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Tarefa: “Friso Cronológico: Revolução de 1383-85”

5.1. Análise detalhada das tarefas propostas

5.1.2. Tarefa: “Friso Cronológico: Revolução de 1383-85”

A tarefa “Friso Cronológico: Revolução de 1383-85” desenvolveu-se a 14 de maio de 2014.

Durante a fase de preparação, estabeleci os indicadores que pretendia analisar (c.f. Tabela 1). As razões que justificam a escolha destes indicadores de análise prendem-se com a interpretação das facilidade(s)/dificuldade(s) que os(as) alunos(as) apresentaram e as dúvidas que se colocaram na utilização do friso cronológico.

De seguida, defini o tema de HGP que utilizei nesta tarefa. Como nas sessões anteriores a turma tinha estudado a "Revolução de 1383-85", elegi este tema para a execução/implementação deste exercício. Comecei por fazer um levantamento dos acontecimentos históricos que o manual escolar dos(as) alunos(as) referia como sendo os mais marcantes da Revolução de 1383-85 (Tratado de Salvaterra de Magos, morte de D. Fernando, Batalha de Atoleiros, cerco de Lisboa pelo exército castelhano e Batalha de Aljubarrota) e registei as datas em que estes ocorreram.

Depois de produzida e respondida pelos(as) alunos(as), seguiu-se a fase de análise desta tarefa (c.f. Tabela 3 – Apêndice 6).

Constatei nesta análise que apenas um dos cinco alunos, o R. (10 anos), identificou o século no local correto do friso cronológico (Fig. 8), sendo que os(as) restantes, assinalaram-no, tendo em conta as colunas correspondentes às datas, tal como ilustra a figura seguinte.

Figura 5 - Resolução da Ra. (10 anos) nas questões 1 e 2 da tarefa "Friso Cronológico:

72 Tanto o R. como a Ra. (10 anos) apresentaram capacidade para estabelecer a correspondência entre uma determinada data e o respetivo século (Fig. 5). Já a I. M. (10 anos) mostrou que ainda não conseguia estabelecer esta correspondência, referindo que estes acontecimentos tinham ocorrido no século XVI. Este resultado levou-me a explorar esta questão juntamente com a aluna, de forma a tentar compreender as suas fragilidades, uma vez que na tarefa anterior, tinha verificado que ela estava a começar a perceber este critério. Apercebi-me que as suas dificuldades estavam relacionadas com o domínio da numeração romana, pensado que XVI representava catorze (Fig. 6).

Quanto ao J. (10 anos) e ao F. (10 anos), tal como na tarefa anterior, definiram o século, a partir dos dois primeiros algarismos do ano correspondente, mas não identificaram a necessidade deste estar seguido, ou não, de zeros (Fig. 7 e 9)

Figura 6 - Resolução da I. M. (10 anos) nas questões 1 e 2 da tarefa "Friso Cronológico:

Revolução de 1383-85"

Figura 7 - Resolução do F. (10 anos) nas questões 1 e 2 da tarefa "Friso

73 Numa análise à questão em que se verificava a competência dos(as) alunos(as) para assinalar, no friso cronológico, os acontecimentos históricos indicados, apurei que apenas o R. (10 anos) assinalou todos os acontecimentos históricos no respetivo local.

A Ra., a I. M. e o J. (10 anos) trocaram dois acontecimentos de posição, visto que se tratavam de duas ocorrências do mesmo ano, apesar de terem acontecido em meses diferentes (Fig. 5, 6 e 9). Já o F. (10 anos), assinalou incorretamente quatro acontecimentos históricos. Como forma de compreender as dificuldades deste aluno propus-lhe, novamente, a realização deste exercício, numa conversa informal que estabeleci com ele, posterior à aula. Apercebi-me que as fragilidades deste aluno se prendem com a interpretação que faz da informação representada no friso cronológico, sendo que não sabia identificar os anos correspondentes aos acontecimentos assinalados.

Figura 8 - Resolução do R. (10 anos) nas questões 1 e 2 da tarefa "Friso Cronológico:

Revolução de 1383-85"

Figura 9 - Resolução do J. (10 anos) nas questões 1 e 2 da tarefa "Friso Cronológico:

74 Em análise à questão relativa à ordenação cronológica dos acontecimentos, tanto o R. (10 anos) como a Ra. (10 anos) responderam corretamente, revelando, tal como na tarefa anterior, capacidade para ordenar cronologicamente os acontecimentos históricos (Fig. 10). No entanto, no caso desta aluna, verifica-se uma incoerência com a forma como assinalou os mesmos no friso cronológico, pois, como já referi, não representou no local correto do friso cronológico dois acontecimentos (Fig. 5), o que me leva a pensar que o tenha feito apenas por uma questão de falta de concentração, reforçada pelo facto de os dois acontecimentos que a aluna trocou terem-se registado no mesmo ano, apesar de terem acontecido em meses diferentes.

