

VI. Módulo de análise de custo-benefício

Tendo em conta os elementos necessários à instalação deste sistema directo de aproveitamento de águas pluviais, foi calculado o investimento inicial inerente à sua instalação, estimando-se ainda os custos de operação e manutenção deste sistema, incluindo-se ainda no cálculo a depreciação dos respectivos materiais. Posto isto, para este módulo da ferramenta RaINvesT foram realizadas duas iterações de análise de custo-benefício:

 Hipótese 1 - A entidade prestadora do serviço de abastecimento de água, neste caso os SMAS de Oeiras e Amadora, suportariam os custos de instalação, operação e manutenção do SAAP;

 Hipótese 2 – Com os custos de instalação, operação e manutenção do SAAP suportados pelo consumidor final, neste estudo de caso o Instituto Superior Técnico (considerando apenas o Campus no Taguspark).

Note-se que, em todas as hipóteses estudadas, quer para os fluxos positivos quer para os fluxos negativos, foi considerado para efeitos de cálculo neste módulo o uso de maiores consumos (Uso III), estimado do módulo II desta ferramenta, com necessidades hídricas diárias de 8,53 m3/dia.

Hipótese 1 - Análise de custo-benefício, sendo a entidade gestora dos serviços de água responsável pela instalação, operação e manutenção do SAAP

Nesta primeira hipótese, os custos de instalação, operação e manutenção do SAAP seriam suportados pelos SMAS de Oeiras e Amadora, a fim de se avaliar se a instalação de SAAP

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poderia constituir um modelo de negócio viável para estas entidades, uma vez que beneficiam de uma descentralização do seu sistema, de uma redução da água importada aos sistemas em alta, e, consequentemente, da bombagem necessária para a distribuição da água. Nesta primeira análise, considerou-se também a possibilidade de os SMAS de Oeiras e Amadora taxarem a utilização de águas pluviais por forma a diminuir o período de retorno do investimento de instalação do SAAP, embora a uma tarifa significativamente inferior à aplicável ao consumo de água potável.

Assim, foi feito um balanço de todos os custos e receitas do projecto, primeiramente do ponto de vista dos SMAS de Oeiras e Amadora, ao qual posteriormente foram aplicados cálculos financeiros para determinar a viabilidade económica deste, tendo-se considerado como fluxos negativos:

 O custo de instalação do SAAP - Foi desenvolvida uma estimativa dos custos associados à instalação do SAAP, considerando os reservatórios elevados, as várias tubagens necessárias e principais acessórios. Note-se, todavia, que este orçamento excluiu a mão-de-obra necessária à instalação, bem como os custos de manutenção do sistema. Esta estimativa aproximada permitiu apurar um custo total de instalação de € 6076. A Tabela 16 apresenta em detalhe o orçamento referido.

Tabela 16 - Orçamentação aproximada do SAAP (valores sem IVA)

Elemento (s) Unidades/ Comprimento Preço unitário Subtotal Reservatórios elevados (MANUTAN) 10 € 90 € 900

Tubagens (adutora aos reservatórios elevados) (FOPIL PN6)

227 m

(D =100 mm) € 5,90/m € 1339 Tubagens (para adução

gravítica) (FOPIL PN6)

136,66 m

(D = 12 mm) € 3,93/m € 537 Filtros e acessórios (freio-de-

água, sifão para overflow e tomada de água)

(ECOÁGUA) (1)

- € 800 € 800

Bomba e sistema de controlo

(GRUNDFOS) (1) 1 € 2500 € 2500

TOTAL € 6076

Notas:

(1) – baseado na literatura (Rodrigues, 2010)

 Os custos de operação da bomba de 0,5 kW do SAAP, considerando uma operação diária de apenas 12 minutos para o abastecimento dos reservatórios elevados. Assumindo uma tarifa média de electricidade de 0,15€/kWh e considerando o consumo diário de 0,11 kWh apurado, tem-se para esta bomba um custo irrisório € 6,02 ao fim de um ano (Tabela 17):

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