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1.12 OS INSTRUMENTOS REGU LADORES E ECONÔMICOS PARA O CONTROLE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NO SETO R ELÉTRICO

1.12.2 TAXAS AMBIENTAIS

Segundo (BENAKOUCHE,1994), existem várias formas de controle do nível de poluição. As mais importantes são: a do pagamento de taxas por parte dos poluidores pelo dano recorrente de suas atividades e a do controle através da fixação de níveis máximos permissíveis de poluição, baseado em padrões ambientais , cuja função é estabelecer os níveis de poluição aceitáveis tendo como referência a preservação da saúde pública. Assim, um dos objetivos principiais dos instrumentos econômicos consiste, no caso do meio ambiente, em assegurar uma adequada conservação dos recursos naturais.

A finalidade de um instrumento econômico é: “[...] modificar o comportamento através de um impacto ou encargo que atue como incentivo econômico ou desincentivo para alterar o comportamento[...]”(SCHMIDHEINY,1992).

Na política ambiental os instrumentos econômicos dividem-se em PPP

(Principio Poluidor Pagador) e nas taxações. De acordo com GARTNER(1999), o PPP, originalmente Principio do Pagamento pelo Poluidor foi acordado pelos membros da OCDE5 em 1972.

O PPP significa, de uma certa maneira, a internalização das externalidades, o dano ambiental tem um custo e este deve então ser suportado pelo poluidor. Grande parte da regulamentação ambiental existente está de acordo com esse princípio.

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A internalização dos custos significa levar em consideração os danos ambientais em termos econômicos, claro que o poluidor pode perfeitamente repassar estes custos para os consumidores na venda de seus produtos por exemplo, mas este aumento de preços pode ser o sinal para que os consumidores busquem produtos “mais limpos”.

As taxações podem ser consideradas o “preço da poluição” , pois obriga os empresários a internalizar os custos ambientais nos custos de produção.

MARGULIS (1990) aponta que, apesar de todas as dificuldades,

“[...] a taxação consiste num método, ou numa política, eficiente de controle da poluição, na medida em que reduz o nível da atividade econômica (e da

poluição portanto) até o socialmente desejável, isto é, o nível em que os custos sociais totais são mínimos. O valor da taxa deve ser o custo marginal de degradação imposto às vitimas”.

.12.2.1.1.1.1 QUADRO 2.4 Instrumentos Econômicos

TIPO APLICAÇÕES

TAXAS DE POLUIÇÃO São os valores a serem pagos pelos agentes poluidores. TAXAS POR EMISSÕ ES Estas taxas são pagas quando uma empresa lança

poluentes no meio ambiente, são proporcionais a quantidade e qualidade emitida.

TAXAS AO USUÁ RIO OU POR SERVIÇOS PRESTADOS

Taxa pagas pelos serviços de infra-estrutura pública, como a coleta e tratamento público do lixo, de efluentes, etc.

TAXAS POR PRODUTO É uma taxa adicional acrescida aos produtos que causam prejuízo ao meio ambiente, tanto no processo de produção quanto no seu uso. Objetiva modificar os preços relativos destes produtos no sentido de diminuir o seu consumo. Essas taxas são também conhecidas como eco-taxas ou taxas verdes.

TAXAS ADMINISTRATIVAS São os pagamentos feitos pelas Empresas ao Estado pelas autorizações de produção de determinados produtos químicos, por exemplo.

TAXAS DIFERENCIADAS São as taxas aplicadas aos produtos dependendo do grau de prejuízo ambiental.Neste caso estas taxas

desestimulam a fabricação de produtos poluidores ou incentivam produtos mais respeitosos ao meio ambiente.

incentivam produtos mais respeitosos ao meio ambiente. SUBSÍDIOS Incentivam a adoção de um desempenho ambiental

eficiente.

CONCESS ÕES São assistências financeiras a fundo perdido, como por exemplo pagamento de parte de custos de equipamentos de redução de poluição. A aplicação de subsídios estimula as industrias poluidoras a reduzir seu nível de poluição, e destinam-se principalmente às empresas com dificuldades em modernizar-se tecnologicamente. EMPRÉSTIMOS SUBSIDIADOS Idem concessões porem utilizando-se taxas de juros mais

baixas.

COMPENSAÇÃO DE IMPOSTOS A utilização, por exemplo de depreciação acelerada na contabilida de em equipamentos de melhoria ambiental. CRIAÇÃO DE MERCADOS Novos mercados criados em função do meio ambiente. DIREITOS DE POLUIÇÃO É um mercado virtual onde os compradores e vendedores

podem comprar direitos de poluição, a partir de licenças emitidas pelo governo. Estas quotas de emissão são alocadas e vendidas aos poluidores, para negociá-las em um mercado. Assim, os poluidores que os custos marginais de controle foram menores que o preço de uma quota de poluição devem então instalar equipamentos de controle, caso contrário devem comprar licenças. INTERVENÇÃO DE MERCADO São as intervenções de preços para que o mercado se

estabilize, principalmente no mercado de bens reciclados. SEGURO POR RESPONSABILIDADE A responsabilidade por prejuízos ambientais do agente

poluidor é tomada pelas companhias de seguro.

.12.2.1.1.1.2 FONTE: Elaboração do autor, adaptado de (GARTNER,1999) e (BENAKOUCHE,1994)

Segundo (BENAKOUCHE,1994), “[...] todo o problema consiste em determinar o numero de certificados de poluição que devem ser emitidos pelos organismos oficiais, ou seja, o nível ambiental desejado ou considerado aceitável.” A implementação do direito de poluir foi iniciada na década de 70 nos EUA devido as limitações da política de luta contra a poluição atmosférica, essa lei, “Clean Air Act”, promulgada em 1970, compõem-se de normas de ordem e controle do tipo uso da melhor tecnologia disponível. A partir de 1977, passou-se a adotar um sistema misto combinando as ordens normativas com os certificados de direitos de poluir, assim em 1990 o “Clean Air Act” tornou-se mais flexível porque passou a privilegiar mecanismos de mercado

para reduzir a degradação ambiental e mais ambicioso porque integraram-se a referida lei o controle da poluição do ar, a emissão de substâncias tóxicas, etc.

Ainda segundo BENAKOUCHE (1994), os limites técnicos fixados pela lei do direito de poluir são baseados em quatro variáveis:

ü O da bolha de poluições, o qual estabelece um nível de poluição que não pode ser ultrapassado por determinada fábrica, por exemplo;

ü O Netting que é uma forma de aplicação da bolha de poluição, nos casos de modificação ou expansão de uma unidade industrial;

ü O OFFSET que é um procedimento de compensação-adequação do nível de poluição em determinada região. Isto significa que uma nova usina só poderá se instalar caso esta não aumente a bolha de poluição prefixada ou se as indústrias já instaladas diminuírem seu nível de poluição;

ü E o Banking que é um meio de acumulação de créditos de poluição, caso uma indú stria polua menos do que o permitido pela bolha de poluição, pode ter um crédito a ser utilizado posteriormente.

No caso específico de empresas de geração de energia, além dos instrumentos econômicos já descritos, deve-se ressaltar os incentivos e subsídios do governo que distorcem o mercado, influenciando de forma negativa tanto os preços finais da energia como a prática de internalização de variáveis ambientais nos projetos de geração.