Também o J. (10 anos) (duas incorreções) e o F. (10 anos) (quatro incorreções) estabeleceram esta incoerência, uma vez que a ordenação cronológica que identificaram (Fig. 11), não correspondeu ao que preencheram no friso cronológico (Fig. 7 e 9). Como forma de compreender a origem das fragilidades que estes alunos apresentaram desenvolvi um diálogo, com cada um, sobre as respostas que redigiram. Esta conversa permitiu-me concluir que tinha de os apoiar, no sentido de os ajudar a compreender como podiam organizar cronologicamente as datas que lhes eram indicadas. Ambos mostraram que tinham dificuldades em percecionar a sucessão dos acontecimentos.

Figura 10 - Resolução da Ra. (10 anos) na questão 3 da tarefa "Friso Cronológico:

Revolução de 1383-85"

Figura 11 - Resolução do J. (10 anos) na questão 3 da tarefa "Friso

75 A I. M. (10 anos) ordenou, incorretamente, dois dos acontecimentos históricos, trocando a sua ordem (Fig. 12). No entanto, verifiquei que a aluna se tinha orientado pelo modo como assinalou os acontecimentos no friso cronológico, em resposta à questão anterior.

Em resposta à última questão, constatei que todos(as) os(as) alunos(as) identificaram, corretamente, as datas de dois dos acontecimentos históricos do friso cronológico, mostrando assim, proficiência para identificar as datas correspondentes aos acontecimentos históricos presentes no friso cronológico (Fig. 13).

Tal como na tarefa anterior, elaborei uma leitura geral dos registos escritos da turma, tendo em conta as incorreções dos(as) alunos(as), como forma de perceber, quais as maiores fragilidade que os mesmos apresentavam (c.f. Tabela 4 – Apêndice 6). Mais uma vez, ressalvo a importância da análise destes dados para as sessões/tarefas seguintes, pois, permitiram-me verificar quais eram as questões que tinham de ser mais aprofundadas durante a implementação do projeto.

Figura 12 - Resolução da I. M. (10 anos) na questão 3 da tarefa "Friso

Cronológico: Revolução de 1383-85"

Figura 13 - Resolução do R. (10 anos) na questão 4 da tarefa

76 Nesta fase, as maiores fragilidades registadas diziam respeito à identificação do século no friso cronológico, em termos de estrutura/organização, uma vez que 60% das crianças assinalou o século em cada uma das colunas correspondentes aos anos. Em relação à tarefa anterior, em que 50% das crianças revelaram fragilidades em estabelecer correspondência entre uma determinada data e o respetivo século, constatei que se registou uma evolução significativa, sendo que apenas 15% não respondeu corretamente a esta questão. No entanto, os(as) alunos(as) que constituem esta percentagem mostraram que começavam a compreender o critério científico de definição de século, pois, assinalaram-no a partir dos dois primeiros algarismos do ano indicado. É de salientar que em vinte crianças, uma não respondeu a esta questão porque necessitou de se ausentar durante o desenvolvimento desta tarefa em sala de aula.

Metade das crianças mostraram competência para assinalar no friso cronológico os acontecimentos históricos indicados. Dos outros 50%, verifiquei que 40% trocaram a posição de dois acontecimentos no friso cronológico, o que justifico pelo facto de que se tratavam de duas ocorrências do mesmo ano, apesar de terem acontecido em meses diferentes. Dos restantes 10%, metade registou três incorreções e a outra metade quatro, sendo que estas se referem aos alunos F. e J. (10 anos).

A respeito da ordenação cronológica dos acontecimentos históricos, registou-se um maior número de respostas incorretas face à tarefa anterior. No entanto, 40% das crianças revelaram duas incorreções, sendo que 36% se deveu à forma incorreta como assinalaram dois dos acontecimentos no friso cronológico. Para além destes, apenas um aluno, o F. (10 anos), teve quatro incorreções e uma outra aluna não respondeu porque, tal como referi anteriormente, necessitou de se ausentar durante o desenvolvimento desta tarefa em sala de aula.

Numa análise à questão que considera a proficiência para identificar as datas correspondentes aos acontecimentos históricos presentes no friso cronológico, constatei que 90% da turma reconheceu a data correspondente aos acontecimentos históricos representados no friso cronológico. Os restantes 10% não responderam a esta questão, sendo que uma das crianças foi a aluna que teve de se ausentar. Em relação à outra

77 criança, desconheço as razões que a levaram a não responder, visto que as suas respostas às outras questões estavam, maioritariamente, corretas.