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TCS – Traction Control System

2.2 SISTEMAS ELETRÔNICOS EMBARCADOS

2.2.7 Sistemas Elétricos Elementares

2.2.8.6 TCS – Traction Control System

O Sistema de Controle de Tração em um veículo é um sistema embarcado ativo de segurança em carros, que impede as rodas motrizes, ou seja, aquelas que tracionam, de

perder o contato com o solo, reduzindo o torque enviado às rodas, principalmente durante as arrancadas e curvas e foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a segurança no trânsito. O controle de tração pode ser instalado em carros com todo tipo de tração, seja apenas nas rodas dianteiras, nas traseiras ou nas quatro rodas. O mais comum ainda são nas rodas traseiras, pois os carros mais potentes contam com essa configuração.

O controle de tração é um sistema eletrônico gerenciado por uma central que atua sobre os freios e o motor do carro (FIGURA 52). Sua característica autoblocante impede que uma roda receba mais tração que a outra, em outras palavras, perca tração ao girar em falso, sem obter aderência para empurrar o carro para frente. Os sensores dos freios ABS identificam o momento em que a roda tende a girar em falso e imediatamente enviam essa informação para a central eletrônica, que comanda o sistema de injeção de combustível e assim passa a diminuir o fornecimento ao motor. A central também aciona o sistema de freios ABS para bloquear a roda sem tração. Com isso, evita-se que o torque seja enviado de forma desigual às rodas, permitindo um maior controle do carro em situações de baixa velocidade, principalmente no momento de aceleração nas saídas de curva. Na prática seria como se o motorista percebesse a patinagem e assim aliviasse o pé do acelerador momentaneamente para retomar a aceleração em seguida. A grande diferença é que tudo isso funciona numa fração de segundos, coisa que nem o motorista mais habilidoso conseguiria fazer com tal maestria.

FIGURA 52 – CONTROLE DE TRAÇÃO TRASEIRA

O controle de tração anda de mãos dadas com o ABS e também com o controle de estabilidade. A soma de todos esses recursos, sem dúvida alguma, proporciona enorme segurança ao condutor. Esses recursos mostraram-se tão eficientes que a União Européia vai decidiu tornar obrigatório o controle de estabilidade (ESP) em toda a Europa a partir de novembro 2011. Essa resolução foi feita em março de 2009, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. De acordo com a comissão responsável pela norma, atualmente metade dos carros vendidos no Velho Continente são equipados com o controle de estabilidade. Com esse recurso obrigatório nos carros, o objetivo é evitar 80% dos acidentes nas estradas.

2.2.8.6.1 ABS – Anti-Lock Braking System

O ABS é um sistema de frenagem do veículo que diminui ou mesmo impede o travamento das rodas quando o freio é acionado repentinamente. É um sistema desenvolvido para aumentar a segurança e o auxílio do motorista em prevenção de acidentes.

O sistema de ABS atual é eletrônico que, utiliza sensores para monitorar a rotação de cada roda e a compara com a velocidade do carro. Em situações de frenagem cotidianas, o sistema ABS não é ativado. Quando a velocidade da roda cai muito em relação à do carro, ou seja, na iminência do travamento, o sistema envia sinais para válvulas e bombas no sistema de óleo do freio, aliviando a pressão. Essa operação causa uma vibração quando se "pisa fundo" no pedal do freio, o que deve ser considerado pelo motorista como operação normal do sistema.

Entender a teoria dos freios antitravamento é simples. Uma roda que desliza (a área da pegada do pneu escorrega em relação à estrada) tem menos aderência que uma roda que não está deslizando. Se você já ficou imobilizado no gelo ou na lama, sabe que se as rodas estão girando em falso, você não tem tração, o carro não sai do lugar. Isso acontece porque a área de contato está deslizando em relação ao solo. Ao evitar o deslizamento das rodas durante a frenagem, os freios antitravamento beneficiam você de duas maneiras: você irá parar mais rápido e será capaz de mudar a trajetória do carro enquanto freia.

Existem quatro componentes principais em um sistema ABS: Sensores de velocidade

Bomba Válvulas

Unidade controladora

A efetividade do ABS pode ser mais bem compreendida na TABELA 5, a seguir, onde se mostram as distâncias cobertas na frenagem em diferentes tipos de solo.

TABELA 5 – EFETIVIDADE DO ABS

FONTE: Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Freio_ABS>. Acesso em 24 set. 2011.

Nota-se que em pedregulhos e neve forte, o ABS tende a aumentar a distância de frenagem. Esse comportamento é explicado pois, nessas superfícies, as rodas travadas escavam o solo e param o veículo mais rapidamente. O ABS impede justamente que isso ocorra.

No Brasil apenas 13% dos carros são equipados com ABS (FIGURA 53), enquanto na Europa e nos Estados Unidos o freio ABS faz parte, respectivamente, de 100% e 74% dos carros produzidos anualmente. O primeiro veículo a receber o ABS, mesmo que como opcional, no Brasil, foi o VW Santana.

Com a chegada da versão de quatro portas no fim de 1991, vieram o catalisador e o primeiro ABS (como opcional) num automóvel nacional. No teste de novembro, QUATRO RODAS comprovou a eficiência dos freios: “Com freios normais, no seco, o carro pararia só em 70 metros. Com ABS, parou em 56,5 metros”. No piso molhado foi ainda melhor. “O ABS na pista que parecia

um ‘sabão’ parou em 115,7 metros, mas parou. Se não tivesse ABS, levaria até o dobro, além de desgovernar-se.” (JUNIOR, L. B. Santana, muito prazer. Revista Quatro

Rodas, São Paulo, 1991, Ed. 369, p. 32–41, abr. 1991).

FIGURA 53 – VEÍCULOS NACIONAIS COM ABS

FONTE: SANTOS, A. C. ABS no Brasil. Revista CESVI, São Paulo, 2007, p. 40–44, jul-ago. 2007.

Até 2014, todos os veículos fabricados no Brasil deverão ter o sistema ABS instalado de fábrica.

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